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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO

Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto


Departamento de Economia

Disciplina: REC0215 – Microeconomia I

Docente Responsável: Jaylson Silveira

2.1.2. Restrição orçamentária

Leitura básica: Varian (2006, cap. 2).

n
Conjunto orçamentário competitivo (ou walrasiano): É o subconjunto B = { X ∈ M : ∑ pi xi ≤ m} do
i =1

espaço de mercadorias M formado pelas cestas de consumo que um consumidor pode adquirir ao se
deparar com um vetor de preços exógenos p = ( p1 , p2 ,..., pn ) ∈ ℜ n+ + e tendo uma renda exógena

m ∈ ℜ++ .

Figura 2.1 de Varian (2006)

Hiperplano orçamentário: É o conjunto de cestas de consumo que custam exatamente m unidades


n
monetárias, ou seja, é o subconjunto { X ∈ M : ∑ pi xi = m} ⊂ B . Em particular, quando há somente
i =1
dois bens o hiperplano orçamentário torna-se uma reta orçamentária.

Bem composto: Quando trabalhamos com somente dois bens, podemos, sem perda de generalidade,
escolher o bem 2 como representante de tudo o que o consumidor gostaria de consumir a menos o
bem 1. O bem 2 é um bem composto, sendo medido em unidades monetárias e, portanto, tendo seu
preço normalizado em um ( p2 = 1 ).

Bem numerário: É o bem cujo preço é normalizado em 1. Ao dividir todos os preços dos demais
bens pelo preço do bem numerário, todos os demais bens passam a ser expressos em unidades do
bem numerário.

Mudanças da reta orçamentária devido à variação na renda:

Figura 2.2 de Varian (2006)

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Mudanças da reta orçamentária devido à variação em um dos preços:

Figura 2.3 de Varian (2006)

Mudanças da reta orçamentária devido a um imposto sobre a quantidade: O consumidor tem de


pagar uma certa quantia t > 0 por unidade adquirida do bem 1. Assim, o preço efetivamente pago
pelo consumidor é p1 + t . A nova reta orçamentária é ( p1 + t ) x1 + p2 x2 = m ou, alternativamente,
m ( p1 + t )
x2 = − x1 . Logo, a reta orçamentária torna-se mais íngreme.
p2 p2

Mudanças da reta orçamentária devido a um imposto ad valorem: O consumidor tem de pagar uma
fração 0 < τ < 1 sobre o valor de sua compra do bem 1. Neste caso o preço efetivamente pago pelo
consumidor é (1 + τ ) p1 . A nova reta orçamentária é (1 + τ ) p1 x1 + p2 x2 = m ou, alternativamente,
m (1 + τ ) p1
x2 = − x1 . Novamente, a reta orçamentária torna-se mais íngreme.
p2 p2

Mudanças da reta orçamentária devido a um imposto de montante fixo: O consumidor tem de pagar
um valor fixo 0 < d < m , independentemente das quantidades consumidas dos bens. Neste caso a
renda disponível para gastos em consumo passa a ser m − d . A nova reta orçamentária é
m − d p1
p1 x1 + p2 x2 = m − d ou, alternativamente, x2 = − x1 . Agora a reta orçamentária
p2 p2
simplesmente desloca-se em direção à origem sem mudar sua inclinação.

Mudanças da reta orçamentária devido a um subsídio sobre a quantidade: O consumidor recebe uma
certa quantia s > 0 por unidade adquirida do bem 1. Assim, o preço efetivamente pago pelo
consumidor é p1 − s . A nova reta orçamentária é ( p1 − s ) x1 + p2 x2 = m ou, alternativamente,
m ( p1 − s )
x2 = − x1 . Logo, a reta orçamentária torna-se menos íngreme.
p2 p2

Mudanças da reta orçamentária devido a um subsídio ad valorem: O consumidor recebe uma fração
0 < σ < 1 sobre o valor de sua compra do bem 1. Neste caso o preço efetivamente pago pelo
consumidor é (1 − σ ) p1 . A nova reta orçamentária passa a ser definida implicitamente por
m (1 − σ ) p1
(1 − σ ) p1 x1 + p2 x2 = m , sendo ela: x2 = − x1 . Novamente, a reta orçamentária torna-se
p2 p2
menos íngreme.

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Mudanças da reta orçamentária devido a um subsídio de montante fixo: O consumidor recebe um
valor fixo δ > 0 , independentemente das quantidades consumidas dos bens. Neste caso a renda
disponível para gastos em consumo passa a ser m + δ . A nova reta orçamentária passa a ser
m + δ p1
definida implicitamente por p1 x1 + p2 x2 = m + δ , sendo ela: x2 = − x1 . Agora a reta
p2 p2
orçamentária simplesmente distancia-se da origem sem mudar sua inclinação.

Efeito de um racionamento sobre o conjunto orçamentário: Suponha que ao consumidor é permitido


consumir no máximo uma quantidade x1 > 0 do bem 1. Logo, o conjunto orçamentário relevante
n
passa a ser B = {x ∈ M : ∑ pi xi ≤ m e x1 ≤ x1} .
i =1

Figura 2.4 de Varian (2006)

Efeitos combinados: Imposto sobre a quantidade consumida excedente do bem 1.

Figura 2.5 de Varian (2006)

2.1.3. Equilíbrio do consumidor: escolha ótima e maximização de utilidade

Suposição comportamental: O consumidor escolhe a cesta de consumo mais preferida dentre


aquelas que ele pode adquirir, ou seja, o consumidor escolhe X * tal que X * f~ X para todo X ∈ B .

A cesta de consumo X * = ( x1* , x2* ,..., xn* ) é denominada uma escolha ótima.

