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BIBLIOTECÁRIOS NO ESPELHO:
representações discursivas
RIO DE JANEIRO
2004
IARA VIDAL PEREIRA DE SOUZA
RIO DE JANEIRO
2004
IARA VIDAL PEREIRA DE SOUZA
Aprovado em de 2005.
BANCA EXAMINADORA
A Deus, pelo consolo e pela força. À minha mãe Talita, pelo estímulo e por acreditar em mim
(às vezes mais do que eu mesma). À minha irmã Clara, pelo carinho. À minha família, pelo
apoio. À minha orientadora, Profª Evelyn Orrico, pela confiança e por me mostrar que
pesquisa só se faz com paixão. Aos meus professores, pelo muito que me ensinaram em toda a
minha vida. Aos meus colegas da UNIRIO, pela companhia. Aos companheiros dos ENEBDs
pelo Brasil afora pelo intercâmbio ao mesmo tempo divertido e produtivo. Aos irmãos da
Primeira Igreja Batista em Botafogo, pelo afeto e pelas orações. Aos amigos de perto e de
longe, de ontem e de hoje, pela amizade. A todos vocês, um grande abraço e muito obrigada.
“Evelyn: Olha, eu... Eu posso não ser uma exploradora,
mundo. Apresenta considerações sobre o status social deste profissional e sobre sua (auto)
Discusses librarians’ professional identity through the analysis of the representations that
these professionals have of themselves and their work. Debates the history of librarianship as
a profession. Presents considerations about librarian’s social status and (self) image. Analyzes
interviews with librarians from the Rio de Janeiro’s public library system. It concludes
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 9
2 REPRESENTAÇÃO.......................................................................................... 12
3 O PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO.......................................................... 13
3.1 Histórico.............................................................................................................. 14
3.1.1 No Brasil............................................................................................................... 17
3.2 Considerações sobre o status e a (auto) imagem do bibliotecário.................. 21
4 METODOLOGIA............................................................................................... 25
5 BIBLIOTECÁRIOS: IDENTIDADE E REPRESENTAÇÃO....................... 26
5.1 Rede Municipal de Bibliotecas Populares do Rio de Janeiro......................... 26
5.2 Análise das entrevistas....................................................................................... 29
5.2.1 Perfil das entrevistadas........................................................................................ 29
5.2.2 Identidade e representação.................................................................................. 30
5.3 Discussão............................................................................................................. 37
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................. 39
REFERÊNCIAS................................................................................................. 42
9
1 INTRODUÇÃO
tem levado os profissionais da área a repensarem sua identidade profissional. Este movimento
pode ser sentido pela leitura de livros e artigos na área (ABBOTT, 1998; CASTRO, 2002;
PINHEIRO, 1996; SOUZA, 2004; VALENTIM, 2000; entre outros), pela análise de eventos
realizados nos últimos anos, e pela observação do que vem sendo debatido em universidades,
amigas dos livros e do silêncio do que das pessoas – é uma das preocupações nesse sentido.
bibliotecário, e, além disso, conhecer a percepção que o bibliotecário tem de si mesmo, torna-
se necessário conhecer como ele constrói e representa sua identidade. Assim, o objetivo do
simbólicos por meio dos quais os significados são produzidos, posicionando-nos como
sujeito. É por meio dos significados produzidos pelas representações que damos sentido à
identidade como um construto social, temos que considerar a influência do contexto histórico
Das muitas identidades assumidas pelos indivíduos – sexual, nacional, religiosa, entre
que um grupo faz de suas funções e de seu papel social. Nas palavras de Souza (2004, p. 93),
“Funções, que também podem ser ditas papéis, dão a identidade social do grupo profissional.
[...] Afirmar a cada dia suas habilidades na execução das tarefas significa concretamente
oferecer de forma consciente o melhor resultado que cada usuário de seu serviço pode obter”.
informação e seus efeitos no exercício da profissão levam os bibliotecários a refletir sobre seu
papel num mundo em que a informação é veiculada com cada vez mais facilidade, em
enfrentar os novos desafios da área e sobre a necessidade de uma nova imagem profissional.
trabalho pode afetar a maneira como esse profissional se relaciona com o usuário de
intermédio da(s) representação(ões) que faz de si e da percepção que tem do impacto social da
do Rio de Janeiro. A escolha pela biblioteca pública não foi fortuita. Ao contrário das
p. 16), sem qualquer discriminação. Por esses fatores, o bibliotecário responsável por uma
biblioteca pública tem possibilidades de contato com públicos mais diferenciados e distintos
do que seus colegas de profissão. Soma-se a isso o fato de que, pela deficiência das
voltas com seus trabalhos escolares (MILANESI, 1995). É lá que muitos deles terão sua
primeira – e por vezes, única – impressão do bibliotecário. Desta forma, e tendo em vista que
boa parte dos usuários são crianças, o responsável por uma biblioteca pública está envolvido
na formação de público.
