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o É trabalho pioneiro.

Prestação de serviços com tradição de confiabilidade.


anglo Construtivo, procura colaborar com as Bancas Examinadoras em
resolve sua tarefa de não cometer injustiças.
Didático, mais do que um simples gabarito, auxilia o estudante
no processo de aprendizagem, graças a seu formato: reprodu-
ção de cada questão, seguida da resolução elaborada pelos
professores do Anglo.
No final, um comentário sobre as disciplinas.

a prova O concurso vestibular da Pontifícia Universidade Católica de São


Paulo seleciona candidatos para os cursos de diversas institui-
da PUC-SP ções: PUC-SP, Faculdade de Medicina do ABC, Faculdade de
Direito de São Bernardo do Campo, Faculdade de Medicina de
Marília (estadual) e Faculdades SENAC.
É realizado em uma única fase, que se divide em dois dias:
A prova do 1º dia consta de 81 testes de múltipla escolha, va-
lendo 10 pontos cada, sendo nove de cada disciplina: Língua
Portuguesa, Literatura, Biologia, Língua Estrangeira (Inglês/
Francês), História, Geografia, Física, Matemática e Química.
A prova do 2º dia é constituída de 4 questões analítico-ex-
positivas interdisciplinares: uma de Redação (150 pontos), uma
de História e Geografia (80 pontos), uma de Matemática e Física
(80 pontos) e uma de Biologia e Química (80 pontos).
As provas e disciplinas não têm peso, e a pontuação final é a
soma das notas padronizadas obtidas.

A cobertura dos vestibulares de 2003 está sendo feita pelo Anglo em


parceria com a Folha Online.
BI OLO GI A E QUÍMICA
Quando observamos um car-
ro em movimento ou uma
pessoa em atividade física,
estamos presenciando trans-
formações de energia para
realização de trabalho. Nos
dois casos, a energia é forne-
cida pela oxidação de mo-
léculas orgânicas presentes
no combustível e no alimen-
to, respectivamente.
A glicose é o principal com-
bustível do corpo humano,
fornecendo energia necessá-
ria para os diversos tipos de
trabalhos biológicos, inclusi-
ve o trabalho muscular. En-
tretanto, a energia liberada
no processo de combustão da glicose não é imediatamente aproveitada; ela é inicialmente transferida e armazenada em molécu-
las de ATP (trifosfato de adenosina) que funcionam como “moedas energéticas” que as células utilizam para “pagar” os custos
envolvidos na realização de trabalho.
As reações de combustão também são classificadas como reações de óxido-redução, sendo o O2 , o agente oxidante. A com-
bustão completa de combustíveis como a gasolina, o álcool etílico e a glicose formam o gás carbônico (CO2), a água (H2O)
e liberam uma certa quantidade de energia. No entanto, caso não haja disponibilidade adequada de gás oxigênio, poderá
ocorrer a formação de outros subprodutos com liberação de menor quantidade de energia.

Um músculo em intensa atividade necessita de uma grande quanti-


dade de energia, consumindo rapidamente o seu estoque de ATP. Para
a produção em larga escala dessas moléculas, as células musculares
utilizam carboidratos como combustível, observando-se um aumento
tanto no consumo de O2 quanto na eliminação de CO2 (situação 1).
Quando o esforço muscular é muito intenso, verifica-se um acúmulo
de ácido lático (situação 2), o que pode provocar fadiga muscular,
isto é, dor e enrijecimento da musculatura.

