Sie sind auf Seite 1von 18

Argumento

Introdução

Este projecto da unidade curricular Argumento foi concebido para ser ilustrado
numa banda desenhada digital sobre saúde ambiental, para o departamento de
saúde ambiental da ESSB.
Foram analisados e interpretados os vários conteúdos sobre saúde ambiental e de
cada um seleccionamos alguns temas chave para desenvolver o nosso
argumento.
Os vários conteúdos analisados são: resíduos, água para consumo humano,
águas residuais, segurança alimentar, ruído, salubridade das praias e piscinas,
segurança nos parques, urbanismo, qualidade do ar interior e exterior, saúde no
trabalho, radiações.
O público-alvo são crianças dos 6 aos 12 anos.
Os cenários utilizados são: o parque e a casa (cozinha e quarto do Tito).
Os personagens são: Tito, O pai Francis, a mãe Madalena, o cão Ty, a gata Buda,
E, a Rita, técnica de saúde ambiental dos quais Tito e o cão Ty serão os
protagonistas.
Na elaboração deste argumento já estavam pré definidas as personagens, os
conteúdos, o público-alvo e os cenários.
Prefácio

- Olá! Eu sou o sábio Ty, tenho 3 anos que equivalem a 21 anos na vida
humana e, se me consegues ouvir, és de certo uma criança entre os 6 e os 12
anos. Sou um cão de raça Labrador, de pêlo amarelo-torrado com uma mancha
mais clara, mas discreta, em forma de asas junto à nuca, que ganham vida
sempre que um problema ou solução existem. Tenho um olho azul e um olho
verde, e, ao contrário dos outros cães, consigo ver com os dois olhos. Sempre que
um problema existe, ambos os meus olhos ficam verdes, como se a sinalizar um
problema de saúde ambiental e permanecem assim até serem solucionados.
Nessa altura ganham um tom azul por cinco segundos e, em seguida, voltam ao
seu normal.
Os amiguinhos que eu fui ajudando chamam-me Ty, porque todos eles me
conheceram no parque Totyl. Tenho a missão de ajudar o ambiente e, por esse
motivo, sou de todos e não sou de ninguém. Tento manter a minha amizade para
com todas as crianças que conheci até hoje e recebo visitas de todos eles com
frequência, pois vivo num local privilegiado, o parque Totyl.
Desde que me conheço, vivo neste parque e, que me lembre, não fui
abandonado! Não querendo ser vaidoso mas já sendo, sou um cão muito especial.
Pode parecer estranho mas eu não como, não tenho sede, não tenho qualquer
tipo de necessidade e o mais incrível, não durmo.
Vivo somente para vocês e acredito que ensinando-vos aos poucos e
sensibilizando-vos para um bem-estar geral e pessoal no vosso dia-a-dia vocês
vão aprender e passar a mensagem a todos os outros.
A situação que vos vou contar agora passa-se do outro lado da rua. Daqui
consegue ouvir-se e ver-se a Madalena, mãe de Tito, na cozinha, muito zangada.
Vou contar-vos tudo …Mais à frente claro…
Madalena, tem trinta e quatro anos, é alta e com aspecto muito esguio.
Cabelo azulão eléctrico encaracolado que lhe bate nos ombros, e olhos verdes
garrafa que sobressaem devido à sua pele tão branca. Madalena é Portuguesa
mas descendente de ingleses e, por isso, todos os dias, coloca não um, mas sim
