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Aristóteles propôs uma classificação dos gêneros literários baseada nos critérios da mimese. Ele dividiu os gêneros em poesia, tragédia, comédia e épica. A tragédia imita homens nobres e levanta sentimentos como piedade e medo, enquanto a comédia imita homens inferiores de forma cômica. Aristóteles também discutiu conceitos como mimese, verossimilhança e catarse.
Aristóteles propôs uma classificação dos gêneros literários baseada nos critérios da mimese. Ele dividiu os gêneros em poesia, tragédia, comédia e épica. A tragédia imita homens nobres e levanta sentimentos como piedade e medo, enquanto a comédia imita homens inferiores de forma cômica. Aristóteles também discutiu conceitos como mimese, verossimilhança e catarse.
Aristóteles propôs uma classificação dos gêneros literários baseada nos critérios da mimese. Ele dividiu os gêneros em poesia, tragédia, comédia e épica. A tragédia imita homens nobres e levanta sentimentos como piedade e medo, enquanto a comédia imita homens inferiores de forma cômica. Aristóteles também discutiu conceitos como mimese, verossimilhança e catarse.
Clssica II Ao final desta aula, o aluno ser capaz de: 1. Conhecer o conceito de mimese na viso de Aristteles; 2. identificar o posicionamento de Aristteles sobre a poesia e a funo do poeta; 3. estudar a organizao tripartida dos gneros literrios na proposta aristotlica e os seus critrios de classificao; 4. compreender o conceito de catarse na potica aristotlica. Aristteles e a superao do mestre Aristteles viveu na Grcia Antiga, durante o sculo IV antes de Cristo. Foi um dos melhores discpulos de Plato e chegou a lecionar durante anos na Academia fundada por seu mestre, antes de fundar a sua prpria. Aristteles afirmou: O verdadeiro discpulo aquele que supera o mestre. Esta frase poderia ser exemplificada pela prpria relao intelectual entre esse filsofo e Plato, pois Aristteles refutou a teoria das Ideias de seu mestre. O discpulo recusou-se a concordar com uma percepo de mundo na qual a ideia viria antes da experincia. Para Aristteles, justamente o contrrio ocorreria: a experincia e a percepo do mundo, atravs dos sentidos, tornariam o homem capaz de elaborar conceitos. Para Aristteles, o conceito criado pela observao e pelo sensvel. A partir dessa premissa, Aristteles tomou para si a tarefa de observar e classificar os fenmenos mltiplos do mundo ao seu redor. Em um trabalho de sistematizao, ele organizou de modo crtico e fundamentado diversas classificaes, a partir do agrupamento de semelhanas e diferenas dos objetos estudados. A Arte Potica A criao de sistemas de classificao agrupados por critrios de semelhanas e diferenas tambm diz respeito ao pensamento aristotlico sobre a potica.
Potica a dimenso originria e essencial de realizao de qualquer
linguagem. A palavra potica se diz no grego antigo poesis e originada no verbo poio, que quer dizer produzir, fazer, construir, construir uma morada para cada um dos deuses, fazer algo de material, manufaturado como obras de arte, fazer-se causa, assim, o poietiks aquele que capaz de fazer, de causar. (JARDIM, Antonio. Msica: vigncia do pensar potico. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2005). O desejo de sistematizao crtica orientou a criao de dois tratados aristotlicos: a Arte Retrica e Arte Potica. Potica e Retrica eram consideradas classicamente como disciplinas correlatas, mas Aristteles separou-as em dois tratados distintos, embora de modo relativo. RetricaOratria, persuaso e raciocnio. Potica Estudos sobre a Poesia Em Arte Potica, Aristteles pensou de modo seminal sobre conceitos, como a mimese e a catarse. Dicionrio: Leia o verbete do E-dicionrio de termos literrios referente a esse tratado aristotlico: "Arte potica expresso que remete, em primeiro lugar, para Aristteles (384-322 a. C.) e para o seu conhecimento tratado sobre a poesia. Ao que se pensa e julga saber, este tratado, composto na parte final da vida ao autor, revela do carcer acromtico de importante parte do corpo textual aristotlico. Recorre, contudo, a um texto anterior, produzido em contexto muito mais aberto, o dilogo Dos Poetas, onde alguns dos motivos estruturadores da arte potica aristotlica, como a "imitao" ou a "catarse", tinham sido j, ao que parece, visto que o dilogo se perdeu e s muito posteriormente foi reconstitudo, expostos e desenvolvidos. A Arte Potica de Aristteles era, na sua origem, constituda por dois livros e no apenas por aquele que hoje conhecemos e a tradio nos legou e que passa por ser o primeiro dos dois."
A questo da mimese O que nos foi legado da Arte Potica, de Aristteles, divide-se em duas partes. Arte Potica (tal como chegou at a atualidade) Parte I- Discusso sobre a mimese e a natureza do potico.