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Com base em seus conhecimentos de Biologia e Química responda às questões:
a) Explique os fenômenos envolvidos nas situações 1 e 2 apresentadas no texto, relacionando-os com a disponibilidade de
O2 para as células musculares.
b) Considerando que as células musculares apresentam um alto consumo de energia, indique qual é a organela encontra-
da em abundância nessas células. Justifique sua resposta.
c) Equacione a reação de combustão completa da glicose (C6H12O6). A partir das equações termoquímicas abaixo deter-
mine o calor (entalpia) de combustão da glicose e o poder calorífico da glicose (*). Dica: Considere que há 5,5 mol de gli-
cose em 1 kg dessa substância.
Equações: C(grafite) + O2(g) → CO2(g) ∆Hf = – 400 kJ/mol
H2(g) + 1/ O (g)
2 2 → H2O(l) ∆Hf = – 280 kJ/mol
6 C(grafite) + 3 O2 (g) + 6 H2 (g) → C6H12O6(s) ∆Hf = – 1280 kJ/mol
(*) O poder calorífico indica a quantidade de calor liberada na combustão completa de 1 kg de combustível.
d) Determine o número de oxidação médio (Nox) do elemento carbono nas substâncias glicose (C6H12O6), álcool etílico
(C2H6O) e gás carbônico (CO2). Estabeleça uma correlação entre o poder calorífico e o número de oxidação médio (Nox)
do carbono dos combustíveis acima, justificando a diferença de energia liberada durante a combustão completa dessas
substâncias.
Dado: Poder calorífico do álcool etílico ⇒ 30 000 kJ/kg

Resolução:
a) Na situação 1, as células musculares utilizam carboidratos para a obtenção de energia por meio da respiração celular,
processo aeróbio que consome oxigênio e glicose e produz gás carbônico e água. Na situação 2, sendo o esforço muscular muito
intenso, o oxigênio disponível é insuficiente para a obtenção de toda a energia necessária ao trabalho muscular; nesse caso,
além da respiração celular, que continua ocorrendo, acontece também, como coadjuvante, o processo de fermentação lática,
no qual a glicose é degradada sem a presença do oxigênio — processo anaeróbio — com produção de ácido lático residual.
Tanto a respiração como a fermentação transferem energia para moléculas de ADP, formando ATP, que será, posterior-
mente, utilizado para o trabalho celular. A respiração, no entanto, libera maior quantidade de energia do que a fermentação,
motivo pelo qual ela é o processo preferencial das células.
b) As organelas encontradas em abundância nas células musculares são as mitocôndrias. Isso porque grande parte do pro-
cesso de respiração celular, liberador de energia, ocorre nessas organelas.
c) A equação química da combustão completa da glicose será:
C6H12O6(s) + 6 O2(g) → 6 CO2(g) + 6 H2O(l) ∆H = ?
Para aplicar a Lei de Hess, devemos modificar as equações dadas:
Equação I: será mantida e multiplicada por 6.
6 Cgrafite + 6 O2(g) → 6 CO2(g) ∆H1 = 6 (– 400) kJ
Equação II: será mantida e multiplicada por 6.
6 H2(g) + 3 O2(g) → 6 H2O(l) ∆H2 = 6 (– 280) kJ
Equação III: será invertida.
C6H12O6(s) → 6 Cgrafite + 3 O2(g) + 6 H2(g)
∆H3 = + 1280 kJ
Somando algebricamente as três equações e somando os correspondentes valores de ∆H, teremos:
C6H12O6(s) + 6 O2(g) → 6 CO2(g) + 6 H2O(l)
∆H = ∆H1 + ∆H2 + ∆H3
∆H = 6 (– 400) + 6 (– 280) + 1280
∆H = – 2800 kJ/mol
Essa será a entalpia de combustão da glicose.
O poder calorífico poderá ser calculado da seguinte maneira:
libera
1 mol (glicose) 2800kJ
libera
5,5 mol (1 kg de glicose) x
x = 15400 kJ
O poder calorífico será 15.400 kJ/kg.