análise das entrevistas, buscando, nas marcas de linguagem nelas recuperadas, aquelas que
2 REPRESENTAÇÃO
como intermediação, ou seja, a representação como “um conceito mediador entre emissor e
receptor” (DODEBEI, 2002, p. 32). Essa função mediadora das representações no contexto
modernos teóricos da área de Estudos Culturais. Stuart Hall (1997a, p. 4) afirma que as
sentido de que todas elas utilizam algum elemento (palavras, imagens, gestos, sons)
representando o que queremos dizer, para expressar ou comunicar um pensamento, uma idéia
(SILVA, 2004, p. 91). Assim, é por meio das representações que a identidade adquire sentido,
(1998 apud SILVA, 2004, p. 92-93), as sentenças performativas são aquelas que, em vez de
simplesmente descreverem um fato, fazem com que algo se concretize ao serem enunciadas –
por exemplo, a frase “Eu vos declaro marido e mulher”. Butler (1999 apud SILVA, 2004, p.
93-96) expande esta definição afirmando que determinados enunciados descritivos podem vir
a funcionar como performativos por meio de sua repetição, ajudando a tornar real a situação
que supostamente descrevem – por exemplo, frases como “Lia não consegue fazer nada
direito”.
É preciso ressaltar o papel da repetição nesse processo, já que é por ela que as
repetição, e, sobretudo, da possibilidade de sua repetição, que vem a força que um ato
lingüístico desse tipo tem no processo da identidade” (SILVA, 2004, p. 94, grifo do autor). A
repetição não apenas fortalece as identidades, mas também representa a possibilidade de sua
interrupção e/ou transformação: “A repetição pode ser interrompida. A repetição pode ser
3 O PROFISSIONAL BIBLIOTECÁRIO
dos profissionais.
14
3.1 Histórico
responsável pela guarda e organização dos acervos. No entanto, Ortega y Gasset (1997) relata
que é apenas durante o Renascimento, quando o livro é pela primeira vez percebido como
uma necessidade social, que o bibliotecário aparece como uma figura pública. Nessa época, o
janeiro de 1887 foi aberta nos EUA. na Columbia College (atual Columbia University), a
1979, p. 182).
acervos bibliográficos. No entanto, fatores como a organização das bibliotecas, que não
popular terminaram por desviar a atenção destes profissionais das necessidades do público
A omissão dos bibliotecários permitiu que outros tomassem a dianteira nesse processo
1931, o instituto criado por Otlet e Lafontaine passaria a se chamar Instituto Internacional de
que
tem sua origem na Biblioteconomia, da qual se distingue por sua ênfase na informação
considerável destes materiais exigiria técnicas mais precisas do que as utilizados pelos
documentalistas.
Segundo Francisco das Chagas Souza (2000, 2004), as diferenças entre bibliotecários
para a informação especializada, para fins comerciais e/ou técnico-científicos. O autor destaca
Há [...] entremeando essa discussão uma divisão que aparece bem clara para
europeus e norte-americanos. Trata-se da nítida distinção – que se polariza
pela peculiaridade da natureza dos conteúdos profissionais – dos papéis de
Bibliotecário e de Documentalista. E tal distinção decorrente destas
peculiaridades se traduz de fato, concretamente, em associações
profissionais que se distinguem em suas missões a partir das matrizes
representadas pela IFLA, com seus valores principais e pela FID, com suas
metas claras e específicas. (SOUZA, 2000, p. 129)
Souza (2004, p. 99) afirma que tanto bibliotecários como documentalistas (ou
novo contexto mundial. Segundo ele, as discussões nesse sentido têm seu foco em “como
não se deu tão radicalmente fora da Europa. Segundo Currás (c1982), os bibliotecários norte-
europeus, uma vez que nos EUA as bibliotecas nunca chegaram a ter como função principal a
3.1.1 No Brasil
Nacional, data de 1911 – exatos cem anos depois da fundação da primeira biblioteca pública
brasileira, em Salvador. Este curso é considerado pela maioria dos autores o primeiro da
América Latina e o terceiro do mundo. Porém, de acordo com o documento “Analises de los
1955 apud CASTRO, 2000, p. 53), o primeiro curso de biblioteconomia da América Latina
teria sido criado em Buenos Aires no ano de 1903, pelo Conselho de Mulheres da Argentina.
