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Podemos começar nos perguntando o que é verdade?

De princípio, quem concorda sinceramente com uma frase está alegando que ela é v
erdadeira.
A definição clássica de verdade diz que: A verdade é uma interpretação mental da
realidade transmitida pelos sentidos e confirmada por equações lógicas [matemát
icas e linguísticas] formando um modelo capaz de prever acontecimentos futuros d
iante das mesmas coordenadas.
Teorias da verdade
Entre as diversas teorias da verdade, escolhi falar sobre duas - correspondentis
mo e pragmatismo.
A teoria correspondentista da verdade é encontrada no aristotelismo. De acordo c
om essa concepção, a verdade é a adequação entre aquilo que se dá na realidade e
aquilo que se dá na mente.
A verdade como correspondência foi definida por Aristóteles no tratado Da Interp
retação, no qual ele analisa a formação das frases suscetíveis de serem verdadei
ras ou falsas. Uma frase é verdadeira quando diz que o que é é, ou que o que não
é não é. Uma frase é falsa quando diz que o que é não é, ou que o que não é é.
O problema dessa concepção é entender o que significa correspondência. É um tipo
de semelhança entre o que é e o que é dito? Mas, que tipo de semelhança pode ha
ver entre as palavras e as coisas?
O método científico, por exemplo, estabelece procedimentos para se realizar essa
correspondência. Neste caso um juízo de verdade V é então legitimado, de forma
tal que a comunidade de cientisitas (que partilham entre si diversas crenças e e
xperiências) aceita/certifica como verdadeira a proposição P, oriunda da corresp
ondência realizada entre P(V) e a "realidade empírica", via método científico.
Para o pragmatismo a verdade é o valor de uma coisa.
Em Habermas a verdade se confunde com a validade intersubjetiva, ou consenso. Se
uma proposição não é submetida ao crivo da comunidade, nada se pode dizer sobre
sua falsidade.
Os pragmatistas são menos interessadas em dizer algo sobre a natureza da verdade
, voltam seu foco para os procedimentos justificatórios que se erguem quando est
amos envolvidos com o "é verdadeiro" e o "não é verdadeiro".
Uma visão nietzscheana da história da cultura nos leva a ver a linguagem como at
ualmente vemos e aceitamos a evolução das espécies, Segundo o filósofo norte-ame
ricano Richard Rorty, "como novas formas de vida constantemente fazendo sucumbir
formas velhas - não para realizar um propósito superior, mas às cegas".

Nietzsche:
Problematizar a verdade foi sempre um dos focos centrais das investigações de Ni
etzsche. Isto se deve à relação indissociável que sempre esteve presente na hist
ória da filosofia entre a busca pela verdade e o pensamento moral.
Para ele as teorias do conhecimento visam, por trás de uma aparente neutralidade
, legitimar determinados valores como superiores a outros. Contudo, tal legitima
ção somente pode existir a partir do momento em que se atribui um maior valor à
verdade do que à mentira, relacionando o valor moral com o conhecimento.
Nietzsche questiona os pensadores que falam como se aquilo que se entende por ve
rdade e aquilo que se avalia como bom já existisse desde sempre e fosse apenas "
acessado" pelo filósofo. Ele diz que este modo de pensar a origem dos valores ut
ilizado pelos filósofos é um preconceito e que este preconceito não passa de uma
crença.
Assim fala em Além do bem e do mal: "Este modo de julgar constitui o típico prec
onceito pelo qual podem ser reconhecidos os metafísicos de todos os tempos; tal
espécie de valoração está por trás de todos os seus procedimentos lógicos; é a p
artir desta sua 'crença' que eles procuram alcançar seu 'saber', alcançar algo q
ue no fim é batizado solenemente de 'verdade'."
Em oposição a isto, Nietzsche trata a verdade e a moral como frutos da atividade
criadora do homem, pertenccendo, portanto, à história.
A verdade não está lá para ser descoberta, mas sim é algo a se criar.
Vontade de verdade
Nietzsche entende que a vontade de verdade decorre de uma vontade de engano. A v
ontade de engano seria a necessidade de se escolher um determinado valor e elevá
-lo à categoria de 'verdade' para fazê-lo mais forte e mais poderoso a fim de qu
e se possa acreditar nele. Entretanto, como este valor foi criado historicamente
, é um engano tê-lo por verdade.
