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Transcrição da discussão em sala de aula

Profª: Fátima Ribeiro


Disciplina: Metodologia do ensino de português II
Data: 09/10/2009 MP4/2

Hoje a gente vai começar com o último bloco da


disciplina né? Antes do seminário, estamos
começando a entrar na reta final e alguém lembra o
que vai ser feito na aula de hoje? Qual é o último
bloco da disciplina?
Aluna: leitura.
Professora: Leitura, certo?
Aluna: É que eu pensei... ( não entendi)
Professora: Pronto, então, vocês não leram hoje o
texto, mas eu vou começar a discussão pelo capitulo
1, do livro da Isabel Solé, ai eu quero que na
próxima terça-feira vocês leem o capítulo 1 e 2 da
Isabel Solé, a gente vai começar... Aquele que ta na
xérox, o livro inteiro ta? É estratégias de leitura,
Isabel Solé, já está na xérox, já faz um bom
tempinho, é o último texto que vocês tem pra leitura
da disciplina, certo? Então como falei em
leitura...Hoje não tem ninguém pra leitura deleite,
certo? Vai chegando no final do cronograma, não
tem mais ninguém pra ler. (Algum aluno falou, mas
não deu pra escutar), você lê na aula que vem, ta
certo? Eu trouxe uma bem legal, alias dois textos de
leitura deleite pra hoje. ( longa pausa) Eu queria que
vocês lessem esse texto ai. Passo? (pausa para
leitura) E ai gente conseguiram ler? Quem quer ler o
texto pra turma toda? Josefa vai ler. Vai Josefa. (A
aluna começa a ler).
Professora: legal esse texto.
Aluna: Agora aquele lá de cima, eu não consegui ler.
Professora: ficou difícil por quê?
Aluna: sei lá.
Aluna: por que tem um n a mais.
Professora: por que tem um n a mais. Mas por que
você não teve dificuldade nas outras letras, aqui tem
letras. Por que você não teve dificuldade nas letras e
teve dificuldade de ler essa?
Aluna: por que as palavras do jeito que tão ai
formam letras e as letras que estão lá não formam...
Por que as letras que estão ai formam palavras e as
letras que estão ali não formam letras...
Professora: e um n a mais que tem lá. Aluna: é e o n
a mais. Professora: é isso que complica, por que
além de ta embaralhada, ela ta com uma letra errada
né? Uma letra a mais. Agora eu vou pedir que vocês
leiam mais uma coisa e depois a gente vai discutir
sobre essa questão. (os alunos começam a ler o
texto), (risos).
Professora: Vamos preparar então... (risos) Qual foi
mais fácil de ler, o primeiro ou o segundo texto?
Alunos: o primeiro.
Professora: o segundo foi difícil né? Um pouco mais
difícil né? Mas era impossível ler?
Alunos: não.
Professora: agora vamos ler o (não entendi) agora.
Aluna: vai Cleiton.
Professora: Vai Cleiton.
Aluno: não consigo.
Professora: Não conseguiu. Por que será que você
não conseguiu?
Aluna: mas ele também bem que tentou. (risos)
Aluno: Minha experiência...
Aluna: por que não é o ambiente dele (risos)
Professora: Porque não é sua praia, não é seu
ambiente, a questão da culinária né?
(Acho que todos tentam ler o texto)
Aluna: lendo...lento
Professora: Agora eu vou começar a perguntar. Aqui
não tem nenhuma interferência. Por que você
colocou ‘o’?
Aluna: por que ta faltando o ‘o’ e você subtende que
ta faltando o. (todos respondem ao mesmo tempo-
não dá para entender)
Professora: então ao contrário de Cleiton, você faz
bolo, né Diogo? (risos)
Professora: Certo. E aqui o ‘y’. Qual é a lógica
daqui, por que vocês colocaram a palavra cenoura?
Aluna: por que é bolo de cenoura
Todos respondem ao mesmo tempo. (não dá para
entender)
Professora: E Aqui?
Aluna: farinha
Professora: É, Farinha geralmente vem em xícara
né? Aqui? Xícara também. E por que vocês
colocaram aqui (não entendi)
Aluna: (não entendi) e lá usa muita medida naquele
copo americano, mas ai não é chá, é uma colher de
chá.
Professora: mas eu acho que na receita escrita vem
como medida, as xícaras, é por que a receita utiliza
mais xícara. Comece por ralar.... Alunos: o coco.
Professora: Em seguida... Alunos: Separe.
Professora: é separar?
Alunos: Misturar. Professora: Misturar o que?
Açúcar, óleo, leite e a cenoura e depois? Acrescente
as claras em neve. Depois de tudo, vai ao forno. (eu
acho)
Professora: essa leitura foi diferente da leitura do
primeiro texto?
Alunos: foi
Professora: foi né? Agora a gente vai começar ( não
entendi). A primeira questão: O que é que é ler?
Aluna fala, mas não dá para entender.
Professora: Então, jô tá dizendo que ler é juntar um
monte de letras numa sentença. Quem tem uma
opinião diferente?
Aluna: Todo mundo. (risos)
Aluna: Não falando naquele sentido de letramento,
mas eu acho que ler é assim, decodificar mesmo.
Tem um signo ali. Professora: É decodificação?
Aluna: é. Professora: Por quê? Aluna: por que tem
um monte de signo ali junto numa ordem universal,
pré estabelecida que ao entrar em contato você
reconhece aquele significado, é a mesma coisa se
fosse signo japonês, ou chinês ou braile, ta
entendendo? Então é a junção de certos tipos de...