efetivamente em 1915, foi Manuel Cícero Peregrino da Silva, diretor da instituição no período
de 1900 a 1924. De inspiração francesa, este curso pioneiro formava profissionais de perfil
1935, seria criado um curso na Prefeitura de São Paulo, dirigido por Rubens Borba Alves de
Moraes e por Adelpha Silva Rodrigues de Figueiredo, e que também seguia a linha
Paulo passou a atuar como “farol” para área, apoiando o surgimento da Associação Paulista
de Associações de Bibliotecários (FEBAB), que por sua vez teria papel-chave na criação e
1954. Castro (2000, p. 142) relata os conflitos que a introdução da disciplina provocou entre
considerado um problema. Isso pode ser constatado pelo exame do currículo mínimo sugerido
19
por uma comissão de bibliotecários – entre eles Edson Nery da Fonseca – em 1962. Na sua
justificativa, escrevem:
informações” (RUSSO, 1966, p. 24). Percebe-se que mesmo numa época em que a
repensar “os objetivos e limites de suas práticas” (Silva, 1995, p. 85). Esse repensar foi
mudanças provocadas por esse movimento foram apenas superficiais: “na prática a situação
que se verifica é apenas uma mudança de nomes de disciplinas e não inovação de conteúdos”.
perspectiva de Arruda, Marteleto e Souza (2000, p. 15), “a demanda por um novo perfil
entanto, o questionamento atual sobre o novo papel do bibliotecário corre o risco de gerar
apenas mudanças superficiais, como Breglia e Rodrigues (1998, p. 109) sugerem ter ocorrido
em décadas passadas. Souza (2004, p. 90-91) afirma que nesse debate “pode-se perceber
menos a busca da compreensão da missão que incumbe ao coletivo bibliotecário e mais uma
Uma das estratégias sugeridas para abrir as portas do mercado de trabalho é a mudança
“a identificação dos mesmos [...] para atuação em outros espaços profissionais” (ARRUDA;
noção de informação. Algumas das novas denominações mais populares são “gestor da
1
A página do curso na Internet encontra-se no endereço http://www.decigi.ufpr.br/
21
museólogos e outros. Barbosa (1998, p. 53) afirma que “não há definição universalmente
(2004, p. 104). O autor considera que, nas discussões em torno do nome profissional
isso é o que o discurso liberal tem feito nos anos da década de noventa do século XX: o
Uma das preocupações mais constantes dos bibliotecários ao longo de sua história é o
especial como desfazer o estereótipo do profissional que parece estar impresso no consciente
coletivo e que se apresenta em livros, quadrinhos, filmes e anúncios de tv. Citamos como
exemplo a descrição de Barry Bowes (1979 apud KNEALE, 2002, tradução nossa):
esta uma “profissão feminina”. Ferreira (2002) e Abbott (1998) identificam as dificuldades
serviço social enfrentam para obter reconhecimento. Já Castro (2000, p. 156) rejeita essa
associação, lembrando que a biblioteconomia como profissão “teve sua gênese dominada
pelos homens e, nem por isso, nesse período, lhe foi dado o real valor”.
diferentes autores brasileiros os mais graves da profissão, entre eles a falta de divulgação. O
autor, porém, julga mais significativos fatores como a postura subalterna do profissional –
também mencionada por Fonseca (1988, p. 105), que fala da “situação humilhante” em que
(auto)imagem dos bibliotecários. Um dos pontos ressaltados por ele é que o estereótipo do
bibliotecário difundido hoje na sociedade pode ter tido “um grão de verdade”. Segundo
Steven Falk (apud GROGAN, 1995, p. 12), o status (ou a falta de status) da profissão de
bibliotecas, a passividade dos bibliotecários (no sentido de que eles não criam a informação,
apenas a repassam) e a gratuidade dos serviços da biblioteca, pouco popular numa sociedade
“rótulo” profissional. Na visão do autor, a melhor estratégia é “mudar a realidade por trás da
imagem e deixar que esta cuide de si mesma”. Para que isso se concretize, é necessário que os
23
bibliotecários tomem consciência de sua própria importância. O autor, porém, cita diversos
trabalhos cujos resultados indicam a aceitação do estereótipo por parte dos profissionais. Na
opinião do bibliotecário americano Laurence Clark Powell (apud GROGAN, 1995, p. 12),
“esta concepção popular [...] passou a ser acreditada por muitos bibliotecários como se
correspondesse a si mesmos”. Segundo Grogan (1995, p. 13), a “triste ironia” é que o próprio
público passou a encarar os bibliotecários de acordo com a imagem negativa que estes têm de
si mesmos.
de Oliveira (1983) identificou quatro fatores que afetam suas atitudes em relação à profissão:
entrevistados atuavam, a(s) função(ões) que exerciam, sua formação acadêmica, o tempo de
referência – atividade dinâmica por excelência, pelo contato direto com o usuário – não foram
verdadeira natureza.
