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Cree || Revestimentos Nao Metalicos Organicos — Tintas e Polimeros 24.1 ASPECTOS GERAIS Dentre as técnicas de protecdo anticorrosiva existentes, a apli- cacao de tintas ou esquemas de pintura 6 uma das mais empre- gadas. A pintura, como técnica de protegao anticorrosiva, apre- senta uma série de propriedades importantes, tais como facilida- de de aplicagdo e de manutencio, relacdo custo-beneffcio atra- ente, e pode proporcionar, além disso, outras propriedades em paralelo como, por exemplo: ¢ finalidade estética — tornar 0 ambiente agradavel; * auxilio na seguran¢a industrial; * sinalizacao; * identificagao de fluidos em tubulagoes ou reservatérios; * impedir a incrustagdo de microrganismos marinhos em cascos de embarcac6es: ¢ impermeabilizacao; * permitir maior ou menor absorgao de calor, através do uso cor- reto das cores; ¢ diminuicdo da rugosidade superficial. Apesar de a pintura ser uma técnica bastante antiga, 0 grande avanco tecnoldgico das tintas s6 ocorreu no século XX, em de- corréncia do deserivolyiinento de novos polimeros (resinas), con- forme mostrado a seguir.' Resina Periodo (década) Alquidica 1920 Vinilica 1920 Acrilica 1930 Borracha clorada 1930 Epoxi- 1940 Poliuretana l 940 Silicone 1940) Nos tiltimos anos, 0 Apmiabimanin tecnoldégico neste setor em ido} eee: nao $6 no que diz respeito a novos tipos de re- -cagio das tintas por eletrod sina e de outras matérias-primas empregadas na fabricacao das tintas, mas, também, em relac4o a novos métodos de aplicacio das mesmas. Um outro aspecto importante a ressaltar € que as restricdes impostas pelas leis ambientais tm levado os fabricantes a desenvolver novas formulagées de tintas com teores mais bai- xos de compostos organicos volateis que, como consequeéncia, possuem teor de sélidos mais alto. Em fungao do avanco tec- nol6gico no segmento de endurecedores para resinas epoxidicas, o mercado ja disp6e de tintas liquidas isentas de solventes or- ganicos, facilmente aplicaveis pelos métodos convencionais. Ainda dentro deste contexto, foi possivel o desenvolvimento de tintas anticorrosivas, nao sé isentas de solventes, mas também tolerantes a superficies timidas. Portanto, tecnologias de baixo impacto ambiental e altamente versateis em termos de aplica- cao. Neste campo ainda, podem-se mencionar as tintas em pd que, além de serem isentas de solventes, apresentam excelen- tes caracteristicas de protegao anticorrosiva, € as tintas anticor- rosivas soldveis em Agua, j4 disponiveis no mercado, com baixfssimo indice de toxicidade. Ainda no campo da protecao anticorrosiva, novos equipamen- tos e métodos de preparagao de superficie menos agressivos ao meio ambiente e a saude dos trabalhadores foram desenvolvidos. Por exemplo, o surgimento de equipamentos para limpeza de su- perficies metalicas por meio de hidrojateamento i hiperalta pres- sdo (> 170 MPa, > 25.000 psi) é um exemplo tipico neste sen- tido. No que diz respeito aos equipamentos de aplicacao de tintas, grandes avangos tém sido realizados no sentido de se melhorar 4. produtividade e a qualidade da pelicula final. Neste campo, pode- se mencionar a pintura eletrostatica, para a qual foram desenvol- vidas pistolas e equipamentos especiais que, além de nent . | rendimento da tinta, permitem obter um recobrimento uniforme da peca, principalmente em regides dificeis de ser pinta, ot éo caso de arestas ou cantos ViVOS. No setor autor oe : bilist mente para a melhoria ¢ da pr reictl REVESTIMENTOS NAO METALICOS ORGANICOS —— TINTAS E POLIMEROS 259 94.2 CONCEITUACAO DE PINTURA E DE ESQUEMAS DE PINTURA de awe ymento de u uma age ie por meio o de | tintas. Ele spade ser estendido a trés ramos da atividade humana, a saber:* . pintura artistica —~ € aquela em que a utilizacdo das tintas rem a finalidade de expressar uma arte e consiste, principal- mente, na criagao de quadros e murais: + pintura 2 arquitet6nica — é utilizada na construcao civil para fins estéticos € para tornar o ambiente agradavel. Ninguém se sentiria feliz trabalhando num ambiente em que as paredes fos- sem pintadas, por exemplo, nas cores preta ou vermelha. Na construcao civil, a pintura, além dos efeitos estéticos/decorati- vos, também exerce efeitos de protecdao ao melhorar a resistén- cia do concreto a permeagao de ions agressivos, o que reduz a possibilidade de ocorréncia de corrosao nas armaduras de aco; pintura industrial — neste caso, uma das propriedades mais importantes da pintura € a protecao anticorrosiva. Ob- viamente que, alem do aspecto de protecao, a pintura pode proporcionar outras propriedades em paralelo, como aque- las citadas anteriormente (sinalizagdo, estética, impermea- bilizacao etc.). Face ao exposto, observa-se que a pintura possui um amplo espectro de aplicacao. Dentro dos objetivos do presente capitu- lo, sera abordada a pintura industrial, especialmente no que diz respeito 4 protecdo anticorrosiva de estruturas metdlicas e de equipamentos. Quando se vai proteger uma estrutura ou um equipamento por meio de revestimentos por pintura, na realidade 0 que se vai fazer é a aplicacao de um esquema de pintura sobre a su- perficie a ser protegida. E comum definir-se esquema de pintu- racomo um procedimento dentro do qual se especificam todos os detalhes técnicos envolvidos em sua aplicagao, como, por exemplo; * o tipo de preparacdo e o grau de limpeza da superficie; * as tintas de fundo (primer), intermediaria e de acabamento a serem aplicadas; * aespessura de cada uma das demaos de tintas; * os intervalos entre demaos e os métodos de aplicagao das tintas; * os critérios para a execucdo de retoques na pintura; * os ensaios de controle de qualidade a serem executados na pintura; * a8 normas e os procedimentos a serem seguidos para cada ati- vidade a ser realizada (por exemplo: normas de aderéncia, de medic¢do de espessura etc.). Para fas de protegiio anticorrosiva de estruturas metdlicas ou _ de equipamentos, um esquema de pintura é composto, na maio- __ tia dos casos, por trés tipos de tinta: tinta de fundo ou primaria a (primer), tinta intermedidria e tinta de acabamento. A Fig. 24,1 . nostra, de forma ilustrativa, a presenga destas tintas num esque- _ Made pintura. B importante ressaltar que nem sempre é neces- iva Presenca da tnta intermedia. Em alguns casos. . depen- Os SY WN A SA, ANN _ \ Set EEE ETE j hipaa ta Rak Tinta de fundo TO © Tinta de ou printer intermediaria acabamento Fig. 24.1 Representacdo esquemiatica das tintas que, em geral, compoem um esquema de tintura. * tintas de fundo ou primarias (primers) — sdo aquelas apli- cadas diretamente ao substrato. Portanto, estao em contato di- reto com 0 mesmo e possuem as seguintes caracteristicas: * sdo as que contém na composicdo os pigmentos ditos anticorrosivos, pois estes, para exercerem 0 Seu mecanis- mo de protecao quimica ou eletroquimica, necessitam estar em contato direto com o substrato; * em geral, sio foscas ou semifoscas, j4 que sao formuladas com uma maior concentragdo volumétrica de pigmento (CVP) em relacdo as tintas de acabamento brilhantes. Isto, de certa