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Fascículo 01
Fernanda Cantizani Zuquim
Guilherme A. de Benedictis
Índice
Resumo Teórico
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Esses dados nos permitem concluir que existe na verdade um Mundo Tripolar, onde a
verdadeira influência econômica está nas mãos dos países que possuem as seis maiores economias
mundiais: Estados Unidos da América, Japão, Alemanha, França, Itália e Reino Unido.
A União Européia
Esse bloco foi criado em 1957 com objetivo de promover um crescimento mais acelerado
dos países da Europa Ocidental, através do estabelecimento de mecanismos de cooperação econômica
e da criação do que, na época, caracterizou-se como uma zona de livre comércio.
Até o ano de 1993 essa organização conseguiu chegar ao estágio da união aduaneira e,
a partir da entrada em vigor dos Tratados de Maastricht, os países da U.E. partiram para a constituição
simultânea de uma união política e de uma união econômica, concretizada em 1999 quando a sua
moeda única , o Euro, começou a ser introduzido de forma gradativa nos 15 países membros.
A União Européia foi fundada por um grupo de seis países e atualmente conta com
quinze participantes como você pode observar no quadro abaixo, que apresenta a evolução dessa
organização:
Você pôde observar que uma das maiores potências européias não participou da
fundação da Comunidade Econômica Européia. O Reino Unido, que só ingressou em 1973, o mesmo
ano do ingresso da Dinamarca e da Irlanda .
Esse país teve dificuldades em superar as rivalidades e o passado de guerras que envolvia
os países mais ricos da Europa, responsáveis pela constituição dessa aliança econômica e acreditava
que a aliança estabelecida com suas antigas colônias , através da Comunidade Britânica de Nações,
seria suficiente para promover um grande crescimento . Somente quando constatou que as economias
dos países pertencentes à Comunidade Européia apresentaram um crescimento muito superior ao de
sua própria economia é que o Reino Unido se viu estimulado a esquecer o passado e também
participar desse bom negócio.
Segundo o artigo zero dos Tratados de Maastricht, qualquer país europeu pode se tornar
um membro da União Européia, contanto que preencha os requisitos fundamentais para a plena
adesão.
Desde 1957 os países membros alcançaram uma situação invejável de estabilidade
política e de bem-estar social; isso faz com que não aceitem parceiros que apresentem problemas
econômicos ou que admitam o estabelecimento de regimes políticos autoritários. Para que um país
possa ser aceito na União Européia ele deve apresentar uma economia estável e um sistema político
democrático.
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aproximando-se de seus vizinhos mais próximos, a fim de garantir o acesso aos seus mercados e aos
recursos que podem contribuir para o sucesso de sua economia .
O NAFTA é uma aliança desigual, pois reúne países que apresentam características
populacionais e econômicas muito diferentes .
O Canadá é um país desenvolvido que apresenta uma população de 31 milhões de
habitantes, uma produção econômica de US$ 607 bilhões, uma sociedade onde o padrão de vida é
muito elevado e uma pauta de exportações que se destaca pelos produtos de tecnologia sofisticada e,
principalmente, produtos da indústria pesada, como o papel e o alumínio.
O México é um país subdesenvolvido que possui uma população de 98 milhões de
habitantes , uma produção econômica de US$ 403 bilhões, uma sociedade desigual com elevada
porcentagem de pobres e o petróleo como o principal produto de exportação.
Os Estados Unidos são a grande potência desse conjunto apresentando uma população
de 276 milhões de habitantes, uma produção econômica de US$ 7,8 trilhões, o maior mercado
consumidor do mundo, um elevado padrão de vida, numa sociedade desigual onde o número de
pobres já chega a casa dos 30 milhões; uma economia poderosa e diversificada capaz de exportar
desde os produtos agrícolas fundamentais para a dieta dos povos de todo o mundo até os produtos
elaborados com a tecnologia de ponta.
Para que o N.A.F.T.A. consiga ser aperfeiçoado como aliança regional, os países membros
precisam superar alguns importantes obstáculos que impedem a livre circulação de pessoas e serviços.
Isto é dificultado pelo temor da sociedade dos Estados Unidos diante de uma grande imigração de
origem latino-americana, a partir do México, que poderia gerar um disputa acirrada por empregos nos
EUA e comprometer o padrão de vida do povo norte-americano.
