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Acadêmica: Míthila Córdova de Oliveira

HONORÁRIOS NA JUSTIÇA DO TRABALHO

De acordo com o art. 133 da Constituição Federal de 1988 “O advogado é


indispensável à administração da justiça [...]”, desta forma, não seria diferente a
exigência de advogado nos processos que envolvam a lide trabalhista.
Porém, tendo os seus serviços prestados não há nada mais justo do que o
recebimento dos honorários sejam eles os contratados ou ainda os arbitrados pelo
juiz.
De acordo com a súmula n° 219 do TST em conjunto com a OJ 348 SDI/TST,
a condenação dos honorários advocatícios nunca poderá ser superior a 15% do
valor líquido da condenação, apurados na fase de liquidação de sentença, sem
dedução de descontos fiscais e previdenciários, não decorre de sucumbência, e
ainda poderá estar assistida pelo sindicato da categoria, para confirmar a sua
condição econômica, se no caso, o advogado for contratado pelo sindicato ou ainda
seja defensor dativo, podendo ser substituída pela declaração de situação
economica feita de “próprio punho”.
Conforme a lei n° 5.584, que dispõe sobre as normas de direito processual do
trabalho correspondente à concessão e prestação de assistência judiciária na
Justiça do Trabalho, em seu art. 14 prevê que a assistência judiciária constante na
Lei 1.060, será prestada pelo sindicato da categoria profissional a que pertencer o
trabalhador, que receber salário inferior ou igual ao mínimo legal. No art. 16 da
mesma lei, dispõe que os honorários do advogado pagos pelo vencido reverterão
em favor do sindicato.
Na Justiça do Trabalho, admite-se o mandato tácito, ou seja, o advogado
comparece na audiência, pratica os atos processuais como procurador da parte,
porém sem possuir procuração nos autos, podendo praticar somente os atos
“genéricos”, excetuando os elencados no art. 38 do CPC.
O advogado que faz uso do mandato tácito, tem o prazo de quinze dias,
prorrogável por mais quinze dias, conforme prevê o art. 5° §1° do Estatuto da Ordem
dos Advogados do Brasil, sendo que conforme a súmula 395, só é válida a
procuração que for juntada no processo dentro do prazo previsto.
No entanto, com base na Súmula 383 do TST, não é admitido em instância
recursal, a apresentação tardia da procuração.
Todavia, conforme Renato Saraiva:

[...] após a edição da EC 45/2004, que ampliou a competência material da


justiça do trabalho para processar e julgar qualquer ação envolvendo
relação de trabalho, o Tribunal Superior do Trabalho, por meio da
Resolução 126/2005, editou a IN 27-2005, dispondo sobre inúmeras normas
procedimentais aplicáveis ao processo do trabalho, estabelecendo no art. 5°
que: “exceto nas lides decorrentes de relação de emprego os honorários
advocatícios são devidos pela mera sucumbência” (SARAIVA, 2009, p. 269)

No entanto, não faz muito sentido, excluir da aplicação dos honorários


sucumbenciais, as lides que envolvam relação de emprego, tornando assim uma
mera formalidade, haja vista que isso beneficiaria o empregador de imediato, dando
margem para que o mesmo seguisse com uma “carreira” de descumpridor dos
direitos trabalhistas, deixando assim menos favorecido o empregado, que além de
receber atrasado o que de fato, lhe era de direito, teve diminuída as suas verbas a
receber, e ainda muitas vezes, teve de arcar com as custas processuais decorrentes
da lide pleiteada.
Ainda, o vencedor que tiver direito aos honorários sucumbenciais arbitrados
e não pagos pelo vencido, deverá pleitear no juízo comum pelo seu cumprimento, já
que a justiça do trabalho é considerada como justiça laboral, decorrente de relação
de emprego, e situações afins, sendo incompetente, para processar e julgar o
cumprimento de honorários advocatícios devidos, mesmo que esta relação seja
prestada entre o advogado e o Estado, Município, União ou Distrito Federal.
Nesse sentido manifesta-se o Tribunal Superior do Trabalho:

RECURSO DE REVISTA. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO.


AÇÃO DE COBRANÇA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. DEFENSOR
DATIVO. -A Justiça do Trabalho é incompetente para julgar a presente
ação, em que o advogado é nomeado como defensor dativo pelo juízo
estadual em processo que correu perante o Juizado Especial Cível e
Criminal, e busca o recebimento de honorários advocatícios pela
remuneração dos serviços prestados para o Estado. Trata-se de relação
administrativa que não se insere na competência da Justiça do Trabalho.
Recurso de embargos conhecido e desprovido.- (TST-E-RR-65300-
07.2007.5.03.0081; SDI-I; Rel. Min. Aloysio Corrêa da Veiga) Recurso de
revista conhecido e provido. (Processo: RR - 58300-19.2008.5.03.0081
Data de Julgamento: 03/03/2010, Relatora Ministra: Rosa Maria Weber, 3ª
Turma, Data de Divulgação: DEJT 19/03/2010.)

Ainda o Tribunal Superior do Trabalho, entende que:


RECURSO DE REVISTA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. AÇÃO DE
COBRANÇA. EC 45/2004 - ART. 114 DA CF. INCOMPETÊNCIA DA
JUSTIÇA DO TRABALHO. A Subseção-1 Especializada em Dissídios
Individuais, no julgamento do Processo nº E-RR-8310/2006-026-12-00.3,
entendeu que esta Justiça Especializada é incompetente para examinar os
processos em que se discute a cobrança de honorários advocatícios em
virtude da celebração de contrato de prestação de serviços entre
profissional liberal e seu cliente. Concluiu na oportunidade, que a matéria
tem índole eminentemente civil, não guardando pertinência com a relação
de trabalho. Recurso de revista conhecido e provido. (Processo: RR -
52500-16.2007.5.03.0058 Data de Julgamento: 02/12/2009, Relator
Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, 3ª Turma, Data de
Divulgação: DEJT 18/12/2009)

Tendo em vista as informações apresentadas, pode-se concluir, que é justo


que seja arbitrados os honorários sucumbenciais nas lides trabalhistas, como uma
forma de ressarcimento aos custos que se obteve com o processo, bem como
causar uma mais uma forma de sancionamento ao empregador mau pagador, e
ainda assegurar que o trabalhador tenha os seus direitos atendidos e sanados.
Ainda, pode-se notar que a Justiça do Trabalho seria incompetente para tratar
de ações que tenham como base a cobrança de honorários advocatícios, pelo fato
de que sua competência é estritamente definida para processar e julgar objetos de
relações de trabalho e afins, sendo então competente para responder aos
questionamentos acerca dos honorários advocatícios, a justiça comum.

REFERÊNCIAS.

BRASIL. Código de Processo Civil de 2002.

BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988

BRASIL. Decreto – Lei 5.452, de 1° de maio de 1943 que aprovou a Consolidação


das Leis do Trabalho.

BRASIL. Lei 5.584 de 26 de junho de 1970, que dispõe sobre normas de direito
processual do trabalho, altera os dispositivos da Consolidação das Leis do Trabalho,
disciplina a concessão e prestação de assistência judiciária, na Justiça do Trabalho.

BRASIL. Lei 8.906 de 04 de julho de 1994, que dispõe sobre o Estatuto da


Advocacia e a Ordem dos Advogados do Brasil.

BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Súmulas 219, 383, 385 e Orientação


Jurisprudencial n° 348 SDI/TST

SARAIVA. Renato. Curso de Direito Processual do Trabalho. 6. ed. São Paulo:


Método, 2009

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