A condição de tangência entre a curva de indiferença e a reta orçamentária:

• Caso padrão: f sobre M é completa, transitiva, contínua, monótona, estritamente convexa e


~

a curva de indiferença é diferenciável.

Figura 5.1 de Varian (2006)

Observação: No caso padrão, na escolha ótima X * = ( x*1 , x2* ) a reta orçamentária é tangente a curva

de indiferença, de maneira que suas inclinações são iguais:

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∂u ( x1* , x2* )
∂x1 p
− * *
=− 1 .
∂u ( x1 , x2 ) p2
∂x2
Isto implica que a TMS2por1 iguala-se à razão dos preços (que mede o custo de oportunidade de
consumir o bem 1 em termos de bem 2), isto é:
∂u ( x1* , x*2 )
∂x1 p
TMS 2 por 1 = * *
= 1.
∂u ( x1 , x 2 ) p2
∂x2
Note que esta última igualdade pode ser expressa como segue:
UM 1 ( x1* , x*2 ) UM 2 ( x1* , x*2 )
= ,
p1 p2
que é uma forma alternativa de estabelecer o “equilíbrio do consumidor”.

• Caso de “gostos bizarros”: f sobre M é completa, transitiva, contínua, monótona, convexa e


~

a curva de indiferença não é diferenciável.

Figura 5.2 de Varian (2006)

• Caso de escolha ótima de fronteira: inexistência de tangência no ponto ótimo (a condição de


tangência é necessária, embora não suficiente, para uma escolha ótima).

Figura 5.3 de Varian (2006)

Figura 5.8 de Varian (2006)

• Caso de múltiplas escolhas ótimas (tangências): f sobre M é completa, transitiva, contínua,


~

monótona, não-convexa e a curva de indiferença é diferenciável.

Figura 5.4 de Varian (2006)

Maximização de utilidade: Suponha que existe uma função utilidade u : M → ℜ representando a


relação de preferência fraca f sobre M. Como a escolha ótima X * é tal que X * f~ X para todo
~

X ∈ B , pela definição de função utilidade temos que u ( X * ) ≥ u ( X ) para todo X ∈ B . Ou seja,

u ( X * ) é um máximo da função u : M → ℜ e a cesta de consumo X * é um maximizador no

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domínio B. Em suma, a escolha ótima do consumidor é solução do seguinte problema de
n
maximização condicionada: max u ( X ) sujeito à restrição
X ≥0 ∑px
i =1
i i ≤m.

Exemplo: Escolha ótima para um consumidor cuja relação de preferência f sobre M é


~

representada por u ( x1 , x2 ) = x12 x2 , que aufere uma renda de R$ 600,00/mês e tem de pagar R$ 4,00
por unidade do bem 1 e R$ 2,00 por unidade do bem 2.

Função demanda marshalliana: Se a relação de preferência f sobre M é completa, transitiva,


~

contínua, monótona e estritamente convexa, existe uma, e somente uma, cesta de consumo X *
(escolha ótima) que resolve o problema de maximização de utilidade, a qual é uma função contínua
dos preços p = ( p1 , p2 ,..., pn ) ∈ ℜ +n + e da renda m ∈ ℜ ++ , ou seja,

X * = ( x1* , x2* ,..., xn* ) = (x1 ( p, y ), x2 ( p, m),..., xn ( p, m) )

ou, alternativamente, xi* = x1 ( p1 , p2 ,..., pn , m) para todo i = 1,2,..., n .

Exemplos: Suponha que ( p1 , p2 ) >> (0,0) e m > 0 são exogenamente determinados.

• Função demanda marshalliana de preferências com bens substitutos: cálculos na lousa.

Figura 5.5 de Varian (2006)

• Função demanda marshalliana de preferências com bens complementares: cálculos na lousa.

Figura 5.6 de Varian (2006)

• Função demanda marshalliana de preferências Cobb-Douglas: cálculos na lousa.

Implicações da escolha ótima sobre a TMS: Se um grupo de consumidores se defronta com o


mesmos preços ( p1 , p2 ,..., pn ) ∈ ℜ n+ + , então todos os consumidores terão as mesmas taxas marginais
de substituição. Assim, os preços não são números arbitrários, mas sim indicadores do valor
marginal dos bens.

Escolha de impostos: Imposto sobre a quantidade versus imposto de renda

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• Premissas: (i) Primeiro, impõe-se um imposto de t unidades monetárias sobre cada unidade
consumida do bem 1, cuja receita arrecadada é R * = tx1* ; (ii) Em seguida, impõe-se um

imposto de renda (de montante fixo) igual a R * .

Figura 5.9 de Varian (2006)

• Conclusão: O imposto de renda é superior ao imposto sobre a quantidade do bem 1, pois


gera a mesma receita tributária e ainda deixa o consumidor em uma situação melhor do que
aquela com o imposto sobre a quantidade.
• Restrições: (i) A conclusão vale para um consumidor. Se o imposto é aplicado
uniformemente, os impactos seriam diferentes para consumidores com relações de
preferência distintas; (ii) Partimos do pressuposto de que o imposto de renda é um imposto
de montante fixo. De fato, o imposto de renda afeta não só a renda disponível para o
consumidor como também sua disposição a ganhar mais; e (iii) Não se levou em
consideração à resposta da oferta às variações causadas pelos impostos.

Exercícios: Resolva todas as “Questões de Revisão” propostas por Varian (2006, cap. 5). Resolva
os problemas 6, 10 e 11 das “Questões para Revisão” e o problema 4 e 7 a 17 dos “Exercícios”
propostos por Pindyck e Rubinfeld (2006, cap. 3). Resolva os “Problems” 4.1, 4.2, 4.3, 4.4, 4.5 (até
o item b) e 4.9 (até o item b) de Nicholson (2005, cap. 4).

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