acentuado entre os que atuam em bibliotecas públicas e universitárias. Entre os fatores que
influenciariam a remuneração dos bibliotecários estaria a baixa prioridade dada pelo governo
atuantes. No entanto, a falta de preparação acadêmica para lidar com os materiais não-
profissional diante dos atributos negativos que lhes são assinalados” (OLIVEIRA, 1983, p.
escolares a esta questão à sua ligação com a área educacional, que lhes proporcionaria um
status diferenciado.
os profissionais possuem uma auto-estima positiva, concluindo que eles acreditam “na
4 METODOLOGIA
relativas à motivação que os levou a exercer a profissão de bibliotecário, o que projetam para
assim como as marcas que evidenciam o que eles crêem ser a imagem que o público em geral
tem da profissão. Essas marcas serão assinaladas em orações do tipo afirmativo compostas
A atual Rede Municipal de Bibliotecas Populares do Rio de Janeiro teve sua origem
unidade foi inaugurada seis anos depois, na Lagoa (a atual Biblioteca Popular do Leblon). Em
1948, foi criada a Rede de Bibliotecas Populares do Distrito Federal, cujo primeiro
bibliotecas populares, que até então eram denominadas de acordo com o bairro em que se
que tivessem, em sua vida e obra, fortes elos com a cidade do Rio e com o bairro onde se
Volantes, que atende áreas carentes de bibliotecas, atualmente com nove unidades; e à
Biblioteca Abgar Renault, no Centro Administrativo São Sebastião, que serve aos
responsável pela aquisição e pelo processamento técnico dos materiais recebidos pelas
unidades, cabendo aos bibliotecários da rede a atribuição da notação de autor. Apenas obras
27
município.
2
Dados retirados da página da Internet da Secretaria Municipal das Culturas
(http://www2.rio.rj.gov.br/culturas/), em 30 de julho de 2004.
28
subprefeituras do Rio de Janeiro, é a que reúne o maior número de bibliotecas populares. São
Biblioteca da Lagoa. Atende em média 100 leitores por dia, entre estudantes, atores,
3
Dados retirados da página da Internet da Secretaria Municipal das Culturas
(http://www2.rio.rj.gov.br/culturas/), em 30 de julho de 2004.
29
de 1956. Recebe em média 150 pessoas por dia, na maioria estudantes e idosos. As
Biblioteca Central de Educação. Oferece aos seus usuários sala de vídeo, gibiteca e
exposições.
• Biblioteca Popular Mário Lago – Rocinha: A mais recente das bibliotecas populares
A Biblioteca Popular da Rocinha é a única das cinco que não está sob a supervisão
verbal)4. Assim, foram realizadas entrevistas com as bibliotecárias das unidades de Leblon,
4
Informação fornecida pela funcionária responsável pela Biblioteca Popular da Rocinha, em novembro de 2004.
30
anos. Apenas uma delas possui outro curso de graduação além de Biblioteconomia –
Arquivologia, outra área relacionada à informação. Outra das entrevistadas, porém, declarou
ter sido professora primária antes de ingressar no curso de Biblioteconomia. O quadro abaixo
Perfil E1 E2 E3 E4
Idade 60 anos 53 anos 49 anos 37 anos
Ano de 1976 1978 1980 1992
Graduação em
Biblioteconomia
Possui outro Não Sim Não Não
curso de (Arquivologia)
Graduação?
Formação Pós-graduação em Pós-graduação - Especialização
Acadêmica Ciência da Informação em Ciência do (área não
(maior titulação) (CNPQ/IBICT/UFRJ- Yoga (IBMR) informada)
ECO)
Ano de titulação 1994 2003 - 2001
Emprego Professora Arquivista / Bibliotecária Bibliotecária
anterior Profissional de (Biblioteca (UNIGRANRIO)
Yoga / Popular de
Bibliotecária Jacarepaguá)
Tempo na 27 anos 18 anos 24 anos 12 anos
profissão
Há quantos anos 19 anos 10 anos 18 anos 6 anos
trabalha em
biblioteca
pública?
Quadro 2 – Perfil das bibliotecárias entrevistadas.
Fonte: Informação verbal.
