Desde o início do movimento grevista tenho observado a pouca atenção
oferecida ao peso econômico do professorado mineiro na economia.
Tratando-se de uma categoria com aproximadamente cem mil profissionais este dado – a importância econômica do professor – não poderia jamais ser desprezado como forma de pressão.
Para melhor compreender esta afirmativa precisamos observar que em
nosso estado somente Belo Horizonte possui população superior a dois milhãoes de habitantes distribuindo-se o restante, predominantemente, em cidades com menos de 100 mil pessoas enquanto a maior parte dos municípios mineiros, 507 do total de 853, possuem população inferior a 10 mil vivendo estes últimos, basicamente, da renda dos aposentados, das políticas compensatórias oficiais, e salário do funcionalismo em grande parte resultante do trabalho dos professores.
Nos pequenos e grandes municípios os professores, e neste ponto devemos
pensar enquanto categoria profissional, representam um importante segmento para o setor varejista com destaque para os supermercados (grandes redes em cidades como Belo Horizonte, Contagem, Uberlândia e pequenos comerciantes em cidades com baixa população e bairros naqueles municípios de maior concentração populacional), farmácias e cultura.
Assim, em função do quadro acima, a reportagem do Blog do COREU
lançou a seguinte pergunta: Ocorrendo um corte no pagamento dos professores no mês de junho qual seria o impacto para o comércio em Minas Gerais?
Segundo a Gerente Geral da Associação Comercial e Industrial de Alfenas
(ACIACDL) Marisa Figueiredo Miranda: “Se os professores deixarem de receber os salários no mês de junho, fatalmente muitas empresas deixarão de cumprir com compromissos assumidos com fornecedores, gerando desequilíbrio no setor.” E completa sua observação: “Em Alfenas os profissionais que atuam na rede estadual de ensino representam uma significativa importância para o comércio local. Os principais beneficiados deste público são os supermercados, farmácias, padarias, enfim, gêneros de primeira necessidade. Sua importância é inquestionável já que comprando no comércio local o dinheiro irá circular, fazendo com que a economia seja fortalecida.”
Em Campo Belo, município com aproximadamente 50 mil habitantes, a
Gerente Administrativa da Associação Comercial Industrial Agropecuária e de Serviços (ACICB), Thais Alves Ferreira, respondeu ao Blog do COREU que “por ser um número relevante de profissionais em greve com certeza [o não pagamento] prejudica as empresas em geral.”
Temos – nestes dois exemplos – uma clara avaliação da importância
econômica dos professores em Minas Gerais e diante do não esclarecimento a respeito do corte de pagamento seria razoável um trabalho junto as associações comerciais como elemento de pressão para evitar o corte salarial parcial ou integral.
Artigo Cobreap - METODOLOGIA APLICÁVEL ÀS VISTORIAS PERIÓDICAS COMO FERRAMENTA DE REDUÇÃO DA INDÚSTRIA DE AÇÕES JUDICIAIS ENVOLVENDO A CONSTRUÇÃO CIVIL