forma, torna a pelicula mais rugosa, 0 que contribui para melhorar a aderéncia da demao de tinta subsequente; * sao as tintas responsaveis pela aderéncia dos esquemas de pintura aos substratos, pois sao elas que estao em contato direto com Os mesmos. * tintas intermedidrias — sao tintas normalmente utilizadas nos esquemas de pintura com a funcado de aumentar a espessura do revestimento, com um menor numero de demaos, com 0 obje- tivo de melhorar as caracteristicas de protecdo por barreira do mesmo. Para tal, estas tintas sio formuladas com alto teor de sdlidos a fim de poderem proporcionar altas espessuras por demao. ; E importante ressaltar que existem tintas que atuam como in- termedidrias ¢ ndo necessariamente sao de alta espessura, como _ é 0 caso das chamadas tintas seladoras. Elas sao utilizadas para selar uma pelicula de tinta porosa, antes da aplicagao da tinta de acabamento. E 0 caso, por exemplo, dos esquemas de pintura tintas de fundo ricas em zinco a base de silicatos. Antes da apli cagao da tinta de acabamento, é aconselhavel aplicar uma de de tinta intermediaria (tie coat) ep6xi sobre a tinta de funde y em zinco para selar a superficie, com 0 objetivo deeviten a for- ay macio de bolhas eo descascamento do revestimer ee ° tintas de acabamento: — so tintas que tam aful ws ferir a resisténcia ani ao fevestinients,, pes so ¢ estio em contato dire 1 260 CAPITULO 24 Tinta em pé ou tinta liquida isenta de solvente(s) Pigmento(s) enquanto o equipamento esta sendo construido, Elas devem pos- sur algumas caracteristicas basicas, como, por exemplo: * proporcionar uma durabilidade minima de seis meses do subs- (rato, * nao interterir nos processos de corte e soldagem: * nao exalar fumos toxicos quando submetidas a aquecimento. A remogao ou nao das mesmas para a aplicacdo do esquema de pintura final vai depender do tipo de tinta aplicada e do acor- do prévio entre as partes interessadas. 24.3 CONSTITUINTES DAS TINTAS Os constituintes fundamentais de uma tinta liquida sao vei- culo fixo, pigmentos, solventes (veiculo volatil) e aditivos. As tintas em po contém todos os constituintes menos, eviden- temente, os solventes; 0 mesmo Ocorre com as conhecidas tintas sem solventes. Os vernizes, do ponto de vista técnico, possuem todos os constituintes de uma tinta, menos Os pigmentos. Na formulacao e fabricacao de uma tinta, esses constituintes sao rigorosamente selecionados, qualitativa e quantitativamen- te, a fim de que o produto final atenda aos requisitos técnicos desejados. 24.3.1 Veiculo Fixo ou Veiculo Nao Volatil O veiculo fixo ou nado volatil, VNV, € o constituinte ligante ou aglomerante das particulas de pigmento e o responsavel dire- to pela continuidade e formagao da pelicula de tinta. Como con- _Sequencia, responde pela maioria das propriedades fisico-quimi- cas da mesma. O veiculo fixo, de uma forma geral, é constituido por um ou mais tipos de resina, que em sua maioria sao de natu- reza organica. Portanto, as caracteristicas das tintas, em termos de resisténcia. dependem em muito do(s) tipo(s) de resina empregado(s) na sua composi¢do. Como exemplos de veiculos fixos, podemos citar: * dleos vegetais (linhaga, soja, tungue): + resinas alquidicas; * resinas acrilicas; | * resinas epoxidicas: . oe poliuretanicas. ro aspecto a destacar 6 que o nome da tinta associa-se eh normalmente ao da resina presente em sua composicao, como, v-— resina alquidica; — liquida de pistola convencional, ¢ | se et serene ada um Vernlz * tinta acrilica — resina acrflica. 24.3.2 Solventes Os solventes $40 substancias puras empregadas tanto para auxiliar na fabricagao das tintas, na solubilizagao da resina e no controle de viscosidade como em sua aplicagao. Dentre o gran- de numero de solventes utilizados na industria de tintas, pode- mos citar: ¢ hidrocarbonetos alifaticos — nafta e aguarras mineral; ¢ hidrocarbonetos aromaticos — tolueno e xileno; * ésteres — acetato de etila, acetato de butila e acetato de isopropila; * alcoéis — etanol, butanol e alcool isopropilico; * cetonas — acetona, metiletilcetona, metilisobutilcetona e ciclo- exanona; ¢ glicéis — etilglicol e butilglicol; * solventes film6genos — sao aqueles que, além de solubilizarem aresina, se incorporam a pelicula por polimerizagao, como, por exemplo, 0 estireno. Os solventes podem ser classificados em: * solventes verdadeiros — so aqueles que dissolvem, ou sao misciveis, em quaisquer proporcdes, com uma determinada re- sina. Tem-se como exemplo a aguarrds — solvente para Gleos vegetais e resinas modificadas com 6leo — e as cetonas -—- solventes para resinas ep6xi, poliuretana e acrilica: : * solventes auxiliares — so aqueles que sozinhos nao solubili- zam 0 veiculo, ou resina, mas aumentam o poder de solubiliza- cao do solvente verdadeiro; * falso solvente — substincia que possui baixo poder de salvencia do VNV, usado normalmente para reduzir 0 custo final das tintas. Os diluentes sio compostos elaborados com diferentes sol- ventes e sao utilizados para ajustar a viscosidade de aplicagao da tinta, em fungao do equipamento de aplicacao. Normalmente, silo fornecidos junto com a tinta. Logo, os diluentes tém que set pro venientes do mesmo fabricante das tintas e especificos | para a mesmas. | Apesar de os solventes serem substincias voleis &} 3 nao fazerem parte da pelicula seca, muitos problemas dur aplicagtio da tinta sio decorrentes de um balango i mesmos na formulagao, Por exemplo, wma tinta i teor excessivo de solventes de evaporagdio sate sionar a formagiio de phils na pelicula. se; REVESTIMENTOS NAO METALICOS ORGANICOS evaporagao muito lenta, podera ocorrer um retardamento na se- cagem da tinta € a retengao de solventes no revestimento. 74.3.3 Aditivos Sdo os compostos empregados, em pequenas concentragées, nas formulagdes das tintas com o objetivo de Ihes conferir, ou as peliculas. determinadas caracteristicas que sem eles seriam ine- xistentes. Dentre os aditivos mais comuns empregados nas for- mulacdes de tintas, podem-se citar: d + secantes —- t€m como principal finalidade melhorar a secati- vidade das peliculas de tinta, ou seja, reduzir seu tempo de se- cagem, Sao empregados basicamente nas tintas a 6leo, alqui- dicas e oleorresinosas em geral, em que o mecanismo de for- magao da pelicula ¢ por oxidacao. Os secantes mais emprega- dos sao os naftenatos ou octoatos de cobalto, chumbo, manga- nés, calcio e zinco: : . antissedimentantes ~~ reduzem a tendéncia de sedimentacio dos pigmentos, impedindo assim que se forme um sedimento duro e compacto no fundo do recipiente durante o perfodo de estocagem da tinta; eantinata ou antipele — esse fendmeno costuma ocorrer nas tintas Cujo mecanismo de formacdo da pelicula é por oxidagado e pode ser detectado ao se abrir a lata de tinta, quando se obser- va uma pelicula ou pele cobrindo a superficie da tinta. Os adi- tivos empregados para evitar a formacao de pele possuem ca- racteristicas antioxidantes, sendo os mais comuns a base de cetoximas, como, por exemplo, metiletilcetoxima: ¢ plastificantes — compostos incorporados as formulagGes das tintas com o objetivo de melhorar ou conferir