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d) C6 H12 O6
x +1 –2 Nox de cada átomo
6x +12 –12 total (∑ = zero)

6x + 12 – 12 = 0
x=0

C2 H6 O
x +1 –2 Nox de cada átomo
2x +6 –2 total (∑ = zero)

2x + 6 – 2 = 0
x = –2

C O2
x –2 Nox de cada átomo
x –4 total (∑ = zero)

x–4=0
x=4
Os dados permitem as seguintes conclusões:
• Ambos os combustíveis originam a formação de CO2.
• Seja ∆ Nox a variação do número de oxidação médio do carbono nas combustões completas. Esquematicamente,
temos:
C2H6O CO2
–2
a +4
∆ Nox = 6

C6H12O6 CO2
zero +4
∆ Nox = 4

• Quanto maior ∆ Nox, maior o poder calorífico do combustível.

álcool glicose

∆ Nox 6 4

Poder
30.000 kJ/kg 15.400 kJ/kg
calorífico

A prova não forneceu dados para se calcular a massa molar do C2H6O. Mesmo assim, como ilustração, vamos mostrar
que as conclusões anteriores são válidas.
Variação total de Nox do C (em mol) em 1 kg de cada substância.
Massa molar do C2H6O = 46 g/mol
1000 g
n C 2H6O = = 21, 74 mol ∴ nC = 2 × 21, 74 mol
46 g ⋅ mol – 1
∆ Nox total = 6 × 2 × 21,74 = 261
nC6H12O6 = 5,5 mol ∴ nC = 6 × 5,5 mol
∆ Nox total = 4 × 6 × 5,5 = 132
261 30 000

132 15 400
Conclusão: o poder calorífico é diretamente proporcional à variação total do Nox do carbono.

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F ÍSICA E MATEM ÁT ICA
Na década de 90, o Brasil iniciou um processo de reestruturação do setor de energia elétrica. Para complementar a deman-
da, e como forma de diversificar a obtenção dessa energia, optou-se por obtê-la, também, em usinas termoelétricas.
Esse cenário tem incentivado a geração de energia através da queima do bagaço de cana, uma vez que, nesse processo,
obtém-se uma grande quantidade de calor, parte do qual pode ser convertido em trabalho. Além disso, o grande potencial
de produção da cana-de-açúcar no país, a menor agressão ao ambiente e o estímulo à produção do álcool como combustí-
vel, têm impulsionando ações visando a um melhor aproveitamento desta fonte de energia renovável.
A figura abaixo esquematiza o funcionamento de uma usina termoelétrica alimentada pelo bagaço de cana-de-açúcar.

USINAS DE RIBEIRÃO PRETO GERAM EXCEDENTE


Inúmeras usinas de açúcar e destilarias de álcool do Estado de São Paulo produzem a energia elétrica que con-
somem. Esta energia é gerada por usinas termoelétricas próprias que utilizam o bagaço de cana-de-açúcar como com-
bustível. Como não consomem toda a energia que produzem, geram um excedente que é vendido para empresas conces-
sionárias, tais como a CPFL (Companhia Paulista de Força e Luz). No interior de São Paulo já há pelo menos 12 usi-
nas que fazem isso e, no final do mês, ao invés de pagarem, elas recebem das distribuidoras.
O bagaço de cana utilizado em usinas termoelétricas para o aquecimento da caldeira tem poder calorífico da ordem
de 2000 kcal/kg e o fator de eficiência na conversão de energia térmica em energia elétrica pode variar significativa-
mente de uma usina para outra.
Segundo o engenheiro eletricista Arthur Padovani, uma área de um hectare, na região de Ribeirão Preto, produz,
em condições normais, 90 toneladas de cana, que geram, na queima do bagaço, energia suficiente para alimentar a usina
e um excedente de energia, mandado para a rede pública, avaliado em 3600 kWh.
Adaptado de: Moacyr Castro — O Estado de S. Paulo, 17/06/2001

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INSTRUÇÕES:
Nas respostas lembre-se de deixar seus processos de resolução claramente expostos.
Não basta escrever apenas o resultado final. É necessário mostrar os cálculos e/ou o raciocínio utilizado.

