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Universidade Federal do Ceará

Centro de Tecnologia – Curso de Engenharia de Energias e Meio Ambiente


Disciplina: Física Fundamental I – professora: Talita
Nome: ___________________________________________________ Data: ___/___/___

Aula 3
Movimento em Duas e Três Dimensões

Quando uma bola de beisebol é rebatida e se aproxima de um jogador, como


ele sabe onde deve estar para apanhá-la? Freqüentemente, o jogador caminha
ou corre para um certo local do campo, chegando ali ao mesmo tempo que a
bola. A experiência de jogo certamente ajuda, mas algum outro fator parece
estar envolvido. Você já parou para pensar nisso?

1. Movimento em duas e três dimensões

Continuaremos, aqui, a estudar o movimento de partículas. Agora, este movimento pode


acontecer em duas e três dimensões.

2. Posição e deslocamento

r
Como sabemos, a localização de uma partícula pode ser feita por meio de um vetor posição r
que, por definição, é um vetor que se estende desde um ponto de referência (normalmente a origem do
sistema de coordenadas) até a partícula. Na notação de vetores unitários, temos:
r
r = xiˆ + yˆj + zkˆ
r
onde xiˆ, yˆj , zkˆ são as componentes vetoriais de r , enquanto x,y,z são suas componentes escalares.
Os coeficientes x, y, z fornecem a localização da partícula ao longo dos eixos de coordenadas.
À medida que uma partícula se move, seu vetor posição varia, mas de forma que ele sempre se
r r
estende da origem até a partícula. Se o vetor posição varia, por exemplo, de r1 a r2 durante um certo
r
intervalo de tempo, então o deslocamento da partícula, ∆r , será:
r r r
∆r = r2 − r1
r
Usando a notação de vetores unitários, reescrevemos ∆r como:

1
r
r2 = x 2 iˆ + y 2 ˆj + z 2 kˆ r r r
∆r = r2 − r1 = ( x 2 iˆ + y 2 ˆj + z 2 kˆ) − ( x1iˆ + y1 ˆj + z1 kˆ)
r
r1 = x1iˆ + y1 ˆj + z1 kˆ r
∆r = ( x 2 − x1 )iˆ + ( y 2 − y1 ) ˆj + ( z 2 − z1 )kˆ

r r
onde as coordenadas (x1, y1, z1) correspondem a r1 e (x2, y2, z2) correspondem a r2 . Logo:
r
∆r = ∆xiˆ + ∆yˆj + ∆zkˆ

r
Observando a figura ao lado, qual seria o vetor posição r da partícula
neste instante de tempo?

3. Velocidade média e velocidade instantânea

Se uma partícula se move de um ponto para outro é interessante investigar com que rapidez ela
se move. Como vimos nas aulas anteriores, a grandeza que mede esta “rapidez” é a velocidade.
r
Portanto, se uma partícula sofre um deslocamento ∆r num intervalo de tempo ∆t, a velocidade
média desta partícula é:
deslocamento
velocidade =
tempo

Matematicamente:
r
r ∆r
v méd =
∆t

r
Esta equação nos diz que a direção e o sentido de v med devem ser os mesmos que aqueles do vetor
r r
deslocamento ∆r . Se escrevermos ∆r em termos de vetores unitários, temos:
r ∆xiˆ + ∆yˆj + ∆zkˆ ∆x ˆ ∆y ˆ ∆z ˆ
v med = = i+ j+ k
∆t ∆t ∆t ∆t
r r
A velocidade instantânea v da partícula é o valor do qual v med se aproxima no limite em que

contraímos o intervalo de tempo ∆t a zero. Logo:

2
r r
r ∆r r dr
v = lim ⇒v=
∆t →0 ∆t dt

A equação acima nos diz que a velocidade instantânea de um corpo é a derivada temporal da sua posição.