O Poder Asiático
O “Bloco Asiático” não corresponde exatamente a um aliança econômica, pois não existe
um acordo formal definindo as regras para o seu funcionamento.
O que costuma ser chamada por esse nome é uma região onde se observa a influência
econômica e os investimentos realizados pelo Japão, que iniciou sua expansão econômica e financeira
em direção aos seus vizinhos do leste e sudeste da Ásia em 1959.
A aliança estabelecida com os Estados Unidos – a partir da década de 1950 – com o
objetivo de dificultar a expansão socialista no extremo oriente contribuiu para transformar o Japão na
segunda maior economia do mundo. Seus investimentos estimularam a industrialização e o
crescimento dos países conhecidos como “Tigres Asiáticos”, que apresentam uma excelente
performance econômica internacional desde os anos 80 e aparecem atualmente como importantes
exportadores de automóveis, de produtos eletrônicos e até de produtos de tecnologia de ponta, como
micro-computadores. A destacada industrialização do sudeste da China, que levou este país a alcançar
os incomparáveis índices de 12% de crescimento econômico no início dos anos 90, e a industrialização
dos “Novos Tigres”( Malaísia, Tailândia, Vietnã e Filipinas ) também compõem o quadro que retrata a
constituição do “Bloco Asiático”.
Essa associação com os Estados Unidos é responsável por 90% dos capitais estrangeiros
presentes nessa região e contribuiu para um grande aumento do comércio através do Oceano Pacífico
que, desde 1975, destituiu o Oceano Atlântico da condição de principal via de interligação econômica
internacional e criou condições para a criação da APEC uma aliança econômica muito ampla que
reúne países da América, da Ásia e da Oceania na constituição de uma grande Zona de Livre Comércio
na região do Pacífico.
Em 1997, esses países do Bloco do Pacífico foram atingidos por uma grave crise
financeira, que colocou em xeque os rumos da globalização. Nesse momento, a Coréia do Sul, a
Indonésia e a Tailândia, receberam o socorro do Fundo Monetário Internacional, que organizou um
pacote de empréstimos de emergência, com a condição de que esses países reorganizassem as suas
economias. O período posterior à crise foi muito difícil, com acentuado declínio da produção; depois
disso observou-se a gradativa recuperação, principalmente na Coréia do Sul que, hoje, brilha
novamente no grupo dos países emergentes.
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O Mercosul
Exercícios
Considere, no mapa anterior, o conjunto I, formado pelos países dos três pólos de decisão e os
conjuntos II e III, formados, respectivamente, pelos países da América Latina e da África. A tabela
abaixo indica, em bilhões de dólares (1992), o total das exportações de mercadorias oriundas dos
países constituintes de cada um dos três conjuntos e tendo como destino países dos mesmos três
conjuntos.
A partir dessas informações e dos seus conhecimentos sobre o comércio mundial, indique a afirmativa
correta a respeito da natureza das mercadorias que dominam, em valor, os fluxos comerciais indicados
por sua origem e destino.
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02. (PUC/98) A questão a seguir, aborda as relações entre os Estados modernos e o processo de
globalização.
Leia com bastante atenção o texto abaixo:
“Se os capitalistas se tornam mais sensíveis às qualidades espacialmente diferenciadas de que se
compõe a geografia do mundo, é possível que as pessoas e forças que dominam esses espaços os
alterem de um modo que os torne mais atraentes para o capital altamente móvel. As elites dirigentes
locais podem, por exemplo, implementar estratégias de controle da mão-de-obra local, de melhoria de
habilidades, de fornecimento de infra-estrutura de política fiscal, de regulamentação estatal etc, a fim
de atrair o desenvolvimento para seu espaço particular (...) A produção ativa de lugares dotados de
qualidades especiais se torna um importante trunfo na competição espacial entre lugares, cidades,
regiões e nações.”
David Harvey, A condição pós-moderna, Ed. Loyola, São Paulo, 1992.