flexibilidade ade- quada as peliculas. Os plastificantes mais comuns sao os 6leos vegetais nao secalivos, como, por exemplo, o 6leo de mamona, os ftalatos (como o dibutil e 0 dioctil), os fosfatos (como o tricresil e o trifenil) e os hidrocarbonetos clorados (como a parafina clorada); * nivelantes — conferem as pelfculas melhores caracteristicas de nivelamento ou espalhamento, principalmente na aplicagao por meio de trincha, em que ha uma redugdo das marcas deixadas por suas cerdas; * antiespumantes — evitam a formagdo de espuma, tanto na fabricacdo como na aplicacao das tintas, sendo os mais empre- gados a base de silicones; ; * agentes tixotrépicos — utilizados principalmente nas tintas de alta espessura, a fim de que possam ser aplicadas na espessura correta, evitando-se escorrimento em superficies verticals. En- _ tre esses agentes estao silicas amorfas especiais, silicatos orga- nicos e amidas de baixo peso molecular; — _ *antifungos — sao empregados para prevenir a deterioragao por ~ fungos e/ou bactérias da tinta dentro da embalagem ou da pelf- ula aplicada. Os aditivos mais comuns sao 0s sais Organicos de meretirio como, por exemplo, acetato ou pr opionato de _ fenilmerctirio e fendis clorados em geral. mentos so particulas sdlidas, finamente divididas, vefculo fixo, utilizados para se obter, cae € ou- rotecdo anticorrosiva, cor, opacidade, oe : TINTAS E POLIMEROS 261 * anticorrosivos — sao os pigmentos que, incorporados A tinta, conferem protegao anticorrosiva ao aco por mecanismos qui- micos ou eletroquimicos, como, por exemplo, zarcio (Pb,O,), cromato de zinco, molibdatos de zinco e de zinco e calcio, fos- fato de zinco e po de zinco; opacificantes coloridos —- conferem cor e opacidade 4 tinta, E importante nao confundir pigmentos opacificantes com co- rantes ou anilinas, que sao soluveis no veiculo da tinta, confe- rem cor, mas nao conferem opacidade. O teor destes pigmen- tos dentro da composicao das tintas é fundamental para que as mesmas tenham bom poder de cobertura. Um teor insuficiente fara com que 0 pintor tenha grandes dificuldades em cobrir a superficie, bem como acarretara maior consumo de tinta. -argas ou extensores — nado conferem cor nem opacidade as tintas. Apontam-se diversas razOes para seu emprego na com- posicao das tintas, como: reduzir 0 custo final do produto; me- lhorar as propriedades mecanicas da pelicula, como abrasao pela incorporac¢ao de quartzo (SiO,) ou 6xido de aluminio (@-Al,QO,); obter determinadas propriedades, como, por exemplo, 0 fosqueamento de uma tinta; aumentar o teor de sdlidos no caso das tintas de alta espessura. * Além dos pigmentos citados, existem outros tipos chama- dos de funcionais porque nao se enquadram nos grupos antert- ores. Como exemplo, podem-se mencionar 0 6xido cuproso ou 6xido de cobre (I), Cu,O, empregado nas tintas anti-incrustantes, os pigmentos fosforescentes, fluorescentes, perolados etc., que sio empregados para proporcionar efeitos especiais a pelicula de tinta. Os pigmentos podem ser de natureza inorganica ou organi- ca. Os inorg4nicos, por sua vez, podem ser naturais ou sintéu- cos. Os naturais estao disseminados pela crosta do globo ter- restre. Apresentam-se, em geral, sob forma microcristalina e por vezes associados A silica. Os sintéticos apresentam-se sob for- ma mais pura, rede cristalina mais regular e tamanho de parti- cula mais uniforme. Os pigmentos inorganicos, em geral, pos- suem melhor resisténcia a radiacéo solar, em especial aos raios ultravioleta, do que Os organicos, que, por sua vez, para deter- minadas cores, possuem melhor resisténcia quimica do que os inorganicos. Entre os grupos importantes de pigmentos inorganicos, po- dem-se destacar: ¢ didxido de titanio (TiO,) — dentre os pigmentos brancos esse é, sem dtivida alguma, o mais utilizado pela indtistria na fa- bricacao de tintas de cor branca e daquelas de tons claros em geral. Possui elevado poder de cobertura ou opacidade, quan-_ do comparado a outros pigmentos brancos, decorrente do seu alto indice de refracdo e do tamanho médio das particulas (= 0,3 xm), Além disso, possui excelente resisténcia quimi- ca, exceto aos acidos sulftirico e fluoridrico concentrados. O didxido de titanio pode ser encontrado sob duas formas de es- trutura cristalina: rutilo e anatasio. O rutilo é 0 mais utilizado — na fabricacdo de tintas, pois possui intimeras vantagens em _ relacdo ao anatasio, como indice de refrag4o mais alto (rutilo = 2,71; anatdsio = 2,55), o que Ihe confere maior opacidade ou poder de cobertura (30-40% superior), ¢ melhor resisten-_ cia A radiagao solar. ROUT es Ses eee + aluminio (Al) — dentre os pigmentos metalicos, o aluminio & um dos mais utilizados na fabricagao de tintas, principaln “daquelas destinadas & protegdo anticorrosivs ‘metalicas. Possui altissimo poder de cober 262 CAPITULO 24 HO HO ’ HO H.O HO a - oer (neem | a ons 7 et a icant canine . i Qin eee prmetr npn sag it ae | Ago EM Behe iene pte 27H Sel ina na A B tie 9 ie yds Pai Bao $4 : Fig. 24.2 Re presentacao esquemiatica de revestimentos com (A) e sem (B) aluminio, caracteristica do metal. Uma das propriedades mais im portan- tes do aluminio é o formato lamelar (em forma de placas) das particulas. No que diz respeito ao aspecto de protegao anti- COFFOSIVa, OS pigmentos com estrutura lamelar conferem a pe- licula de tinta ou aos revestimentos por pintura uma maior re- sistencia a penetragao de umidade e, portanto, contribuem para melhorar a protegdo anticorrosiva por barreira. A Fi g. 24.2 mostra, de forma esquematica, duas peliculas de tinta com e sem a presenca de aluminio. Como pode ser observado, no caso daquela com pigmentos lamelares, a Agua tera que per- correr um Caminho muito maior para atingir o substrato, em relagdo aquela com pigmentos nao lamelares. Em outras pa- lavras, a estrutura lamelar do pigmento dificulta 0 acesso do eletrélito ao substrato. oxidos de ferro — esses pigmentos sao largamente utiliza- dos na industria de tintas. A maioria deles é de origem mine- ral, porém alguns sao obtidos por processos industriais (6xi- dos de ferro sintéticos). Os mais importantes dentro deste grupo sao: -~ Oxido de ferro vermelho (Fe,O,): no campo das tintas anticorrosivas, é um dos pigmentos mais utilizados, princi- palmente na fabricagdo de tintas de fundo (primers) e inter- medidaria. Possui uma cor avermelhada bem caracteristica do 6xido, além de excelente poder de cobertura ou opacidade. Também apresenta resisténcia quimica bastante satisfatoria e um custo relativamente baixo, se comparado ao de outros pigmentos opacificantes. Estes fatores técnicos e econdmi- cos justificam plenamente a sua grande utilizagao na fabri- cacao de tintas; _. xido de ferro micaéceo: o 6xido de ferro micaéceo também possui a formula quimica Fe,O,. Entretanto, ele difere do 6xido anterior em varios aspectos. Trata-se de um 6xido cujas particulas tem formato lamelar, ou seja, em forma de pla- cas, O termo micdceo, inclusive, é utilizado para indicar a sua semelhanga com a mica no que diz respeito a estrutura das particulas. Além disso, possui cor cinza-chumbo e com