31
A segunda parte do questionário era composta de sete perguntas. Cada uma delas, e
seguirem a profissão de bibliotecário. Todas apontaram o amor pelos livros e pela leitura
como razão principal para sua decisão, mas só E4 disse ter tido desde cedo o hábito de
freqüentar bibliotecas. Ela contou sua fascinação infantil com o trabalho do bibliotecário, para
ela uma figura “encantada”, que parecia trazer em si todo o conhecimento. E1, que foi
professora primária, relatou que sua experiência como responsável pela biblioteca da escola
Bom, eu já era professora primária, então eu acho que tem muito a ver. Dentro da escola eu
já tomava conta da biblioteca também, porque eu me interessava, sempre gostei muito de ler,
gostei muito de pesquisar. Então [isso] me levou a procurar essa profissão, achei que tava
bem afim com o que eu tava querendo... (E1, 3 nov. 2004)
Eu sempre gostei muito de ler, [tinha] uma curiosidade em relação ao contexto do livro, não
só o contexto de uma forma geral, mas também o que continha os livros. E sempre gostei
muito também de escrever (E2, 4 nov. 2004)
O livro é o meu lazer preferido; a leitura sempre, pra mim, foi algo fascinante. E também
quando eu tava no segundo grau, na escola normal, teve um teste vocacional, e deu
biblioteconomia, arquivista, museólogo, sempre nessa área cultural, aí eu optei pela
biblioteconomia. Ler pra mim é a melhor coisa (E3, 5 nov. 2004)
32
Eu acho que o primeiro pensamento foi realmente gostar de livros. Eu era uma criança,
depois uma adolescente, que freqüentava muito a biblioteca. Mas nunca me passou pela
cabeça ser bibliotecária, porque eu achava intransponível ficar do outro lado do balcão,
conhecer todo aquele universo encantado. Então foi meio por acaso, eu saí da profissão de
professora e não sabia no momento o que fazer, se eu começava a estudar mais pra ter uma
especialização no magistério... Aí de repente uma tia comentou comigo ‘Por que você não
tenta Biblioteconomia?’ [Eu falei] ‘É possível, é possível’... Então eu prestei o vestibular pra
UNIRIO, passei, e gostei da experiência.”
[I: E você achava intransponível por quê]
Pela carga que a bibliotecária leva, parece que ela conhece tudo, que ela sabe tudo, que ela
abrange muito conhecimento, então a gente fica meio encantado. Então acaba que a gente
não sabe bem o que é, os trabalhos, quando a gente é criança. Agora, talvez, há um trabalho
maior de saber o que a bibliotecária faz, mas eu acho que há algum tempo atrás era sem
muito esclarecimento, então a gente ficava só imaginando o que era (E4, 8 nov. 2004)
Esta pergunta tinha por finalidade conhecer como as entrevistadas representam seu
campo de atuação. E2, que tem formação em Arquivologia, destacou a relação desta área e da
profissional. E4, por sua vez, enfatizou a importância do bibliotecário como “suporte” para os
Representa o meio de trabalho, o que eu gosto e que me sinto bem [...] Poderia optar por
outro tipo, ser jornalista, qualquer outra área que fosse dessa atuação de informação, de
divulgação da informação. O que eu gosto é saber que eu sou um agente de divulgação da
informação; e formador de opinião também, também isso é importante, você tem uma
responsabilidade enorme nesse sentido. (E1, 3 nov. 2004)
Biblioteconomia eu acho que é uma forma de você tomar conhecimento, a forma de chegar
ao conhecimento, saber se você realmente gosta de determinados assuntos, ou de seguir um
determinado tema, profissão. Biblioteconomia, Arquivologia, Museologia, são três caminhos
(E2, 4 nov. 2004)
Eu acho que é uma profissão que, principalmente hoje, te coloca atualizada, porque a
informação hoje virou um produto de primeira necessidade. Acho que pela importância dela
[da Biblioteconomia] mesmo, de fornecer esse material àqueles que tão querendo. Acho algo
muito importante a Biblioteconomia, pra mim. Quando me perguntam, “Qual é tua
profissão”, eu encho a boca e falo “Bibliotecário” (E3, 5 nov. 2004)
33
Pra mim representa uma possibilidade muito interessante de profissão. Acho que a gente
auxilia muito as pessoas na hora das dúvidas, do que a pessoa precisa pra se desenvolver até
mesmo em outra profissão. A gente é um suporte pra todas as profissões. Isso chama muito a
atenção, eu posso ajudar qualquer pessoa, um advogado, um dentista, um médico... É uma
coisa muito gratificante (E4, 8 nov. 2004)
biblioteca pública, que não apenas divulga informação livre de censura à população, como
também lhe oferece espaços para que realize suas próprias atividades. E2 destacou o papel do
indiretamente desse processo. Para E3, fatores como os baixos salários e a ocupação de vagas
É uma importância muito grande, no sentido de você fornecer a informação. Você tem que
dar a informação, não a informação que você gostaria que fosse interpretada pela pessoa,
mas tem que dar tudo, pra que a pessoa consiga fazer a interpretação que deseja. O
importante é isso, você divulgar o máximo que você puder; e a biblioteca pública é bom, por
que tem também a parte – que nós não temos muito aqui, por que nós não temos espaço – de
eventos. Tudo isso é uma forma de você estar abrindo espaço, pra todo mundo que quiser
(E1, 3 nov. 2004)
É importante que você tenha essa identidade [com a nação], o ser brasileiro, e o livro dá essa
noção (E2, 4 nov. 2004)
Bom, eu acho muito importante, mas eu não vejo que a sociedade acha tão importante, não.