Assinale a alternativa que não corresponde à lógica sobre a competição espacial entre os lugares
presente no texto.
a. Os locais especialmente preparados para atrair investimentos articulam-se aos interesses das
empresas transnacionais, cuja ação geográfica tem alcance mundial.
b. Os conglomerados transnacionais, ao aproveitarem a geografia do mundo para sua localização,
criam uma estrutura espacial com pontos articulados entre si, a qual pode ser chamada de rede
espacial.
c. Os países querem receber novos investimentos mundiais, mas, para isso, é preciso que as
transnacionais submetam-se às condições técnicas, à ordem jurídica e aos traços culturais locais.
d. O enxugamento dos Estados, a redução das leis trabalhistas e a remoção de normas e obstáculos de
parcelas dos territórios estão dentro da lógica descrita no texto.
e. Para que a organização em rede espacial seja eficiente para uma empresa transnacional, é preciso
que o espaço que ela vai ocupar seja composto por tecnologia adequada de comunicações.
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a. Todas
b. 1, 2 e 3
c. 3 e 4
d. 2 e 3
e. 1, 2 e 4
1. Organizado sob a liderança do Japão, envolve países como Austrália e Nova Zelândia. Esses dois
países compõem uma área periférica privilegiada, com melhores condições sociais, desenvolvimento
tecnológico promissor, potencial agropecuário e vastos recursos naturais.
2. A devolução de Hong Kong à China ocorreu sem conflitos, em virtude daquela colônia não se
constituir em lugar preparado para a competitividade mundial. Chama a atenção na ex-colônia
inglesa o sucateamento dos sistemas educacional e de comunicações.
3. As Zonas Econômicas Especiais (ZEEs), intituídas na China, são espaços preparados com
regulamentação particular e tecnologia apropriada para atrair investimentos e capitais mundiais,
especialmente os oriundos do Japão.
4. A liderança do Japão na região, após a 2.a guerra, deve-se a fatores como os grandes investimentos
dos EUA no país e ao papel de MITI – Ministério da Indústria e Comércio – que destinou recursos
expressivos à educação, ciência e tecnologia, resultando em significativo aumento de produtividade.
5. Os chamados Tigres Asiáticos – Coréia do Sul, Taiwan, Singapura, Hong Kong – destacaram-se pela
ênfase no fortalecimento do mercado interno e pelo baixo grau de intervenção do Estado, criando
economias fechadas.
a. 1, 2 e 5
b. 2, 3 e 4
c. 3, 4 e 5
d. 2, 4 e 5
e. 1, 3 e 4
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05. (PUC/98) Leia o trecho da entrevista abaixo:
Pergunta: A mundialização não é uma ameaça deste lado da África?
Resposta: A mundialização é antes de mais nada uma sorte para as empresas privadas, porque pode
arrastá-las para o alto. Elas serão obrigadas a melhorar sua produtividade para ganhar mercados e não
perder os que já têm. Elas terão que fazer tal como as empresas americanas e asiáticas. Nós devemos
nos bater para aumentar a competitividade de nossas economias, organizar nossos mercados (...), num
quadro de integração regional. As vantagens que tudo isso confere é um mercado regional mais amplo
para as empresas (...)
Boni Yayi, presidente do Banco Oeste-Africano de Desenvolvimento, in jornal Le Soleil, 07. jul.96,
Senegal.
Como se pode observar, uma visão positiva da globalização (mundialização) está presente em várias
partes do mundo. Considerando as dificuldades da África para que essa perspectiva se concretize, leia
com atenção as afirmações e assinale a alternativa que contém aquelas que estão corretas.
1. De modo geral, os países africanos possuem Estados herdados do período colonial. Sua estrutura
não é adequada para constituir países livres e independentes. Esse fato se complica, pois os Estados
não possuem técnicos especializados, em número suficiente, na gerência de uma economia
moderna.
2. Os países africanos dispõem, geralmente, de pouca mão-de-obra qualificada para a economia de
tipo moderna exigida pela globalização. Os sistemas escolares básico e superior são precários e de
pouco alcance social e territorial.
3. Os Estados-nação africanos são construções estranhas à complexidade étnica, cultural e territorial
preexistentes. Herança da colonização européia, contribuem para um quadro de instabilidade
política, conflitos regionais, separatismos e guerras civis.
