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mitologia na arte:

labirintos iniciáticos

prof. dr. marcos ferreira santos


professor de mitologia comparada,
livre-docente da faculdade de educação – usp
www.marculus.net
“aquilo que
persiste foi
fundado
pelos
poetas”

Hölderlin
Mito e
Sagrado

O mito é uma narrativa em que a vivência


de um outro modo de ser
nos abre uma possibilidade de contato
com o Sagrado, realizando-me e
realizando-O.
Gaston Bachelard
(1884-1962)

racionalismo
poético
NES - Noveau Esprit Scientifique
Formação de uma Nova Ciência

•da química para a literatura universal


•imaginação material ≠ imaginação formal
•fenomenologia da ambivalência
•modelo tetra-elementar (água, ar, terra & fogo)
Círculo de Eranos
(1933-1988)
57 volumes dos
Eranos Jarhbuch

- mitohermenêutica
- fenomenologia do Sagrado
- antropologia simbólica

Gilbert Durand
(1912- )
sensibilidade:
m odalidade de organização
do cam po perceptivo;
estilo de configuração
arte ....

“um desejo concreto


encarnado, aqui e agora,
através de uma
sensibilidade e uma
técnica singulares”

“a obra de arte assim como a arte de amar são


animados, um e outro, por esse mesmo Eros”

G. Durand, Belas Artes e Arquétipos, 1989.


sublime...

presentificação
do
impresentificável
Jean-François Lyotard
(1924-1998)
Maurice Merleau-Ponty
(1908-1961)
cam po perceptivo

ser reflexivo

ser selvagem

im agem conceito
“a arte e a filosofia em conjunto, são
justamente não fabricações arbitrárias no
universo do espiritual (da cultura), mas
contato com o Ser na medida em que são
criações. O ser é aquilo que exige de nós
criação para que dela tenhamos experiência.
Fazer a análise da literatura neste sentido:
como inscrição do Ser.”

M erleau-P onty
O V isível e o I n visível, 1964
“a com unicação de um a
cultura constituída com
outra se faz por m eio da
região selvagem onde todas
nasceram ... é preciso um a
Urspru n g sklä ru n g ”

M erleau-P ont
O V isível e o I n visível, 196
lumina profundis...
• olhar “em soslaio” que
leva luz àquilo que se
olha
• luz suficiente para tão
somente compreender
(≠ aufklärung - ilustração)
• olhar em profundidade
• sob a superfície do
aparente
• profundizar até a
potência…
fenomenologia da estesia...
(digestiva)
vertigem mística

gem
lunar
(óptica)

vora
heróica
solar

(cinestésico)
dramático
vórtice
crepuscular

experiência numinosa: tremendus et fascinans...


René Magritte
“Império de las luces”,
1954
“a linguagem exprime tanto pelo que está entre
as palavras como pelas próprias palavras, como
o pintor pinta, tanto pelo que ele traça, pelos
brancos que coloca, ou pelos traços de pincel
que não realizou... Em suma, é preciso
considerarmos a palavra sobre o fundo de
silêncio que a precede, que não pára de
acompanhá-la, e sem o qual ela não diria nada;
mais ainda, precisamos ser sensíveis a esses
fios de silêncio com os quais o tecido da palavra
está misturado.”
M erleau-P onty
A P rosa d o M u n d o, 1969
Remedios Varo,
“Música solar”, 1955
“A transcendência,
então, não domina o
homem, ele é
estranhamente seu
portador privilegiado.”

M erleau-P onty,
A P rosa d o M u n d o, 1969
iniciação
“em
.... um arranjo cultural, num ‘clima’, reaparecem

periodicamente ‘bacias semânticas’ que conjugam as


individualidades criadoras
à alteridade obsedante
e repetitiva de um estilo
que assinala tal ar ou
tal momento cultural.
Como não há obra sem
público, não há criador
artístico sem mestre.”