Nas questões seguintes, eventualmente, você precisará de dados numéricos contidos no texto. Procure-os com atenção.
a) Identifique quais são as transformações de energia que ocorrem entre as fases 1 e 2 e entre as fases 3 e 4 do processo
esquematizado na figura. Em qual dessas duas transformações é realizado trabalho mecânico? Justifique.
b) Supondo que todo o calor gerado pela queima do bagaço de cana seja utilizado no aquecimento de 200 L de água de 10°C
até 100°C, determine a massa de bagaço necessária nesse processo.
Dados: densidade da água: dágua = 1 kg/L
calor específico da água: cágua = 1 kcal/kg°C
c) Em uma usina termoelétrica que usa o bagaço de cana como combustível, o fator de eficiência na transformação de ener-
gia térmica em energia elétrica é de 50%. Nessa usina, queimando-se 1080 kg de bagaço por minuto, qual será a energia
elétrica, em kWh, gerada por segundo?
Use 1 cal = 4 J.
d) Um agricultor dispõe de 200 metros de arame para cercar uma área retangular que tem um dos lados coincidindo com
a margem de um rio. Cercando apenas os lados não banhados pelo rio, de maneira que a área seja a máxima possível,
e plantando cana em toda a área, qual o excedente de energia, em kWh, se todo o bagaço da cana for queimado para ali-
mentar a usina citada no texto pelo engenheiro Arthur Padovani? Lembre-se de que 1 hectare = 10 000 m2.

Resolução:
a) Entre as fases 1 e 2, a energia química originária da combustão do bagaço é convertida em térmica, que aquece a água,
produzindo vapor.
O vapor expande-se e movimenta-se através da tubulação.
Entre as fases 3 e 4, a energia de movimento do vapor faz girar a turbina. Esse movimento, por meio do fenômeno da
indução eletromagnética, implica a obtenção de energia elétrica.
A produção de trabalho mecânico ocorre na fase 3 do processo, isto é, quando a expansão do vapor produz o movimen-
to da turbina.
b) O calor necessário para aquecer a água é:
QH2O = mH2OcH2O(∆θ)H2O = 200 ⋅ 1 ⋅ (100 – 10) ∴ QH2O = 1,8 × 104 kcal
Como o poder calorífico do bagaço é 2000 kcal/kg:
2000 kcal 1 kg
1,8 × 104 kcal x ∴ x = 9 kg
c) Cálculo da energia proveniente da queima do bagaço, por segundo:
kg 1080 kg kg
1080 = = 18
min 60 s s
• 2 × 103 kcal 1 kg
x 18 kg ⇒ x = 3,6 × 104 kcal/s
• O fator de eficiência é η = 0,5; logo, a energia útil por segundo é x = 1,8 × 104 kcal/s.
• Em joules: x = 4 ⋅ 1,8 × 104 kJ/s
4 × 1, 8 × 104 kJ
• Em kWh: x =
3, 6 × 103 kJ / kWh
x = 20 kWh/s
d) Seja ABCD o retângulo, tal que AB + BC + CD = 200
A Rio D

x x (0 ⬍ x ⬍ 100)

B 200 – 2x C

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A área S do retângulo é:
S = x ⋅ (200 – 2x)
S = – 2x2 + 200x
200
Para que S seja a máxima possível, devemos ter x = – , ou seja, x = 50 m.
(– 4)
Assim, a área máxima possível será igual a – 2 ⋅ (50)2 + 200 ⋅ 50, ou seja, 5000 m2.
Como 5000 m2 equivalem a 0,5 hectare, a quantidade de cana obtida é 45 ton.
Assim, chamando A a energia necessária para alimentar a usina, temos:
90 ton A + 3600
A
45 ton Etotal ∴ Etotal = + 1800
2
O excedente de energia (∆E) é, portanto:
∆E = Etotal – A
A
∴ ∆E = + 1800 – A
2
A
⇒ ∆E = – + 1800 (kWh)
2