A figura ao lado mostra a trajetória de uma partícula no


plano xy. Quando a partícula se desloca para a direita ao
longo da sua trajetória, o vetor posição gira para a direita.
Durante o intervalo de tempo ∆t, o vetor posição muda de
r r r
r1 para r2 e o deslocamento da partícula é ∆r .
Para determinarmos a velocidade instantânea da
partícula no instante t1 (quando a partícula se encontra na
posição 1), reduzimos o intervalo de tempo ∆t em torno
de t1, fazendo-o tender a zero. Ao fazermos isso, observamos que:
r r r
1. O vetor posição r2 se move na direção de r1 , de forma que ∆r → 0 .
r r
2. A direção de ∆r (ou seja, de v med ) aproxima-se da direção da reta tangente à trajetória da
∆t
partícula na posição 1.
3. A velocidade média aproxima-se da velocidade instantânea em t1.
r r r
No limite em que ∆t → 0, temos que v med → v . E além disso, v med toma a direção da reta tangente.
r
Logo, v assume também essa direção. Logo:
r
A direção da velocidade instantânea v de uma partícula é sempre tangente à trajetória da partícula na
posição desta partícula.

r
r dr
Reescrevendo a equação v = na forma de vetores unitários, temos:
dt
r
r dr
v=
dt
⇒v =
r d ˆ ˆ
dt
( dx
xi + yj + zkˆ = iˆ +
dt
) dy ˆ dz ˆ
dt
j+ k
dt
Ou seja
r
v = v x iˆ + v y ˆj + v z kˆ

r
onde as componentes escalares de v são:

v x = dx v y = dy v z = dz
dt dt dt

4. Aceleração média e aceleração instantânea

3
r r
Quando a velocidade da partícula varia de v1 para v 2 em um intervalo de tempo ∆t, sua
r
aceleração média a med durante o intervalo de tempo ∆t é

velocidade
aceleraçao =
tempo
ou
r r r
r v 2 − v1 ∆v
a méd = =
t 2 − t1 ∆t

r
Se reduzirmos ∆t para zero em torno de algum instante, então no limite, a med se aproxima da aceleração
r
instantânea a . Logo:
r r
r ∆v r dv
a = lim ⇒a=
∆t → 0 ∆t dt
Podemos reescrever a equação acima em termos de vetores unitários. Logo:
r d
a=
dt
( ) r dv
v x iˆ + v y ˆj + v z kˆ ⇒ a = x iˆ +
dt
dv y
dt
ˆj + dv z kˆ
dt
Logo r
a = a x iˆ + a y ˆj + a z kˆ
r
onde as componentes escalares de a são:

ax =
dv x ay=
dv y a z = dv z
dt dt dt

5. Movimento de projéteis

Vamos considerar um caso especial de movimento bidimensional: uma partícula


r
que se move em um plano vertical com alguma velocidade inicial v0 , mas sua
r
aceleração é sempre igual à aceleração de queda livre g , direcionada para baixo.
Chamaremos esta partícula de projétil e seu movimento é chamado movimento balístico.
Este projétil pode ser uma bola de tênis, uma bala de canhão, uma bola de beisebol.
A figura ao lado mostra a trajetória
seguida por um projétil quando o efeito do ar
é desconsiderado. O projétil é lançado com
r
velocidade inicial v 0 , onde:
r
v0 = v0 x iˆ + v0 y ˆj

4
As componentes v0x e v0y podem ser obtidas se
conhecermos o ângulo α de lançamento. Logo:

v0 x = v0 cos α
e
v0 y = v 0 senα

r r
Durante seu movimento bidimensional, o vetor posição r e a velocidade v do projétil mudam
r
continuamente, mas seu vetor aceleração a é constante e está sempre direcionado verticalmente para
baixo. Não há aceleração horizontal.

No movimento de projéteis, o movimento horizontal e vertical são independentes um do outro; ou seja,


nenhum afeta o outro.

Esta característica importante permite decompor o problema bidimensional em dois problemas


unidimensionais independentes: um com aceleração nula (horizontal) e outro com aceleração constante
(vertical).
A componente vertical da velocidade do skatista da figura ao
lado está variando, mas a componente vertical permanece constante
e igual à velocidade do skate. Em consequência, o skate permanece
abaixo do atleta, permitindo que ele pouse no skate após o salto.