4. A África vive assolada por crises de fome, doenças endêmicas e generalização de epidemias,
reforçando a baixa expectativa de vida e a alta mortalidade, em especial a infantil. Esse quadro está
associado à desarticulação dos modos de vida tradicionais e à fragilidade das estruturas modernas
implantadas.
a. 2 e 3
b. 1, 3 e 4
c. 1, 2, 3 e 4
d. 1, 2 e 4
e. 2, 3 e 4
Gabarito
01. alternativa c
Os três pólos de decisão estão representados pelos Estados Unidos, União Européia e pelo
Japão, onde os produtos industrializados respondem pela maior parte dos gastos e dos ganhos com o
comércio exterior. Esses produtos possuem valores agregados maiores e, em função disso, esse tipo de
mercadoria movimenta somas maiores de dinheiro. Na América Latina apenas Brasil, Argentina e
México apresentam exportações significativas de manufaturados; no continente africano, apenas a
República Sul-Africana se destaca.
02.alternativa c
Para que as empresas transnacionais operem em determinado país é preciso que o Estado
crie a infra-estrutura necessária. O desenvolvimento dos sistemas de transportes, comunicação, e
informatização ampliam as possibilidades de investimentos produtivos.
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O avanço tecnológico tornou o processo de produção mais flexível e resultou numa
expansão geográfica da atividade industrial, possibilitando às empresas instalarem filiais em áreas que
lhes garantissem lucros maiores e mais imediatos. Em razão desse fenômeno, áreas industriais
tradicionais começaram a perder vigor econômico, sendo obrigadas a desenvolver estratégias mais
agressivas para manter suas empresas ou atrair outras novas.
De certa forma, esse acirramento da competição promove uma inversão dos fatores:
agora, são as elites locais que passam a subordinar-se aos interesses das empresas para mantê-las nas
regiões. Como exemplo, podemos citar a adoção de políticas de incentivos fiscais dadas às empresas.
03. alternativa d
Na visão do ex-ministro das relações exteriores, Celso Lafer, o Mercosul tem como obetivo
estimular as economias de seus países-membros, seja pela ampliação do comércio intracomunitário,
seja pela criação de normas comuns que facilitem a inserção desses países na economia mundial.
Entre as medidas, podemos citar a eliminação gradativa das barreiras comerciais existentes entre os
países-membros, a implementação de políticas que estimulem a entrada de investimentos externos e a
criação de tarifas alfandegárias comuns para produtos importados fabricados em outras regiões do
mundo.
04. alternativa e
Ao contrário do Mercosul ou da União Européia, o chamado Bloco Oriental não se
configura como um bloco econômico formalmente criado. Trata-se mais de uma zona de alto
intercâmbio econômico, que apresenta grande potencial e é liderada pelo Japão. Circulam, entre esses
países, altas tecnologias produzidas pelo Japão e pelos Tigres Asiáticos; grandes reservas minerais,
especialmente na Austrália e, principalmente, um enorme exército de mão-de-obra extremamente
barata, como na China, Tailândia, Malásia, entre outros.
O grande crescimento econômico que se verificou nos anos 70 e 80 nessa região ocorreu,
também, pela maior cooperação e interdependência entre esses países. Já, nos anos 90, o “milagre
asiático” sofreu considerável abalo: a crise interna japonesa reduziu os investimentos externos nos
demais países e as economias dos Tigres Asiáticos sofreram com a crise financeira, especialmente a
partir de julho de 97. A crise recessiva produziu, na região, pelo menos 10 milhões de desempregados.
Os últimos dois anos apresentaram uma melhora nesse quadro.
05. alternativa c
Todos os itens podem ser considerados corretos. Em cada um deles, são identificados
elementos que contribuem para tornar a África um espaço marginal do processo de mundialização
econômica. De forma resumida, o enunciado cita como fatores que dificultam a inserção da África
num quadro de economia mundializada:
• o atraso tecnológico, agravado pela carência de mão-de-obra não-qualificada e a falta de
investimentos;
• a desarticulação dos sistemas produtivos tradicionais, claramente verificada na substituição da
agricultura de consumo interno pela agroexportação, principalmente nas regiões onde as condições
naturais são mais adequadas a esse tipo de atividade;
• a existência de grande instabilidade política e numerosos conflitos tribais que, em parte, resultaram
ou foram agravados pelo colonialismo europeu;
A esses fatores soma-se, também, a longa permanência de governos ditatoriais e
corruptos que desviaram grandes somas de dinheiro que foram empregadas no desenvolvimento de
projetos “faraônicos” e na compra de arsenal bélico.