dois relógios no braço esquerdo, um perto do outro. Ambos os relógios tocam
pontualmente e diariamente - um pelas 16horas e outro pelas 16.05h, hora em que
Tito sai da escola.
É uma mulher muito meiga e é nos seus olhos que as pessoas mais
próximas encontram tranquilidade e segurança. Fica vermelha quando se
envergonha, treme quando está nervosa e, quando se irrita, num acto involuntário,
o seu cabelo levanta no ar como se alguma força magnética o puxasse e os seus
olhos verdes ficam maiores como se saíssem da órbita.
É uma mulher muito inteligente, assertiva, organizada, responsável e
determinada. Características típicas da descendência inglesa. Trabalha numa
empresa de fiscalização de segurança no trabalho, gosta de se vestir com cores
muito fortes, mas normalmente a roupa que veste de segunda a sexta-feira são
umas calças de ganga clara, justas ao corpo cuja bainha lhe toca no tornozelo.
Usa chinelos com meia por dentro, e uma camisa vermelha cintada com duas
dobras nas mangas que deixam ver a sua pele tão branca e ainda uma pequena
saliência na barriga devido à sua gravidez de três meses. Ainda não sabe se é
menino ou menina. Mas prefere uma menina.
O Francis, seu marido e pai de Tito, tem trinta e dois anos. É alto, tem o
cabelo muito crespo, quase parece africano mas, no entanto, é escocês. Usa
sempre kilt que deixa destacar as suas pernas repletas de pêlos vermelhos!
Fuma bastante, e já percebi que isso incomoda Madalena e a impertinente da
gata.
Ah! É verdade, ainda não vos falei da Buda. Buda é a gata mais mimada
que eu conheço, como já devem ter percebido não nos damos muito bem. Aquele
pêlo todo, típico da sua raça, faz-me confusão. Sim, ela é uma gata de raça persa,
de pêlo branco e olhos amarelos, incomoda qualquer um e principalmente ao Tito
que é alérgico.
O Tito é o menino que venho ajudar desta vez. Tito tem sete anos, cabelo
vermelho, olhos castanhos debaixo dos óculos com lentes de fundo garrafal, de
massa verde. Tem algumas sardas nas bochechas e anda sempre com o nariz
cheio de ranho devido às alergias provocadas pelos pêlos da gata, é um rapaz alto
e muito magro, veste sempre calções, t-shirts, meias brancas e sandálias, usa um
curioso chapéu com a sigla “I LOVE NY”. É muito energético, está sempre a ser
chamado à atenção pelos professores e os seus pais estão constantemente a
serem convocados à escola devido ao seu comportamento. No entanto, Tito é um
rapaz muito esperto e atinge sempre bons resultados na escola. É muito famoso
entre os colegas, mas sente-se um pouco sozinho, devido à falta de atenção por
parte dos pais.
Tito e os pais vivem numa rua bastante ruidosa, devido ao trânsito. Nessa
rua situam-se algumas superfícies comerciais e é constante o barulho de carros e
de camiões a fazerem cargas e descargas. Para piorar a situação a rua agora
anda em obras e o barulho tornou-se insuportável. A casa, na entrada, tem uma
placa com o nome da família, Ericsson. Madalena não quis abdicar do nome do
seu pai. É uma enorme vivenda de três andares, o último andar é o sótão e depois
de várias guerras em casa, o Tito conseguiu fazer lá o seu quarto.

