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A ns poetas pertence:
Ficar de p, cabea erguida, poetas,
Sob as tempestades de Deus, tomar com as mos
o raio do Pai e o relmpago, e estender aos homens,
sob o vu do canto
o dom do cu.
(Helderlin)
1. Introduo
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A matria da poesia deve vir da recordao, da emoo, do belo, do
passado remoto, do simbolizado, da comunho, da atemporalidade, do
absoluto e do imutvel. O poeta deve valorizar somente um tempo esttico,
atribuindo-lhe um valor emocional e espiritual, como o retrato da me com
um ano de idade, misto de adorao e proteo.
No somente a essencialidade dos momentos torna-se matria potica,
mas tambm a contnua percepo de um passado longnquo. Jorge de Lima
evoca imagens da escravido, dos degredados e oprimidos, para compor sua
matria potica:
Sero caravelas? Sero negreiros?
So caravelas e so negreiros.
H sujos marujos nas caravelas.
H estrangeiros que ficaram negros
De trabalharem no carvo.
Homens da estiva trabalham, trabalham,
Sobem e descem nos pores.
Para onde vo essas naus?
Essas naus vo para o Congo?
Castelo de Sagres ficou aonde?
Capito-mor onde o Congo?
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Concluso
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