PUC/2003 9 ANGLO VESTIBULARES


GE OGR AF IA E HI STÓ RIA
O Trabalho no Brasil
Leia com atenção:
“Com a criação dos Sindicatos Profissionais moldados em regras uniformes e precisas, dá-se às aspirações dos trabalha-
dores e às necessidades dos patrões expressão legal normal e autorizada. O arbítrio, tanto de uns como de outros, gera a
desconfiança, é causa de descontentamentos, produz atritos que estalam em greves e locautes. Os sindicatos ou associa-
ções de classe serão os pára-choques dessas tendências antagônicas.”
Lindolfo Collor, Ministro do Trabalho, 1931. Apud: Kazumi Munakata. A legislação trabalhista no Brasil. São Paulo: Brasiliense, 1984. p. 84.

“... a proletarização do trabalhador rural, no Brasil, não redunda na


multiplicação dos assalariados permanentes nas fazendas, mas na trans-
formação da maioria dos colonos, parceiros e moradores em traba-
lhadores diaristas ou ‘volantes’, como são comumente conhecidos. O fato,
surpreendente em si, passou a ser ‘explicado’ pela reação patronal ao Es-
tatuto do Trabalhador Rural, que estendeu ao trabalhador do campo os
benefícios da legislação do trabalho.”
Paul Singer “Introdução — Capital e trabalho no campo” in Capital e trabalho no campo
(org. Jaime Pinsky). São Paulo: Hucitec, 1977. p. 2.

Fuzileiros navais obrigam portuários em greve a


trabalhar. Rio de Janeiro, fev. 1965.

“A teleinformática permite a extensão das relações de tercei-


rização, particularmente entre as empresas situadas a centenas
de milhares de quilômetros umas das outras, bem como a deslo-
calização de tarefas rotineiras nas indústrias que se valem
grandemente da informática. Ela abre caminho para a fragmen-
tação de processos de trabalho e para novas formas de ‘trabalho
em domicílio’.”
François Chesnais. Apud: Ricardo Antunes. Os sentidos do trabalho. São Paulo:
Boitempo, 1999. p. 114

Considerando os textos e as imagens, discorra sobre a reordenação das relações de trabalho no Brasil, iniciada na
década de 30. Em seu texto procure contemplar:

• A importância do primeiro governo de Getúlio Vargas na estruturação da legislação trabalhista, a natureza dessa
legislação, e suas ações em relação à organização e aos movimentos dos trabalhadores.
• A disseminação (de 1930 até nossos dias) da legislação trabalhista, tendo em vista sua distribuição geográfica, na
cidade e no campo.
• As modificações na organização sindical conquistadas pelas classes trabalhadoras surgidas da industrialização, na
região metropolitana de São Paulo, conhecida como ABCD.
• As transformações estruturais do trabalho como a terceirização, o trabalho feito em casa, o trabalho autônomo etc., as
pressões para a flexibilização da legislação trabalhista e as formas de precarização das relações de trabalho (por exem-
plo, o trabalho informal).
Atenção: Não copie os textos das citações e do enunciado.

PUC/2003 10 ANGLO VESTIBULARES


Resolução:
Considerando as informações fornecidas, os candidatos poderiam redigir uma dissertação em que fossem desenvolvidos
alguns dos aspectos históricos e geográficos apresentados a seguir:

Sobre a importância do primeiro governo de Getúlio Vargas:


• Quebra da hegemonia das elites agrárias e instalação do regime populista: reformas sociais
• Criação do Ministério do Trabalho, leis trabalhistas e sindicatos atrelados ao governo
• Legislação de inspiração fascista (Carta del Lavoro)
• Pacto social simultaneamente progressista e conservador como tentativa de rejeição à luta de classes

Sobre a disseminação da legislação trabalhista de 1930 até nossos dias:


• Trabalhadores rurais não contemplados com direitos trabalhistas
• Expansão trabalhista geograficamente condicionada ao processo de industrialização e urbanização
• Nas cidades, os meios de comunicação favoreceram a difusão das informações e a organização das classes trabalhadoras
• No campo, havia dificuldade de organização dos trabalhadores, dada a precariedade dos meios de comunicação e transporte
• Nos anos de 1960, a mobilização rural das ligas camponesas gerou o Estatuto do Trabalhador Rural, levando as leis
trabalhistas e a organização sindical para o campo
• A disseminação das legislações trabalhistas no campo é proporcional à distância entre os locais de trabalho e os centros
urbanos mais modernos
• Regime militar (1964-1985): repressão e suspensão do Estatuto do Trabalhador Rural, substituído pela aplicação direta
da CLT

Sobre as modificações na organização sindical:


• A partir de 1978, as greves na região do ABCD paulista geraram um sindicalismo independente do Estado
• Conquista de liberdade e direitos para os setores operários de vanguarda (metalúrgicos)
• Ascensão de novas lideranças operárias com destaque para Luiz Inácio Lula da Silva
• Surgimento de uma organização sindical que quebrou as estruturas rígidas da CLT e evoluiu para a Central Única dos
Trabalhadores (CUT)

Sobre as transformações estruturais do trabalho:


• Redução da População Economicamente Ativa (PEA) rural de 75%, em 1930, para cerca de 20% hoje
• A mecanização rural gerou desemprego e êxodo rural: alteração das relações de trabalho no campo
• A estrutura de trabalho do setor secundário se transformou pela incorporação de novas tecnologias ligadas à informá-
tica e à robótica: redução da ocupação de trabalhadores
• O setor terciário cresceu de 15% da PEA, em 1930, para cerca de 60% na atualidade: o uso de tecnologias modernas am-
pliou a descentralização das atividades econômicas
• A terceirização foi incentivada, pela necessidade de redução de gastos com a mão-de-obra: incentivo ao trabalho autô-
nomo, à produção caseira e à expansão das micro empresas
• A redução do poder de reivindicação da classe trabalhadora e o enfraquecimento dos sindicatos abriram espaço para a flexi-
bilização das relações trabalhistas
• Elevadas taxas de desemprego forçam os trabalhadores a procurar uma fonte de renda no trabalho informal: precari-
zação das relações de trabalho e enfraquecimento da sociedade civil organizada

PUC/2003 11 ANGLO VESTIBULARES


RE DAÇ ÃO

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PUC/2003 13 ANGLO VESTIBULARES
Análise da Prova
Um dos critérios de avaliação da redação é a sua adequação ao tipo de texto solicitado pela Banca. Nesta prova,
exigiu-se a elaboração de carta argumentativa, uma modalidade de texto com interlocutor definido — no caso, o presidente
eleito. É importante lembrar que o “auditório” (interlocutor) é o ponto de partida para a escolha dos argumentos: quem escreve,
escreve para persuadir alguém de alguma coisa; logo, é fundamental conhecer os valores do auditório para convencê-lo.
Outro critério de avaliação é a adequação ao tema proposto: o candidato deveria discorrer sobre o problema do tra-
balho infantil no país. Para tanto, não poderia deixar de contemplar as idéias da coletânea — um rico painel de textos de diver-
sas naturezas: fotos de crianças trabalhando; leis que regulamentam o trabalho infantil; exemplos de projetos que auxiliam a
erradicação dessa mazela; fragmentos de reportagens sobre o tema e um quadro com gráficos que assinalam a existência do
problema em todo o mundo.
É do diálogo com esse universo de referências que deveria nascer a argumentação. Assim, cabia ao candidato articular
todos esses estímulos, relacionando-os às “suas próprias informações” e utilizando o seu “espírito crítico”, como recomendado.
A Banca inovou ao pedir ao vestibulando que encerrasse o texto assinando-o com um “pseudônimo coerente com a sua
carta”, explicitando que a “adequação do pseudônimo ao texto” seria avaliada.

