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grundrisse KARL MARX Supervisao editorial Mario Duayer Boitempo Editorial, em coediico com a Fditora UFR], presenteia os leitores gua porkaguesa com wma primorosa tradugao dos quase lendarios ‘obra de Marx que somente velo A luz na primeira metade do cconilitos centradios no controle que o Partido Comunista SS exerceu sobre os escritos nao divulgaclos do filésofo de Trier, como da luta ideoldgico-politica pela exclusividade do “verdadeiro” Marx. He de amostra ou work in progress do que viria a ser a obra yrrador lantas vezes retocado que poucos se atreveriam a cit ita) experimentou tantas reformulacées que Engels, aps a morte de Marx, hicou enormes dificuldades para ser fiel ao pensamento do seu companheiro ar os volumes que ele no pudera terminar em vida. Sabe-se que 0 fundador importantes correntes do pensamento motiero era tio rigoroso fo quanto uth seus advertécios riu-se com o tempo que os Grundrisse so muito mais que “esbogos” ou tamentos da obra maior de Marx; talvez por nao sentir concluidas as ideias Haborava na ocasizo, excluiu das obras que publicou, ¢ também daquelas &s se dedicaram Engel tsky, pteciosos textos que, mesmo néo estando iamente acabados, constituem patriménio do marxismo e das ciéncias hu- sce inestimavel valor. O vigoroso tedrico pode ser justamente tido como us x de primeira plana; ele tinha, sem muita modéstia, inteira consciéncia de sobre trabalho produtivoe .dicando toda uma discuss0 KARL M grundris TONER EUS paatbae bets 71 us) Karl Marx — Grundrisse Para retornar aos economistas. Em que consiste essa fixidez, do salério? (O salério 6 inalteravelmente fixo? Isso contradiria inteiramente a lei da de- manda e oferta, 0 fundamento da determina¢ao do salério. Nenhur ‘mista nega as oscilagdes, a elevagio e a queda do salério, Ou o salério € in. dependente das crises? Ou das méquinas, que tornam supérfiuo o trabalho assalariado? Ou das divisdes do trabatho, que 0 deslocam? Afirmar tudo isso seria heterodoxo, e nao se afirma. O que se quer dizer & que, em média, co salario realiza wn nivel médio aproximado, i¢., 0 minimo do sala toda a classe to detestado por B dade média do trabalho; por exemplo, o salério pocle manter-se mesmo em casos em que o lucro diminui ou momentaneamente desaparece por com- pleto. Ora, 0 que significa isso seno que, pressuposto o trabalho assalariado como a forma dominante do trabalho e 0 fundamento da producio, a classe trabalhadora vive do salério, e que o trebalhador individual em média pos- sui a fixidez de trabalhar por selério? Em outras palavras, tautologia. Onde capital e trabalho assalariado é a relacio de producio dominante, hé a con- tinuidade média do trabalho assalariado, logo, fixidez do salario para 0 trabalhador. Onde existe 0 trabalho assalariado, existe a fixidez. F isso € considerado por Bastiat o seu atributo que tudo compensa. Em adicao, 0 fato de que no estado social em que o capital esté desenvolvido a producio social, no geral, é mais regular, mais continua, mais variada —logo, também a renda para os que nela se ocupam é mais “fixa” - do que ali onde o capital, ou seja, a produgdo, nao se desenvolveu a esse nivel é outra tautologia con- tida no pr6prio conceito de capital ¢ de uma producéo nele baseada. Fm outras palavras: quem nega que a existéncia universal do trabalho assalaria- do pressupde um desenvolvimento mais elevado das forcas produtivas em. relagdo aos estgios anteriores ao trabalho assalariado? E como ocorreria acs socialistas formular exigencias superiores se nao pressupusessem esse de- senvolvimento superior das forgas produtivas sociais promovido pelo tra- alho assalariado? Na verdade, tal desenvolvimento ¢ pressuposto de suas exigéncias. Nota: a primeira forma em que o salério se apresenta de modo generali- ido militar, que aparece com o deciinio dos exércitos nacionais e o soldo era pago aos préprios cidadaos. ios por mercendrios, que nao precisavam Logo em seguida, foram substit ser cidlados. imposetvel prosseguir com esse nonsense. 