Tem uma representação, então pra mim, ler é isso,
você conseguir decodificar aquilo. Não levando para
aquele lado de entender o que você ta lendo, só no
caso mesmo de ler.
Professora: leitura e interpretação podem ser
separados? Pode haver leitura pura sem
interpretação? Pra vocês lerem aquele texto, o que
foi que vocês estavam fazendo? Ao mesmo tempo
que estavam tentando ler, estavam fazendo
inferências. Como é que a gente faz inferências? A
partir de que?
Aluna: Resgatando os conhecimentos prévios.
Professora: Resgatando os conhecimentos prévios.
Pra você resgatar os conhecimentos prévios, isso é
sinal que esse processo é só um processo de
decodificação?
Alunos: Não. Realmente tem que haver
interpretação.
Professora: Vamos começar a pensar nessas leituras
que a gente fez e o que é que há por trás dessa
leitura? Quem tem uma outra opinião sobre leitura?
Aluna falou alguma coisa, mas não deu para ouvir.
Professora: também, também.
Aluna: agora Fátima é o tipo da coisa, se você
escrever toda... Construir uma frase sem sentido,
você pode não ter entendido, as vezes juntar várias
palavras sem sentido, mas mesmo assim, você leu,
você lê da mesma maneira, mesmo que você não
entenda.
Professora: ai você está lendo ou decodificando?
Aluna: é decodificando.
Professora: por que o que é que a gente mais fala dos
alunos do ensino fundamental?
Aluna: que letra ruim.
Professora: em relação à leitura.
Alunos: eles leem, mas não conseguem interpretar.
Professora: é, eles não conseguem interpretar,
entender o que estão lendo, ai o que eles fazem,
repete o que ta escrito como um papagaio viciado, ai
quando lê um texto e no final a gente pergunta, do
que é que ta falando o texto? Ai eles não sabem
responder, então existe decodificação na leitura?
Existe, mas não é só isso, é um processo mais
amplo, que implica em outros processos, junto ao
processo de decodificação. Qual foi uma das últimas
frases que tinha naquele texto de (não entendi)?
Aluna: eu pensei que soletrar era importante.
Professora: eu pensei que soletrar era importante e o
que é que vocês mostraram quando estavam lendo
aquele texto? Mesmo com as letras embaralhadas
vocês conseguiram captar o significado do texto.
Alunos: (todos falam ao mesmo tempo) é que no
começo foi difícil, mas o negocio era organizar...
Professora: é por que tinha o componente da
decodificação, ai que gerou a dificuldade, do mesmo
jeito que pra Telma, a palavra (não entendi) se
tornou uma palavra difícil. Por quê?
Aluna falou, mas não entendi.
Professora: exatamente, não tinha o conhecimento
de palavras, mas foi através do processo de
antecipação, eu sei o lugar, mas não sei que lugar é
esse. (não entendi) A leitura é um processo da
compreensão de signos, cujo entendimento acontece
quando tiver o mínimo de conhecimento prévio para
ser interpretado.
Aluna: eu tava vendo a questão do bolo, da receita
no caso, você pode até não saber fazer o bolo, mas
você sabe de algumas etapas que o bolo tem algumas
etapas e ingredientes, ai se você tem o conhecimento
prévio da feitura do bolo, mesmo que não saiba fazer
um, você é capaz de interpretar.
Aluna: talvez uma pessoa que nunca fez o bolo não
teria... talvez não tivesse, por exemplo, na parte dos
ovos, talvez aquela pessoa demorasse muito ou
talvez nem chegasse a entender que para fazer um
bolo precisa ter ovos, mas o que é que...(não
entendi).
Professora: o que é que você ta dizendo ai?
Aluna: a não ser que lesse a segunda parte.
Professora: o que é que você ta dizendo ai? Analise
o que você falou agora.Pegue a situação de Cleiton,
o que foi que Cleiton falou?
Aluna: que não era o ambiente dele.
Professora: o que foi que ele disse na hora que tava
lendo?
Aluna: cenoura, cenoura, cenoura...botou um quilo
de farinha no bolo... (risos)
Professora: ele pegou a receita e ficou repetindo,
entendeu? Então você ta falando desse
conhecimento... Hoje eu to fazendo uma geral e a
gente vai discutir.
Aluna: é Fátima, então a gente tem que discutir, por
que é um conjunto de coisas, por que não tem como
dizer, ler é isso, não tem uma definição, eu acho, se
a gente diz decodificar, não é só isso, existe a
decodificação, mas existe a inferência, existe uma
interpretação, existe a extrapolação, isso tudo
acontece quando a gente lê um texto, então eu nunca
posso dizer, eu li.
Aluna: Isso tudo acontece, quando você aborda um
tema, já tem um certo conhecimento, você pega um
texto pra ler antes da aula, talvez você não entenda
nada, ai você debate sobre aquele tema, tem um
certo conhecimento sobre aquele tema, então você
vai voltar a leitura, então você vai ter uma outra
leitura, uma outra visão.
Aluna: (não entendi) sobre a definição do ler, eu
acho que é o que o ler envolve, mas eu não acho que
o conceito de ler é: A inferência... eu acho que ler é
(não entendi), uma ta colada na outra, ai o que é que
o ler envolve, ai eu percebo o ler assim.
