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Há cerca de cinco anos vem crescendo no Brasil um trabalho psicoterapêutico que conquista os
em grupo, sob a orientação de um profissional formado nesse tipo de técnica, a terapia aplica de
No fundo, somos todos iguais – ninguém é melhor ou pior que o outro. Estamos todos ligados por
laços invisíveis, mas que de alguma forma orientam nossas ações. O sentimento que move o
mundo é o amor. Tempo e espaço não existem. Tudo está acontecendo ao mesmo tempo, aqui e
agora. Tudo está ligado; nada existe isoladamente. Essas são algumas das idéias que embasam a
terapia, e que podem ser experimentadas de maneira palpável pelos participantes. “É difícil
explicar, mas muito fácil de sentir”, resume Graziela Silveira, coordenadora dos workshops
terapêuticos que há um ano e meio vêm acontecendo em Brasília. O trabalho é conduzido pelo
psicólogo Reginaldo Teixeira Coelho, mais conhecido como Régis. Ele é psicólogo clinico formado
em Belo Horizonte pela UFMG com diversas especializações com em Analise Bioenergética pela
organizador geral da formação de Bert Hellinger aqui no Brasil O trabalho foi apelidado de
Constelação Familiar pela maneira como se organiza espacialmente. Depois de expor sua questão
ao terapeuta, o cliente escolhe, entre os participantes do grupo, uma pessoa para representar
cada membro da sua família. Em seguida ele “constela” essas pessoas, ou seja, encontra para
A Terapia Sistêmica de Bert Hellinger considera que, no universo, não existe forma sem conteúdo.
Portanto, quando os familiares são colocados numa determinada configuração espacial (de frente
ou de costas para um certo parente, separados em duplas, isolados uns dos outros, juntos
claramente percebido pelas pessoas escolhidas para representar os familiares. Por isso, elas têm
Depois de solicitar aos representantes que relaxem e observem como estão se sentindo naquela
surpreendem até os próprios protagonistas. Houve, por exemplo, o caso da avó de um cliente,
que, segundo as lembranças dele e os relatos da família, era uma esposa dedicada e se
relacionava bem com o marido. Quando colocada frente a frente com o companheiro, a
representante da avó sentiu tanta raiva e tanto medo que não conseguia nem olhar para ele;
apenas chorava, dizia que queria morrer e ficar longe daquele homem.
Quando algo assim acontece Régis Coelho faz questão de lembrar ao cliente que os protagonistas
não têm nenhuma razão para inventar sentimentos para pessoas que não conhecem e das quais
nada sabem – muito menos para vivenciar esses sentimentos a ponto de chorar, rir, gritar, tremer
ou manifestar outros sintomas físicos, agradáveis ou não. É comum o cliente relatar que a postura
ou o jeito de falar do protagonista do seu pai, por exemplo, estava “igualzinho” ao jeito do pai
verdadeiro.
A explicação para isso está no campo morfogenetico criado pelo indivíduo quando ele monta sua
família no espaço.O estudo destes campos vem da Biologia e seu maior pesquisador é Rupert
Sheldrake que preconiza : quando um individuo de uma mesma espécie atinge uma determinada
aprendizagem ou nível de consciência existe uma tendência desta aprendizagem ser transmitida a
todos da mesma espécie via estes campos. Os princípios sistêmicos e da inter-relações e das
redes que formam os conceitos da cibernética vieram confirmar a ação destes campos na vida
Nesse ponto do trabalho o cliente está sentado numa cadeira, observando, a poucos metros de
distância, a fala dos representantes. Essa visualização tem uma função terapêutica muito
importante, porque permite que ele literalmente veja a sua família e possa perceber as
Depois de saber como cada um dos familiares está se sentindo, o terapeuta faz com que eles
conversem entre si, de acordo com as necessidades. O pai e a mãe dialogam e deixam claro qual
foi o tipo de “pacto” que norteou sua convivência; o cliente fala com o pai, com a mãe, com os
irmãos e avós, quando for necessário. Os diálogos são orientados pelo terapeuta. Eles servem
para explicitar as motivações ocultas das relações familiares, que fornecem a base para o
70 pelo teólogo e psicoterapeuta alemão Bert Hellinger, que ele reuniu sob os nome de “Ordens do
inconsciente e prejudicial com pessoas que, no passado, foram excluídas do círculo familiar.
Permite, ainda, transformar a culpa (e outros sentimentos difíceis de serem superados) em uma
Em julho de 1999 Bert Hellinger descreveu em tópicos a sua abordagem e seu respectivo
desenvolvimento.
1. A idéia de Eric Berne de que existem scripts pessoais segundo os quais uma pessoa organiza
inconscientemente a sua vida teve um papel muito importante para mim. Berne acreditava que
isso vinha das instruções recebidas dos pais na infância. Eu vi que isto tem a ver com
gerações anteriores.
2. Já durante o meu trabalho prático de muitos anos com a terapia primal pude observar que
muitos sentimentos, também os violentos, nada tinham a ver com a vivência pessoal. Tornou-se
evidente para mim que são sentimentos freqüentemente assumidos através de uma identificação
3. Além disso, vivenciei sempre que a consciência que sentimos tem funções que conservam o
necessidade de equiparação entre o dar e o receber, das vantagens e perdas e a imposição das
normas do grupo.
4. Mais ainda. Existe uma consciência inconsciente que liga os membros de um sistema e impõe
a. Cada membro da família e estirpe tem o mesmo direito de pertinência, também os que
c. Vantagens às custas de outrem serão compensadas muitas vezes somente em uma geração
posterior.
d. Os membros anteriores têm precedência sobre os posteriores . Por isso quando um membro
posterior se eleva sobre um anterior ele paga muitas vezes através do fracasso ou queda.
5. Finalmente, existem muitas indicações que os mortos atuam sobre os vivos , ou de um modo
maléfico, se são excluídos ou temidos, ou de modo benéfico, se são chorados, honrados e depois
deixados em paz.
A Constelação Familiar como a entendo e pratico, traz então à luz, no sentido das idéias básicas
aqui apresentadas, onde estamos emaranhados e quais são os passos que conduzem ao
desenredamento e solução. Todos estes passos têm a ver com o respeito pelos outros. Os
assassinos são uma exceção. Devemos deixá-los partir do sistema para que possam juntar-se às
Fonte:
Psicólogo Clínico UFMG especializado em: Analise Bioenergética pelo International Institute for
Bert Hellinger