Num de seus fragmentos póstumos, encontramos: "Verdade?: em minha maneira de pen
sar, a verdade não significa necessariamente o contrário de um erro, mas somente
, e em todos os casos mais decisivos, a posição ocupada por diferentes erros uns
em relação aos outros: um é, por exemplo, mais antigo, mais profundo que outro;
talvez mesmo inextirpável, se um ser orgânico de nossa espécie não puder dele p
rescindir para viver."
Aqui chegamos ao ponto essencial. Se assumirmos que a verdade é criada, então el
a é uma espécie de erro. É apenas um erro mais aceito pela moral, talvez por ser
um erro necessário. Vemos que, mesmo criticando a abordagem metafísica, é preci
so enganar-se sobre a existência da verdade, é preciso acreditar na verdade, val
orizá-la, pois este engano talvez seja necessário para a existência da nossa esp
écie. É impossível viver sem representações valorativas e lógicas, neste sentido
, a vontade de verdade, isto é, a busca e valorização da verdade acima da ilusão
, seria uma forma de autopreservação.
Outro trecho de Além do bem e do mal diz: "Não passa de um preconceito moral que
a verdade tenha mais valor que a aparência; é inclusive a suposição mais mal de
monstrada que já houve. Admita-se ao menos o seguinte: não existiria nenhuma vid
a, senão com base em avaliações e aparências perspectivas; e se alguém, com o vi
rtuoso entusiasmo e a rudeza de tantos filósofos, quisesse abolir por inteiro o
mundo aparente, bem, supondo que vocês pudessem fazê-lo, também da sua verdade n
ão restaria nada!
Nietzsche vai então dizer que o mais importante na avaliação de um juízo não é s
ua consideração enquanto verdadeiro ou falso, mas sim, "em que medida ele promov
e ou conserva a vida". A filosofia não é algo impessoal e objetivo. Ao contrário
, é um testemunho de seu autor. A moral é uma forma de hierarquização dos instin
tos. Hierarquia é saber quais instintos são valorizados e quais são depreciados
em uma moral. Será baseado neste trabalho de desvendamento da hierarquia dos ins
tintos escondida por trás de uma determinada moral que Nietzsche poderá dizer se
determinada perspectiva fortalece ou enfraquece a vida. O instinto que está por
trás de um juízo pode ser afirmador ou negador da vida, pode representar uma li
nha ascendente ou descendente em termos de força e plenitude. No filósofo, pelo
contrário, absolutamente nada é impessoal; e particularmente a sua moral dá um d
ecidido e decisivo testemunho de quem ele é isto é, da hierarquia em que se disp
õem os impulsos mais íntimos de sua natureza.
Longe de aceitar a busca pela verdade como o motor principal da filosofia, Nietz
sche entende que a filosofia nada mais seria do que uma forma de justificar e fo
rtalecer determinadas intenções morais. Desta forma, o argumento de verdade é us
ado como fachada pelos filósofos quando no fundo é uma tese adotada de antemão,
um idéia inesperada, uma 'intuição', em geral um desejo íntimo tornado abstrato
e submetido a um crivo, que eles defendem com razões que buscam posteriormente -
eles são todos advogados que não querem ser chamados assim, e na maioria defens
ores manhosos de seus preconceitos, que batizam de - verdades" [Além do bem e do
mal].
Toda a construção de enormes edifícios conceituais com o intuito de se apresenta
r a verdade das coisas esconde, por trás desta fachada de teoria do conhecimento
, uma intenção de fazer com que os valores morais do filósofo construtor de tal
edifício tornem-se incontestáveis. A metódica da verdade não foi inventada por m
otivos de verdade, mas por motivos de potência, de querer-ser-superior. Fica cla
ro o desejo de dominação por trás da aparente neutralidade e desinteresse filosó
ficos, pois se trata de legitimar determinadas condutas e de impedir outras. O a
rgumento chama-se verdade. A valorização da verdade permite que se force a aceit
ar determinados valores morais como bons e outros como ruins. A legitimação da c
oerção daí decorre.