Professora: Sobre isso que você ta falando, ai eu vou
fazer passar pra outra pergunta que ai a gente vai
sistematizando. Para que lemos. Para que a gente lê?
Aluna: ah, pra infinitas coisas, ler pra fazer uma
receita de bolo (risos), pra se instruir, pra ser
informado, ler pra se comunicar...
Professora: é vamos lá, divertir, instruir, se
comunicar, que mais?
Aluna: ah eu concordo com tudo, não tem mais nada
não, é isso mesmo, a gente aprende, se informa, se
diverte.
Professora: vou colocar aqui... Para fazer coisas, né
meninas? As meninas que vão trabalhar com (não
entendi). E por que é que a gente lê?
Aluna:Mandaram professora, me mandaram ler.
(risos) Eu só leio quando eu quero, quando tenho
vontade...
Professora: como é que vocês aprenderam a ler?
Aluna: b a BA mesmo.
Aluna: repetindo, cobrindo, fazendo a página inteira
de..,
Aluna: eu aprendi com o som das sílabas e juntando.
Professora: quem mais?
Aluna: ditado.
Aluna: minha mãe, professora! Minha mãe que me
ensinou a ler, como é que minha mãe que nem sabia
ler direito me ensinou a ler?
Aluna: cartilha
(alguns alunos falam ao mesmo tempo, não dá para
entender)
Professora: e você como aprendeu a ler?
Aluna: eu aprendi na escola, eu acho. (risos)
Professora: essa forma de aprender, primeiro as
letras, depois as silabas e palavras (não dá para ouvir
tudo)
Aluna: igual a mim, na escola eu aprendia, c com a
Ca, c com o co, mas quando eu chegava em casa
tava lendo gibi, meu vizinho lia pra mim, tinha
nomes enormes, que eu nunca ia aprender naquele
nível que eu tava na escola, tipo socorro, olhe
socorro é o nome da minha esposa, ta vendo, é assim
que se escreve e eu fui aprendendo um pouquinho a
mais do que na escola que começava só...
Professora: e a última pergunta gente, como é que
vocês acham que deve ser o ensino da leitura? Como
é que vocês acham?
Aluna: eu acho que deve começar desde as primeiras
séries na educação infantil, com livros mais
ilustrativos do que com palavras e a medidas que as
crianças forem crescendo, mesmo que não sejam
alfabetizadas, eu acho que elas devem ter contato
com vários tipos de leitura, com vários gêneros,
tanto na escola, como em casa, os pais criarem o
hábito de comprar jornal, de ter revista, de deixar
que elas manuseiem, sem aquele medo, vai rasgar,
na escola também, acho que os livros deveriam ta
bem fácil, de acesso deles, para que a criança possa
manusear para que quando ela souber ler e for
alfabetizada, ela já tenha o gosto e continue...que ela
já tenha o gosto.
Aluna: o que a gente muito vê assim, é muito
comum de encontrar que no ensino infantil só
aborda conto, conto de fadas, somente, não sai disso,
tem que propor outros tipos de gênero também.
Professora: a gente teve o exemplo das crianças com
seminário, lembra? Na educação infantil, crianças
com quatro anos tendo oralidade para apresentar o
seminário, vocês lembram? Que eu trouxe no
semestre passado, era uma experiência com outro
gênero com crianças da educação infantil, foi a
questão dos seminários. É, eu tenho uma dupla de
TCC, que vai investigar exatamente isso, elas tão se
perguntando quais os gêneros textuais que tão
aparecendo na escola de educação infantil, parte-se
do pressuposto que só é o conto, então elas vão ver
exatamente isso, vão ta um tempo na escola e dentro
desse tempo vão ver os gêneros que perpassam na
sala de aula, concordo em gênero, numero e grau
que deveriam existir vários outros gêneros na sala de
aula, mas o mais privilegiado é a literatura e dentro
da literatura, o conto. Bom, vocês falaram o
seguinte, vocês aprenderam a ler né? Pela questão da
junção das letras, vocês iam juntando as palavras e
etc. etc. etc., isso ta dentro de uma corrente né?
Dentro de uma concepção de leitura que o que a
gente vai ver agora, a grande maioria da gente (não
entendi), então pra Solé, Isabel Solé, o que é leitura,
leitura é um processo de interação entre leitor e
texto, as duas partes da moeda, ai vocês falaram
aqui, a gente leu (não entendi) e tem a parte do
escritor, mas também tem a parte do leitor, o que é
que o leitor vai trazer no ato da leitura e ai a gente
vai discutir bastante as estratégias que podem
melhorar a leitura dos nossos alunos.
Aluna: eu tenho uma prima que ta se alfabetizando,
ai ela tava na frente de um cartaz, vários sabores de
sorvete e criança quando ta se alfabetizando que lê
tudo que vê pela frente ai ela ficou a-ba-CA-xi, ai
repetiu várias vezes, abaCAxi, abaCAxi,
abaCAxi(risos), ai depois ela veio lembrar que era
abacaxi, mas ela só vinha pensando, escutando, ai
ela abacaxi, ai foi que ela entendeu que era uma
fruta e tinha haver com o sabor.