'Portanto, nés deéxamos de lado Sumario! A.Inirodugio {1 Produgao, consumo, disttibuicdo, troca (circulagao)] 1) Aprodugdo em geral 2) Arelacdo geral entre produgio, distribuigao, troca e consumo 3) Oméiodo da economia politica 4) Meios (forgas) de produgio e relagdes de producéo, relages de producao ¢ relacdes de intercambio etc. sumo fest escrito por Marc na cpa do Ca provavelmente ap tao ter ide eight demo M, que contéma “Introducko”, \verso da capa do Cader M, que contém a “Introdugto” A. InTRODUGAO [1 Produgao, consumo, distribuicao, troca (circulagiio)] 1) A produgio em geral 0) O objeto nesse caso é, primeiramente, a produciio material. Individuos produzindo em sociedade - por isso, 0 ponto de partida 6, naturalmente, a producio dos individuos socialmente determinada. O caca- dor e 0 pescador, singulares ¢ isolados, pelos quais comecam Smith e Ricar- do?, pertencem as ilusdes desprovidas de fantasia das culo XVIII, ilusdes que de forma alguma expressam, historiadores da cultura, simplesmente uma reacdo a0 ex toe um retomno a uma vida natural mal-entendida. Da mesma maneira que © ‘contrato social! de Rousseau, que pelo contrato poe em relagdo e conexio sujeitos por natureza independentes, no esta fundado em tal naturalismo, Essa é a aparincia, apenas a aparéncia estética das pequenas e grandes ro- binsonadas. Trata-se, ao contrério, da antecipagao da “sociedade burguesa”®, que se preparou desde o século XVIe que, no século XVIIL deu largos passos para sua maturidade. Nessa sociedade da livre concorréncia, o individuo aparece desprendido dos lagos naturais etc. que, em épocas histsricas ante- ores, o fariam um acessério de um conglomerade humano determinado & limitado. Aos profetas do século XVILL, sobte cujos ombros Smith e Ricardo ainda se apoiam inteiramente, tal individuo do século XVII — produto, por 2a Shy gig int te nate rd cases of he eof rats Conds, Ausg. durch einer Verein von Freunden des Verewigten (Berlim, Duncker & Humble 1633 fomo8) 82 soplonent. 39 (22) um ideal cuja existéncia estaria no pasado. Nao como um ‘Karl Marx Grundrisse Pee eee tum lado, da dissolugao das formas feudais de sociedade e, por outro, das novas forcas produtivas desenvolvidas desde o século XVI - aparece como sultado histo rico, mas como ponto de partida da hist6ria. Visto que o individuo natural, conforme sua representacao da naturoza humana, nao se origina na histéria, mas é posto pela natureza. Até o momento essa tem sido uma iusto comum a toda nova época, Steuart, que em muitos aspectos contrasta com 0 século XVIile, como aristocrata, mantém-se mais no terreno hist6rico, evitou essa ingenuidade. ‘Quanto mais fundo voltamos na hist6ria, mais 0 individuo, e por isso também o individuo que produz, aparece como dependente, como membro de um todo maior: de infcio, e de maneira totalmente natural, na familia € na familia ampliada em tribo [Stamm]; mais tarde, nas diversas formas de comunidad resultantes do conflito e da fusio das tribos. Somente no sé- culo XVIII, com a “sociedade burguesa”, as diversas formas de conexio social confrontam ‘duo como simples meio para seus fins privados, como necessidade e Gpoca que produz esse ponto de vista, 0 ponto de vista do individuo isolado, é justamente a época das relagdes sociais (universais desde esse ponto de vista) mais desenvolvidas até 0 presente. O ser humano é, no sentido mais literal, um Gov stohit1k6v4, no apenas um animal social, mas também um animal que somente pode isolar- vse em sociedade. A producao do singular isolado fora da sociedade ~ um caso excepcional que decerto pode muito bem ocorrer a um civilizado, ja potencialmente dotado das capacidades da sociedade, por acaso perdido na selva ~é tio absurda quanto o desenvolvimento da linguagem sem in- dividuos vivendo juntos e falando uns com os outros. Nao é necessério estender-se sobre isso. Nao seria preciso mencionar essa questo, que tinha sentido e razao de ser entre as pessoas do século XVIIL, ndo fosse o dispa~ rate seriamente reintroduzido no centro da mais moderna economia por Bastiat, Carey’, Proudhon etc. Para