Ningum se importava com eles; nem eles mesmos no se importavam. Ao contrrio, quanto mais quebrados ficavam, mais eram respeitados pelos outros, por isso no estavam nem a com a sua triste situao. Um dia, por engano, um vaso inteiro foi parar no meio dos vasos quebrados, mas, por ser diferente dos demais, de imediato ele foi rejeitado e hostilizado. Justo ele, que tinha uma necessidade miservel de ser aceito. Tentou se aproximar dos vasos menos danificados, aqueles que tinham apenas a boca rachada, mas, no deu certo. Depois, procurou se aproximar dos vasos que tinham apenas um pequeno furo na barriga, mas, tambm foi repelido. Tentou uma terceira vez, com os vasos que estavam trincados na base, mas, no adiantou. Resolveu, ento, arranjar umas brigas, esperando conseguir um ferimento, um risco, uma trinca ou, quem sabe, com um pouco de sorte, at um quebrado bacana. Mas, naquele lugar uma coisa incrvel acontecia: ningum tinha fora bastante para quebrar os outros. Se algum vaso quisesse arranjar em quebrado, tinha que se quebrar sozinho. Ento ele fez umas loucuras, umas estripulias, e conseguiu se rachar sozinho. Ficou feliz, realizado, por que logo foi aceito no clube dos vasos quebrados, mas sua alegria durou pouco tempo, pois, logo ele comeou a se incomodar com uma outra necessidade: a de ser o lder dos vasos quebrados e ser respeitado por todos. Para isso, teve que ir-se quebrando mais e mais. E se quebrou em tantos pedaos que voltou ao p. E deixou de ser vaso!
No vos enganeis. As ms companhias corrompem os bons