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A CONSTRUÇÃO DE CARÁTER NO AMBIENTE DE

ENSINO: A INFLUÊNCIA DO CURRÍCULO OCULTO


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Pedro Ivan Lemos Rappoport

Resumo

Este artigo visa oferecer uma exposição quanto às diferenças de currículo dentro
do ambiente de ensino, e discutir a importância do currículo oculto dentro da linha de
aprendizagem do aluno.

Palavras-chave: Currículo Oculto. Educação. Ensino. Poder de Influência.

Quando falamos de um ambiente de ensino, entendido como um ambiente


voltado para o aprendizado e o crescimento do aluno, acaba-se por deparar com
uma questão básica e de extrema importância: o que, e como, ensinar.

Entendemos o ambiente como a estrutura básica de formação, e se cria um


esforço intelectual e pedagógico de definição quanto ao modo de ensino, à
metodologia aplicada e ao conteudo demonstrado.

Esses fatores são explicitados, e definidos, em forma de um currículo, também


conhecido como programa ou planejamento de ensino, que é o plano e a
organização do conteudo programático das matérias individuais (matemática,
português, sociologia etc.) que a instituição leciona. Esse currículo explícito, oficial,
de natureza mais técnica e procedual, forma a fundação estrutural do ambiente de
ensino, é o conjunto de objetivos de aprendizagem selecionados, mas não constitui
todo o aprender que é vivenciado pelo aluno dentro do ambiente da instituição.

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UnB – Universidade de Brasília. Pedro Ivan Lemos Rappoport, com matrícula 10/0059538, é aluno de Introdução à
Antropologia, turma de 01/2010. Graduando em História (Licenciatura). E-mail: psmalka@gmail.com

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A influência implícita do ambiente de ensino: o currículo oculto

Acompanhando o currículo oficial elaborado pela instituição, tem-se a existência


de um outro tipo de currículo, que é fonte de inumeráveis aprendizagens além das
oferecidas para o aluno pelo currículo explícito, o currículo oculto. É um conteudo, o
do currículo oculto, que contribui para a aquisição de valores, crenças,
competências, sentimentos, comportamentos, referências de vivência mundana e
saberes, como destaca Sacristán (1998, p. 43):

A acepção do currículo como conjunto de experiências planejadas é


insuficiente, pois os efeitos produzidos nos alunos por um tratamento
pedagógico ou currículo planejado e suas consequências são tão reais e
efetivos quanto podem ser os efeitos provenientes das experiências vividas
na realidade da escola sem tê-las planejado, às vezes nem sequer ser
conscientes de sua existência. É o que se conhece como currículo oculto.

O currículo oculto entra com o peso de uma aprendizagem social, de formação


cultural e ideológica. Os papéis sociais e sexuais e as atitudes com relação a
diversos aspectos da vida são aprendidos desse modo. Entendendo isso, percebe-
se que o papel desempenhado pelo professor, e pela instituição/ambiente de ensino,
passa a ter uma seriedade e responsabilidade ainda maior, já que carrega tamanho
poder de influência implícito e, quiçá, indireto. Como diria Forquin (1993, p. 144),

[...] é necessário que o que se ensina valha a pena.

A fragilidade do ensinar

Sempre que é levada em questão a influência de outros pensamentos, é


perceptível a fragilidade de uma opinião.

O currículo, tanto o oficial quanto o oculto, passa a ser entendido como um


artefato social e cultural de formação. Cria e formaliza uma ideologia, cultura e poder
por parte de suas influências, passa a fazer parte da construção de caráter do aluno.
Segundo Moreira e Silva (1995, p. 7):

O currículo há muito tempo deixou de ser apenas uma área meramente


técnica, voltada para questões relativas a procedimentos, técnicas, métodos.

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Já se pode falar agora em uma tradição crítica do currículo, guiada por
questões sociológicas, políticas, epistemológicas.

Considerações Finais

A relação ensino-pedagógica é uma reflexão baseada nos ensinamentos que


sustentam um entendimento sócio-cultural gerado a partir dos currículos
apresentados na educação geral ou básica, bem como na integral. Como diz
Richard Feynman, mas aplicando-se à realidade pedagógica:

A descoberta científica é uma chave que tanto serve para abrir a porta do céu
quanto a do inferno.

Referências Bibliográficas:

KELLY, A. V. O currículo: teoria e prática. São Paulo: Harper & Row do Brasil. 1981.

MOREIRA, A.M. Teorias da Aprendizagem. São Paulo: EPU. 1999.

GIROUX, H. Teoria crítica e resistência em educação. Petrópolis: Vozes. 1986.

MOREIRA, A. F. B.; SILVA, T. T. Da (Org.). Currículo, cultura e sociedade. 2. Ed. São Paulo:
Cortez, 1995.

SACRISTÁN, J. G. Currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. Ed. Porto Alegre: ArtMed, 1998.

FORQUIN, J. C. Escola e cultura: as bases sociais e epistemológicas do conhecimento escolar.


1. Ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1993.

LIMA, M. de; LEMOS, M. de F.; ANAYA, V. Currículo escolar e construção cultural: uma análise
prática. Dialogia, São Paulo, v.5, p.145-151, 2006.

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