Cena 1
Cozinha

Vista a construção da casa por fora, parece uma casa assombrada porque
é uma estrutura antiga e sem reformas, mas daqui consigo ver a cozinha, toda
remodelada, com móveis brancos e uma grande mesa de madeira preta rodeada
por quatro cadeiras.
Em cima da mesa está o jornal Times e uma comprida jarra com um grande
ramo de flores de plástico, para não murcharem, que Francis deu a Madalena num
jantar romântico. Apesar de serem de plástico, tem um ar tão verdadeiro que
encanta qualquer um. Por cima do frigorífico está uma televisão completamente
nova comprada em promoção na Worten. A cozinha é bastante iluminada por uma
janela enorme, com vidros aos quadradinhos onde, Buda, a gata mimada da
família passa a vida. Todos os dias, pelas dezanove horas, Madalena cozinha o
jantar para a família, sempre com a sua gata por perto. Madalena é uma excelente
cozinheira, sendo a sua especialidade soufflé de camarão, que deixa qualquer um
de água na boca, pois, segundo as suas visitas, é de comer e chorar por mais. A
cozinha é bem equipada, com todo o tipo de utensílios necessários aos bons
cozinheiros. Parece mesmo uma cozinha de restaurante, de tão grande que é.
Na cozinha, Madalena furiosa e com o cabelo azul todo em pé grita:
- Tito!! Vai já para cima secar esse cabelo meu menino e só voltas cá para baixo
na hora de jantar!
Até consigo ouvir daqui, com as minhas maravilhosas orelhas! Madalena
está chateada pois, mais uma vez, foi chamada pelo director devido ao mau
comportamento do pequeno Tito. Hoje, mais uma vez, Tito foi à natação e, como
sempre, no balneário anda descalço e não se preocupa em usar chinelos. O
professor de natação farta-se de ralhar com ele por causa disso porque não quer
que os seus alunos apanhem „pé de atleta‟. No entanto, Tito nunca liga ao que o
professor diz e deixa sempre os chinelos no balneário.
Tito respondeu muito indignado:
- Mas mãe... a culpa não foi minha, os meus colegas é que me roubaram os
chinelos. (que desculpa mais esfarrapada!).
- Tito, nem mais uma palavra, e leva uma barra de cereais para o teu quarto. Não
respondas mais. À hora do jantar a mãe chama-te. Agora sobe!
- Mas mãe….
- Faz já o que a mãe te diz Tito! (grita o pai por entre as folhas do jornal, que lia
calmamente, sentado no sofá).
O pequeno rapazito subiu as escadas muito triste e nem deu muita
importância a Buda, como de costume.
Apesar de muito inteligente, curioso e de tirar boas notas, Tito é um menino
irrequieto, que perturba muito as aulas devido à sua hiperactividade
Como seria de esperar, Tito não ia ficar fechado a tarde toda no quarto
como a mãe mandou. Pega na chave que estava na mesa da cozinha e sai
gritando:
- Mãe, pai! Vou para o parque!
Madalena estava tão ocupada com a preparação do jantar que nem prestou
atenção ao Tito e muito menos o seu pai que não tirava os olhos do jornal.
Buda viu o menino a sair sorrateiramente e pôs-se à janela, para ver onde o
pequeno iria e, aproveitou, para apanhar ar nos seus longos bigodes.

