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SÉTIMO DOMINGO
– Mediante este dom, participamos dos mesmos sentimentos de Jesus Cristo em relação aos
que nos rodeiam. Ensina-nos a ver os acontecimentos dentro do plano providencial de Deus,
que sempre se manifesta como nosso Pai.
É uma sabedoria que não se aprende nos livros, mas que é comunicada à
alma pelo próprio Deus, que ilumina e ao mesmo tempo cumula de amor a
mente e o coração, a inteligência e a vontade; é um conhecimento mais
íntimo e saboroso de Deus e dos seus mistérios. “Quando temos na boca
uma fruta, apreciamos o seu sabor muito melhor do que se lêssemos as
descrições que dela fazem todos os livros de Botânica. Que descrição se
pode comparar ao sabor que experimentamos quando provamos uma fruta?
Do mesmo modo, quando estamos unidos a Deus e o saboreamos por íntima
experiência, isso nos faz conhecer muito melhor as coisas divinas do que
todas as descrições que os eruditos e os livros dos homens mais sábios
possam fazer”2. Este é o conhecimento que se experimenta de modo
particular pelo dom da sabedoria.
De uma maneira semelhante à de uma mãe que conhece o seu filho pelo
amor que lhe tem, assim a alma, mediante a caridade, chega a um
conhecimento profundo de Deus que obtém do amor a sua luz e o seu poder
de penetração nos mistérios. É um dom do Espírito Santo porque é fruto da
caridade infundida por Ele na alma e nasce de uma participação na sua
sabedoria infinita. São Paulo orava pelos primeiros cristãos, para que,
poderosamente robustecidos pelo seu Espírito [...], arraigados e alicerçados
na caridade, possais compreender qual a largura e o comprimento, a altura e
a profundidade, e conhecer enfim a caridade de Cristo, que desafia todo o
conhecimento3. É um compreender alicerçados na caridade; é um
conhecimento profundo e amoroso.
Esta ação amorosa do Espírito Santo sobre a nossa vida só será possível
se cuidarmos com esmero das normas de piedade através das quais nos
dedicamos especialmente a Deus: a Santa Missa, os momentos de meditação
pessoal, a Visita ao Santíssimo... E isto tanto nos dias normais como
naqueles em que temos um trabalho que parece ultrapassar a nossa
capacidade de levá-lo adiante; quando a devoção é fácil e simples ou quando
chega a aridez; nas viagens, no descanso, na doença...
“Que a Mãe de Deus e Mãe nossa nos proteja, a fim de que cada um de
nós possa servir a Igreja na plenitude da fé, com os dons do Espírito Santo e
com a vida contemplativa. Realizando cada um os deveres que lhe são
próprios, cada um no seu ofício e profissão, e no cumprimento das obrigações
do seu estado, honre gozosamente o Senhor”11.
(1) Mt 11, 25; (2) L. M. Martinez, El Espíritu Santo, 6ª ed., Studium, Madrid, 1959, pág. 201;
(3) Ef 3, 16-19; (4) Prov 8, 11; (5) Sab 7, 8-14; (6) São Tomás, Suma Teológica, 1-2, q. 112,
a. 5; (7) São Josemaría Escrivá, É Cristo que passa, n. 133; (8) cfr. Rom 8, 28; (9) R.
Garrigou-Lagrange, Las tres edades de la vida interior, 4ª ed., Palabra, Madrid, 1983, pág. 82;
(10) A. Riaud, La acción del Espíritu Santo en las almas, 4ª ed., Palabra, Madrid, 1983, pág.
82; (11) São Josemaría Escrivá, Amigos de Deus, n. 316.