Professora: pronto, nessa questão o processo vai
trazer os objetivos que guiam a leitura, quando a
gente vai ler, a gente vai ler para alguma coisa, eu tô
lendo coisas da universidade, to lendo para estudar,
você vai em determinadas informações que você esta
querendo para determinadas disciplinas, mas você lê
para diferentes propósitos e até mesmo no texto,
duas pessoas com diferentes propósitos geram
leituras diferentes, eu não consegui achar, mas tem
uma situação muito engraçada, tem um texto que
descreve um assalto(não entendi) ai você pede para
um grupo ler como se fosse o ladrão e o outro como
se fosse a polícia, ai você vê que vai se vai extrair
informações completamente diferentes do mesmo
texto, o ladrão vai observar mais os horários da casa,
a hora que dorme, quantas pessoas tem dentro da
casa, horário que sai, horário que chega e a polícia
não, vai extrair informações diferentes dessas e eu
acho muito interessante perceber que um texto
permiti várias leituras e interpretações.
Aluna: isso acontece muito quando você lê coisas na
bíblia, dependendo do seu estado emocional, como
você age independente da sua religião, você lê o que
você precisa ouvir, e também acontece com
diferentes religiões, na Índia, cada um dá sua
interpretação completamente diferente.
Aluna: e daí surge as grandes discussões, várias
interpretações, por que a mesma coisa escrita, mas
por causa de uma vírgula, muda tudo.
Professora: às vezes a virgula nem conta, a virgula é
a mesma, o texto é o mesmo, mas a orientação
religiosa é que difere, então eu vou buscar subsídios
de forma que... (aluna falou, mas não entendi), então
o que é que a gente vai falar, que dentro dessa
definição da existência de um leitor ativo, então não
é o texto que imprimi ao leitor, o leitor é que vai dar
significado ao texto, o leitor deve ter objetivo na
leitura. Na situação escolar, com os meninos na sala
de aula com a língua portuguesa, quais são os
objetivos dessas crianças pela leitura de texto?
Aluna: na sala de aula?
Professora: é.
Aluna: Nenhuma. (depois algumas alunas falam,
mas não foi possível ouvir).
Professora: ai eu faço uma pergunta. Primeiro o que
é melhorar a leitura? E segundo, de quem é o
objetivo, do aluno ou da professora?
Alunos: do aluno.
a preocupação ta mais na questão motora da leitura,
mas não na questão da compreensão na leitura e qual
a ideia que há por trás que melhora a leitura por
repetição e ai quando a gente tem a leitura da
literatura, tem que ser uma leitura para quê? É...
aquelas famosas fichas de leitura, para preencher
depois ou então se ler para responder sobre o texto.
O que a gente viu aqui? Que buscando o sentido no
texto, tanto é que vocês conseguiram ler tanto a
receita que estava afinado (eu acho) tanto o texto
que estava embaralhado... pense nas crianças que
estão na sala, não tem objetivo na leitura ou o
principal objetivo da leitura é responder as questões
do texto. Quantos de vocês e eu me incluo nisso, foi
direto nas perguntas para ir no texto pegar as
respostas? Não tem essa estratégia? E ai eu
pergunto, onde é que fica o lugar das inferências? As
inferências a gente vai fazer buscando o significado
do texto.como é que a gente pode antecipar? Quais
as estratégias que ajudam na verdadeira a melhorar
na leitura? Fala.
Aluna: eu acho que a gente ta tão acostumado em
pegar as respostas no texto, copiar e a gente já ta tão
acostumado a copiar que quando vai trabalhar de
forma diferente, (não entendi o resto da fala, muito
baixo)... ai eles dizem, não tem a resposta aqui, ai é
todo um trabalho, leia, observe,tem que
compreender o texto e o aluno acha muito
complicado por que eles dizem que não tem a
resposta, e eles ficam tentando achar no texto, as
vezes eles pegam a pergunta e colocam ao lado do
texto e ficam tentando localizar pra poder responder.
Professora: é por que essas perguntas, é o que a
gente chama de pergunta literal, tal qual ta no texto e
ai em determinados livros, hoje em dia ta
começando a aparecer perguntas inferenciais que
você responde a partir da compreensão do texto, não
vai mais localizar a informação, você vai pegar as
informações no texto e... Aluna: vai mudar a
estratégia. Professora: e nesse tipo de questão você
não consegue mais responder...
Aluna: tem até um entendimento do texto, mas a
questão é que ta tão fácil responder o texto assim,
vamos entender o texto...ai a gente começa (não
entendi).
Aluna: por que é uma questao de leitura, eles vão
olhar lá no texto e tentar tirar do texto um pedacinho
da resposta e como ele não conseguiu entender o
sentido do texto então ele não consegue fazer
inferência.
Aluna: as vezes tem alunos que não tem fluência na
leitura, mas conseguem fazer uma boa análise do
texto e conseguem responder, já tem outros que ler
muito bem, com a entonação muito boa, mas que
tem a maior dificuldade pra (não entendi).
Professora: pronto, nessa questão o processo vai
trazer os objetivos que guiam a leitura, quando a
gente vai ler, a gente vai ler para alguma coisa, eu tô
lendo coisas da universidade, to lendo para estudar,
você vai em determinadas informações que você esta
querendo para determinadas disciplinas, mas você lê
para diferentes propósitos e até mesmo no texto,
duas pessoas com diferentes propósitos geram
leituras diferentes, eu não consegui achar, mas tem
uma situação muito engraçada, tem um texto que
descreve um assalto(não entendi) ai você pede para
um grupo ler como se fosse o ladrão e o outro como
se fosse a polícia, ai você vê que vai se vai extrair
informações completamente diferentes do mesmo
texto, o ladrão vai observar mais os horários da casa,
a hora que dorme, quantas pessoas tem dentro da
casa, horário que sai, horário que chega e a polícia
não, vai extrair informações diferentes dessas e eu
acho muito interessante perceber que um texto
permiti várias leituras e interpretações.