Cena 2
Parque

Tito atravessou a estrada a correr sem olhar e quase foi atropelado por um
carro cujo condutor não viu a sinalização de passadeira que estava encoberta por
uma árvore, e travou bruscamente. Tito continuou a correr sem dar a mínima
atenção ao sucedido e foi brincar sozinho no parque, que ficava relativamente
perto de sua casa. O parque Totyl é um parque muito especial. Tem dois bancos
duplos em forma de bananas amarelas bem chamativas, onde normalmente os
pais se sentam enquanto vigiam as brincadeiras dos meninos. O caixote de lixo,
verde, é bem sinalizado, mas os amigos que frequentam o meu parque não têm
muita pontaria. Os dois escorregas pretos são enormes e cobertos, como se
tratasse de um parque de diversões aquático. As crianças adoram a adrenalina de
escorregar no escuro. O chão, de betão, pintado de verde a imitar a relva, aquece
muita em dias Verão. As várias corridas de triciclo, na pista que fica junto dos
escorregas, traz muita animação a este parque. O pequeno minigolfe entre os
escorregas e os bancos estão um pouco destruídos porque, a vedação verde de
rede de dois metros que rodeava o parque, foi forçada por alguns adolescentes
alcoolizados e, não foi arranjada desde então. O chafariz, no meio do parque, tem
uma escultura de uma criança a fazer chichi.
Na entrada do parque, no portão do mesmo material da vedação, há uma
placa vermelha que avisa que só é permitida a utilização de crianças dos três aos
doze anos, mas muita boa gente não deve saber ler. Existem, ao redor do parque,
plantas fictícias a imitar girassóis, que dão mais cor ao mesmo. O castelo de
madeira construído em cima do chafariz é a atracção do parque, com vários
compartimentos e pontes. Todos os pontos altos são protegidos sem qualquer
perigo de queda. Os dois baloiços, que ficam à frente do escorrega, são cor-de-
rosa. A música, dos cavalinhos de mola, é abafada pelo barulho dos carros que
passam na estrada que está mesmo em frente ao parque. No entanto, as crianças
não deixam de brincar neles. É, sem dúvida, o local mais concorrido do parque.
Tito sabia que, se a mãe fosse à janela, o poderia ver, mas não estava
preocupado pois ela estava muito atarefada.
Decidiu aproveitar a tarde e brincar no parque. A primeira coisa que fez foi
sentar-se no baloiço e balançou para a frente e para trás durante cinco minutos,
muito alegre porque sentia o vento a bater-lhe na cara. Tito não se apercebeu,
mas eu já o estava a observar. Fartou-se rapidamente dos baloiços e, decidiu, que
iria atirar pedras às árvores para ver se acertava em algum passarinho! De
repente, no meio da sua brincadeira, eu apareci e Tito subiu para cima do banco
que ali estava.
Tito, habitualmente não tinha medo de cães mas eu era diferente, era
grande, cheirava mal, e tinha um aspecto sujo. Fiquei a olhar para ele e ele para
mim. Olhamo-nos durante alguns segundos até que Tito gritou:
- O meu pai é o senhor Francis e a minha mãe, Madalena, é fiscal de saúde no
trabalho e, se eu quiser, eles mandam-te prender e tu nunca mais voltas aqui.
Portanto, ai de ti que me mordas.
Eu nem me mexi. Continuei ali quieto e sentado a olhar para o menino que,
de repente, perdeu o medo e desceu do banco. Foi ao bolso do casaco, que
estava perto do baloiço, tirar a barra de cereais que a mãe lhe dera para lanchar,
caso tivesse fome enquanto estivesse no quarto.
Voltou para o mesmo local mas, desta vez, sentou-se a dois bancos de
distância de mim pois acho que o deixava um pouco desconfortável. Comeu a sua
barrita a correr e engasgou-se com o ultimo pedaço. Como não tinha trazido nada
para beber foi beber água do chafariz que estava a deitar água constantemente, e
eu gritei:
- NÃÃOO. Não bebas essa água!
Ao que o Tito respondeu:
- Não! Porquê? Respondeu, sem se aperceber que não estava ali ninguém a não
ser a minha cãossoa (um cão que se considera uma pessoa).
Quando pôs a água na boca cuspiu-a imediatamente pois, a água, tinha um
sabor a terra estranho. Até que eu disse novamente:
- Vês, eu avisei-te. Essa água é imprópria para consumo, está cheia de micróbios.
Podes ver que a sua cor é acastanhada e não incolor como deveria ser. Não é
tratada! Podes apanhar dores de barriga, diarreia e infecções.
O Tito diz:
- Podias ter dito isso antes, não era?!
Quando olhou para baixo, viu-me a olhar para ele e, pela sua expressão, deve ter
pensado: -“Não, isto foi imaginação minha”. Até que eu lhe disse com um sorriso
no focinho:
- O meu nome é Ty. Muito prazer. Muito simpático, estiquei a pata direita e o Tito
disse:
- Mas, mas isto não é possível!!? Um cão que fala?? E, pensava eu, que já tinha
visto tudo.
Dá uma risada enquanto treme as pernas compridas que tem.
- Pois é, eu sou assim e sou muito esperto.
O Tito afastou-se de mim em pezinhos de lã e pegou no pacote da barrita que
tinha na mão e tenta acertar no caixote do lixo azul que ali estava, como sempre,
muito cheio, pois o camião do lixo já não o vinha recolher há uma semana. Sendo
assim, o pequeno atira o pacote e falha. O pacote cai no chão, num monte de lixo
que ali estava e, Tito, nem se preocupou com o que tinha feito.
Eu, muito indignado, olhei para o pequeno Tito. Os meus olhos ficaram
imediatamente verdes e perguntei-lhe:
- Quantos anos tens tu?
Ao que o Tito respondeu:
- Sete anos, quase oito. Já sou grande. Porquê?
- Tens pouca pontaria?
- Porque dizes isso?
- Não sabes que não se deve atirar lixo para o chão?
- Mas está tudo cheio, só me resta atirar para o chão!
- Tito, é esse o teu nome não é? Se atirares o lixo para o chão e se todos fizerem
o mesmo, já viste como vai ficar o parque? Tu ao colocares lixo no chão vais
prejudicar o ambiente, os bichos vão-se acumular e vai cheira mal… e agora
imagina que cais em cima disto tudo, não te ias sentir mal?
- Sim, é verdade. Tens razão!
Neste momento os meus olhos ficaram azuis durante cinco segundos e depois
disso voltaram ao normal e disse-lhe:
- Vá, agora vai para casa, que já esta a ficar tarde. A tua mãe deve estar
preocupada. Se precisares de alguma coisa, assobia, que eu vou ao teu encontro.
Adeus, até logo!