Parte II Estudos sobre a poesia trgica. Comparao entre a poesia trgica
e a poesia pica. Em sua primeira parte, a discusso sobre o conceito de poesia d-se em torno da reflexo sobre os processos de mimese, afastada de Plato, pois: 1. A discusso de Aristteles esttica; a de Plato, moralizante, como diz Anglica Soares, em Gneros Literrios (captulo 1); 2. Aristteles percebe a arte potica como representao independente da experincia real; 3. a poesia imitativa um elemento cognitivo, pois o imitar seria inerente ao processo de construo do conhecimento do Homem (A tendncia para a imitao instintiva no homem, desde a infncia. Neste ponto distinguem-se os humanos de todos os outros 4. a Arte est no domnio do possvel, pois o poeta fala das coisas no como so, mas como poderiam ser. Aristteles, portanto, no v a mimese como reproduo da realidade. Ele a funda no critrio da possibilidade: o potico fala sobre o que possvel e no sobre o verdadeiro. Fala sobre o verossmil. a verossimilhana que garante a fruio artstica, pois h a cincia da ciso entre a empiria da realidade e o discurso potico. nesse sentido que Aristteles afirma: seres vivos: por sua aptido muito desenvolvida para a imitao. Pela imitao adquirimos nossos primeiros conhecimentos, e nela todos experimentamos prazer). Objetos reais que no conseguimos olhar sem custo, contemplamo-los com satisfao em suas representaes mais exatas. Tal , por exemplo, o caso dos mais repugnantes animais e dos cadveres. A verossimilhana um conceito fundamental para entender viso aristotlica sobre a mimese. A verossimilhana distinguir a obra do poeta da obra do historiador (ou do mdico) e revelar o processo de mimese como poiese, como criao ficcional. Dessa forma, Aristteles postula: "No se chama de poeta algum que exps em verso um assunto de medicina ou de fsica! Entretanto nada de comum existe entre Homero e Empdocles salvo a presena do verso. Mais acertado chamar poeta ao primeiro e, ao segundo, fisilogo." "O historiador e o poeta no se distinguem um do outro, pelo fato de o primeiro escrever em prosa e o segundo em verso (pois, se a obra de Herdoto (30) fora composta em verso, nem por isso deixaria de ser obra de histria, figurando ou no o metro nela). Diferem entre si, porque um escreveu o que aconteceu e o outro o que poderia ter acontecido." Aristteles no marca, assim, somente o discurso potico para alm dos critrios formais, mas tambm o seu objeto e, principalmente, a presena da verossimifhana: "De igual modo, se acontece que um autor, empregando todos os metros, produz uma obra de imitao, como fez
Quermon no Centauro, rapsdia em que entram todos os metros, convm
que se lhe atribua o nome de poeta. assim que se devem estabelecer as definies nestas matrias." A tripartio dos gneros literrios Aristteles valoriza a poesia, pois separa o real do universo potico e percebe a mimese com autonomia, como expresso criativa do possvel. Ser justamente a mimese o critrio de classificao dos gneros literrios na filosofia aristotlica. Sua organizao dos tipos de poesia baseada nos modos de imitar, mais especificamente, pelo meio, pelo objeto e pelo modo como a mimese realizada. Leia a explicao dos critrios da classificao aristotlica, citados por Anglica Soares, no captulo 1 de seu livro Gneros Literrios: a) Segundo o meio com que se realiza a mmesis, distinguindo-se a poesia ditirmbica por um lado e a tragdia e a comdia por outro, pois, se todas elas usam o ritmo, a melodia e o verso, utilizam-nos de forma diferente: a poesia ditirmbica emprega todos eles simultaneamente, enquanto a tragdia e a comdia os empregam alternadamente. b) Segundo o objeto da mmesis, distinguindo-se, por exemplo, a tragdia que apresentava homens melhores do que ns (de mais elevada psique, portadores de possibilidades de transformao do mundo) e a comdia, ocupando-se de homens "piores" do que ns (de menos elevada psique, portadores de vcios, isto , de limitaes). c) Segundo o modo da mmesis, distinguindo-se o processo narrativo, caracterstico do poema pico, e o processo dramtico, caracterstico, por exemplo, da tragdia e da comdia. No primeiro caso, o poeta narra em seu nome ou assumindo diferentes personalidades; no segundo caso, os atores agem como se fossem independentes do Autor. A tragdia e a comdia A tragdia e a comdia so expresses do drama, palavra que em grego significa ao o texto dramtico pe em cena a ao. Distinguem-se quanto ao meio, por no serem narradas, como a epopeia, mas representadas por atores. Tambm diferem na extenso, por ter o drama durao limitada e a epopeia ilimitada. A tragdia empenha-se, na medida do possvel, em no exceder o tempo de uma revoluo solar, ou pouco mais. A epopeia no to limitada em sua durao; e esta outra diferena. Aristteles defende a superioridade da tragdia sobre a epopeia.
A tragdia e a comdia nasceriam como improvisos. Diferenciam-se de
modo marcante, pois a comdia imitaria homens de carter inferior e a tragdia, homens moralmente elevados: A comdia , como j dissemos, imitao de maus costumes, mas no de todos os vcios; ela s imita aquela parte do ignominioso, que o ridculo. Tanto o heri pico quanto o heri trgico seriam homens de carter superior, mas, ao contrrio do ltimo, o heri pico aceita o seu destino. Apesar de moralmente superior, o heri trgico incorreria em um erro inconsciente, que o colocaria em uma posio de grande infortnio. Ao ver a ao representada, o espectador seria tomado por sentimentos de profunda piedade e horror, que o levariam a um choque emocional profundo. Tanto a epopeia quanto a tragdia deveriam ser figuradas por um princpio de unidade, a partir de uma ao integral. Como narrativa, a epopeia deve mimetizar as aes hericas de um povo, mas de modo peculiar, afastado do discurso da Histria. Nessa aula voc:
Identificou a oposio entre o conceito de mimese em Plato e em
Aristteles;
verificou como o discurso aristotlico funda a mimese na
possibilidade e a percebe como um elemento cognitivo;
estudou a tripartio aristotlica dos gneros literrios e os critrios
para a sua sistematizao;
aprendeu sobre caractersticas e conceitos discutidos por Aristteles,