Proudhon, entre outros, é naturalmen- sma explicagio hist6rico-filos6fica da origem de uma , cuja génese histérica ignora, com a mitologia de que ‘Addo ou Prometeu esbarrou na idela pronta e acabada, que foi entao intro~ duzida etc. Nao hd nada mais tediosamente drido do que as fantasias do Tocus communis Zo Paulo, Maxtins, 2006), lio I, cap. 2, 1255 a3. [Animal polit- Verp. 22,348. Pere Joseph Proudhon, Systome des contradictions économique, lsophiedela miste radios econdm , Guilaurin, 1846), p, 77-83 [ed. bras. Sistema da miséria, $80 Paulo, fcone, 2003] 40 ‘intromepao- Por isso, quando se fala de produgéo, sempre se esté falando de produgao em um determinado estégio de desenvolvimento social ~ da produgéo de individuos sociais. Desse modo, poderia parecer que, para poder falar em producdo em geral, deveriamos seja seguir o processo hist6rico de desenvol- vimento em suas distintas fases, soja declarar por antecipacao que conside- ramos uma determinada época hist6rica, por exemplo, a moderna produ- ‘gao burguesa, que é de fato 0 nosso verdadeiro tema. No enianto, todas as épocas da producio tém certas caracteristicas em comum, determinagdes em comum. A produgdo em geral é uma abstragio, mas uma abstraco razodvel, na medida em que efetivamente destaca e fixa 0 elemento comum, poupan- do-nos assim da repeticéo. Entretanto, esse Universal, ou o comum isolado por comparacio, é ele préprio algo multiplamente articulado, cindido em diferentes determinagoes. Algumas determinacées pertencem a todas as Has sfo comuns apenas a algumas. [Certas] determinacées serio época mais moderna a mais antiga. Nenhuma producao seria concebivel sem elas; todavia, se as linguas mais desenvolvidas tém leis e determinagdes ent comum com as menos desenvolvidas, a diferenca desse determinagdes quie valem para a producao em geral tm de ser co te isoladas de maneira que, além da unidade — decorrente do fato de que 0 sujeito, a humanidade, e 0 objeto, a natureza, so 0s mesmos ~, nao seja ‘esquecida a diferenca essencial. Em tal esquecimento repousa, por exemplo, toda a sabedoria dos economistas modemos que demonstram a etemidade a harmonia das relagdes sociais existentes. Por exemplo: nenfuma produ- sao é possivel sem um instrumento de produgéo, mesmo sendo este instru- ‘mento apenas a mao. Nenhuma produgao é posstvel sem trabalho passa- do, acumulado, mesmo sendo este trabalho apenas a destreza acumulada econcentrada na mao do selvagem pelo exercicio repetido. O capital, entre utras coisas, é também instrumento de producéo, também trabal objetivado lobjektivierte]. Logo, o capital é uma relagao natu ‘eterna; quer dizer, quando deixo de fora justamente o especifico, o que faz do “instrumento de producéo”, do “trabalho acumulado”, capital. Por essa razio, toda a histéria das relagies de producao aparece em Carey, por exem- plo, como uma maliciosa falsificacdo provocada pelos governos. Se nao ha proclucio em geral, também nao ha igualmente producio uni- versal. A producéo é sempre um ramo particular da produgo— por exemplo, agricultura, pecuéria, manufatura etc. - ou uma fotalidade. Mas a economia politica nao € tecnologia. Desenvolver em outro lugar (mais tarde) a relacao das determinag6es universais da producto, em um estégio social dado, com as formas particulares de producdo. Finalmente, a producéo também nao é somente producio particular. Ao contrério, é sempre um certo cozpo social, ‘um sujeito social em atividade em uma totalidade maior ou menor de ramos de producéo. Do mesmo modo, a relacao que a apresentacéo cientifica tem 41 ro pa -ganho, mas o ganhar. Nesse caso, Kart Marx —Grunarsse- SESSEEEEEAI como movimento real [reellen] ainda ndo vem ao caso nesse ponto. Produgio em geral. Ramos particulares de produgao. Totalidade da produgao. moda fazer preceder a Economia de uma parte geral - ¢ justamente a que figura sob 0 titulo “Produco” (ver, por exemplo, J. St. MilF) ~, na qual sfo tratadas as condicdes gerais de toda producao. Fssa parte geral consiste ou deve supostamente consist: 1) das condigies sem as quais