Eu diria pelo próprio salário, que é superdesvalorizado; e também a nossa profissão é muito
preenchida por pessoas de outras áreas. Eu acho que tinha que partir da sociedade exigir um
profissional específico naquela área. Você vê, ele é atendido por qualquer profissional, e a
pessoa não questiona, ‘você é bibliotecário?’, ‘qual é tua formação?’, então, pra eles tanto
faz. Não exige muito, eu acho que não valoriza muito a profissão. (E3, 5 nov. 2004)
é dar um suporte pra você poder entender o mundo como um grande lugar de conhecimento,
o bibliotecário auxilia isso, mostra caminhos, ajuda, ele é a ponte do outro profissional com
o conhecimento (E4, 8 nov. 2004)
34
sociedade, em especial a comunidade em que trabalham. Todas consideram que seu trabalho é
reconhecido. E1 destacou que as solicitações por mais serviços que recebe de seus usuários.
Ah, eu acho que sim. Eu acho que tem que ser, primeiro que os livros estão caríssimos;
então se a comunidade não tem uma biblioteca que atenda à necessidade, ele já vai sentir
falta, já vai reclamar. A comunidade aceita bem; eu acho que de um modo geral aceita muito
bem. E até solicita mais coisa, eles reclamam aqui, ‘Poxa, a biblioteca de Botafogo tem
eventos, aqui vocês não tem’, por que lá eles têm um auditório, tem um espaço; infelizmente
aqui não tem (E1, 3 nov. 2004)
Ah, é, é sim. (E2, 4 nov. 2004)
eles elogiam, elogiam o acervo... É reconhecido (E3, 5 nov. 2004)
Considero, sim. Eu acho que quem freqüenta a biblioteca, quem sabe o que a gente tá
fazendo reconhece o nosso trabalho. [...] no mundo da tecnologia, que todo mundo conhece
um pouco de tudo, eu acho que todo mundo agora sabe mais ou menos, um com maior grau
de reconhecimento, outro com menor, o que é essa profissão. (E4, 8 nov. 2004)
P5) Na sua opinião, que imagem os usuários da sua biblioteca têm do bibliotecário?
Nesta questão, que também tem seu foco na comunidade local, procuramos identificar
a imagem que os usuários das bibliotecas visitadas teriam do bibliotecário, segundo o que
seria uma espécie de professor, um auxiliar para os trabalhos escolares – e por sua vez a
que os bibliotecários assumam posições claras frente à comunidade, a fim de obterem dela o
Ah, depende, quando é criancinha é ‘tia’, é como se fosse uma professora. As crianças de
primeiro grau vêm aqui e acham que a biblioteca é a continuação da escola, eles não têm
essa diferenciação entre biblioteca pública, que não é biblioteca escolar. Quer dizer,
primeiro é como se fosse a continuação da escola, então é a professora que ta lá na biblioteca
pra te ajudar a fazer o trabalho. Quando vai crescendo, ela já pede uma orientação, qual o
livro melhor pra ler, e já começa a ler autores brasileiros. E o adulto, e aquele pós-graduado,
ou então já graduado em faculdade, eles já são mais independentes, claro, têm que ser. Eles
gostam assim, é claro, quando a gente atende bem [...] [Quando] eles perguntam a gente
mostra até alguns livros e mostra a estante, pra eles escolherem outros, pra eles terem mais
liberdade; porque às vezes você dá um livro e tem um outro do lado que você não imagina
que talvez aquele seja melhor (E1, 3 nov. 2004)
Ah, é questionável. Agora, você tem que se posicionar, você tem que estar atento à
sociedade (E2, 4 nov. 2004)
Comigo, especificamente, acho que têm uma boa imagem (E3, 5 nov. 2004)
Eu acho que as pessoas imaginam que a gente auxilia mesmo. Talvez quando a pessoa
chegue na biblioteca a quantidade de livros impressione, às vezes a pessoa fica um pouco
perdida. E o bibliotecário é essa pessoa que vai [dizer] ‘Calma, não é bicho de sete cabeças,
você quer tal assunto? Tal assunto fica aqui’, traduz um pouco desse mundo de códigos. (E4,
8 nov. 2004)
Como?
