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Não existe nenhuma dúvida no povo brasileiro quanto ao desinteresse dos

governos em geral, com relação ao serviço público. Já no governo do


"entreguista" Fernando Henrique Cardoso começou o desmanche da máquina
administrativa, com redução de salários, escassos investimentos e substituição
de funcionários concursados de carreira pelos contratados, sem concurso, sem
experiência e indicados pelos políticos (corruptos) dentre os seus apaniguados
e, principalmente, apaniguadas.

Em alguns governos estaduais a situação de descaso se repete. O quadro dos


serviços de segurança, educação e saúde, básicos para o bem-estar da
população, se caracteriza pela falta de pessoal, baixos salários e deficiente
formação profissional, quando existe. A preferência dos governantes se fixa nas
obras civis e aquisição de equipamento: parece que existe algum lucro nisso.
Aliás, o desmiolado César Maia dizia que para despesas de investimentos não
havia problema; despesa de custeio é que são elas. (Salário de funcionário não
paga comissão?)

Agora está o Rio de Janeiro sob o governo de Sérgio Cabral. O modelo é o


mesmo, a segurança pública prestada à população extremamente deficiente
em razão da falta de pessoal e baixíssimos salários pagos aos policiais. Na
década de 80, uma delegacia de polícia no Rio tinha um efetivo médio de 100
homens. Em 2010, apesar do aumento da população e da incidência criminal, o
efetivo médio é de 40 servidores. Isso significa que cada um deveria trabalhar
por dois ou três para compensar essa defasagem: mas como os salários são
baixos, que exigem a complementação com outras atividades, o chamado
"bico",
esse esforço extra não tem sido possível.

É manifestação de suma incompetência manter uma política salarial de


arrocho, negando aumentos justos, restringindo o pagamento de gratificações
devidas e fixando um teto remuneratório ridículo, num estado que desfruta de
boa situação financeira como o Estado do Rio de Janeiro.

Mas parece que os problemas não se restringem somente aos salários. Falta
uma estrutura de amparo social ao servidor e suas famílias, como existe no
Exterior. Na Polícia Civil a assistência médica é inexistente, respondendo pelos
seus custos o próprio policial, quando vítima de doença profissional ou
ferimento em ação, o chamado acidente de serviço.

Os custos são enormes com cirurgias, tratamentos e reabilitação. Se o policial


não tem um seguro saúde dos mais abrangentes e caros, vai somar os males
da sua doença aos problemas financeiros que advirão.

Agora pergunta-se aos governadores do Rio de Janeiro: isso é justo? isso é


normal? isso é assim mesmo? ou, os senhores não têm vergonha na cara?

Segue-se um caso da vida real relatado por um policial da CORE, grupo de


elite da Polícia Civil:

Comunidade CORE – (orkut) Theo


"SOMOS LIXO DESCARTÁVEL ????”

“Desde 12/12/2003 estou lotado na CORE.