Aluna: isso acontece muito quando você lê coisas na
bíblia, dependendo do seu estado emocional, como
você age independente da sua religião, você lê o que
você precisa ouvir, e também acontece com
diferentes religiões, na Índia, cada um dá sua
interpretação completamente diferente.
Aluna: e daí surge as grandes discussões, várias
interpretações, por que a mesma coisa escrita, mas
por causa de uma vírgula, muda tudo.
Professora: às vezes a virgula nem conta, a virgula é
a mesma, o texto é o mesmo, mas a orientação
religiosa é que difere, então eu vou buscar subsídios
de forma que... (aluna falou, mas não entendi), então
o que é que a gente vai falar, que dentro dessa
definição da existência de um leitor ativo, então não
é o texto que imprimi ao leitor, o leitor é que vai dar
significado ao texto, o leitor deve ter objetivos na
leitura, na situação escolar, com os meninos na sala
de aula com a língua portuguesa, quais são os
objetivos dessas crianças pela leitura de texto?
Aluna: na sala de aula?
Professora: é.
Aluna: nenhuma. (depois uma aluna fala, mas não
foi possível ouvir).
Professora: a preocupação ta mais na questão motora
da leitura, mas não na questão da compreensão na
leitura e qual a ideia que (não entendi) trás que há
uma leitura por repetição e ai quando a gente tem a
leitura da literatura, tem que ser uma leitura para
que? É... aquelas famosas fichas de leitura, para
preencher depois, ou então se ler para responder
sobre o texto.
Aluna: Às vezes tem alunos que não tem fluência na
leitura, Mas ele conseguem fazer uma análise do
texto que tem a maior dificuldade pra fazer certas
(não entendi)
Professora: a fluência é mecânica... ai tem um outro
ponto que (não entendi) levantou, a questão da
interpretação e a interpretação vai depender do
objetivo que a gente tem na leitura, agora tem um
ditado que diz que as águas do rio depois que
passam, nunca não são as mesmas, nunca morre e
cada vez que a gente vai ler, a gente vai pegando
informações que a gente não viu antes, então não se
consegue fazer a mesma leitura do mesmo texto, por
que tem os conhecimentos que vão influenciar na
leitura e a idéia de que o leitor, ele constrói o
significado do texto, agora isso vai depender de que?
Dos conhecimentos prévios e dos objetivos da
leitura né? Não é que cada um que vai ler vai ter
uma leitura completamente diferente, como no texto
de Solé e como é o mesmo fragmento vão ter
conclusões parecidas, por que no texto... o texto, ele
se impõe de certa forma ao leitor, isso é uma questão
da macroestrutura do texto, pra Cleiton é mais difícil
ler um texto de receita, do que um texto culto (eu
acho). (risos) né? Então durante muito tempo a gente
teve duas grandes vertentes na questão do ensino da
leitura, uma se chama Otoarte (eu acho), baixo,
acima e a outra se chama (não entendi), o que é a
otoarte, o que é a otoarte, como é, vocês falaram que
antes era primeiro letra, depois palavra, depois frase
e depois texto, é exatamente o que ta por trás da
idéia de ensino do otoarte, de baixo para cima, era
unidade menor, para unidade maior, que é o texto,
então letras, palavras, frases, essas propostas todas
davam ênfase a questão da decodificação, que a
gente tava levantando antes, que leitura é
decodificação e nós já vimos que leitura é muito
amplo do que decodificação, então dentro dessa
proposta da otoarte, eles vão ensinar as crianças
primeiro as letras, das letras formar sílabas, das
sílabas, das palavras, as frases , das frases, o texto. A
criança vai ter que decodificar o texto que está na
frente dela, isso foi a base do ensino da gente...
Aluna:por isso a dificuldade da gente pra interpretar
um texto, foi feita uma pesquisa com (não entendi)
e eles não sabem interpretar, até a gente mesmo não
sabe interpretar (inaudível)
Professora: Eu concordo com você, agora uma coisa
que a gente vai se perguntar é: dificuldade de
interpretar e por quê? Que gênero textual, agora a
gente já vai puxando a questão do gênero, por que a
dificuldade não pode ser de todos, ela pode estar
atrelada a especificidade de algum gênero, algum
texto e tem autor realmente que escreve de forma
muito prolixa, você lê, lê, lê e não consegue
entender aonde ele ta querendo chegar...
Aluna: é Elisa Guimarães,é uma, você lê, lê, tem que
ser com um dicionário de lado.
Professora: lê um livro de Piaget na fonte, pra você
vê como é difícil de entender, ainda mais que ele usa
muita lógica pra colocar os argumentos dele. Um
outro autor, que eu comecei a ler e desisti foi (não
entendi), aquele livro verdades tropicais (eu acho),
eu li quatro capítulos, mas ele dá tanta volta em
quatro capítulos (risos), e eu disse não, encerrou
aqui, é sério.Se alguém quiser eu empresto o livro
pra...
Aluna: não, não obrigada (risos)
Professora: e Saramago foi o premio Nobel de
literatura, então fui ler um livro dele da maior
expressividade, mas tem um dele especificamente
que é um texto que eu acho muito difícil de ler, o
homem (não entendi), vocês já tentaram ler?