6. Análise do movimento de um projétil

Vamos analisar mais rigorosamente o movimento de um projétil.


• Movimento horizontal
Por não existir aceleração ao longo da linha horizontal, a componente horizontal vx da velocidade do
projétil permanece inalterada e igual ao seu valor inicial v0x durante todo o movimento. Em qualquer
instante de tempo t, o deslocamento horizontal do projétil x − x 0 é dado por:

x − x0 = v0 x t

onde v0 x = v0 cos α . Logo:

x − x0 = (v0 cos α )t

5
• Movimento vertical
O movimento vertical, conforme já discutimos, apresenta aceleração constante e igual à aceleração da
gravidade. Desta forma, este movimento pode ser descrito pela equação:
1 1
y − y 0 = v0 y t + (− g )t 2 ⇒ y − y 0 = (v0 senα )t − gt 2
2 2
onde a componente vertical da velocidade v0y é substituída pela expressão equivalente v0y=v0senα. Além
disso:
v y = v0 y + at ⇒ v y = v0 senα − gt

e
v y2 = v 02y + 2a∆y ⇒ v y2 = (v 0 senα ) 2 − 2 g ( y − y 0 )

• Equação da trajetória
Podemos encontrar a equação do caminho percorrido pelo projétil (sua trajetória) se eliminarmos o
tempo t nas seguintes equações:
1 2
x − x0 = (v 0 cos α )t e y − y 0 = (v0 senα )t − gt
2
Assim:
x − x0
x − x0 = (v 0 cos α )t ⇒ t =
v0 cos α
Portanto:
2
1 x − x0 1 ⎛ x − x0 ⎞
y − y 0 = (v0 senα )t − gt 2 ⇒ y − y 0 = (v0 senα ) − g ⎜⎜ ⎟
2 v0 cos α 2 ⎝ v0 cos α ⎟⎠
2
1 ⎛ x − x0 ⎞
y − y 0 = ( x − x0 ) tan α − g ⎜⎜ ⎟
2 ⎝ v0 cos α ⎟⎠

Se admitirmos que y0=0 e x0=0, temos:


2
1 ⎛ x ⎞
y = x(tan α ) − g ⎜⎜ ⎟
2 ⎝ v 0 cos α ⎟⎠

Esta é a equação da trajetória mostrada na figura seguinte. Como


g, α e v0 são constantes, a equação acima é do tipo y = ax + bx 2 ,
onde a e b são constantes. Esta é a equação de uma parábola, o
que indica que a trajetória do projétil é parabólica.

6
• Alcance horizontal
O alcance horizontal R do projétil é a distância horizontal que o projétil percorreu após ter retornado à
sua altura inicial (altura do lançamento). Para encontrarmos o alcance R, faremos x − x0 = R e

y − y 0 = 0 . Logo:

x − x 0 = (v0 cos α )t ⇒ R = (v 0 cos α )t


e
1 2 1
y − y 0 = (v 0 senα )t − gt ⇒ 0 = (v 0 senα )t − gt 2
2 2
R
Mas t = . Logo:
v0 cos α

1 2 1 1 1 ⎛ R ⎞
0 = (v 0 senα )t − gt ⇒ 0 = (v0 senα ) − gt ⇒ gt = (v0 senα ) ⇒ g ⎜⎜ ⎟ = v0 senα
2 2 2 2 ⎝ v0 cos α ⎟⎠
2 2
R= v 0 senα cos α
g
Mas sabemos que sen(2α ) = 2 senα cos α . Logo:

v02
R= sen(2α )
g
Observe que R assume seu valor máximo quando sen(2α ) = 1 ⇒ 2α = 90° ⇒ α = 45° . Concluímos
então que

O alcance horizontal é máximo para lançamento num ângulo de 45°.

