Sie sind auf Seite 1von 3

1. 1 TEORIA GERAL DO PROCESSO PROFESSOR FLVIO PASCARELLI JURISDIO.

CONCEITO. CARACTERSTICAS. ESPCIES. PRINCPIOS FUNDAMENTAIS.


ESCOPOS. ELEMENTOS. PODERES CONCEITO. O conceito de jurisdio tem por base a
tripartio das funes do Estado. Como se sabe, o Estado exerce a soberania por meio de trs
funes: legislativa, administrativa e jurisdicional. Por isso, convm estabelecer em quais
aspectos a jurisdio se diferencia das demais funes estatais. Pode-se dizer que a jurisdio se
diferencia da legislao medida que a primeira exercida in concreto, isto , aplica a norma a
um caso concreto, enquanto que a segunda exercida in abstrato, ou seja, o legislador cria a
norma que deve ser aplicada a situaes futuras. No que tange administrao, a diferena
oferece certa dificuldade, porquanto esta tambm atua no plano concreto. Adotamos aqui as
diferenas estabelecidas por Alexandre Cmara, para quem elas residem na imparcialidade do
juiz, na revogao ou modificao do ato administrativo e no carter substitutivo da jurisdio.
Imparcialidade. Enquanto o juiz tem como pressuposto processual o desinteresse pelo resultado
da sua atuao, visto que busca apenas fazer justia e aplicar o direito objetivo ao caso concreto,
de acordo com as provas dos autos, o administrador, por sua vez, tem toda a sua atividade
pautada pela parcialidade, ou seja, tem total interesse nos resultados que a sua atuao pode
proporcionar. Revogabilidade-modificabilidade do ato administrativo. O ato administrativo
pode ser revogado ou modificado a qualquer tempo. J o ato jurisdicional mais importante, a
sentena de mrito, pode alcanar a imutabilidade, o que ocorre quando dela no se recorre ou
quando todos os recursos j foram definitivamente decididos. Substitutividade da jurisdio. A
funo administrativa originria. Ela sempre coube ao Estado. J a funo jurisdicional
exercida em substituio a das partes. Isso acontece como contrapartida proibio de
autotutela. Em outras palavras, o Estado substitui as partes na resoluo dos conflitos de
interesses. Estabelecidas essas diferenas, pode-se afirmar, adotando o critrio funcional, que
jurisdio a funo pela qual o Estado assegura ou restaura a ordem jurdica. Isto acontece
mediante prvia provocao do Poder judicirio, encarregado constitucional da tutela dos
direitos, sobretudo dos direitos fundamentais. TGP. JURISDIO. PROFESSOR FLVIO
PASCARELLI.
2. 2 De modo geral, a doutrina brasileira adota o conceito de jurisdio de Carnelutti ou o de
Chiovenda. Para o primeiro, a jurisdio tem como funo a justa composio da lide, ou seja,
do conflito de interesses qualificado pela pretenso de um dos interessados e pela resistncia
do outro1 . Para o segundo, a jurisdio uma funo do Estado que tem por escopo a
atuao da vontade concreta da lei, por meio da substituio, pela atividade de rgos pblicos,
j no afirmar a existncia da vontade da lei, j no torn-la praticamente efetiva2 . Trata-se de
concepes antagnicas3 , porque estas tm por base teorias distintas sobre o ordenamento
jurdico. Carnelutti adepto Teoria Unitria do ordenamento jurdico, a qual defende a ideia
de que a norma de direito material se limita a criar expectativa de direito. O direito, assim, s
surgiria com a sentena do juiz, capaz, portanto, de criar direitos subjetivos, na resoluo de
litgios. Chiovenda, da Teoria Dualista do ordenamento jurdico, defende que a norma material
cria o direito, limitando-se a jurisdio a declar-lo, a fazer valer a vontade contida na norma.
CONCEITO DE JURISDIO NA DOUTRINA BRASILEIRA Na doutrina brasileira, h