No Setor de Apoio Policial, fui a tudo que é morro. Levei tiros, granadas foram
atiradas em direção de nossa equipe, enfrentei o perigo com destemor.
Em 30/10/2009 fui ao Morro do Borel, em operação que além da CORE, outras
especializadas participaram da mesma.
Após horas de operação, localizamos suspeitos. Tiros foram disparados e no
meio do mato localizamos um barraco com material para embalar drogas.
O local era cheio de mato e lama.
Meu pé esquerdo escorregou na lama, meu corpo torceu por cima da perna e
acabei torcendo o joelho esquerdo, rompendo o ligamento cruzado anterior, e
lesionando os meniscos.
Colegas me levaram no colo até a ambulância da CORE.
Fui atendido no hospital do Andaraí.
O médico ortopedista não me tocou, nem sequer aproximou-se.
Após meia dúzia de perguntas, me mandou para o raio x.
Na volta olhou e disse que ia me encaminhar para o ambulatório para fazer
exames complementares, já que não havia fraturas.
Pelo atendimento recebido na emergência, fiquei imaginando como seria o
atendimento no ambulatório.
Por sorte eu tenho plano de saúde, barato, mas melhor do que o que a polícia
não nos dá nada.
O meu plano não cobre a ressonância magnética e não autoriza a cirurgia sem
este exame.
Tive que pagar, por que nem a polícia nem o Estado perguntou-me se eu
precisava de algo, o que deveria acontecer, já que me machuquei em serviço,
ou seja, servindo ao Estado e a sociedade.
O exame mostrou as lesões.
Queria operar logo, mas o meu médico antes me pediu exames de risco
cirúrgico, e laudo do cardiologista.
Cardiologista, pelo plano, só no fim de janeiro.
Paguei um particular.
Com laudo e exames prontos voltei ao cirurgião.
Foi pedido autorização para cirurgia, para parafusos e sei lá mais o que, o
plano só autorizou no fim de janeiro.
Marcada para 1 de fevereiro, fui renovar a licença médica.
A ortopedista da perícia me disse que eu já estava a 90 dias de licença, que se
eu não resolvesse logo meu problema ela iria pedir uma junta médica.
Falei para ela pedir duas, pois ninguém mais do que eu, tinha pressa para
operar, pois sentia dor e tinha dificuldade de andar, mas ainda assim eu teria
que esperar a autorização do plano, já que se fosse optar operar pelo Estado,
provavelmente iria operar depois de 2063, quando possivelmente, já estarei
morto.
A prova de que desejava operar logo é que mesmo ganhando pouco, paguei o
exame de ressonância magnética e o cardiologista.
Ela, a médica perita, me disse que as vezes é melhor pagar mesmo o particular
e deu mais 2 meses de licença, até final de março.
É melhor para ela que é médica, não para mim que sou policial, ganho pouco e
tenho dois filhos e uma mulher que dependem de mim.
Fiz a cirurgia no Hospital Venerável Ordem da Penitência, na Conde de Bonfim,
Tijuca.
Tive um choque após a cirurgia, por conta da anestesia geral, quando já estava
no quarto. Desmaiei, fiquei com dificuldades de respirar, minha pressão caiu
para 60x40. Se não fosse, minha mulher sair como louca gritando por socorro e
a rápida intervenção da equipe de enfermagem, acho que eu tinha partido
dessa para a outra.
Após 5 minutos inconsciente, acordei como se estivesse em um seriado do
“ER” (sala de emergência), com enfermeiras por todos os lados, um monte de
frascos de soro pendurados, injeções na veia, furo no dedo, pernas levantadas,
aparelho de pressão e uma voz ao longe dizendo: “ele está voltando”.
Não cheguei a ver a “luz”, mas acho que cheguei perto.
Por causa da baixa pressão que não subia e dos sinais vitais fracos, não me
deram medicamentos para dor.
Passei a pior noite da minha vida, com muita dor.
No dia seguinte entra uma secretária de um médico da equipe dizendo que eu
tinha que pagar a anestesia e depois pedir o reembolso, o problema é que eu
não tinha dinheiro. Ela me perguntou se ninguém tinha me avisado disso.
Claro que não, respondi, ou eu pediria para me operar sem anestesia.
Hoje, dia 5/2/2010, tive que arrumar os 320 reais para pagar o anestesista, que
nem é tanto, se tratando de um trabalho importante como o de um médico, a
droga é que o policial não é assim valorizado e vai ter que pedir emprestado.
Logo depois um outro médico entrou e perguntou se ninguém tinha me dito
que eu precisava de muletas... não, de novo. Aluguei também.
O médico me disse também que tenho que comprar um daqueles
imobilizadores de perna, com velcro.
Caramba... “estou ferrado”, pensei, achei que o plano pagava tudo.
Paguei a ressonância, paguei o cardiologista, paguei o exame de sangue do
fígado que não era coberto, pagarei a anestesia, paguei o imobilizador, paguei
as muletas.
Ainda bem que a gratificação da CORE ia para 1.500 reais.
Mas vejam bem, era mais uma mentira, não subiu coisa nenhuma.
Fui ao banco ver me saldo e para minha surpresa... cortaram minha
gratificação da CORE legal, de mil reais e meu salário caiu para 2.109,37.
Estou sendo castigado por ter sofrido um acidente de trabalho ?
Estou na “lona”, falido.
Não tenho dinheiro nem para os remédios novalgina, biprofenid e cefalexina.
Maldidos os que fizeram isso comigo...
Polícia maldita, chefia de segurança desgraçada, Estado execrado...
Nunca mais terão uma gota do meu suor...
Theophilo Augusto de Azambuja Neto, Inspetor de Polícia de 4ª classe, com 23
de serviços, Bacharel em Direito, faixa marrom de jiu-jitsu, com noções de
diversas lutas, com diversos cursos com Rapel para uso policial, diversos de
tiro, de direção defensiva e evasiva Nelson Piquet, tiro embarcado em viaturas,
em blindados, invasão de locais confinados com reféns, 3º Curso de Operações
Policiais da CORE.
Qual é o meu valor ?
Para o Estado e a polícia é ZERO.
Sou LIXO.
MALDITOS."

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