experiência de E4, a “admiração de criança” que tinha pelo bibliotecário ganhou intensidade à
Eu acho que não, acho que eu tinha essa noção mesmo, que o bibliotecário é pra isso
mesmo. Por exemplo, biblioteca universitária eu sei que já é outro tipo de trabalho, é muito
mais específico, de repente você nem é muito requisitada, por que eles já têm mais
conhecimento. Na biblioteca pública muita gente nem sabe como usar a biblioteca, você tem
que dar noções primeiro. Não me lembro, tem tanto tempo que eu tô formada que eu nem
me lembro mais o que eu pensei na época. Se eu talvez mudasse pra outro tipo de biblioteca,
biblioteca especializada, eu talvez fosse sentir, fazer uma comparação, “na pública eu fazia
isso, aqui eu não posso fazer” (E1, 3 nov. 2004)
Eu acho que mudou um pouquinho. Você acaba tendo mais preocupação com a comunidade,
é oferecer pra comunidade aquele conhecimento que a comunidade quer (E2, 4 nov. 2004)
Ah, tem 24 anos... Se mudou, não mudou, não me lembro mais. Acho que não. Eu saí [da
faculdade] e não fui trabalhar na área, fiquei 10 anos fora da área. Depois é que eu vim pra
área de biblioteca popular. Então a gente vê [que] há uma diferença, uma distância, entre
aquilo que a gente aprende com a nossa realidade. A gente só identifica as diferenças, mas
não chega a mudar nada não. (E3, 5 nov. 2004)
Sim, mudou, porque antes, criança, adolescente, a gente não sabia muito bem o que era o
bibliotecário. Passando pro lado de lá, conhecendo o que ele faz, você aí tem uma noção real
do que é ser bibliotecário. Eu tinha uma admiração de criança, que ficou traduzida com mais
intensidade, realmente é interessante o trabalho. Não [é] você ser o assunto, ou você saber o
assunto. É como você chega lá, a ponte que eu te falei. (E4, 8 nov. 2004)
profissional “fechadinho”, que consideram ultrapassado não apenas no que se refere à imagem
propriamente dita, mas também às idéias do bibliotecário que se esconde atrás dos livros e
teme os danos que o usuário lhes possa causar. E1 destacou a necessidade de atualização para
evitar que o bibliotecário vire “peça de museu”, mas ainda relaciona a permanência do
política do profissional, por meio dos conselhos, sindicatos e associações, para impedir que a
profissão seja exercida por pessoas sem a devida qualificação. E2 voltou a ressaltar a ligação
memória. Finalmente, E4 destacou o papel do bibliotecário como facilitador das buscas por
Eu acho que tem que evoluir bastante, porque agora com o computador se a gente não ficar
esperto a gente vai virar uma peça de museu, você tem que compreender isso. No Brasil não
tem tanta gente com computador em casa, mas daqui a algum tempo eu acho que vai ser
quase que um utensílio doméstico. Agora, pra mim, e pra muita gente, graças a Deus, não há
nada como você pegar um livro, abrir e sentir. Nada como você ter a informação no livro, eu
acho que isso não vai acabar é nunca. Por que uma coisa é você tirar uma informação
imediata, agora o livro não, tem as gravuras, tem o cheiro, enfim... Dizem ‘Vai acabar a
biblioteca, não vai ter tanta utilidade’; eu acho que isso não vai acabar nunca. Pode ser que
mude, que a gente vá ter que mudar – mas aí eu acho que não vai ser mais comigo, vai ser já
pra nova geração – mudar realmente, talvez o atendimento, perspectiva, ter computadores...
Mas eu acho que biblioteca vai ter sempre o seu lugar, acho que o bibliotecário também. Ele
tem que se atualizar, não vai ser mais aquele bibliotecário que fica atrás de um monte de
livros, isso acabou, já tem muito tempo que acabou. Que antigamente tinha até um
estereótipo de bibliotecário, fechadinho e tal, de óculos, que agora tem que evoluir. Não é só
o tipo físico, mas as idéias. Não pode mais ter aquele silêncio absoluto [...] tem pessoas que
quando chegam ali na porta ficam olhando, não sabem o que fazem, então você tem que
deixar eles à vontade. Eles ficam assim meio temerosos, se pode falar, o que pode pedir, se
tem que pagar, eles perguntam muito isso. Eles não têm a noção que biblioteca pública é isso
mesmo. Acho que eles ficam meio temerosos de entrar no recinto, com tanto livro assim...