Alunos: não, não.
Professora: Ai foi engraçado, na época que eu tava
na UFAL, ai quando eu vi, meu amigo de sala
chegou com o livro né? ai eu perguntei
e ai como ta sendo a leitura do livro? Ai ele disse, to
emperrado. ainda bem eu pensei que era só eu. Mas
realmente foi um livro muito difícil de chegar no
final e depois (não entendi) Chico Buarque, gosto
muito de ler o material que ele produz.
Diferentemente de Caetano, quando eu fui lê o livro
de Caetano, ele começa dizendo que o tropicalismo
não foi um movimento político, foi um movimento
musical e no fim você acaba entendendo, toda
bandeira que se levanta no tropicalismo é totalmente
da questão da resistência, do cultural né? (não
entendi) eu realmente não imaginava que era por ai.
Aluna: Qual é o tema? Tropicalismo o que?
Professora: era um movimento musical.
Aluna: não, o titulo do livro.
Professora: Verdades tropicais. E ai a gente tem uma
outra... oposto a otoarte, a gente tem a corrente (não
entendi) que traduzindo ao pé da letra é de cima para
baixo , o que é que significa esse cima? Composto
de comportamentos a começar das letras viram
palavras e frases, ele vai trabalhar a nível de texto,
então os conhecimentos prévios e os recursos
cognitivos vão estabelecer ligações sobre o conteúdo
do texto, ele se fixa mais no texto para verificar,
então de certa forma a gente vê que muda o lado da
moeda, mas tanto um como o outro, aqui não é a
decodificação pura, é uma questão mais ampla, mas
a base ainda é só o texto, fala de antecipação, fala de
recurso cognitivo, mas ainda tá só na questão do
texto, então o que Isabel Solé vai falar é exatamente
na questão da interação entre texto e leitor no
processo de leitura ta? Então tanto o texto vai
imprimir ao leitor como o leitor vai trazer toda a
inferência dele pra abarcar aquele texto. Tá claro até
ai gente? Ta ficando claro o que é leitura agora?
Aluna: eu me confundia muito.
Professora: por quê?
Aluna: por que muitas vezes você pega um texto e
fica brigando com o texto e não consegue
compreender e ai você não sabe o que o texto fala
(tem continuação, mas não consigo ouvir).
Aluna: é por que é outra linguagem né? Você ainda
ia se adaptar a linguagem.
Professora: é as questões dos conhecimentos prévios
né? Os seus conhecimentos prévios em relação
aquele conteúdo, pense na seguinte situação, pegue
um texto na área de engenharia e tenta ler né?
Aluna: é por que é muito mecânico né?
Professora: o que é que acontece com o texto da
engenharia? Você ia sentir muita dificuldade em ler
né? É por que falta pra gente conhecimentos prévios
né? Em relação a determinados conteúdos.
Aluna fala, mas não consigo ouvir. Trazer outros
exemplos...
Professora: vocês concordam gente? Eu aprofundei
a discussão depois da leitura do texto, eu ouvi as
diferentes respostas, as diferentes interpretações e ai
diferentes perspectivas...
Aluna: como ela, eu também tive muita dificuldade
no primeiro período por que a gente pagou
introdução à educação e eu ficava que danado é
práxis, que danado é cognitivo, que danado é
epistemologia, eu fiquei (não entendi), você não
entende nada, você tem que ter mesmo um diálogo
na sala de aula, após a leitura dos textos pra que
você vá construindo o conhecimento.
PROFESSORA: é bom você ir pelo contexto, por
que as vezes você não entende a palavra, mas o
contexto da palavra é que a gente tira que palavra é
aquela, isso ajuda, mas também pode atrapalhar
quando leva a (não entendi). Eu lembrei quando eu
tava fazendo as aulas de vocês, eu cortei algumas
aulas e quis agendar as minhas atividades em casa e
me encasquetei numa palavra e por causa dessa
palavra, não conseguia fazer o resto das atividades e
ai eu pensei vou passar minhas dúvidas para o dia da
aula, quando eu soube a leitura da palavra, o que é
que era bocu, (não entendi), é o que a gente fala,
merci bocu, merci bocu, e ai eu nunca tinha visto
essa palavra escrita e ai fica muito diferente do que
eu imaginava que era a escrita da palavra, de como
as pessoas falam, eu não tinha estratégias de
inferências suficientes pra saber o que era aquilo ali
e até onde eu podia adiantar minha tarefa,parei a
tarefa, exatamente por que meu desconhecimento
não me ajudou a andar pra frente, tudo por causa de
uma palavra e a gente tem que pensar que os nossos
alunos passam por essas dificuldades e a leitura não
é um processo mecânico, por que as vezes você não
consegue ler o texto por falta de conhecimento
prévio, em relação aquilo que está sendo pedido dele
(não entendi), então a gente como professor tem que
ter muito cuidado pra fazer um trabalho mais
consciente, em relação a prestar mais atenção, não
só na parte mecânica da leitura, mas na parte de
compreensão desse processo (não entendi) pra gente
poder colocar o nosso aluno mais pra frente né? E
isso... Vamo ver o que é que diz aqui... Eu vou voltar
... O leitor constrói significado... eu vou voltar pra
questão dos gêneros, a gente já falou em relação à
escrita, agora a gente vai falar em relação à leitura, o
conhecimento da estrutura, da macroestrutura, dos
gêneros, vai ajudar na questão da leitura.