aspecto cintilante. E um pigmento bastante utilizado na fa- bricacdo de tintas anticorrosivas, principalmente das inter- - medidrias. Além do formato lamelar, as particulas deste pig- _ mento sao bastante angulares, Como consequéncia. e depen- -dendo da concentragao utilizada, as peliculas das tintas fi- gam mais rugosas superficialmente, e isto tende a melhorar - gaderéncia entre as demos. a i eee ee - _.. éxidos de ferro preto e amarelo: os éxidos de ferro preto arela (Fe,O, - H,O) sao utilizados como pig- pacificantes coloridos nas composi¢ées das tintas, : obtengdo de determinadas cores especificas. — _andédica, devido & sua solubilidade limitada em 4 -CrO,/L), da qual resulta liberagio do fon & Nao se pode encerrar este item sem chamat a atengao pary alguns mecanismos que explicam o importante papel desempe. nhado pelos pigmentos na inibigao da corrosao. Esses mecanis. mos variam de acordo com as propriedades do pigmento, cop. forme detalhado a seguir. me oe ; Mesmo que 0 pigmento tenha solubilidade limitada em agua, a concentracao de fons formados ¢ suficiente para gerar tim me. canismo de inibicao acentuado, propriedade comum aos Croma- tos metdlicos dos tipos comerciais cromato de zinco, telroxicro- mato de zinco, cromato de estroncio e cromato basico de chum- bo, sendo os mais eficientes os dois primeiros. Vale a pena men- cionar que uma solubilidade muito grande do pigmento poderg ocasionar sua extragio completa da pelicula do revestimento, possibilitando empolamento osmotico, sob condigoes de imer- sio ou de exposicdo 4 umidade elevada. Quando o pigmento é suficientemente alcalino, ao ser moido em conjunto com uma composigao que contenha oleos vegetais secativos, forma sab6es. Na presenga de agua e Oxigenio, esses sabdes podem sofrer auto-oxidagao, fornecendo produtos de de- gradacao soltiveis em agua e com propriedades inibidoras. Comoe exemplo, pode-se citar 0 zarcdo, Pb;O, (ou 2PbO - PbO,), na pre- senga de 6leo de linhaca.'** Um pigmento metdlico podera ser usado, desde que satisfaga requisitos como ser obtido de um metal que ocupe uma posicado menos nobre do que o ferro na escala de potenciais, de forma a poder funcionar como anodo (p. ex., 0 aluminio, O Magnésio e 0 zinco); as particulas de pigmento devem ter contato entre si, bem como com o ferro a ser protegido (apenas 0 zinco Satisfaz tal con- dicdo, pois é 0 unico pé metalico que pode ser incorporado em um veiculo organico em concentra¢ao suficiente, a fim de que a solu- ¢ao de continuidade do fluxo de elétrons nao sofra interrup¢ao). Entre os pigmentos anticorrosivos mais conhecidos, estao os citados a seguir. O po de zinco é usado na forma metdlica, como particulas esféricas, variando seu didmetro de | a 10 yam. Para ser eficien- te, deve estar presente em altas concentragdes na pelicula seca das tintas.* O seu mecanismo de protegio esta baseado na prote- ¢ao catédica. Admite-se que tintas com teor de zinco abaixo de 85% em peso na pelicula seca nao sao tao eficientes (excegao para silicato de etila, que funciona bem a partir de 75% de zinco). As tintas de fundo ricas em zinco mais utilizadas nos esquemas de pintura para atmosferas agressivas sao a base de resinas epoxi ¢ de silicatos (inorganicos alcalinos e de etila), | O zarcao (Pb,O, ou 2PbO - PbO,) é um dos pigmentos anticorrosivos mais antigos e eficientes, dentre aqueles utiliza- _ dos pela industria de tintas. Trata-se de um pigmento que, na presenga de acidos graxos de Gleos vegetais, em especial o dleo de linhaga, confere protegdo anticorrosiva ao ago pelo mecanis- mo de passivagiio ou inibigdo anddica.' Possui cor laranjae uma — massa especifica bastante alta (= 8,1 g/cm’). Apesar das suas excelentes propriedades anticorrosivas, 0 zarcio esté sendo abat- donado na fabricagao de tintas, em fungao de ser um pigmento téxico e bastante pernicioso a satide. | Cai eet O cromato de zinco (47nO + KO - 4CrO, - 3H,0) é um dos pigmentos mais eficientes na protegdo anticorrosiva do mecanismo bisico de protegao € o de passivagado ou inibiga REVESTIMENTOS NAO METALICOS ORGANICOS - doras de aderéncia em superficies de aco galvanizado e de alu- minio. Os cromatos de zinco possuem uma coloracado amarela e, ape- sar de suas excelentes propriedades anticorrosivas, estao, prati- camente, fora de uso na fabricacdo de tintas por serem materiais extremamente nocivos a saide humana.°® O fosfato de zinco (Zn,(PO,), - 2H,O) € um pigmento anticorrosivo atOxico relativamente novo na industria de tintas. O seu desenvolvimento foi substancialmente influenciado pela ne- cessidade de substituicao dos pigmentos t6xicos como os cromatos de zinco ¢ o zarcao. O seu mecanismo de protegdo anticorrosiva é o de passivagao ou inibigdo andédica, E importante destacar que as empresas de pigmentos esforgaram-se e ainda vém se esforgando no sentido de melhorar a eficiéncia anticorrosiva do fosfato de zinco. Como resultado, ja existem no mercado fosfatos de zinco modificados capazes de proporcionar as tintas boas propriedades anticorrosivas. O fosfato de zinco é um pé branco que nao possui opacidade. Portanto, nas composicGes das tintas ele sempre estara associado a pigmentos opacificantes, como 6xido de ferro verme- iho, diéxide de titanio etc. Como descrito anteriormente, as cargas sAo pigmentos que nao conferem cor nem opacidade as tintas, sendo empregadas tanto por motivos técnicos como econémicos. Em sua maioria, sao de ori- gem mineral e dentre as mais importantes podem-se destacar: Componente Formula Nome Principal Quimica Aproximada Barita Sulfato de bario BaSO, Talco Silicato de magnésio 3MgO - 4Si0, - H,O Caulim Silicatode aluminio AI,O, - 2SiO,-2H,O Calcita Carbonato de calcio CaCO, Quartzo Silica SiO, Mica Silicato de aluminio 3AI,O,-K,O- 6Si0, - 2H,O € potassio 24.4 PROPRIEDADES DAS TINTAS E MECANISMOS DE SECAGEM E FORMACAO DE PELICULA Como descrito anteriormente, a resina é 0 constituinte res- ponsdvel pela formacao da pelicula de tinta. Logo, a maioria das propriedades fisico-quimicas da mesma (p. ex., resisténcia a agentes quimicos, a radiagao solar, a abrasdo e ao impacto, du- reza ¢ flexibilidade) depende da natureza quimica da resina pre- semte em sua composicao. Neste sentido, algumas sao mais re- sistentes e adequadas que outras para determinadas condigoes de trabalho e de exposigao. Neste item, apresenta-se uma des- crigdo basica das principais resinas, bem como as propriedades das tintas fabricadas com cada uma delas. A descricao das resi- fas € as propriedades técnicas das tintas sao apresentadas de forma agrupada, em funcaéo do mecanismo de secagem e forma- cdo da pelicula. -Entende-se: por mecanismo de secagem e de formacio de pe- feula © processo pelo qual um filme de tinta, apos a sua aplica- to, se ¢ 0 oe numa ol anew sdlida com as propriedades dese- fa na pelicula de t r superficialmente seca icativo de que cela esteja adequadamente cura- am site consolidada _ resistir as Serene de Ser 265 TINTAS E POLIMEROS Evaporagao Tinta liquida de solventes Pelicula seca © © Pigmento © O Solvente Resin Fig. 24.3 Representacgao esquematica do mecanismo de secagem e€ for- macao de pelicula que ocorre pela simples evaporagao de solventes. de uma tinta é muito importante para especificar corretamente os esquemas de pintura, principalmente aqueles destinados aos servicos de manutencao, Além disso, contribui para evitar, du- rante a aplicacdo das tintas, a ocorréncia de alguns problemas tipicos na pelicula. A seguir s4o apresentadas as principais resi- nas utilizadas na fabricagao de tintas, em fungdo do mecanismo de formacao de pelicula, bem como as propriedades gerais das tintas correspondentes. 