REFLEXÃO

«A educação não é uma matéria que se ensine, mas uma atitude que reflecte o
confronto das vivências do educando que fomos com as do educador que
pretendemos ser».
(João dos Santos)
A sociedade actual faz-me sentir um eterno educando, visto que, consoante vai
evoluindo devo adaptar-me às novas tecnologias e oportunidades. Considero difícil esta
adaptação porque tenho pouca disponibilidade e recursos. Contudo perante a dinâmica
da sociedade actual constato que as mudanças na inovação, criatividade, produtividade e
conhecimento, são facilitadas pela diversidade de instrumentos existentes.
TIC é a abreviatura de Tecnologia da Informação e Comunicação, é um conjunto
de recursos tecnológicos usados para reunir, distribuir e compartilhar informação. Estes
instrumentos são actualmente utilizados por todas as faixas etárias desde os mais novos
até à terceira idade. As TICs oferecem vários cursos em locais onde não existem
colégios ou faculdades, através do seu uso as pessoas podem estudar em casa, numa
biblioteca ou até mesmo no seu local de trabalho.
Enquanto documento educativo, o computador pode desenvolver a
autoconfiança do aluno, constituindo um novo meio de expressão, pode estimular e
diversificar as suas actividades cognitivas, proporcionando-lhe um papel importante na
construção do conhecimento. O seu uso, pode ser de grande importância como
ferramenta de trabalho, procura de informação, desenvolvimento de estratégias,
resolução de problemas e a simulação de situações reais, são alguns exemplos possíveis
da sua utilização nas diversas disciplinas.
A criança comanda e tem prazer em comandar. Quando ela controla o “rato”
para desenhar no Paint um quadrado ou um triângulo não é o mesmo que estar a
desenhar com papel e lápis, é importante que não seja criticada quando faz algo menos
bem, mas sim motivada. A importância desta actividade está em se poderem criar
ambientes criativos e estimulantes, onde o papel do educador é o que facilita a
aprendizagem.
No final da década de 70 houve uma explosão de jogos de vídeo, os quais
tiveram um grande impacto na juventude. Por essa altura apareceram os jogos
educacionais, concebidos como suporte para algumas aprendizagens. Estes jogos têm
um objectivo a atingir que é contrariado pelas oponentes de acordo com as regras. É
esta característica que os distingue do passatempo, pois no jogo a actividade principal
do jogador é a procura de estratégias para chegar ao objectivo, o que requer raciocínio e
habilidade. O jogo como actividade lúdica é para a criança, o que o trabalho criativo e o
pensamento são para o adulto, pois introduz a criança no plano da representação antes
mesmo de chegar a contextualização e a verbalização.
A população sénior, especialmente com idade acima dos 70 anos, procura não
sentir-se excluída da sociedade, assim utiliza a Internet. O uso das novas tecnologias
para além de diminuir a solidão, a depressão e o declínio cognitivo que ocorre devido ao
envelhecimento previne o envelhecimento cerebral, mantendo o cérebro activo tal como
foi demonstrado por um estudo realizado por três universidades americanas (Harvard,
Wisconsin-Madison e Northwestern). Neste estudo participaram 6857 idosos. Os que
navegavam mais tempo na Internet tinham maiores capacidades cognitivas. Na
Universidade da Califórnia o estudo revelou que a Internet, as palavras cruzadas e a
leitura ajudam a manter o cérebro activo, contudo a Internet para além de estimular a
região do cérebro que controla a linguagem, a leitura e as capacidades visuais também
estimula a parte do cérebro que controla as tomadas de decisão e o raciocínio complexo.
Em analogia com o Governo o grupo formado por (Rutis, Microsoft e
Inforlândia) desenvolveu um PC Sénior Virtual. Sendo o objectivo deste projecto a
aproximação das pessoas, com mais de 55 anos, das novas tecnologias. O primeiro
preocupou-se em fomentar nas crianças e nos jovens a mudança facilitando os
instrumentos (Magalhães e computadores da escola TMN). Estes fazem parte do plano
tecnológico – Portugal a Inovar com conteúdos próprios para esta idade. O segundo
criou um computador leve, com as teclas espaçadas e maiores, o rato é anatómico e tem
conteúdos que vão ao encontro dos interesses dos idosos.
Ao terminar a minha reflexão penso que para poder ter sucesso na minha
parceria com as TICs é necessário rever, repensar e mudar.
 Caminhar sobre um plano inclinado: descer é fácil; subir é uma

saborosa aventura. Zulmira Torres