Mas e como Nietzsche pode pretender criticar os discursos de verdade sem que ele
mesmo não pretenda que seu discurso seja tido como tal? Seria seu discurso o ún
ico verdadeiro?
Até agora a verdade foi o valor máximo que um discurso podia alcançar. Neste pon
to, tornava-se inquestionável. Até que outro discurso o negasse e em seu lugar a
presentasse outra verdade, esta sim, a verdade, que desbancaria a anterior. E as
sim sucessivamente, como se enganos estivessem sendo corrigidos por uma suposta
evolução do pensamento. Neste enredo, Nietzsche seria apenas mais um a apresenta
r uma nova verdade a ser superada no futuro. Mas o discurso de Nietzsche critica
, justamente, esta estrutura e estaria sendo inconsistente se apresentasse sua p
rópria perspectiva como a única possível e verdadeira. Como faz Nietzsche, então
, para sustentar sua argumentação contra os discursos filosóficos sobre a verdad
e, sem pretender, com isto, apresentar uma nova verdade? E como acreditar em seu
discurso se, de antemão, já sabemos que não é verdadeiro? Estas questões não sã
o deixadas sem resposta pelo filósofo. Elas podem ser pensadas a partir dos segu
intes questionamentos: É possível pensar o valor de um discurso sem referi-lo à
verdade?
Nietzsche é categórico ao afirmar que todo pensamento parte de um olhar específi
co, parcial. Nenhum 'conhecimento' pode dar conta de toda a experiência. Por ist
o mesmo, esta palavra vem muitas vezes entre aspas nos textos do autor. Um conhe
cimento que se sabe perspectivo afirma sua incompletude, estando, assim, forçado
a aceitar a existência de outras perspectivas. Devido a esta incompletude e par
cialidade, temos que a busca pelo maior número de perspectivas se torna algo des
ejável, pois cada visão enriquecerá a abordagem. Ou, como ele mesmo diz na genea
logia da moral, É preciso saber utilizar em prol do conhecimento a diversidade d
e perspectivas e interpretações'.
O perspectivismo de Nietzsche problematiza de forma central a questão do sentido
, onde um texto não somente possui múltiplos sentidos como, mais radicalmente, o
próprio sentido de um texto é dado pela interpretação, não existindo sentido a
priori a ser descoberto. É a interpretação que confere sentido. A interpretação
é a força que confere sentido a algo, todo sentido é uma interpretação, uma cria
ção, não sendo, portanto, uma verdade.
Não seria preciso haver uma realidade dos fatos por trás das interpretações? Tal
pensamento é interessante, porém Nietzsche não o vê ir longe. Por mais que a re
alidade exista de forma independente ao homem, não haveria pensamento, conhecime
nto, filosofia, nem este debate sem ele. A partir do momento em que o homem está
no mundo, todo seu olhar será dado a partir de uma perspectiva. Se tudo já exis
tia antes dele e se continuará a existir depois, mesmo isto, só pode ser pensado
a partir deste homem, isto é, perspectivamente. O pensamento é, assim como tudo
o que o homem pode produzir, parcial e interpretativo, isto é, perspectivo.
Em mais um fragmento póstumo: "Que as coisas tenham uma constituição nelas mesma
s, abstração feita de toda interpretação e da subjetividade, eis uma hipótese pe
rfeitamente desnecessária: o que suporia que o fato de interpretar e ser subjeti
vo não seria essencial, que uma coisa, separada de todas relações, seria ainda c
oisa."
Em resumo, o discurso de verdade busca legitimar uma interpretação acima de toda
s demais, a adoção ou preferência por uma determinada interpretação revela não a
verdade da interpretação, mas o maior ou menor apreço à vida por parte daquele
que interpreta.

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A verdade depende dos filtros através do qual se observa o fato.
O mais falho dos filtros para o que se pretende que seja verdade são os sentidos
.
Miopia
Luz vermelha sobre verde e branco
Outros filtros
Binários
Barreira da linguagem
Ciências biológicas
Alimentos que fazem bem ou mal.
Quem encomenda as pesquisas?

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