“Ensaios de Filosofia da Linguística” – José Borges Neto - Fichamento
Aluno: Caio Renan
Matéria: Lingüística XIX
O estruturalismo, analisado por meio do texto de Borges Neto,
muito se parece com a definição dada conceitos que não são precisos, que podem ser ambíguos, ao contrário daqueles definidos pelas ciências. Pelo fato destes não se caracterizarem como sendo suficientes, tais conceitos admitem não precisar que as características atribuídas a cada um deles seja também atribuída a todos que nele estão contidos, e também que elas possam estar em elementos que não fazem parte do conjunto.
É necessário destacar as diferenças entre o estruturalismo
europeu e o americano. Além de possuírem visões diferentes a respeito de estruturas da linguagem, possuem também origens distintas e não tem a mesma visão sobre as tarefas da linguística.
O estruturalismo europeu possui dois princípios primordiais:
estrutura e autonomia. Sobre estrutura, afirma-se que os elementos de uma língua só têm sentido caso o sistema por completo faça sentido, ou seja, as unidades não são independentes do sistema. Já o da autonomia, afirma que a organização de uma língua se dá internamente, isto é, é um dado original, não podendo ser encontrada a partir de fatores externos.
Na contrapartida do que o estruturalismo europeu diz, o
estruturalismo americano prega. Ele descente das línguas ágrafas dos índios e, graças a isso, os estruturalistas americanos eram especialistas nessas. A maior referência é Bloomfield que, na primeira metade do século XX, elaborou o que viria a ser o pensamento linguístico.
Bloomfield dizia que o estudo da língua só se dava através do
estudo da fala entre as pessoas. Há dois princípios em que se baseia o estruturalismo bloomfieldiano. O primeiro deles é o do indivíduo, que destaca a importância do corpus na possibilidade de estudar-se a língua e o segundo o principio da substância, que reforça que os fenômenos devem ser materialidade para poderem ser levados em conta. Temos que ter em mente que a linguística que provém deste estruturalismo será meramente descritiva.
Em suma, é possível concluir após as análises que estes
estruturalismo estudados no texto se diferenciam em relação ao objeto observado e também nas definições de langue e parole, sendo a langue, para os americanos, uma derivação da parole, o que contraria o pensamento saussuriano. Há também o fato de que Bloomfield acreditava que elementos já existentes levavam ao sistema, já Saussure pregava o inverso.