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EDITORIAL
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Nos antigos textos egpcios, gregos e romanos, assim como em escritos religiosos,
como a Bblia, j encontramos referncias sobre o envelhecimento humano e seus
problemas, em geral com contedo moral ou com conselhos sobre tratamentos
empricos. No obstante, a Geriatria uma das mais jovens especialidades mdicas.
O primeiro livro texto sobre o assunto, Geriatrics: The Diseases of Old Age and
Their Treatment, foi escrito pelo norte-americano Ignatz Nascher em 1914. Contudo,
h concordncia mais ou menos consensual de que os fundamentos da especialidade
foram desenvolvidos posteriormente, nos anos 30 do sculo passado, a partir da
abordagem original que a mdica inglesa, Dra. Marjorie Warren (18971960), adotou
ao assumir em Londres, a direo de uma enfermaria para doentes crnicos pobres,
no West Middlesex Hospital. L ela encontrou, institucionalizados, um grande nmero
de idosos portadores de condies no diagnosticadas e inadequadamente tratadas.
Vises simplificadas e em geral bastante negativas do envelhecimento so comumente
compartilhadas por indivduos de diferentes classes sociais, de variados nveis culturais
e profisses, sendo comum certo pessimismo imobilizador, mesmo entre profissionais de sade no-especializados na rea de envelhecimento. No entanto, a populao
idosa basicamente heterognea na sua composio, uma vez que formada por
indivduos em diferentes condies de sade, com diferentes expectativas de vida,
tanto em termos de sua extenso quanto de sua qualidade.
O envelhecimento fator de risco importante para muitas doenas e comum que
indivduos idosos sejam portadores de mais de uma morbidade. Todavia, o papel que
tais condies mrbidas representam na determinao da condio de vida do idoso
deve ser visto sob prisma adequado, ou seja, devemos sempre nos perguntar o quanto
tais condies interferem na autonomia capacidade de deciso e na independncia
capacidade de execuo de atividades desses indivduos.
REV . B RAS . G ERIATRIA E G ERONTOLOGIA ; 2006; 8(1); 9-20
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