a producso no € possivel. sso significa, de fato, nada mais do que indicar os momentos essenciais ce toda producto. Mas se reduz de fato, como veremos, algumas determinacées muito simples convertidas em banais tautologias; 2) das con- digdes que, em maior ou menor grau, fomentam a producéo, como, por exemplo, 0 estado progressivo ou estagnante da sociedade de Adam Smith. Para confer significado cientifico a isso, que em Smith tinha seu vs investigagoes sobre os produtividade no desenvolvimento dos povos singulares — uma investigagéo que ullrapassa os limites proprios do tema, mas que, na medida em que faz parte dele, deve ser inserida no desenvolvimento da concorréncia, acumt- lagio ete. Na versio geral, a resposta resume-se a propesicao geral de que um povo industrial alcanca o ange de sua produucao justamente no momen- tomesmo em que esta em seu auge hiss auge industrial na medida em qu Ou entao: na medida em que, certos climas, certas condigées naturais, como proximidade do li didade do solo ete,, sio mais favordveis & producio do que outras. O que acaba na tautologia de que a riqueza € criada com maior facilidade {que seus elementos objetivos e suibjetivos estéo dispontveis em m: is do que isso, a producao deve ser representada — veja, a diferenca da distribuicdo etc., como enquadrada em leis naturais etemnas, independentes da histéria, oportunidade em que as relagbes burguesas sio furtivamente contrabandeadas como irrevogaveis leis 10°, Esse 60 cbjetivomaisoumenosconscien- te de todo 6 procedim ter se permitido’ de fato toda espécie de See ebere te dessa grosseiza disjungéo entre produgio ¢ distribuicao e da sua relagio efetiva, deve ser desde logo evidente que, por mais que possa ser diversa a distribuigo em diferentes graus de sociedade, deve ser possivel também esse caso, assim como 0 foi para a produgio, destacar as determinagdes em comum ¢, da mesma forma, confundir ou extinguir todas as diferencas his- {t6ricas em leis hitmanas gerais. Por exemplo, 0 escravo, 0 servo eo trabalhadot assalariado, todos recebem uma certa quantidade de alimentos que os per- mitem existir como escravos, servos e trabalhadores assalariados. O con- = que vive do tributo, ou o funciondrio, que vive do imposto, ou 0 0 fundiério, que vive da renda, ou o monge, que vive da esmola, ouclevita, que vive do dizimo, todos recebem uma cota da producéo social determinada por leis diferentes das que determinam a cota dos escravos etc. (Os dois pontos fundamentais que 05 economistas colocam sob essa rubrica séo: 1) propriedade; 2) sua protegio pela justiga, policia etc. Ao que se deve responder muito brevemente: ‘Ad. 1. Toda producao éapropriagio da natureza pelo individuo no interior de e mediada por uma determinada forma de ide. Nesse sentido, & uma tautologia afirmar que propriedade (aprop: 6 una condigio da producio. E risivel, entretanto, dar um salto daf para uma forma determina- a de propriedade, por exemplo, para a propriedade privada. (O que, além disso, presumiria da mesma maneira uma forma antitética, ano propriedade, como condigéo,) A histéria mostra, pelo contrério, a propriedade comunal (por exemplo, entre os hindus, 05 eslavos, os antigos celtas etc:} como a for- inal, uma forma que cumpre por um longo periodo um papel signi- a figura de propriedade comunal. Esté totalmente fora de ques- to aqui indagar se a riqueza se desenvolveria melhor sob essa ou forma de propriedade. Mas dizer que a produgao e, por conseguinte, a ciedade s4o impossiveis onde nao existe qualquer forma [de] propriedade é uma tautologia. Uma apropriagéo que ido se apropria de nadia € uma con- tradictia in subjecto* Ad. 2. Salvaguardar 0 adquirido etc. Quando tais trivialidades sao redu- zidas ao seu efetivo contetido, expressam mais do que sabem seus pregad res, A saber, que toda forma de producdo forja suas proprias relagdes jurt dicas, forma de governo ete. A insi i precisamente em relacionar casualmente o que é organicamente conecta em reduzi-lo a uma mera conexdo da reflexio. Os economistas burguese tém em mente apenas que se