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(FREUD, 2009, p. 32). Essa alternncia, pelo que Breuer pde perceber, parecia ser induzida por
algum tipo de auto-hipnose. A partir desta descoberta, foi capaz de ativamente fazer com que
uma ou outra conscincia se manifestasse em um estado hipntico.
De fato, o autor relata que
Durante toda a doena seus dois estados de consciencia persistiram lado a lado: o
primario, em que ela era bastante normal psiquicamente, e o secundario, que bem pode
ser assemelhado a um sonho, em vista de sua abundancia de produes imaginarias e
alucinaes, suas grandes lacunas de memria e a falta de inibio e controle em suas
associaes. (FREUD, 2009, p. 47)
No obstante, embora seus dois estados fossem assim nitidamente separados, no s o
estado secundario invadia o primeiro, como tambm (...) um observador lcido e calmo
ficava sentado, conforme ela dizia, num canto de seu crebro, contemplando toda aquela
loucura a seu redor. (FREUD, 2009, p. 49)
Breuer relata que, durante o transe, fazia com que Anna revivesse e desse palavras ao trauma,
recriando a memria do incidente que havia primeiramente criado o sintoma. Isso produzia uma
catarse emocional e induzia a paciente a expressar o sentimento (afeto) associado ao fato. Aps
esse processo, o sintoma desaparecia.
Enquanto Anna ficou no campo, (...) a situao processou-se da seguinte maneira.
Visitava-a a tardinha, quando sabia que a encontraria em hipnose, e ento a aliviava de
toda a carga de produtos imaginativos que ela havia acumulado desde minha ltima
visita. (...) Quando isso era levado a efeito, ela ficava perfeitamente calma e, no dia
seguinte, mostrava-se agradavel, facil de lidar, diligente e at mesmo alegre; (...) Ela
descrevia de modo apropriado esse mtodo, falando a srio, como uma talking cure, ao
mesmo tempo em que se referia a ele, em tom de brincadeira, como chimneysweeping. A paciente sabia que, depois que houvesse dado expresso a suas
alucinaes, perderia toda a sua obstinao e aquilo que descrevia como sua energia
(FREUD, 2009, p. 37)