24.4.1 Resinas/Tintas que Formam a Pelicula por Evaporacao de Solventes Este mecanismo de formacdo de pelicula é um dos mais sim- ples e faceis de entender uma vez que a secagem e a cura da pe- licula dependem apenas da evapora¢do de solventes, conforme ilustrado na Fig. 24.3. As tintas que possuem este mecanismo de formacdo de pe- licula possuem fraca resisténcia a solventes, pois as peliculas podem ser redissolvidas, mesmo apo6s a secagem completa das mesmas. Por esta razao, sao conhecidas como tintas reversiveis. Entretanto, possuem vantagens importantes. Em geral, sao de um componente e as peliculas ndo necessitam ser lixadas su- pertficialmente para a aplicacdo de uma nova demao, caso o intervalo maximo entre demAos seja ultrapassado. Basta que a demao anterior esteja completamente limpa, ou seja, isenta de contaminantes (como 6leos, graxas, sais, particulas sélidas etc.) e em boas condic6es fisicas (isenta de fissuras e aderente). A seguir apresentam-se as resinas mais utilizadas dentro deste grupo. Vinilicas Do ponto de vista quimico, as resinas vinilicas sao aquelas que contém na sua estrutura 0 grupamento vinil (H,C = CH,). No campo da protegdo anticorrosiva, as resinas vinilicas de maior interesse sio os copolfmeros obtidos a partir dos monomeros cloreto e acetato de vinila.’”’ As tintas vintlicas fabricadas com esses copolimeros destacam-se por sua elevada resisténcia quf- mica a acidos, alcalis e sais. Em atmosferas agressivas Sma e industrial) essas tintas tém-se constitufdo num. dos principais — revestimentos anticorrosivos, Como desvantagem, elas. ; oresen tam mb resistencia térmica. Nao ¢ recomendavel pl “A-las en 264 CAPITULO 24 No grupo das resinas vinflicas pode-se destacar ainda a re- sina de polivinilbutiral, que é empregada na fabricagdo das cha- madas tintas wash-primers. Essas tintas tam a funcao de pro- mover a ader€ncia de sistemas de pintura sobre superficies de ago galvanizado e de aluminio. Elas sdo normalmente forneci- das em dois componentes (A e B): 0 componente A contém a resina polivinilbutiral, tetroxicromato de zinco e alcodis, e 0 componente B, uma solugao alcoélica com cerca de 3,5% de acido fosforico. Esses dois componentes sio misturados, por ocasiao da aplicagado, em proporgdes indicadas pelo fabricante. O mecanismo de aderéncia dessa tinta, sobre os substratos de ago galvanizado, envolve a reacdo entre o acido fosférico, o tetroxicromato de zinco e o zinco da superticie metalica. Algu- mas hip6teses propostas para explicar a funcdo de cada um dos componentes do wash-primer quando aplicado sobre aco sao: * reagao do acido fosforico com a superficie metalica; * formagao de pelicula de fosfato a semelhanga dos processos con- vencionais de fosfatizacdo; * uma pelicula sobreposta de polivinilbutiral que protege e age como adesivo das peliculas inorganicas formadas, servindo ain- da de base para aplicaco das demaos subsequentes. Dentre as resinas vinilicas amplamente empregadas pelas in- dustrias de tintas, porém de pouca importancia no campo da pro- tegdao anticorrosiva, estao aquelas a base de acetato de polivini- la, PVA, empregadas na fabricagao de tintas para a construcdo civil com finalidades decorativas. Acrilicas Sao resinas obtidas a partir dos acidos acrilico e metacrilico, através de reacGes quimicas de esterificagao.’*° Sao resinas ver- sateis, podendo ter elevada elasticidade, ou, entdo, certos tipos podem ser tao rigidos que admitem usinagem. Essas resinas sao desenvolvidas em dois grupos: * as termoestaveis (termorrigidas), que curam com auxilio de energia térmica; «as termopldsticas, que formam a pelicula por evaporacgao de solventes. Podem também apresentar mecanismo filmégeno por coalescéncia. Sua principal caracteristica é a excelente reten- co de cor, nao amarelando quando exposta as intempéries. Os tipos termoplasticos nao resistem obviamente a solventes, em _fungao do mecanismo de formagao da pelicula. As resinas acrilicas, devido a sua grande resisténcia a decom- -posicao pelos raios ultravioleta, bem como resisténcia a 6leos e graxas, quando incorporadas em formulagdes com outras resi- nas. conferem ao conjunto todas essas propriedades. - Tintas acrflicas e ep6xi, soltiveis em Agua, vém sendo empre- uiando existe problema de poluigéo ambiental, como na em ambientes confinados ou com baixa ventilagao. Es- madas tintas de emulsae aquosa, usam dgua como “om a evaporacao da agua, ocorre a coalescéncia nterligagao das particulas dos constituintes das iiforme e protetora. goed amiinentads ti borracha clorada rust, isto €, a corrosao superficial do ago devida a presenga de dgua. Na realidade, essas tintas de emulsao aquosa deveriam ser chamadas de tintas de dispersao aquosa, pois nado se tem real- mente uma emulsdo, e sim uma dispersao. As tintas acrilicas soltiveis em agua também sao usadas com bom desempenho na pintura de concreto, pois apresentam ade- réncia sobre substrato alcalino, como é 0 caso de concreto, e nao siio saponificaveis. Apresentam ainda a propriedade de permitir a passagem de vapor d’dgua, mas nao de agua no estado liquido, possibilitando a safda de umidade interna do concreto sem que haja empolamento da pelicula de tinta. Borracha clorada A borracha clorada é uma resina obtida por cloragao da bor- racha natural. Apresenta um teor de cloro de cerca de 67% e é obtida em p6 granular branco:! H CH H H oe Fey Oe We aL ee Cl Cc Cl Chori A borracha clorada é soluivel em hidrocarbonetos aromaticos. ésteres, cetonas e solventes clorados. Como é dotada de alta forga de coesdo entre as moléculas, ha necessidade da incorporacdo de um plastificante compativel a fim de melhorar a adesao da pelicula. Sob a acao da radiagaéo UV, ela possui a natural tendéncia de se decompor, com liberagao de acido cloridrico, HCI. Assim sendo, es- tabilizadores como epicloridrina e 6xido de zinco sao adicionados as tintas. O contato com superficies ferrosas e de estanho acelera a decomposicao. Outro fator que provoca a decomposicao é a tempe- ratura. Dessa maneira, uma pelicula de borracha clorada, exposta a temperaturas elevadas, comega a se decompor liberando HCI que pode, inclusive, atacar a chapa de aco sobre a qual a pelicula esta aplicada. Na pratica, nado se recomenda a utilizacao de tintas de bor- racha clorada para superficies com temperatura acima de 65°C. Varios casos de falhas prematuras em sistemas de pintura a base de borracha clorada j4 foram detectados, havendo formagao de dcido cloridrico proveniente da decomposicio da resina. Hoje em dia, é pratica comum nao aplicar essas tintas diretamente