diversos autores que colaboraram para a construo do conceito de jurisdio, dentre eles esto:
Moacyr Amaral Santos4, : Esta funo do Estado prpria e exclusiva do Poder Judicirio.
ele, dentro dessa funo, que atua o direito objetivo na composio dos conflitos de interesses
ocorrentes. 1 CARNELUTTI, Francesco. Sistema di Diritto Processuale Civile. Vol. 1. Padova:
Cedam, 1936, p. 40. 2 CHIOVENDA, Giuseppe. Instituies de Direito Processual Civil. Vol.
II. Campinas: Bookseller, 1988, p. 8. 3 Alguns autores as consideram complementares. Por
todos: GRECO Filho, Vicente. Direito Processual Civil Brasileiro. Volume 1: (Teoria Geral do
Processo a Auxiliares da Justia) 2 ed. rev. e atual.- So Paulo: Saraiva, 2007, p. 175. 4
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras Linhas de Direito Processual Civil. 1 vol., 25 ed. rev. e
atual. So Paulo: Saraiva 2007, p. 67. TGP. JURISDIO. PROFESSOR FLVIO
PASCARELLI.
3. 3 Vicente Greco Filho5 :(...) jurisdio o poder, funo e atividade de aplicar o direito a
um fato concreto, pelos rgos pblicos destinados a tal, obtendo-se a justa composio da lide.
Fredie Didier Jr6 : A jurisdio a realizao do direito em uma situao concreta, por meio
de terceiro imparcial, de modo criativo e autoritativo (carter inevitvel da jurisdio), com
aptido para tornar-se indiscutvel. Cintra, Grinover e Dinamarco7 : (...) uma das funes do
Estado, mediante a qual este se substitui aos titulares dos interesses em conflito para,
imparcialmente, buscar a pacificao do conflito que os envolve, com justia. Essa pacificao
feita mediante a atuao do direito objetivo que rege o caso apresentado em concreto para ser
solucionado; e o Estado desempenha essa funo sempre mediante o processo, seja expressando
imperativamente o preceito (atravs de uma sentena de mrito), seja realizando no mundo das
coisas o que o preceito estabelece (atravs da execuo forada). Alexandre Freitas Cmara8 :
(...) a funo do Estado de atuar a vontade concreta do direito objetivo, seja afirmando-a, seja
realizando-a praticamente, seja assegurando a efetividade de sua afirmao ou de sua realizao
prtica. Marinoni9 : (...) a jurisdio, atualmente, tem a funo de tutelar (ou proteger) os
direitos, especialmente os direitos fundamentais (...). O que se deseja evidenciar que a funo
jurisdicional uma consequncia natural do dever estatal de proteger os direitos, o qual
constitui a essncia do Estado contemporneo. Carlos Alberto lvaro de Oliveira e Daniel
Mitidiero10 : A jurisdio antes de tudo poder uma das manifestaes do poder do povo
(art. 1, pargrafo nico, CRFB), canalizado no Estado, cujo exerccio se leva a cabo por meio
da funo judiciria. A jurisdicionalidade 5 GRECO Filho, Vicente. Direito Processual Civil
Brasileiro. Volume 1: (Teoria Geral do Processo a Auxiliares da Justia) 2 ed. rev. e atual.- So
Paulo: Saraiva, 2007, p. 175. 6 DIDIER Jr, Fredie. Curso de Direito Processual Civil: Teoria
Geral do Processo de Conhecimento, vol. 1- Salvador: Editora Podivm, 2007, p.65. 7 CINTRA,
Antonio Carlos de Arajo. GRINOVER, Ada Pelegrini. DINAMARCO, Cndido Rangel.
Teoria Geral do Processo. 15ed., So Paulo: Malheiros editores, 1999, p. 129. 8 CMARA,
Alexandre Freitas. Lies de Direito Processual Civil. Vol. I, 12 ed.. Rio de Janeiro: Lumen
Juris, 2005, p. 72. 9 MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil. volume 1: Teoria
Geral do Processo. So Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p. 134. 10 OLIVEIRA,
Carlos Alberto Alvaro de. MITIDIERO, Daniel. Curso de Processo Civil. Volume 1: Teoria
Geral do Processo e Parte Geral do Direito Processual Civil. So Paulo: Atlas, 2010, p. 125.

TGP. JURISDIO. PROFESSOR FLVIO PASCARELLI.