Cena 3
Cozinha

Já eram oito horas, o jantar já estava mais que pronto. Madalena já se


encontrava nervosa, tremia por todo o lado. Tudo isto porque a Rita ainda não
tinha chegado e como já vos disse ela odeia atrasos. Se o jantar é às oito, às oito
teria que ser senão, perdia o encanto. Ainda por cima, se não me falha o instinto
e, o faro, uhmmm... o jantar é soufflé de camarão! Os cabelos da Madalena estão
um pouco em pé! Acho que ela está a ficar mesmo chateada! Bateram à porta da
frente! Deve ser a Rita. O jantar foi salvo pelo gongo.
- Olá, boa noite, desculpe o atraso Madalena mas, com estas obras aqui ao lado,
é impossível estacionar. Não se vê um único lugar.
- Sim Rita, mas a menina sabe que eu odeio atrasos. É uma falta de respeito
tremenda...mas deixe lá isso, vamo-nos lá sentar para que o meu soufflé não
arrefeça. PLEASE!
Tito, meu sweet, venha jantar que a “Piquena” já chegou. Francis, please, deixe lá
ficar o seu conjunto de cinzeiros e venha jantar. Ah, e traga também a minha
bebé, sem ela a família não fica completa! (esboçou um sorriso referindo-se à gata
Buda).
Repararam no que a Madalena acabou de dizer agora mesmo? Depois
dizem que os animais não são bem tratados!! Aquela gata até se senta na mesa
com a ”família”. Todos nós sabemos o quão perigosos são os pêlos dos animais
assim como as bactérias que estes transportam consigo.
O mais engraçado é a sua pose como se fosse inglesa quando, eu bem sei,
que a rica mãe dela é ali do bairro alto...mas enfim, eu estou aqui para falar da
família Ericsson e não da “miss Buda”.
Já estão todos sentados naquela enorme mesa. O cheiro é maravilhoso!
Pena eu não ter apetite senão fazia-me de convidado. Pelo que estou a captar da
conversa dos mais velhos, estão a falar novamente de trabalho. Tito está muito
aborrecido. Nem ai nem ui, o que anda aquele malandro a pensar...
- Mãe, podia ter comprado um Big Mac ou um Happy Meal para mim!! Era bem
melhor que isto! Blherk!!!!
Neste preciso momento os meus olhos acabaram de ficar ambos verdes, já
sabem porquê!
Para meu espanto, Madalena e Francis mantiveram-se calados a mastigar
e Rita disse:
- Não Tito, essas comidas são muito deliciosas mas fazem-nos muito mal,
principalmente quando são consumidas várias vezes. O ideal é comer comida
saudável, como frutas, legumes…
-Blherk! Couves e brócolos, nunca! Além disso, eu, na escola, como
hambúrgueres, e não faz mal!! (diz Tito com cara feia).
- Pois é meu menino, mas, se aqui o seu pai soubesse disso, já te tinha dito para
não o fazeres porque senão passas a comer o prato da dieta, é o ideal para ti!
-OHHH Pai!
Eu entendi que o Tito não estava muito convencido. Apesar da ajuda da Rita, vou
ter que intervir mais uma vez! Disse o cão Ty.
- Ouviram! Que barulho foi este? Pergunta Rita.
Ah! Foi aqui ao lado, nas obras, é capaz de ter sido mais um andaime que caiu, é
sempre a mesma coisa... Diz Francis.
- É sempre a mesma coisa! Como se não bastasse ficar com a casa cheiíssima de
pó, tenho que ouvir este barulho e, ainda por cima, em horas extraordinárias!
PLEASE, que falta de nível! Disse a coitada da Madalena, com o cabelo super
eriçado.