produz melhor com a policia moderna do que, por exemplo, como direito do mais forte. $6 esquecem que o direito do mais forte também é um direito, e que 0 direito do mais forte subsiste sob outra forma em seu “estado de direito”. * Contradicao nos termos. (NT) et = dadies;a distribuigéo os reparte segundo leis Quando as condig6es sociais corespondentes a determinaclos estigios da producéo comegam a se formar, ou quando desaparecem, ocorrem natural ‘mente perturbacées na producdo, muito embora com grate efeito distintos. ara resumir: para todos os estégios da produgéo hé determinacdes co- i lo pensamento como determinagées universais; mas des universais de toda produgéo nada mais s20 do 105, com 05 quais nenhum estagio histérico efeti- vo da producio pode ser compreendido. 2) A relagio geral entre producio, distribuicao, troca e consumo “Antes de entrar em uma andlise ulterior da producio, 6 necessirio conside- reza as necessidades humanas; a distribuigao determina a proporyao em que 0 individuo singular participa desses produtos;a troca o prové dos produtos particulares nos quais deseja converter a cota que lhe coube pela distribuigao; ‘no constimo, Finalmente, os produtos devém objetos do destrate, da apro- Prlacio individual. A producio cria os objetos correspondentes as necessi- a troca reparte outra vez 0 repartido, segundo a necessidade singular; finalmente, no consumo, 0 produto sai desse movimento social, devém diretamente objeto e servical da necessidade singular e a satisfaz no desfrute. A producto aparece assim como © ponto de partida; 0 consumo, como o ponte final ‘como o meio-termo, o qual, por sua vez, € ele pr6prio diiplice, uma vez que a distribuigdo é 0 momento determinado pela sociedade ¢ a troca, 0 mo- mento determinado pelos individuos. Na produgao, a pessoa se objetiva, na pessoa", a coisa se subjetiva; na distribuicdo,a sociedade assume a mediacao entre producéo e consumo sob a forma de determinacGes dominantes; na ‘roca, producéo ¢ consumo s4o mediados pela determinabilidade contingen- luo, A distribuigéo determina a proporgéo (0 quantum) dos produtos que cabe a0s individuos; a troca determina os produtos nos quais 0 individuo reclama sumo constituem assim um auténtico lade, a distribuigdo e a troca, a parti- idade na qual 0 todo se unifica. Esta 6 certamente uma conex4o, mas uma conexao superficial. A produgao ¢ de~ jelmente deveria constar " eciproca entre prod uma vez. que nesta frase € tratada a buiglo @ roca = Se eee terminada por leis naturais universais; a distribuigéo, pela casualidade (271 sobre a idade propriamente dita, situa-se propriamente fora da economia, quando retroage sobre o ponto de partida e enceta de novo todo 0 processo. Osadiversarios dos economistas politicos -seja do interior, seja do exterior de seu ambito —, que os censuram pela bérbara cisdo daquilo que é relacio- 10 terreno deles ou mesmo em nivel inferior ao deles. Nada € mais corriqueiro do que a censura aos economistas politicos por conceberem a producao exclusivamente como fim em si. A distribuigao seria igualmente importante. Tal critica esta baseada precisamente na ideia eco- nomica de que a distribuicio reside ao lado da prodiugio camo esfera auto- noma e independente. Ou no fato de que os momentos ndo seriam cancebi- dos em sua tinidade. Como se a dissociagao nao fosse passada da realidade acs livros-texto, mas inversamente dos livros-texto & tealidade, e como se aguise tratasse de um nivelamento dialético de conceitos e nao da concepgio de relagées reais! 