sobre superficies ferrosas, e sim sobre uma tinta de fundo ep6xi, a fim de se evitar © contato direto da borracha clorada com 0 aco. As tintas de borracha clorada sao creditadas propriedades importantes, tais como: ¢ boa resisténcia a produtos quimicos; * boa resisténcia a umidade; * baixa permeabilidade ao vapor d’dgua; * nao sao inflamaveis (pelicula seca), _Apesar das propriedadescitadas, REVESTIMENTOS NAO METALICOS ORGANICOS — TINTAS E POLIMEROS Alguns fabricantes sequer dispdem destas tintas em sua linha de produtos ant i COIrOSIVOS. Qs plastificantes a serem utilizados na composicdo devem ser jnsaponificaveis. As parafinas cloradas sao as mais emprega- das para essa finalidade. A combinacao de borracha clorada com resinas alquidicas melhora a aderéncia da tinta, as caracteristi- cas de aplicagao e a resist€ncia aos raios ultravioleta. Entretan- ro, reduz a resisténcia quimica da pelicula. Quando expostas a radiagao solar, tendem a perder 0 brilho e apresentam alteragao de cor e formagao de gizamento (chalking). O tempo para que isto Ocorra vai depender da cor da tinta, uma vez que os pigmentos influenciam estas propriedades. Betume, asfaltos e alcatrdo de hulha Betumes e asfaltos, residuos da destilacdo do petréleo, so pre- dominantemente constituidos de hidrocarbonetos alifaticos, e os al- catrdes de hulha provenientes da destilacdo seca do carvao mineral sao predominantemente constituidos de hidrocarbonetos aromiaticos. O asfalto, proveniente da destilagao do petréleo, sofre primeiro um processo de oxida¢ao a altas temperaturas, que o torna mais soltivel em solventes Convencionais, bem como para tornar a pelicula mais elastica. Os asfaltos e alcatr6es apresentam como caracteristica prin- cipal grande resisténcia aos agentes quimicos e 4 dgua. Todavia, para que haja uma melhora nao s6 quanto a adesio, mas também quanto a dureza da pelicula, resinas sintéticas, tais como alquidicas ou fendlicas, sao comumente incorporadas nas formulacoes. Uma das combinagoes de maior utilizacéo no campo da pro- tegdo anticorrosiva envolve a mistura de resinas betuminosas, mais precisamente 0 alcatrao de hulha, com resinas epoxidicas. Nesse caso, temos as chamadas tintas a base de alcatrao de hulha- epoxi (coal-tar epoxi), que, além da excelente resisténcia a umi- dade, apresentam boas propriedades mecanicas e boa resistén- cla quimica. Sao usadas em revestimento de tubulacgoes enterra- das e revestimento de estacas, de pieres de atracacao, na parte sujeita 4 atmosfera marinha, com 6timos desempenhos. Apesar de suas excelentes propriedades anticorrosivas, as re- sinas betuminosas, devido a sua elevada toxicidade, estao tendo seu uso reduzido, mas, em alguns pafses, vém sendo evitadas na composicdo das tintas. Nitrocelulose Resina obtida pela reagiio do dcido nitrico, em presenga de dcido sulfirico, com celulose. Essas resinas nao sao utilizadas isoladas na fabricacdo de tintas, pois precisam ser plastificadas; _ por isso so empregadas em conjunto com plastificantes ou rest- nas alquidicas secativas ou nao secativas. AS tintas A base de nitrocelulose possuem secagem muito ra- pida (trés a cinco minutos) e por isso sao empregadas na repin- tara de automoveis, pintura de objetos industriais e outros. _ 24.4.2 Resinas/Tintas que Formam a Pelicula por — Oxidagao Neste tipo de mecanismo, a formagao da pelicula ocorre através da lica da resina com o oxigénio (O,) do ar. Obyiamente qué a 265 dentro do escopo deste capitulo, Basicamente, 0 que ocorre é a atuacao quimica do oxigénio (O,) nas duplas ligagdes (— CH == C H-—-) dos dcidos graxos insaturados presentes nos 6leos vegetais. Portanto, neste grupo de resinas/tintas, o veiculo fixo contém 6leos vegetais. Um outro aspecto importante que merece ser ressaltado é que as tintas que formam a pelicula por oxidacao devem ser aplica- das dentro da espessura recomendada pelo fabricante. Espessu- ras excessivas poderado causar alguns problemas 4s peliculas, como, por exemplo, o retardamento da secagem e cura das mes- mas, em funcao de o acesso de oxigénio as camadas inferiores ser mais dificil e demorado. O enrugamento da pelicula também podera ocorrer devido @ espessura excessiva da mesma. Oleos vegetais Os 6leos vegetais tém se destacado ao longo de toda a histo- ria da industria de tintas. Nas chamadas tintas a Gleo sao empre- gados como veiculo fixo tinico na formulac¢ao de tintas. Entre- tanto, devido a sua secagem lenta e tendéncia ao amarelecimento da pelicula, essas tintas estao0 sendo cada vez menos emprega- das. A combinac4o de éleos vegetais com resinas sintéticas re- sulta em veiculos fixos com melhores propriedades para a fabri- cacao de tintas para os diversos setores da industria. As tintas a 6leo, apesar dos inconyenientes citados, sao pro- dutos que conferem uma boa protecao anticorrosiva ao ago em atmosferas nao muito agressivas, pois a sua resisténcia quimica nao é elevada. Nesse sentido, cabe ressaltar a importancia das tintas a base de zarcao e 6leo de linhaga, que sao produtos am- plamente conhecidos em termos de eficiéncia anticorrosiva para superficies ferrosas, embora com pouco uso atualmente, devido a toxicidade do 6xido de chumbo. Os 6leos de maior uso na industria de tintas sao o Gleo de li- nhaca, dleo de tungue, dleo de soja, dleo de oiticica, leo de coco e 6leo de mamona. Eles podem ser classificados em secativos, semissecativos e nao secativos, de acordo com 0 grau de insatu- racao (presen¢a de duplas ligagdes, —CH == CH— ) que pode ser avaliado pelo indice de iodo. Resinas alquidicas modificadas com oleos vegetais As resinas alquidicas sao poliésteres resultantes da reacao entre alcGois poli-hfdricos (glicerol, pentaeritritol) com polidcidos ou seus anidridos (anidrido ftalico) modificados com acidos graxos livres ou contidos em 6leos vegetais. Atualmente, esses ultimos sao os mais utilizados como fonte de acidos graxos. As resinas alquidicas podem ser classificadas com base nos seguintes paradmetros: * secatividade — secativas e nao secativas, sendo definidas pelo tipo de dleo empregado; * teor ou comprimento em 6leo — nesse caso, elas podem ser curta, média curta, média, média longa, longa e muito longa, conforme teores mostrados 4 seguir: Teor em Oleo (%) Classificacao 33-43 © curta 44-48 — -média curta 49-53 meédia 54-59 54-59 ee média longa Os a 266 = CAPITULO 24 f AS lintas com fesinas algufdicas curtas em éleo possuem se- cattvidade mais rapida. Quanto m o aor o teor em 6leo na resina, mais lenta sera a secagem da tint a¢ tanto menor sera a qualidade do produto €m termos de resistencia a agentes quimicos. AS tintas alquidicas, também conhecidas no mercado como tintas sintéticas, apesar de possufrem resisténcia quimica supe- tor a das tintas a Gleo, também sao passiveis de serem saponifi- cadas. Nao sao indicadas para atmosferas muito agressivas qui- micamente. Entretanto, em atmosferas rural, urbana, industrial leve ete., so produtos que apresentam bom desempenho, além de possuirem custo inferior ao das outras tintas anticorrosivas e de serem de facil aplicacdo. Sd0 muito utilizadas em manuten- gao