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VEREADOR EVERTON POP (PP)

PROJETO DE LEI Nº. 01

Dispõe sobre o Programa


“Troque Material Reciclável
por Peixe Santo” no município
de Cuiabá.

O Prefeito Municipal de Cuiabá-MT faz saber que a Câmara


Municipal aprovou e ele sanciona a seguinte Lei:

Art. 1º - Fica o Poder Executivo Municipal autorizado a criar, no


âmbito do município de Cuiabá, o programa de conscientização ambiental “Troque
Material Reciclável por Peixe Santo”, consolidado na forma desta Lei.

Art. 2° - O programa de conscientização ambiental “Troque Material


Reciclável por Peixe Santo” consiste na troca de materiais recicláveis por peixe “santo”.

Art. 3º - São objetivos do programa:


I - conscientizar os munícipes sobre a importância da coleta seletiva,
diminuindo a quantidade de lixo jogado nas vias públicas;
II – orientar a população sobre noções básicas de higiene e saúde;
III - aplicar políticas sociais e ambientais que visem o bem-estar
físico, mental e social do indivíduo e da coletividade, a redução do risco de doenças e
outros agravantes.
Art. 4 ° - Para efetivação do referido Programa fica o Poder Executivo
autorizado a efetivar Parceria com as Empresas instaladas no município que operam no
ramo de material reciclável, fixando os Pontos de Recolhimento de materiais
recicláveis, bem como a forma que se dará o controle.

Art. 5 ° - O programa de conscientização ambiental “Troque Material


Reciclável por Peixe Santo” se dará nos seguintes termos:
§ 1º - O Poder Executivo Municipal adotará comprovante de entrega
do material, onde deverá constar data da entrega, tipo de material, valor do produto.

§ 2° - Os comprovantes de entrega do material deverão ser


acumulados pelo munícipe, para, por ocasião da semana santa, proceder à troca por
peixe santo.
§ 3 ° - Serão disponibilizados para permuta 3 (três) tipos de peixes –
pequeno, médio e grande, que serão entregues conforme acúmulo de pontos, a ser
estabelecido em ulterior disposição regulamentar, respeitados os valores de mercado de
cada material reciclado arrecadado.

§ 4º - Para a consecução do programa “Troque Material Reciclável


por Peixe Santo”, o Poder Executivo fica autorizado a proceder à parceria com os
piscicultores, visando o fornecimento do peixe com preço subsidiado.
§ 5 º - A entrega dos peixes será sempre efetuada por ocasião da
semana santa, ocasião em que os participantes do programa, já deverão estar de posse
de documentos que comprovem a pontuação exigida para cada tipo de peixe.

Art. 6º - São admitidos como materiais recicláveis para a permuta de


que trata esta Lei, desde que devidamente limpos e separados:

I – papel:

a- Jornais e revistas;
b- Folhas em geral;
c- Formulários de computador;
d- Caixas em geral;
e- Aparas (sobra cortada) de papel;
f- Fotocópias;
g- Envelopes;
h- Cartazes em geral;
i- Papel de fax.
II – Metal:

a- Lata de folha de flandres;


b- Lata de alumínio;
c- Sucatas de reforma em geral.

III – Vidros:

a- Embalagens;
b- Garrafas;
c- Copos.

IV – Plástico:

a- Embalagem de refrigerante
b- Embalagem de material de limpeza;
c- Copos;
d- Embalagens de margarina;
e- Canos e tubos;
f- Sacos plásticos em geral;
g- Embalagens tipo Tetrapak.

Art. 7º - Caberá ao Poder Executivo Municipal desenvolver o sistema


de controle de recebimento do material reciclável, a emissão de comprovante, a forma
que se dará o pagamento dos piscicultores, bem como outras providências para
efetivação do referido programa.
Art. 8 º - O Programa de que trata o Art. 1º deverá ter ampla
divulgação em todos os veículos de comunicação, por tempo indeterminado, através da
Secretaria Municipal de Comunicação.

Art. 9º - As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à


conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário.

Art. 10º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.


Sala das Sessões em, 31 de Março de 2009

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Vereador Everton Pop - PP

JUSTIFICATIVA

O presente projeto de lei tem como objetivo autorizar o Poder


Executivo Municipal a criar o programa de conscientização ambiental “Troque Material
Reciclável por Peixe Santo”, que consiste na troca de materiais recicláveis por peixe,
consolidado na forma desta Lei.

O “Troque Material Reciclável por Peixe Santo” é um projeto social,


que visa, com uma só diligência, ajudar a população carente com o fornecimento de
peixe com preço subsidiado, bem como conscientizar a sociedade sobre os benefícios
de se preservar o meio ambiente por meio da coleta seletiva, além de promover o
recolhimento de resíduos recicláveis, evitando seu envio para rios, córregos, ruas e
terrenos abandonados, melhorando as condições de higiene e limpeza do Município.

O programa estabelece que serão disponibilizados, diariamente,


pontos fixos de recepção de material reciclável,ocasião em que o munícipe receberá um
comprovante que lhe assegura crédito para ser trocado por peixe por ocasião da semana
santa.
Estará disponível ao munícipe a entrega de 3 (três) tipos de peixes –
pequeno, médio e grande, conforme pontuação a ser estabelecida pelo Poder Executivo.
A freqüência diária de atendimento nos pontos fixos permite o descarte dos materiais
com maior agilidade, eliminando a necessidade de acúmulo dos mesmos nas residências
dos participantes.