4.) A producio é também imediatamente consumo. Duplo consumo, subje- tivo e objetivo: 0 individuo que desenvolve suas capacidades ao produzir também as despende, consome-as no ato da produgao, exatamente como a procriagio natural é um consumo de forgas vitais. Em segundo lugar: con- sumo dos meios de producéo que s4o usados e desgastados e, em parte (como, por exernplo, na combustao), transformados novamente nos elemen- tos gerais. Assim como o consumo da matéria-prima, que néo permanece com sua forma [Gestalt] e constituigao naturais, sendo, a0 contrério, consu- mida. Por isso, © proprio ato de produgao €, em todos os seus momentos, também um ato de consumo. Mas isso concedem os economistas. Caamam de consumo produtico a producto enquanto imediatamente idéntica a0 con- sumo, ¢ o consumo enquanto imediatamente coincidente com a producéo. Essa identidade de produgdo consumo vem a ser a mesma coisa que a proposicao de Spinoza: determinatio est megatio™ de juno de 1678", em Bi Espinosa (Sao Paulo, )s Pensadores, Para ainterp dessa proposicdo hegel por Marx ("A determinabilidade & a nege ck Georg Wilhelm Fr haft der Logik”, (Hamburgo, F. Me stulo 2, nota" dem, Ereytlop afte ie Gru Suarkamp, 1986, lec [Detrmina nagar OT 45 7| Mas essa determinagao do consumo produtivo é formulada justamente para distinguir o consumo idéntico & produgao do consumo propriamente dito, que é concebido antes como antitese destruidora da produgéo. Consi- deremos, portanto, o consumo propriamente dito. ‘O consumo também é imediatamente producio, do mesmo modo quena [2s] natureza o consumo dos elementos e das substancias quimicas € produgéo da planta. Por exemplo, na nutrigdo, que é uma forma de consumo, é claro ‘que o ser humano produz seu proprio corpo. Mas isso vale para todo tipo de consumo que, de um modo ou de outro, produz.o ser humano sob qualquer aspecto. Produgao consumptiva, Porém, diz a Economia, essa produgéo idéntica ao consumo é uma segunda producto, derivada da destruigso do primeiro produto. Na primeira, u-se 0 produtor; na segunda, perso- nifica-se a coisa por ele criada. Portanto, essa produgio consumptiva ~ mui- toembora seja uma unidade imediata de producao e consumo ~¢ essencial- mente distinta da produgio propriamente dita. A unidade imediata em que a producao coincide com 0 consumo € o consumo com a producéo man- tém a sua dualidade imediata, Logo, a produsio éimediatamente consumo eo consumo ¢ imediatamen- te produgao. Cada um € imediatamente seu contrécio. Mas tem lugar simul- taneamente um movimento mediador entre ambos. A produgio medeia 0 consumo, cujo material cria, consumo sem o qual faltaria-lhe 0 objeto. Mas ‘© consumo também medeia a produgéo ao criar para os produtos 0 sujeito para 0 qual sao proditos, Somente no consumo o produto recebe o seu tlti- ‘mo acabamento.. Uma estrada de ferro nao trafegada, que, portanto, no é usada, consumida, é uma estrada de ferro apenas Suviuel", ndo efetivamen- te, Sem producao, nenhum consumo; mas, também, sem consumo, nenhu- ma producio, pois nesse caso a produgio seria indtil. O consumo produz a produgio duplamente: 1) na medica em que apenas no consumo 0 produto devém efetivamente produto. Uma roupa, por exemplo, somente devém roupa efetiva no ato de ser trajada; uma casa que nao é habitada no € ‘de fato! uma casa efetiva; logo, produto, & diferenca do simples objeto natu- zal, afirma-se como produto, devém produto somente no cansumo. O consu- mo da o ‘golpe de misericérdia! no produto quando o dissolve; porque o produto é a produgio nao s6 como atividade coisificada, mas também como objeto para sujeito ativo; 2) na medida em que o consumo cria a necessida- de de nova producio, 6 assim o fundamento ideal internamente impulsor da produigio, que ¢ 0 seu pressuposto. O consumo cria o estimulo da produsio; também o objeto que funciona na producio como determinante da fina- de. Se é claro que a produgao oferece exteriormente o objeto do consu- >, € igualmente claro que o Consumo pet idealmente 0 objeto da produsio Potencialmente. (NT) 46 como imagem interior, como necessidade, como impulso e como finalida- de. Cria os objetos da produgao em uma forma ainda subjetiva. Sem neces sidade, nenhuma produgio. Mas o consumo reproduz a necessidade. A.isso corresponde, do lado da producio, que cla 1) fornece ao consumo [23] ‘o material, o objeto. Um consumo sem objeto nao é consumo; portanto, sob esse aspecto, a produgao cria, produz o consumo. 