industrial, construcdo civil, industria mecanica pesada e pin- tura doméstica. Resinas fenélicas modificadas com é6leos vegetais Sao as resinas obtidas da reacdo de condensacao de um fenol com um aldeido, como, por exemplo: OH OH H O LY C — OH Bo Co eee \ . H Fenol Aldeido férmico OH H wate OH H 75s va C (OH! + (4H) Cc — OH——> | ee on | H H OH 1 OH cette C CH,OH + H,O i H onde “n” varia de 2 a 4. As resinas fenélicas, modificadas com 6leos vegetais, sao resultantes da reagao entre uma resina fendélica propriamente dita e 6leos vegetais como linhaga, tungue e oiticica. As tin- tas formuladas com esse tipo de resina apresentam resistén- cia quimica, térmica e a dgua superior a das tintas alquidicas. Atualmente, essas resinas séo empregadas na fabricagao de tintas pigmentadas com aluminio, obtendo-se as chamadas _ tintas de aluminio fenédlicas. Nao se produzem tintas de co- res claras com essa resina pelo fato de amarelecerem rapida- mente ao exterior, principalmente devido a alta reatividade do suem 0 caracteristico grapamento epoxidico: s citadas existem outras resinas oleomodifi- | Mr ‘rem pouco utilizadas, que também formama = = pelicula pelo mecanismo de oxidagao. Dentre elas podem-se des. tacar as resinas éster de epéxi ec dleo-uretanicas. As resinas éster de ep6xi sdo obtidas pela reagao de uma resina open e Oleos ve- getais, Sua fabricacdo, classificagao e ES ae sao simi- lares aos das alquidicas, porém com melhor resistencia quimica que as ultimas. i As resinas 6leo-uretanicas sao obtidas pela reagao entre mono e digliceridios e tolueno di-isocianato (TDI). Sao basicamente empregadas em vernizes para madeira, principalmente em atmos- fera marinha. 24.4.3 Resinas/Tintas que Formam a Pelicula Através de Reacao Quimica de Polimerizacao por Condensagao a Temperatura Ambiente A maioria das tintas fabricadas com resinas que possuem este mecanismo é fornecida normalmente em dois ou mais compo- nentes. Estes deverao ser misturados, por ocasiao da aplica- cao da tinta, na proporg¢4o (em massa ou volume) recomenda- da pelo fabricante da mesma, e a mistura deverd apresentar um aspecto final uniforme. E importante destacar que a proporcao de mistura indicada pelo fabricante da tinta seja rigorosamente obedecida. As vezes, por falta de conhecimento técnico adequa- do, os pintores cometem erros quando nao respeitam a propor- ¢d4o de mistura. Isto ocasiona uma série de problemas, como, por exemplo, as tintas nao secam, nao curam e, além disso, as peliculas acabam por nao possuir as propriedades ffsico-quimi- cas desejadas. Ao se misturar os componentes da tinta, inicia-se uma rea- ¢ao quimica entre eles e a viscosidade ou consisténcia da tinta ira aumentar gradativamente. Haverd um estégio em que ela nao tera mais condicoes de ser aplicada. Nesse momento, diz-se que expirou o tempo de vida util da mistura (por life). Portanto, tem- po de vida util da mistura, ou pot life, € o tempo maximo, apés a mistura dos componentes, que a tinta permanece em condi- ees de ser aplicada sem prejuizo as caracteristicas finais da pe- licula, Uma vez feita a mistura dos componentes, para algumas tin- tas € recomendavel esperar de 15 a 20 minutos antes de iniciar a aplicagdo das mesmas. Este tempo € chamado de tempo de indugao. Resinas epoxidicas ou ep6xi mais importantes veiculos fixos com que se conta atualmente para um efetivo combate aos problemas de corrosio, Essa importan- cia € derivada de suas boas propriedades de aderéncia ¢ de resis- téncia quimica. Além disso, apresentam alta resisténcia a abra- so € ao Impacto. Sao polimeros obtidos por condensagao e po- dem ser preparados com estrutura e pesos moleculares predeter- minados, obtendo-se resinas s6lidas (pesos moleculares acimade — 900) e liquidas (pesos moleculares da ordem de 80). Elas pos- As resinas ep6xi ou epoxidicas sao, sem duvida alguma, dos Be REVESTIMENTOS NAO METALICOS ORGANICOS Uma das resinas epoxidicas de maior interesse para a fa- pricacao de tintas anticorrosivas so aquelas obtidas a partir da reacao quimica de condensacao da epicloridrina com pisfenol A (difenilolpropano), conforme ilustrado na reacao 9 seguir. H H H ) H—C —C—C—Cl + es O Epicloridrina . 4 = Condigoes Coste Se vee - —» —C—C —C oO C ea dag (OY gag (OY ? H CH, Be 3 on -0-e-E— 2-0-4) ¢-O)- . H OH H4dn CH, HH H Bae bd Cera, Aree re Cee po NS H oO Os revestimentos a base de resina ep6xi podem apresentar-se de varias formas, como visto a seguir. Sistemas de estuf'a. Nesses sistemas, a formagao de polime- fo entrecruzado é induzida por calor. Em geral, as resinas cor- agentes (fendlicas, aminicas, alquidicas etc. ) possuem oxidrilas — Gue reagem com o grupamento terminal epoxl, dando lugar a formagao de ligacdes cuja estabilidade quimica € conhecida. Entre _ Bites sistemas, podem-se destacar: "Sistema de trés componentes —— é uma composi¢ao de resinas = alquidica e melamina-formaldefdo numa proporgao apro- -Ximada de 1 2: 1, respectivamente. Alem de excelente adesao, IGHES tem excelente resistencia a agua, BANS § € | ve epox i/melamina-t formaldefdo — es- os de uma forma geral na propor- ci/res nas amfnicas. Esses sistemas, ; xcelente t este neia Pee — TINTAS E POLIMEROS 26/ aparelhos eletrodomeésticos, onde o maximo de qualidade é ne- cessario; * epoxi/fendlica —— também sao apresentados de uma forma ge- ral numa proporgdo de 70:30 — resina epoxi/resina fenolica, e com este sistema alcanca-se 0 maximo em resisténcia qui- mica. (A tinica desvantagem é que com eles nao se podem fa- zer revestimentos de cor clara, devido a resina fenolica ser escura.) Sistemas de dois componentes. Nesses sistemas, a forma- cdo do polimero entrecruzado é devida a reagao entre a resina epoxi e um agente endurecedor ou agente de cura que tam- bém é uma resina. A reagdo pode-se dar a temperatura ambien- te e os endurecedores mais empregados sfo as poliaminas e as poliamidas. S40 as chamadas tintas de dois componentes, nas quais a resina e o endurecedor ou agente de cura sdo mistura- dos pouco antes da aplicagéo. Depois da mistura, a tinta tem um tempo, pot-life da tinta, durante o qual a sua aplicagao pode ser feita e, apds esse tempo, a tinta endurece, nado mais permi- tindo sua utilizacao. As tintas epoxidicas curadas com aminas ou poliaminas (adu- to ep6xi-amina alifatica) sido, em geral, produtos que apresen- tam melhor resisténcia a substancias quimicas (alcalis, acidos, solventes) do que aquelas curadas com poliamidas. Ja as tintas epoxidicas curadas com poliamidas apresentam melhor resistén- cia a Agua e ambientes tmidos do que aquelas curadas com poli- aminas, além de serem mais flexiveis. As tintas epoxidicas curadas com poli-isocianatos sao produ- tos de elevada resisténcia quimica. Uma das tintas indicadas como condicionadora de aderéncia de sistemas de pintura em superti- cies de ago galvanizado é formada pelo sistema de resina epoxi e poli-isocianato alifatico. Como caracteristicas gerais, as tintas epoxidicas de dois ou mais componentes apresentam excelentes propriedades meca- nicas, como dureza, resisténcia a abras4o e ao impacto. Po- dem ser empregadas como tintas de