Mas nós não somos sisudos nem nada (E1, 3 nov. 2004)
Eu acho que o bibliotecário é importantíssimo. Como também não posso dispensar o
arquivista, que trabalha com a memória, e o museólogo, também (E2, 4 nov. 2004)
Se impor ele tem, mas tem que ter uma política, conselho preocupado com isso. Eu não sei
como é a tua perspectiva de mercado, eu acho difícil. Como eu te falei, várias pessoas
ocupam o nosso cargo. A gente vê em escola, não tem bibliotecário na biblioteca; às vezes
até em universidade mesmo, tem um bibliotecário, e o resto tudo é estudante da faculdade,
ou pessoas mesmo de outra área atuando. Não vejo uma valorização [...] essa imagem
[estereotipada] é tão antiga... Tenho 24 anos de formada, e pelo menos na minha cabeça o
livro é pra ir pra mão do leitor, não vou esconder a informação [pensando] ‘pode ser que
perca, arranque página’. Acho que hoje em dia não tem mais isso não, nem o profissional
nem a imagem. (E3, 5 nov. 2004)
Eu vejo uma profissão necessária, importantíssima prum mundo de informações que as
novas tecnologias tão colocando. É necessário você ter alguém que te esclareça certas
coisas. O número de informações é muito grande, você não pode ficar perdendo muito
tempo, tem que ter uma pessoa pra auxiliar, pra te facilitar essa busca, pra achar o que você
quer. (E4, 8 nov. 2004)
5.3 Discussão
necessidade de que o bibliotecário domine estas ferramentas. No entanto, E1, mais experiente,
O amor aos livros aparece como razão principal para a escolha pela biblioteconomia
como profissão, mencionada antes de qualquer outra. No entanto, não parece existir o desejo
de se “esconder” na biblioteca para viver entre livros, criticado por Edson Nery da Fonseca
(1988, p. 39). Pelo contrário, todas as entrevistadas citam o usuário como a maior de suas
preocupações. Nesse sentido destacamos a fala de E2, que declara ter aprendido no curso de
Nas palavras de E4, ele é um “suporte”, ou uma “ponte”, ou ainda um “tradutor”, fazendo a
de atuação.
bibliotecário como guia. Nas palavras de E4, “Talvez quando a pessoa chegue na biblioteca a
essa pessoa que vai [dizer] ‘Calma, não é bicho de sete cabeças, você quer tal assunto? Tal
destacando-se a expressão de Ortega y Gasset no ensaio Misión del Bibliotecario (1997), que
imaginava “o futuro bibliotecário como um filtro que se interpõe entre a torrente de livros e o
homem”. A fala das entrevistadas indica a aceitação das idéias de autores como Milanesi
trabalho de referência. Também Denis Grogan (1995, p. 9-10), com base em pesquisas sobre
39
autores defendem que o atendimento direto ao público nessa nova era pode ser realizado por
e tratamento da informação. Isso representaria “um triunfal retorno à essência da profissão, tal
como nasceu e se desenvolveu: cuidar da informação em si mesma, das formas e dos meios
sociais, culturais, econômicos, científicos e tecnológicos pelos quais ela deve se tornar
problemas por ela enfrentados – o que nos remete aos resultados da pesquisa de Oliveira
(1983), debatidos no item 3.2 deste estudo. Todas parecem satisfeitas com suas funções e
condições de trabalho, embora E1 reconheça a falta de espaço para realizar eventos em sua
é, no geral, positiva. No entanto, essa visão não é compartilhada por E3 de modo equânime.
Para ela, os baixos salários e a ausência de bibliotecários em funções que deveriam ser
exercidas exclusivamente por eles são sinais de que a sociedade ainda estaria longe de
reconhecer o profissional.
40
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Cabe ressaltar que esta pesquisa é embrionária, considerando que o universo estudado
discussões em torno das recentes transformações introduzidas no campo pelo advento das
novas tecnologias.
bibliotecário só foi efetivamente reconhecido como profissão por volta de 1850 – o primeiro
Foi o que teria acontecido no final do século XIX, quando, graças aos advogados Otlet e
dos desafios para a classe hoje é conciliar os dois papéis, especialmente no que se refere à
devem privilegiar o trabalho com os usuários, para outros, o alvo deve ser aperfeiçoar o
nesse sentido, no entanto, é importante que os profissionais estejam atentos a fim de não
mudar os rumos da profissão. Será preciso, no entanto, um esforço comum para que as
É fundamental que as atenções estejam voltadas não apenas para o mercado, mas para as
necessidades da sociedade.
Populares do Rio de Janeiro indicaram que estas profissionais estão, em geral, satisfeitas com
E4, a de menor tempo de profissão, foi única a apontar o papel de auxiliar dos demais
fins técnico-científicos e/ou comerciais. Este resultado era esperado, visto que todas as
Butler (apud SILVA, 2004) sobre performatividade e identidade. De acordo com a autora, a
atitudes positivas como as demonstradas pelas entrevistadas nesta pesquisa, opere, mesmo que
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