Possível encaminhamento do texto


Pela proposta, a única possibilidade de encaminhamento era posicionar-se contra o trabalho infantil, dando ao presidente
eleito “os argumentos necessários para responder às crianças que têm o sonho de ISLAI”: ser criança quando crescer.
O pressuposto é que as crianças não vivem a infância, tornando-se rapidamente “adultos”, isto é, assumindo encargos que
não caberiam a sua idade. A observação atenta das fotos da coletânea leva exatamente a essa reflexão.
Vale lembrar que o interlocutor da carta, o presidente eleito, conhece o problema na prática, já que foi também uma
criança privada da infância, pois enfrentou as dificuldades do trabalho desde cedo. Chamá-lo a essa memória é uma estratégia
de persuasão, uma vez que o faz identificar-se de imediato com a problemática proposta — importante passo para convencê-lo
a adotar projetos que visem a modificar o quadro atual.
Outro dado fundamental na argumentação, por ser objetivo, é a referência à ilegalidade do trabalho infantil. A análise do
gráfico mostra que 85% das crianças que trabalham no Brasil têm entre 5 e 15 anos, portanto estão abaixo da idade mínima
permitida para o trabalho pela Constituição Federal (16 anos).
Quanto ao enunciador da carta, o vestibulando poderia construí-lo como um representante da classe média alta, recém-
-sensibilizado com os problemas do país; ou como alguém que já foi pobre como o presidente, conhecendo também o trabalho
infantil na prática; como um estudante disposto a realizar os seus ideais na futura carreira, um estrangeiro indignado ou
mesmo uma criança forçada a trabalhar, etc.
A partir da escolha do enunciador, o candidato inventaria o seu pseudônimo. Caso escolhesse apresentar-se como uma
criança vitimada pela situação social, poderia assinar, por exemplo, como um destes personagens: Pixote, do filme homônimo,
de Hector Babenco; Pedro Bala, do romance Capitães da Areia, de Jorge Amado; Dito ou Miguilim, da novela Campo Geral, de
João Guimarães Rosa; Zé Pequeno, do filme Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, entre muitos outros.

PUC/2003 14 ANGLO VESTIBULARES


CO MENTÁRIO
Biologia e Química
Questão criativa e abrangente. Os examinadores fizeram a “ponte” entre as duas disciplinas de forma competente.

Redação
A proposta de redação prima, como há vários anos, pela exploração de imagens associadas a textos curtos, que servem
como estímulo e referência para que se possa encaminhar com segurança a argumentação. Além disso, contém, como a do
ano anterior, um gráfico cuja leitura atenta fornece amplo material para o desenvolvimento do texto.
Assim, a Banca parte do saudável princípio de que para escrever bem é preciso, antes de mais nada, ler bem. Também
estimula a crítica à nossa realidade social e a participação dos jovens na vida política do país, ao propor que escrevam ao
presidente eleito uma carta sobre uma das mais graves mazelas do Brasil.

Comentário Geral
Mais uma vez, o vestibular da PUC/SP se alinha às exigências dos PCN (Parâmetros Curriculares Nacionais),
contemplando a chamada “transversalidade” curricular: o exame se estrutura em torno de um eixo temático que percorre as
diversas disciplinas. Neste ano, o tema “trabalho” foi proposto como “gerador das questões desta prova”: em Biologia e Química
foram abordados os “trabalhos” biológicos e químicos; em Física e Matemática, a conversão de calor em trabalho, a noção de
trabalho mecânico, etc.; em Geografia e História, as relações de trabalho no Brasil; em Redação, o tema específico do trabalho
infantil no nosso país.
Louve-se a apresentação gráfica impecável da prova: as imagens utilizadas, além de terem sido muito bem escolhidas do
ponto de vista estético, funcionam como estímulos para a reflexão. Na proposta de Redação, é significativo que imagens e textos
tenham sido organizados de forma a compor um painel nos moldes das colagens que decoram tantos quartos de adolescentes.

MACKENZIE/2003 15 ANGLO VESTIBULARES

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