A expressão do meu companheiro Tito estava diferente. As sardas estavam
mais acentuadas e este tirou os óculos da cara e limpou o ranho que lhe
escorregava pela boca com a manga da blusa... Eu entendi logo que ele iria dizer
alguma coisa, eis senão quando...
- Pois vocês falam muito, são técnicas de saúde ambiental e que têm uma
empresa de segurança no trabalho mas, quando é preciso agir não fazem nada!
Os senhores das obras trabalham até tarde e nem um capacete têm para se
protegerem...
- Não usam capacete? Isso é muito grave Tito. É verdade isso que o menino está
a dizer?
- Sim mamã, eu vi no outro dia...
- Pois bem Rita, teremos que agir em relação a isso!
- Temos sim! O mais rápido possível! Uma vez que todos nós sabemos que
existem muitas regras de segurança no trabalho, como por exemplo o uso do
capacete ou a instalação de corrimões de protecção para os pés em todos os
andaimes a uma altura de 10 pés do chão. Subitamente, o meu amigo tinha
acabado de solucionar um problema sem se dar conta. Neste momento, os meus
olhos estavam da cor verde-claro, então, resolvi ir à janela e ladrar, para ver se
Tito viria.
- Com licença mamã, vou deitar o lixo lá fora. Posso?
- Yes. Podes meu anjo, mas não te demores, disse o Francis enquanto acendia o
seu charuto cubano que lhe enviaram de presente, no Natal.
O meu amigo veio, então, até cá fora. Enquanto ele se aproximava do caixote do
lixo eu ouvi uma voz muito esganiçada...
- Well, o que se passa aqui darling?
Como se previa, era a intrometida da Buda a querer saber de mais.
- Nada minha gata borralheira, apenas estou a apreciar o luar que está tão bonito.
Pena é o pó das obras que está a deixar a rua empestada.
-Pó? Oh my God!! O meu pelo não pode ficar imundo com a poeira da street!
Byyyee!.
Como vêem, é muito fácil enganar uma gata armada em princesa!
-Ty, ouvi-te ladrar há bocado. Aconteceu alguma coisa?
- Sim Tito! Estou muito contente por teres resolvido um problema sozinho, mesmo
sem te dares conta!
Mas, tu sabes porque é que a mãe, o pai e a Rita ficaram tão alarmadas? Porque
hoje em dia é obrigatório os trabalhadores das obras utilizarem capacete para não
se magoarem. É uma das muitas normas na segurança no trabalho.
- Ah! E eu pensava que era por causa do frio e do sol, que pateta!
- Sim, disse com um sorriso no focinho. Mais uma coisa menino Tito, que história é
essa de só quereres comida de plástico, a tal fast food!? Hum?
- Oh Ty, mas é tão bom!! O papá já não quer que eu coma isso na escola!
- E faz ele senão bem. Já pensaste que, se só comesses isso, como estarias
gordo? E depois, muita gordura faz mal. É bom ter sempre muito cuidado na
nossa alimentação, comer mais fruta, mais legumes, beber muita água e comer
coisas saudáveis. Vais ver que, um dia destes, pedes aos teus pais para ir ao
McDonald’s e eles de certeza que te levam lá.
- Sim Ty, tens razão. Agora vou comer coisas saudáveis, porque hoje aprendi que
os alimentos de “plástico” só provocam dores de barriga e nós nunca sabemos
aquilo que estamos a comer, e só quando tiver saudades do McDonald é que peço
ao papá para me levar! Nesse momento, os meus olhos ficaram azuis por cinco
segundos e novamente voltaram à sua cor original.