Aluna: inclusive Fátima, depois dessas aulas de
gênero ficou impossível de separar o gênero dessa
pratica de escrita e leitura, por que é inadmissível
você vê aqueles exercícios faça um texto sobre tal
coisa...
Aluna: como se escrever fosse uma coisa tão normal
que não necessitasse de outras vivências...
Aluna: agora eu abomino esse tipo de atividade
(risos).
Aluna: cadê, mas assim, é texto de que? Pra que?
(risos)
(não entendi)
Aluna: vocês vão ter dois pontos a menos por causa
da queixa (risos).
Aluna: ah sim, achei q era por que tava falando
muito alto. (risos)
Professora: na avaliação de vocês eu coloquei a
escrita da criança, agora a gente vai ler um texto,
(não entendi) jornal, tá certo? E a gente vai ver as
perguntas desse texto, a questão da compreensão do
texto. Dá pra vocês lerem?
Alunos: não.
Professora: e agora dá?
Alunos: dá.
Professora: um castigo educativo
Como todos os meninos, eu era curioso e um pouco
destruidor. Um dia cometi a travessura de fazer uns
buracos em uma das portas de nossa casa, para ficar
espiando o que ocorria na rua.
Procurando dar-me um castigo educativo, meu pai
fez-me reparar o estrago que causara.
- Vá buscar uns pedaços de madeira, e procure cortá-
las de modo a se ajustarem nos buracos; depois
passe a lixa.
Fiz o trabalho um pouco envergonhado, e, ao
terminá-lo, era pouca a vontade que tinha de olhar
para a porta verde com aqueles círculos brancos.
Meu pai então me disse que eu devia pintá-los da
mesma cor da porta, e me deu dinheiro para comprar
tinta.
A que arranjei não era exatamente da mesma cor, e
por isso, por insistência do meu pai, pintei toda a
porta.
Desde esse momento, surgiu em mim uma espécie
de gosto para melhorar e reparar as coisas da nossa
casa.
Pintei seis portas e duas janelas, que não ficaram
mal, sentí-me orgulhoso de ser pintor, e minha
atitude mudou em consequência daquele castigo que
terminou em forma agradável e boa.
É o famoso castigo educativo, ta certo? Eu vou
mostrar as duas coisas ao mesmo tempo, o texto e as
questões pra gente dá uma olhada. Qual foi a
travessura realizada pelo menino? E o que você
achou dela? Cortou buracos na porta de entrada,
muito bem. O que o pai fez ao saber da atitude do
filho? Fez o que ele (não entendi). Por que o titulo
da história é castigo educativo? Por que o menino
teve um castigo educativo. (risos) que outro título
você daria ao texto? Justifique. Menino travesso, por
que o menino é muito travesso. (risos) o que você
achou da atitude do pai do menino? Justifique. (não
entendi) por que ele consertou o que fez. Outro
castigo educativo que papai ou mamãe lhe deu?
Enfrentar o medo do escuro. Quem é o contador da
história? Carlos Salazar. Agora vamos voltar e ver
todas as respostas, vou colocar lá no comecinho.
Nessa primeira pergunta gente, é uma pergunta que
está no texto ou não está?
Alunos: está.
Professora: dá pra pegar isso claramente no texto, na
segunda pergunta, que é que o pai fez ao saber da
atitude do filho, tá no texto?
Alunos: tá.
Professora: e no quinto, esse daqui ta no texto?
Alunos: não.
Professora: e então, o que eles vão ter que fazer?
Aluna: o que ela entendeu.
Professora: o que ela entendeu, o que ela entendeu,
como assim?
Aluna: o que ela entendeu do texto, ela vai colocar
qual foi a atitude e explicar, por que tem várias
atitudes e ela vai colocar o que chamou mais atenção
no texto.
Professora: a compreensão do texto, agora ela vai
pode dar essa explicação e entender realmente aquilo
o que era educativo. Por que o título da história era
o castigo educativo? Essa pergunta é direta? Não,
né? Ela exige o que da criança?
Aluna: a leitura completa do texto e também...
Professora: diante da resposta, o que é que essa
criança ta dizendo pra gente?
Aluna: por que a criança não soube explicar o que
era o castigo educativo.
Aluna: ela soube explicar do jeito dela.
(Vários alunos falam ao mesmo tempo)
Aluna: ela foi direta né?
Aluna: se depois da interrogação talvez tivesse,
explique, o titulo é o castigo educativo, por quê? Ai
talvez ela tivesse dito o que era o castigo educativo.
Professora: quando a gente faz a pergunta, a gente ta
pedindo que habilidades?
Aluna: interpretar né?
Professora: interpretar, que mais?
Aluna: saber qual é a idéia sobre o texto.
Aluna: inferência.
Professora: a gente ta pedindo uma síntese do texto e
talvez da forma que foi perguntado a criança não
consiga entender ou dar uma resposta óbvia. Que
outro título você daria ao texto? Que é que ta
pedindo novamente a criança nessa atividade? O que
é que há por trás?
Aluna: uma interpretação né?
Aluna: uma opinião dela.
Professora: ta certo, uma opinião, mas quando a
gente faz uma pergunta a gente ta querendo saber o
que? O que meu leitor vai encontrar naquele texto, o
que ta pedindo novamente é uma síntese né? Pra
você me dá a idéia do todo, o que ta pedindo
novamente é uma síntese, ai ela responde, menino
travesso, essa resposta dá a idéia de síntese do texto?
