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ÁREA DE PROJECTO
CATARINA ALMEIDA
A questão do incesto
Projecto de Investigação
1. Tema geral: Ética
2. Tema específico: Tabu / Incesto
3. Título do trabalho: A questão do incesto
4. Pergunta a que o trabalho responde: Será legitimo dois familiares
terem uma relação amorosa?
5. Programa: para elaborar este trabalho pretendo investigar e analisar
os argumentos que respondem à questão e entrevistar pessoas para
saber as suas opiniões.
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1. Introdução
A questão do incesto (do latim incestu, união sexual ilícita entre parentes
consanguíneos, afins ou adoptivos) é um tabu universal. Tem diversas variantes
e está presente em todas as épocas, religiões e culturas. A proibição do incesto
é discutida a nível biológico, social e psicologico. No antigo Egipto era visto
quase como uma obrigação para os familiares reais, mas hoje em dia a
maioria das pessoas considera imoral ou eticamente incorrecto. Entendo
naturalmente que seja visto por esses olhos, em casos de incesto onde
podemos encontrar factos evidentes de violação e/ou pedofilia. Mas quando
se trata de dois primos ou irmãos que estão apaixonados um pelo outro, têm
uma relação saudável e estável custa-me a aceitar as condenações de prisão,
a pena de morte (em alguns países do mundo) ou a privação ao casamento.
Decidi fazer este trabalho para mudar a visão das pessoas acerca deste tema.
Não vou falar de todas as variáveis do incesto, centrei-me apenas na relação
amorosa entre primos e irmãos. Também vou falar das proibições das religiões e
sobre as opiniãos/teorias de Sigmund Freud e de Claude Lévi-Strauss.
2. Relações amorosas
A ciência defende que ninguém escolhe por quem se apaixona. Pode ser por
uma mulher, homem, primo/a, irmão/irmã ou mesmo pela mãe ou pai. Não
conseguimos controlar as reações químicas que ocorrem no nosso corpo
(produção de dopina, norepinefrina e feniletilamina).
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3. Sigmund Freud e o complexo de Édipo
Na mitologia grega existem diversos casos de incesto, como o de Zeus com a
sua irmã Deméter ou o de rei Tias com a filha Mirra. Mas a mais conhecida de
todas as histórias é a de rei Édipo com a sua mãe Jocasta. Sigmund Freud ao
estudar esta história tentou provar a importância do complexo de Édipo na
formação do sujeito.
Freud não percebia a razão da proibição do incesto. Não seria por razões
biológicas, pois se a possibilidade de ocorrência de relações incestuosas fosse
biologicamente negada, estas não precisariam de ser proibidas por leis sociais,
mostrando que a questão passa apenas por aspectos socio-culturais.
Nada existe na irmã, na mãe, nem na filha que as desqualifique enquanto tais.
O incesto é socialmente absurdo antes de ser moralmente condenável (LÉVI-
STRAUSS. 1976)
5. Religiões
5.1 Cristã / Católica
Segundo o Catecismo da Igreja Católica, incesto designa relações íntimas
entre parentes ou pessoas afins, corrompe as relações familiares e indica
regressão à animalidade.
5.2 Budismo
As sociedades budistas têm fortes posições acerca dos assuntos humanos e
comportamentos sexuais. Na maioria dessas sociedades, o incesto é
considerado repugnante, mas não é mencionada em nenhuma das escrituras
religiosas. Ao contrário da maioria das outras religiões do mundo, o budismo
não entra em detalhes sobre o que é certo ou errado em termos absolutos
sobre actividades mundanas da vida.
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5.3 Hindu
Hinduísmo defende que o incesto é altamente repugnante. Os hindus proibem
o casamento entre pessoas do mesmo sangue ou família. No entanto, os hindus
SriLankan têm uma metodologia diferente, os primos de sexos opostos (prima e
primo) têm permissão para casar.
5.4 Islâmica
O Alcorão estabelece regras específicas sobre o incesto, proibindo um homem
de se casar ou ter relações sexuais com a sua mãe ou madrasta, pai, irmãos,
sobrinhas, filhas, tias e enteadas.
7. O caso da Alemanha
O Código Penal germânico pune as relações sexuais entre irmãos e irmãs
adultos com uma pena máxima de três anos de prisão. Um caso de um irmão e
uma irmã que vivem uma relação sexual e da qual já nasceram quatro filhos
foram condenados a uma pena de dois anos e meio de prisão. Não se
conformando com a condenação recorreram ao Tribunal Constituicional
alemão por considerarem que esse artigo do Código Penal constitui uma
violação do direito à liberdade de cada cidadão escolher livremente o seu
parceiro sexual.
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patrocínio de dois empresários, que impuseram uma condição:-’ficar no
anonimato’.
Conclusão
Os valores culturais e morais de cada sociedade sofreram profundas alterações
em quase todos os países e as questões que no passado eram consideradas
tabu passaram a ser motivo de discussão pública e de controvérsia.
Espero que com este trabalho consiga mudar preconceitos e ideias feitas
acerca de relações amorosas entre familiares.
Caracteres 7595
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Bibliografia
Anónimo 2 (2009) “Do Começo ao Fim: mais um filme com temática gay” Online in
http://dentrodoarmario.wordpress.com/2009/05/08/do-comeco-ao-fim-mais-um-filme-com-
tematica-gay/ consultado em 8.12.2009
Cohen, Claudio; Gobbetti, Gisele (s.d.) “O incesto: o abuso sexual intrafamiliar” Online in
http://www.cedeca.org.br/PDF/incesto_cohen.pdf
consultado em 11.12.2009