7. Movimento Circular Uniforme (M.C.U.)

Uma partícula está em movimento circular uniforme se ela se desloca ao redor de um círculo ou
de um arco de círculo com velocidade constante. Embora a velocidade não varie em módulo, a partícula
está acelerando. Este fato pode parecer paradoxal, pois associamos aceleração a variações na magnitude
da velocidade em um certo intervalo de tempo. Mas não podemos esquecer que a velocidade é um vetor.
Portanto, se a velocidade muda apenas de direção, existe aceleração.
A figura seguinte mostra a relação entre os vetores velocidade e
r r
aceleração num M.C.U. Ambos os vetores ( a , v ) possuem magnitudes
constantes durante o movimento, mas suas direções variam continuamente. A
velocidade está na direção sempre tangente ao círculo, no sentido do movimento.
A aceleração está sempre apontando na direção radial, com sentido para o
centro do círculo. Por isso, esta aceleração é denominada aceleração centrípeta.

7
Para encontrar a magnitude e a direção da aceleração para o M.C.U., vamos observar a figura

anterior. A partícula P se move com velocidade escalar constante v enquanto percorre uma
circunferência de raio r. No instante mostrado, P tem coordenadas xP e yP. Não podemos esquecer que a
r r
velocidade v é sempre tangente à trajetória da partícula numa dada posição. Isto implica que v é
r
sempre perpendicular a r (raio). Logo, o ângulo θ que v faz com uma vertical passando por P é igual ao
ângulo θ que o raio r faz com o eixo x.
Sabemos que a velocidade possui duas componentes:
r
v = v x iˆ + v y ˆj = (−vsenθ )iˆ + (v cos θ ) ˆj

Mas, pela figura, vemos que podemos substituir:

senθ = y P e cos θ = x P
r r
Logo:
r
v = v x iˆ + v y ˆj = (− vy P )iˆ + (vx P ) ˆj
r r
r
Para encontrarmos a aceleração a da partícula P devemos tomar a derivada da equação acima em
relação ao tempo. Logo:
r
r dv ⎛ v dy P ⎞ ˆ ⎛ v dx P ⎞ ˆ
a= = ⎜− ⎟i + ⎜ ⎟j
dt ⎝ r dt ⎠ ⎝ r dt ⎠
r
Notemos que dy P representa a velocidade vy (componente y de v ). Da mesma forma, dx P = vx .
dt dt
Mas, como vimos na figura:
v x = −vsenθ e v y = v cos θ

Assim:
r ⎛ v ⎞ ⎛v ⎞ ⎛ v ⎞ ⎛v ⎞
a = ⎜ − v y ⎟iˆ + ⎜ v x ⎟ ˆj ⇒ a = ⎜ − vsenθ ⎟iˆ + ⎜ v cos θ ⎟ ˆj
⎝ r ⎠ ⎝r ⎠ ⎝ r ⎠ ⎝r ⎠
r ⎛ v2 ⎞ ⎛ v2 ⎞
a = ⎜⎜ − senθ ⎟⎟iˆ + ⎜⎜ cos θ ⎟⎟ ˆj
⎝ r ⎠ ⎝ r ⎠
r
Para obtermos o módulo de a , fazemos:

8
2 2
⎛ v2 ⎞ ⎛ v2 ⎞
⇒ a = ⎜⎜ − senθ ⎟⎟ + ⎜⎜ cos θ ⎟⎟
2 2
a = ax + ay
⎝ r ⎠ ⎝ r ⎠

a=
v4
2
(
sen 2θ + cos 2 θ )
r
( )
Mas sen 2θ + cos 2 θ = 1. Logo:

v2
a=
r
Esta é a expressão para a aceleração centrípeta. Lembrando que v = ωr, e r=A temos que

a = ω2A

Durante esta aceleração, a partícula descreve uma volta completa (percorre uma distância de 2πr) no
tempo. Assim:
2πr
T=
v
T é chamado de período de revolução do movimento. No caso mais geral, o período é o tempo que uma
partícula leva para completar exatamente uma volta em uma trajetória fechada.

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