G. Durand, Belas Artes e Arquétipos, 1989.


drama vegetal:

- catábase (descida)
- transformação
(eros / thanatos)
diasparagmós
(fragmentação – dia + bolos
religare
(simbólico) –
syn + bolos
- anábase (subida)
Remedios Varo,
“La llamada”, 1961
land art

Ben Wilson
Palas Athená
Remedios Varo,
“Creación de las aves”, 1958
oliveira

spermatikós…

Erictônio
Filho de Athená e Hefaísto
“filho da terra”
hefaísto

“fogo úmido”
Foto de Marcelo Scandarolli
ogum
pandora
As idéias musicais ou sensíveis,
exatamente porque são negatividade
ou ausência circunscrita, não são
possuídas por nós, possuem-nos.
Já não é o executante que produz ou
reproduz a sonata; ele se sente e os
outros sentem-se a serviço da sonata,
é ela que através dele canta ou grita
tão bruscamente que ele precisa
precipitar-se sobre seu arco para
poder seguí-la.”

M erleau-P onty,
O V isível e o I n visível, 1964
“A música está por demais aquém do mundo e
do designável, para figurar outra coisa a não ser
épuras do Ser, seu fluxo e refluxo, seu
crescimento, suas explosões, seus turbilhões.”
M aurice M erleau-P onty,
O O lh o e o E spírito, 1963
Remedios Varo,
“Los amantes”, 1963
Remedios Varo,
“Exploración de las
fuentes del río
Orinoco”, 1959
matrialismo
ameríndio

- pachamama
-ñandecy
- machi

Frida Khalo
“a criação
poética já é
uma maneira
de
transcender”
Berdyaev, 1936

Remedios Varo,
“Nacer de nuevo”, 1960
“amor,
pela
memória
e pela
criação”
Berdyaev, 1936

Remedios Varo,
“Ruptura”, 1955
Remedios Varo,
“Cazadora de astros”, 1956
Remedios Varo,
“Papilla estelar”, 1958
Remedios Varo,
(1908-1963)
“Mas, os mistérios da vida divina
não podem ser expressos senão
pela uma linguagem interior da
experiência espiritual, por uma
linguagem de vida e não aquela da
natureza objetiva da razão.
Vemos, então, que a linguagem
espiritual é inevitavelmente
simbólica, que é sempre uma
questão de acontecimentos, de
encontros, de destinação...
Nikolay
Aleksandrovich Espírito e Liberdade, 1933
Berdyaev
(1874-1948)
un anarquista religioso
Gustave Moreau

“A gnose matutina
que nos inspira é uma
oposição radical,
tanto à
unidimensionalidade
cientificista como à
unidimensionalidade
teológica que é o
fanatismo.”

Durand, 1995
“A fé do sapateiro”
E chegamos por fim à poética da sugestão
sobre a trans-figuração que se propõe
àquele que, olhando um ícone, e sendo
potencialmente um ícone, pode ser re-
conduzido ao, e reconduzir, Rosto
Original, que é (seu) Rosto Interior:
é o mistério da Face

Mitocrítica e arte,
José Carlos de Paula Carvalho, 1999
María Elena Walsh
“Tantas veces me mataron
tantas veces me morí
sin embargo estoy aquí Como la cigarra…
resucitando
Canta: Mercedes Sosa, 1982
gracias doy a la desgracia
y a la mano con punñal
por que mató tan mal
Y seguí cantando.
Cantando al sol como la cigarra
Después de un año bajo la tierra
igual que el sobreviviente
Que vuelve de la guerra.
Tantas veces te mataron,
Tantas veces me borraron tantas resucitarás
Tantas desaparecí cuantas noches pasarás
A mi propio entierro fuí
Sola y llorando desesperando.
Hice un nudo en el pañuelo Y a la hora del naufragio
pero me olvidé después y la de la oscuridad
Que no era la única vez alguien te rescatará
y seguí cantando.
para ir cantando.
Felix Nieto, “Lo único que tengo”,
Tarancón, 1977

“Y mis manos son lo único que tengo


y son mi amor y mi sustento”,
Victor Jara (Chile, 1969)

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