Aluna: dá
Aluna: não.
Aluna: por que no texto ele não ta focado na
travessura do menino... .(os alunos falam ao mesmo
tempo).
Aluna: é um elemento do texto.
Professora: o tipo de castigo que o pai deu não foi
um castigo educativo de punição, mas é um castigo
o quê?
Alunos: educativo.
Professora: não é de punição, mas é educativo de
educação. Agora a gente voltou pra discussão do que
que a criança foi começando a fazer a partir do
momento que ela gostou do que tava fazendo né?
Então o menino era travesso? Era só o início da
historia, mas o principal foi o castigo que ele
recebeu pela travessura dele, o que aquilo ocasionou
pra (não entendi). Então colocar o menino travesso,
ta colocando só a primeira parte da história, isso não
é uma síntese, no caso da ideia principal como um
todo. O que você achou da atitude do pai do
menino? Explique: Essa pergunta é uma pergunta o
que?
Aluna: uma opinião.
Professora: uma opinião pessoal, ai vai depender de
cada criança, é uma questão bem pessoal e os livros
aqui, estão cheios de pergunta dessa natureza, ai
vem o texto, contando uma história, qualquer gênero
que eles queiram trabalhar naquele momento, ai
depois tem assim, o que você achou do texto? Dê
sua opinião sobre? Mas sempre ficando mais na
opinião pessoal, são poucos os momentos que ele
tem que entrar nos dados do texto, pra discutir o
próprio texto, ficando mais no que você acha. O que
você acha é bom, a gente tem que expressar a
opinião, mas a gente também tem que achar baseado
em alguma coisa, (não entendi) dados com o texto
que a gente ta trabalhando. Qual foi o castigo
educativo que o papai ou a mamãe lhe deu? O que é
que vocês acham dessa pergunta? O que é que ela ta
trazendo para o universo da sala de aula?
Aluna: eu entendi assim, é...(não entendi) o que eu
aprendi decorrente de um determinado castigo que
me foi aplicado, que castigo foi esse? por que não é
todo castigo que você aprende alguma coisa. Será
que o castigo educativo pra ele foi esse, dele entrar
no quarto escuro? (risos). Eu entendo que ele
entendeu a pergunta, mas se você ler você vai
entender isso. (risos)
Professora: ele não conta o castigo, ele conta o terror
né?(risos)...pra pegar (não entendi) teve algum
conhecimento do texto?
Aluna: como é?
Professora: é... ta dizendo assim, ele não conta o
castigo, ele conta a superação (não entendi), pra ele
contar a superação há influência do texto?
Alunos: há.
O que é que vai dizer no final do texto? Aprendeu a
gostar de pintar, de consertar né? Então baseado no
texto veio só a superação, mas não o castigo, agora o
que é que o autor do texto, o autor do livro ta
querendo da criança nesse momento. No momento
anterior é a opinião pessoal e nesse momento é o
que? É o lado pessoal, é dar um nome que vai variar
também de criança pra criança, que cada uma conte
a sua experiência em relação ao castigo educativo. E
a ultima pergunta, quem é o narrador da historia? E
agora?
Os alunos falam, mas não é possível ouvir.
Professora: será que a criança colocou o narrador da
história ou o autor?
Alunos: o autor.
Professora: (não entendi)o narrado é o menino, que
ta contando o que foi que ele fez e como foi
castigado pelo que fez e o que é que aconteceu no
final né? Agora o que foi entendido aqui é quem é o
autor do texto, Carlos Salazar, isso indica o que?
Ela entendeu a pergunta?
Aluna: não.
Professora: mas ela sabe o que em relação ao texto?
Que todo texto tem uma autoria
Aluna: talvez ela ache que autor e narrador é a
mesma coisa.
Aluna: por que as vezes a criança ta tão acostumada,
quem é o autor? Que ela já coloca automaticamente,
ela vai logo colocando (risos)
Professora: é pode ser, já vai no automático, quem é
o autor do texto né? e pra identificar o narrador é
preciso saber a estrutura do texto, saber identificar o
narrador dentro desse gênero textual. Agora vou
voltar novamente pras nossas questões, o que que é
ler agora?
Aluna: é um processo cognitivo que o leitor...
(inaudível).
Professora, é mais ou menos o que Érica falou. De
antes pra agora mudou um pouco a ideia do que é a
leitura? Mudou a idéia? Não. Isso fica para a sala de
aula, a idéia não mudou, mas a execução disso é que
tem que começar a (não entendi), leitura por prazer,
leitura pra buscar conhecimento, leitura pra fazer
alguma coisa, e como é que a gente aprendeu a ler
agora? Depois que a gente conversou?
Alunos: aprende a ler lendo. (risos)
Professora: Aprende a ler lendo e a escrever
escrevendo né? (risos) ficou ainda alguns traços,
mas não mais daquela forma, que você passa do
pequenininho pras coisas maiores, a gente já sabe
que tem essa participação do leitor, tem os
conhecimentos prévios do leitor, inferências, tudo
isso é envolvido nesse processo de aprendizagens
com a leitura e por ultimo, como é que deve ser o
ensino da leitura?
Aluna: (inaudível)
Professora, é como (não entendi) tava falando a
pratica de leitura deve ser desde pequenininho e que
na escola elas tenham essa oportunidade de
participar dessas praticas de leitura (1:22)

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