Dessa forma, por exemplo, 1 (um) quilo de papel misto valerá menos
pontos que 1 (um) quilo de alumínio, respeitando os valores de mercado de cada
material reciclado arrecadado.

Estudos feitos pela assessoria deste Gabinete indicam como está a


relação de custo dos materiais previstos nesse projeto, para a confecção das cestas de
alimentos não perecíveis, a saber:

RECICLAGEM DE LIXO R$/KG


plástico 0,30
papelão 0,05
papel misto 0,05
vidros inteiros 0,30
ferro 0,01
alumínio 1,50
MÉDIA aprox. 0,79

Não é novidade para ninguém a existência de grande concentração de


lixo nas áreas urbanas do Município, principalmente na periferia dos grandes centros.
Sendo assim, a medida tem como escopo principal estabelecer uma alternativa para
evitar os alagamentos e doenças infecto-contagiosas, reduzindo os casos de dengue,
verminoses e de outras doenças que surgem da contaminação da água, incluindo a
hepatite.
Além disso, a proposição incentiva na sociedade o princípio da
educação e da participação como meio prático na conservação do meio ambiente. A
quantidade de material reciclado irá representar uma considerável economia de água,
pois teriam que ser usados litros e litros de água caso novos materiais tivessem de ser
produzidos. A reciclagem de uma tonelada metal economiza aproximadamente quatro
mil litros de água. Já a reciclagem de uma tonelada de papel economiza
aproximadamente 29.202 litros de água, segundo pesquisa cientifica.

Quanto à previsão constitucional, pertinente a matéria em pauta a


Carta Magna , em seu art. 225, assim dispõe::

“Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente


equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida,
impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para
as presentes e futuras gerações.

No que pertine à competência dos Municípios para legislarem sobre


temas de interesse local, entre estes o meio ambiente, consoante assim autorizam o
Artigo 30, I e II, c/c o Artigo 23, VI, da Constituição da República;

Sobre este tema, à luz da Constituição Federal vigente, lecionam os


mais ilustres doutrinadores nacionais especializados nas questões concernentes ao
Direito Ambiental, que:

“Inconteste, também, que os municípios poderão legislar


suplementarmente sobre o meio ambiente, desde que se sujeitem às regras do art. 24,
§§ 1º, 2º e 3º, e que a suplementação das leis federais e estaduais tenha relação com o
interesse local.” (Paulo Affonso Leme Machado, Direito Ambiental Brasileiro, pág.
122, Editora Malheiros, 5ª edição);

“Quer isso dizer que não se recusa aos Municípios competência para
ordenar a proteção do meio ambiente, natural e cultural. Logo, é plausível reconhecer,
igualmente, que na norma do art. 30, II, entra também a competência para suplementar
a legislação federal e estadual na matéria.” (José Afonso da Silva, Direito Ambiental
Constitucional, pág. 53, editora Malheiros, 1.994);
“Contudo, permitiu que o Município suplementasse a legislação
federal e estadual no que coubesse (inc. II do art. 30); aqui, trata-se de o Município dar
continuidade à legislação existente, federal ou estadual.

Assim, o Município pode legislar, p. ex., sobre proteção ao meio


ambiente (inc. VI), suplementando a legislação federal e estadual, em âmbito local.”
(Toshio Mukai, Direito Ambiental Sistematizado, pág. 19, editora Forense
Universitária, 1ª edição).

A competência comum da União, dos Estados, do Distrito Federal e


dos Municípios se alarga, em nosso tema, às seguintes matérias, por força do artigo 23 e
seus incisos a proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer de suas
formas (VI).

A competência concorrente abrange a produção legislativa sobre


florestas, caça, pesca fauna, conservação da natureza, defesa dos solos e dos recursos
naturais, proteção ao meio ambiente e controle da poluição; responsabilidade por dano
ao meio ambiente (…) art. 24, VI, VIII. Frise-se que, no âmbito da competência
concorrente, a União limita-se ao estabelecimento de normas gerais a serem obedecidas
pelos demais entes federados. A inexistência de normas gerais federais acarreta a
competência legislativa plena dos Estados. (…)

Nesse lamiré, aos Municípios compete legislar sobre assuntos de


interesse local; suplementar a legislação federal e estadual, no que couber;
(…)”segundo Paulo Bessa Antunes, Curso de Direito Ambiental, pág. 43, editora
Renovar, 2ª edição);

O celebre jurista ÉDIS MILARÉ, na especializada e excelente obra


DIREITO DO AMBIENTE, Ed. RT, 2000, pág. 243, assevera acerca da competência
legislativa do Município, que:

“Se a Constituição conferiu-lhe poder para proteger o meio ambiente


e combater a poluição em qualquer de suas formas — competência administrativa –, é
óbvio que para concluir tal missão há que poder legislar sobre a matéria. Acrescente-
se, ademais, que a Constituição Federal, entre as inúmeras competências conferidas
aos Municípios, entregou-lhes a de, em seu território, legislar supletivamente à União e
aos Estados sobre proteção do meio ambiente.
Também o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL já decidiu, no RE nº
73.876-SP, “inexistir impedimentos para o município intervir e legislar nos assuntos
concernentes ao meio ambiente, de cunho local.”;

Ex positis e diante da relevância da matéria que ora apresento,


submeto-a a apreciação dos meus nobres pares, contando com o apoio de VV. Exas.
Para a sua aprovação.

Sala das Sessões em, 31 de Março de 2009.

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Vereador Everton Pop - PP

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