2) Mas no é somente © objeto que a produco cria para o consumo. Ela também dé.ao consumo sua determinabilidade, seu cardter, seu fim'. Assim como 0 consumo deu ao produto seu fim’ como produto, a produgao dé o fim do consumo. Primeiro, o objeto ndo é um objeto em geral, mas um objeto determinado que deve ser consumido de um modo determinado, por sua vez mediado pela propria produgio. Fome é fome, mas a fome que se sacia com came cozida, comida com garfo e faca, é uma fome diversa da fome que devora carne crua com mio, unha e dente, Por essa raz4o, nao é somente 0 objeto do consumo que & produzido pela producéo, mas também o modo do consumo, néo apenas objetiva, mas também subjetivamente. A producdo cria, portanto, os consu- midores. 3) A producéo nao apenas fornece a necessidade um material, mas também umd necessidade 2o material. O proprio consumo, quando sai de sua rudeza e imediaticidade originais—e a permanéncia nessa fase seria ela prépria o resultado de uma producao aprisionada na rudeza natural -, é mediado, enquanto impulso, pelo objeto. A necessidade que o consumo sente do objeto é criada pela propria percepgao do objeto. O objeto de arte —como qualquér outro produto cria um publico capaz de apreciar a arte e de sentir prazer com a beleza. A producdo, por conseguinte, produz no s0- mente um objeto para o sujeito, mas também um sujeito para o objeto. Logo, a produgao produz o consumo, na medida em que 1) cria o material para o consumo; 2) determina o modo do consumo; 3) gera como necessidade no consumidor os produtos por ela propria postos primeiramente como objetos. Produz, assim, 0 objeto do consumo, 0 modo do consumo eo impulso do consumo, Da mesma forma, o consumo produz.a disposigio do produutor, na medida em que o solicita como necessidade que determina a finalidade. As identidades entre consumo produgdo aparecem, portanto, sob trés aspectos: 1) Identidade imediata: A produgdo & consumo; o consumo € produséo. Produgéo consumptiva. Consumo produtivo. Os economistas chamam ambos de consumo produtivo. Mas fazem ainda uma distincao. A pr ra figura como reproducao; 0 segundo, como consumo produtivo. as investigacdes sobre a primeira sao sobre trabalho produtivo ou dutivo; sobre o segundo, so investigagdes sobre consumo produtivo ou niio produtivo. 2) O fato de que cada qual aparece como meio do outro; € mediado pelo outro; 0 que é expresso como sua dependéncia reciproca; um movi- mento em que sao referidos wm ao outro e aparecem como mutuamente [30] a j10} roo ultura em larga escala) como agente de producSo, e ndo a terra pura e simples, Scene seca nda updo o teabalho puro e simples Por essa razio, as elagées.e 05 modos de distribuicio aparecem apenas como oreverso dos agentes de produgio. Um individuo que participa da produgdo na forma de trabalho assalariado participa na forma do salério nos produ- {o3, nos resultados da producéo. Aarticulagio da distribuigio esta totalmen- te determinada pela articulagio da produgao. A propria distribuigéo é um produto da producdo, no 56 no que concerne ao seu objeto, jé que somente 0s resultados da producto podem ser distribufdos, mas também no que concerne a forma, jf que o modo determinado de participasio na produsio determina as formas particulates da distribuiggo, a forma de participacio na distribuicao. £ absolutamente uma ilusdo pér a terra na produco, a renda distribuigao etc. : “ Feonomnistas como fcardo®, em geral censuredos porque trian ex mente apenas a produgio, em virtude disso definiram exclusivamente a distribuicdo como objeto da Economia, porque instintivamente concebe- ram as formas de distribuicdo como a expressdo mais determinada na qual es de produgao em uma dada sociedade. social que condiiciona sua posicao no interior da producio, na qual ele pro- a eras geese esp eeeee ere ee cceenee aed oe individuo nao tem nenhum capital, nenhuma propriedade fundiéria. Desde o nascimento, esta destinado pela distribuicdo social ao trabalho assalariado. Mas esse \didria existem como agentes de product * Corlderada as soteades como wm todo, dsebuigd parece agor, sob outra ética, preceder e determinar a produgéo; como se fosse um fato! pré-

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