4. 4 de um ato aferida na medida em que fruto de um rgo estatal dotado de imprio,
investido em garantias funcionais que lhe outorguem imparcialidade e independncia, cuja
funo aplicar o direito (e no apenas a lei) de forma especfica, munido o seu
pronunciamento de irreversibilidade externa. CARACTERSTICAS DA JURISDIO. As
caractersticas da jurisdio variam de doutrinador para doutrinador. Ficamos com as
estabelecidas por Cmara, para quem elas so em nmero de trs: inrcia, substitutividade11 e
natureza declaratria. Outros incluem a lide e a definitividade. Inrcia. Desde o incio de nossa
disciplina (ao estudarmos o princpio da demanda) buscou-se tornar claro que a jurisdio
possui uma inrcia inicial, ou seja, o juiz s age quando provocado, o que acontece pelo
exerccio do direito de ao. A regra excepcionada em algumas situaes, como ocorre com a
possibilidade do juiz determinar de ofcio a instaurao do inventrio (art. 989 do CPC) ou da
concesso do habeas corpus de ofcio. Substitutividade. A resoluo de conflitos era,
inicialmente, exercida pelos prprios conflitantes. Com o avano do direito, tal funo passou a
ser exercida pelo Estado, via da funo jurisdicional. Tambm aqui a regra excepcionada:
legtima defesa e desforo imediato para a tutela da posse (art. 1.210 do CC/2002).
Requisitos de natureza substancial
Que esta questo seja de resoluo necessria para se conhecer da infraco penal. Isto
torna-se necessrio conhecer da questo prejudicial para se prosseguir a aco penal
necessidade.

Das könnte Ihnen auch gefallen

  • Comunicado de Imprensa COVID 19 12.03.2022 VF
    Comunicado de Imprensa COVID 19 12.03.2022 VF
    Dokument6 Seiten
    Comunicado de Imprensa COVID 19 12.03.2022 VF
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Moçambique COVID-19 atualização diária 03 novos casos
    Moçambique COVID-19 atualização diária 03 novos casos
    Dokument6 Seiten
    Moçambique COVID-19 atualização diária 03 novos casos
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • 2
    2
    Dokument1 Seite
    2
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Documento G
    Documento G
    Dokument62 Seiten
    Documento G
    giovanne
    Noch keine Bewertungen
  • Referir
    Referir
    Dokument2 Seiten
    Referir
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Relações sociais formais e informais
    Relações sociais formais e informais
    Dokument1 Seite
    Relações sociais formais e informais
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • STudo
    STudo
    Dokument2 Seiten
    STudo
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Comunicado de Imprensa COVID 19 13.03.2022 VF
    Comunicado de Imprensa COVID 19 13.03.2022 VF
    Dokument6 Seiten
    Comunicado de Imprensa COVID 19 13.03.2022 VF
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Significado
    Significado
    Dokument2 Seiten
    Significado
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • 1
    1
    Dokument2 Seiten
    1
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Alema
    Alema
    Dokument2 Seiten
    Alema
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Área de Cliente
    Área de Cliente
    Dokument2 Seiten
    Área de Cliente
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Tipo Textual
    Tipo Textual
    Dokument2 Seiten
    Tipo Textual
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Tudo
    Tudo
    Dokument1 Seite
    Tudo
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Rela Coes
    Rela Coes
    Dokument1 Seite
    Rela Coes
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Porunga
    Porunga
    Dokument6 Seiten
    Porunga
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Este
    Este
    Dokument3 Seiten
    Este
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Ver Também: CAE, Cae Ou Cae Pode Referir-Se A
    Ver Também: CAE, Cae Ou Cae Pode Referir-Se A
    Dokument3 Seiten
    Ver Também: CAE, Cae Ou Cae Pode Referir-Se A
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • OK Mostra
    OK Mostra
    Dokument4 Seiten
    OK Mostra
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Descrição Do Produto
    Descrição Do Produto
    Dokument2 Seiten
    Descrição Do Produto
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Produto
    Produto
    Dokument1 Seite
    Produto
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • O Presidente Dos Estados Unidos
    O Presidente Dos Estados Unidos
    Dokument1 Seite
    O Presidente Dos Estados Unidos
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • MXR
    MXR
    Dokument1 Seite
    MXR
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Produto
    Produto
    Dokument1 Seite
    Produto
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Sonho
    Sonho
    Dokument1 Seite
    Sonho
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • MXR
    MXR
    Dokument1 Seite
    MXR
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Mais
    Mais
    Dokument1 Seite
    Mais
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Okl
    Okl
    Dokument1 Seite
    Okl
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Quanto Ao Regime Do Direito de Fiscalização A Doutrina Mostra
    Quanto Ao Regime Do Direito de Fiscalização A Doutrina Mostra
    Dokument1 Seite
    Quanto Ao Regime Do Direito de Fiscalização A Doutrina Mostra
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen
  • Os Cinco
    Os Cinco
    Dokument2 Seiten
    Os Cinco
    Caetano Caetano
    Noch keine Bewertungen