Cena 4
Quarto do Tito
Depois do jantar e de toda aquela confusão o Tito foi para o sótão, o seu
quarto que ficava no terceiro andar daquele casarão majestoso. Como estava
aborrecido decidiu deitar-se na cama pois teve um dia muito agitado. Aprendeu
muita coisa e conseguiu transmitir aos pais tudo aquilo que eu lhe ensinei. Pois
bem, mas estamos aqui para falar do Tito e não para me gabar! (esboçou um
sorriso e as suas asas abanaram de alegria).
O Tito foi até lá cima e quando abriu a porta do quarto viu que se tinha
esquecido do telemóvel em cima da sua grande cama. Abriu a cama, foi vestir o
seu pijama branco com bolinhas rosas, verdes e azuis, lavou os dentes na casa
de banho do quarto com a sua escova a pilhas. Deitou-se e começou a jogar um
jogo no telemóvel, aquele tão conhecido da cobra. Vocês sabem como ele é
inteligente, vejam bem que já vai no quarto nível. (Grande plano na parte superior
do corpo do Tito, foca-se mais as mãos e a cara do rapaz muito entretido.)
- Isto é uma seca, esta cobra não morre de maneira nenhuma!
Vou dar-lhe mais oportunidades para ver se ela é mais esperta do que eu,
pensava.
Como era de prever, Tito acabou por adormecer e foi mais esperto do que
a pobre cobra. Sendo assim, vou ficar aqui do lado de fora até que o Tito acorde
para que possamos ir brincar, se é que me entendem, mais um pouco!
- Ai!!! Dói-me a cabeça! Põe as mãos à cabeça, como se esta fosse explodir.
Parece que o nosso amiguinho acordou. Vou entrar sorrateiramente pela
janela. Estas asas têm que servir para alguma coisa, mas “chiuuu” não contem a
ninguém. – Bate as asas pequenas até ao terceiro andar e, ao chegar ao
parapeito, salta lá para dentro num gesto muito rápido para que ninguém se
apercebesse de algo tão insólito.
- Bom dia Tito! Estás a chorar porquê?
- Porque não consegui dormir com o barulho dos carros, dói-me muito a cabeça e
o despertador do meu telemóvel ainda nem tocou!!! - Tirando-o de baixo de
almofada.
Como é óbvio fiz um focinho de muito espanto e os meus olhos
instantaneamente mudaram para a cor verde. Quando vejo aquele miúdo a puxar
do telemóvel, que estava debaixo da almofada, e, como bom conselheiro que sou,
repreendi-o de uma forma muito suave:
- Tito, não sabes que não se deve dormir com telemóveis? Talvez seja por isso
que te dói a cabeça! Sabes que as radiações nos fazem muito mal e podem
provocar certos sintomas, tais como cancro, tumores, lesões nos ossos, e muitos
outros, quando estamos constantemente expostos a elas.
- Não tinha pensado nisso. Tens toda a razão amigo! Nunca mais vou dormir com
o telemóvel.
- E as dores de cabeça devem-se ao barulho que está na rua, o ruído quando é
em excesso provoca diminuição de audição, insónias e infecções auditivas.
Porque não pedes ao teu pai para colocar uns vidros duplos para isolar o
barulho?! Vais ver que te vais sentir muito melhor e vais conseguir dormir à
vontade! Enquanto isso pede-lhe uns tampões para os ouvidos.
Nesse momento, os meus olhos ficaram azuis por cinco segundos e
voltaram ao normal.
- Vai agora tomar banho e despacha-te para ires tomar o pequeno-almoço. Hoje, é
sábado, mas sabes como a tua mãe é, muito pontual!
Enquanto ele foi tomar banho, desci novamente pela janela e voltei para o
parque pois já tinha combinado com ele que nos iríamos encontrar lá mais tarde.
Tito desceu para tomar o pequeno-almoço e fez o que Ty lhe tinha sugerido.

Cena 5
Cozinha

- Pai, sabes que, ultimamente, não tenho dormido quase nada por causa do
barulho das obras aqui ao lado. Será que me podes comprar e colocar uns vidros
duplos no meu quarto para abafar o som? Já agora enquanto não colocas os
vidros podias-me comprar uns tampões. É que o Ty disse-me que era o melhor.
-Ty?? Ahh sim, sim claro! – Virando-se para a mãe.
- Deve ser o tal amigo imaginário outra vez!!
Madalena abanou a cabeça e sorriu com a situação. É preferível que eles não
saibam quem eu realmente sou.
- Sim filho, o pai vai tratar disso para ti! Não te preocupes. Vá, agora vai-te calçar
para irmos os três brincar no parque!
-Fixee!!! Neste momento a sua faceta hiperactiva veio à tona!

Cena 6
Parque

Já eu estava a espera que o Tito viesse para conversarmos um pouco


antes da minha missão estar cumprida, quando vi a família aproximar-se do portão
do parque. Fui sentar-me perto de um dos bancos amarelos que lá havia. A mãe
Madalena e o pai Francis sentaram-se. Ele a ler o jornal Expresso e Madalena a
ler a revista Times.
O Tito está a olhar para mim, acho que está a olhar para mim. Como
suspeitava, aí vem ele….
- Olá Ty!
- Olá Tito, então, já falaste com o teu pai?
- Sim, e ele disse-me que era uma óptima ideia e que segunda-feira tratava disso.
Sabes Ty, tu ensinaste-me muito entre ontem e hoje. Agora, por exemplo, já sei
que não posso andar descalço porque posso apanhar doenças nas piscinas; que
tenho que ter cuidado quando atravessar a estrada por causa dos carros que
passam e, por causa do fumo que deixam no ar, não consigo ver a passadeira.
Aprendi também que os parques devem conter um chão de areia e não de betão
para os meninos como eu não se aleijarem.
- Sim, muito bem Tito - interrompi eu o menino que quase não tinha fôlego para
falar, mas ele continuava a dizer.
- Não Ty, eu ainda não acabei amigo. Também já sei que não devo beber água do
chafariz, sem primeiro ver se a água está em condições. Não posso, nem devo
atirar lixo para o chão porque há coisas que não são biodegradáveis e demoram
muito tempo a desaparecer do ambiente. Já sei que para ter um bom ar em casa
tenho que abrir as janelas ou pedir ao meu pai para não fumar tanto! Devo ter
atenção ao que como e principalmente não posso dormir com o telemóvel na
cama.
- Muito bem Tito. Já vi que aprendeste muita coisa neste último dia! Tens a
certeza que já disseste tudo o que aprendeste? Não te lembras que hoje acordas-
te mais cedo?
- Sim! Interrompeu o Ty.
- Já sei, que o barulho pode ser muito incomodativo e temos de arranjar soluções
para não ter feridas nos ouvidos.
- Sim Tito. E os senhores das obras? Lembras-te que falaste com a Rita sobre a
segurança no trabalho?
- Pois é. Eles têm de ter sempre capacete para não se magoarem enquanto
trabalham.
- Muito bem Tito. És um menino muito inteligente.
- Obrigado Ty, mas tu é que foste um grande amigo e conseguiste que eu
aprendesse muita coisa.
- Sim, agora vai buscar os teus pais e pede-lhes para virem brincar contigo, pois
deves ser sempre vigiado por um adulto, porque, aqui o teu amigo já cumpriu a
sua missão e tem outro amigo para ajudar. Missão cumprida! Espero não ter de
voltar a ver-te Tito. Mas já sabes onde me encontrar, estou no parque Totyl.
Procurem por mim!
Conclusão

Para a elaboração deste trabalho, devido ao público-alvo serem crianças demos


mais ênfase ao cão para melhor conseguir consciencializá-las para os problemas
de saúde ambiental. Também por este motivo criamos personagens irreverentes,
extrovertidas, alternativas, com um toque de magia.
Fomos inserindo ao longo das cenas os vários conteúdos seleccionados. Ao longo
da cena um, abordamos o tema pé de atleta no conteúdo da salubridade das
piscinas. Na cena dois, abordamos o conteúdo do urbanismo onde focamos o
tema da pouca visibilidade das sinalizações e a velocidade extrema das estradas,
focamos o conteúdo águas residuais e água para consumo humano onde
destacamos o tema da poluição da água que por vezes pode estar cheia de
micróbios e com uma cor imprópria para consumo demos também ênfase a alguns
sintomas da poluição da água desde a diarreia e infecções. Nesta mesma cena
abordamos o tema do lixo em excesso em locais públicos no conteúdo poluição
ambiental e o conteúdo da segurança dos parques referindo o tipo de solo
utilizado, não sendo o mais adequado.
Na cena três focamos o conteúdo segurança alimentar cujo tema abordado é uma
alimentação regular e saudável. Abordamos também o conteúdo da segurança do
trabalho onde focamos o tema da falta de segurança dos trabalhadores e a falta
de protecção dos mesmos e focamos também o conteúdo da qualidade do ar
interno onde o tema que mais demos ênfase foi o fumo em excesso dentro de
casa.
Ao longo da cena quatro abordamos o conteúdo das radiações e focamos o tema
das radiações electromagnéticas, abordamos também o conteúdo do ruído com o
tema da poluição sonora.
Este argumento foi elaborado com o objectivo de fazer uma estrutura
comunicativa organizacional que proporcionasse uma economia de tempo e
projecto que optimizasse a relação entre as partes implicadas no projecto.

Das könnte Ihnen auch gefallen