fundo, intermediaria e de acabamento quando se deseja alta resisténcia & corrosao em meios agressivos. Vale, entretanto, destacar que as tintas epoxidicas, quando expostas ao intemperismo natural (ao ex- terior), apresentam fraca resisténcia aos raios ultravioleta, presentes no espectro solar, e, como consequéncia, perdem brilho e cor muito rapidamente. Além disso, apresentam a formacao de empoamento ou gizamento (chalking), fendme- no que corresponde a uma degradaga4o superficial da resina pe- los raios ultravioleta, fazendo com que o pigmento figue sol- to na superficie. Em principio, 0 gizamento altera basicamente as propriedades estéticas da pelicula. Limpando-se a superfi- cie empoada (pé esbranquicado), nota-se que o sistema retém a sua cor natural ¢ nao se observam falhas na pelicula do re- vestimento. Entretanto, tem sido observado em certas regides, onde chove muito, que a reducdo de espessura da pelicula, devido a este fendmeno, é bastante consideravel podendo, por- tanto, reduzir a protegado anticorrosiva. A adigdo de resina acri- lica nas formulagdes aumenta a resisténcia ao empoamento, Quando necessario maior resisténcia aos raios ultravioleta silo | indicadas. as tintas de poliuretano alifatico. a _ AS resinas epoxi apresentam ainda um campo de aplicagao soe ona fabric ee de Feesnt de fundo ricas em zinco, me a 268 = CAPITULO 24 Tintas epoxt curadas com poliaminas aromdaticas, contendo pigmentos lamelares como, por exemplo, aluminio e aplicadas em alta espessura (120-150 im), silo produtos indicados para protecao anticorrosiva de superficies ferrosas preparadas por meio de ferramentas mecanicas e/ou manuais, nos casos em que um metodo de limpeza mais eficiente (jateamento abrasivo, hidro- jateamento) nao puder ser empregado. O mecanismo basico de atuacdo esta na boa aderéncia desse revestimento ao substrato me- talico e boas caracteristicas de protegdo por barreira, principal- mente devido 4 presenga de pigmentos lamelares. Nao poderiam deixar de ser citadas as tintas 2 base de epéxi/ alcatrao de hutha (cou/-tar epoxi), que constituem excelente com- binagao entre as propriedades mecanicas e quimicas da resina epo- xi. com a excelente resistencia do alcatrao 4 agua. Isto possibilita a aplicagao deste sistema a um sem-nimero de casos, como em tan- ques para armazenamento, instalacdes industriais, tubulagdes de adugao de agua, comportas de represas etc. Podem ser obtidas al- tas espessuras numa so aplicagao: 120 a 200 micrémetros. As tintas epoxi sem solvente, formuladas com resinas epoxi liquidas, juntamente com agentes endurecedores ou de cura, tém sido usadas para aplicacdo sem solvente, permitindo a obtengado de revestimentas de alta espessura de pelicula e bastante resis- tentes aos agentes quimicos. Resinas/tintas poliuretanicas Os poliuretanos sdo polimeros obtidos a partir da reagao de compostos poli-hidroxilados (polidis) com poli-isocianatos: i i fsocianato Poliol Uretano _ Atualmente, os polidis mais empregados sao os poliésteres oli-hidroxilados e as resinas acrilicas poli-hidroxiladas, Com re- Oo aos poli-isocianatos, os dois mais empregados sdo os tipos faticos (cadeia linear), como o di-isocianato hexametileno, e omatico. como o 2,4-tolueno di-isocianato e 0 2,6-tolueno di- ato (TDI). As tint de ee a exemplo das tintas epoxi, sao nentes (A e B). Normalmente, 0 com- te 3 oe ? cata) ‘ues 0 welt -isocianato Seo fintas eee vente exce- Exposigio a radiacao UV-Be condensacdo de umidade a Poliuretano acrilico alifatico. watt * 93 *& ee S ee " " iuretano alifatico convenciona * WW, __Poliuretano alfatico | 60) Brilho (UB) 4u Alquidica 20 Epox) ae 200 «© 400 600 800 1000 = s-1200 Tempo (horas) Fig. 24.4 Comportamento de tintas de acabamento expostas a radiacgao UV-B (8 h) e condensacao de umidade (4 h). respeito 4 variacdo de brilho, apds ensaio de exposicao 4 radia- ¢fio UV-B e Acondensagao de umidade. Nela pode-se observar a superioridade da tinta de poliuretano acrilico alifatico." As tintas de poliuretano monocomponente sao produtos que reagem com a umidade do ar para dar origem a formacao da pe- lfcula. As resinas com essa propriedade tém sido mais emprega- das em tintas de fundo, principalmente pigmentadas com zinco e, também, em combinacao com resinas betuminosas, Portanto, neste caso, a umidade é 0 agente que ira reagir com a resina de poli-isocianato para formar a pelicula. Resina/tintas poliasparticas As tintas de acabamento poliasparticas sao, relativamente, no- vas no mercado internacional de tintas anticorrosivas. Sao obtidas a partir da reagdo de éster(es) poliaspartico(s), que sao diaminas alifaticas secundarias, presente(s) no componente A, com poli- isocianato alifatico, o qual, normalmente, esta na composigae do componente B. Na realidade, a tinta obtida da reacdo menciona- da, do ponto de vista quimico, corresponde a uma poliureta (rea- ¢do de uma amina com um poli-isocianato, conforme reacao abal- xo). O termo “tinta poliaspartica™ foi adotado pelo fato de a mes- ma ser obtida a partir do Ester poliaspartico, bem como para dife- renciar das poliureias aromaticas que sao revestimentos de eleva- da espessura, bastante utilizados em pisos e na protegao de super- ficies de concreto expostas em condigdes agressivas. O Ester poliaspartico Diamina alifatica REVESTIMENTOS NAO METALICOS ORGANICOS — TINTAS E POLIMEROS Lape” — de acabamento podem ser obtidas. com propri- edades fisico-quimicas distintas, De forma geral, tais tintas apre- sentam as seguintes caracteristicas técnicas, que podem variar de um fabricante para Outro em fungado de diversos parametros de formulagao: eclevado teor de solidos em volumes (>80%) e, portanto, baixo teor de compostos organicos volateis (=120 ¢/1.): epermitem a obtencao de elevadas espessuras por demao, fato este gue pode contribuir para reduzir 0 custo de aplicacao de tintas e o tempo de aplicagdo dos esquemas de pintura; epossuem velocidade de secagem e cura muito rapida. Algumas tintas podem atingir a dureza maxima da pelicula em menos de 48 horas, apos a aplicagao. Obyiamente que as propriedades citadas dependem da formu- lacado e da tecnologia de fabricacao das tintas. Este conceito vale nao $6 para O caso dessas tintas mas também para os demais ti- pos de tintas. Resinas/tintas polissiloxano Embora a tecnologia dos polissiloxanos seja bem antiga, o fato é que as Untas de acabamento 4 base de resinas de polissiloxano é, relativamente, nova. A resina em si €é composta por uma estru- tura inorganica formada por atomos de silicio e oxigénio e com ramificacoes de estruturas organicas, conforme mostrado abaixo. R R R OR —O—Si—O—Si—O — Si-O — Si-O — OR R R R Dependendo do tipo de modificagao da estrutura organica (R) e do percentual da mesma na composi¢ao da resina, podem-se obter tintas com diferentes propriedades fisico-quimicas. Uma das pro- priedades mais marcantes de tais tintas é a sua excelente resistén- cia 4 radiacdo ultravioleta (UV). Como consequéncia, estas tintas apresentam excelente retencdo de cor e brilho quando expostas a radiacdo solar. Esta alta resisténcia a radiagao UV se deve a maior energia da ligacdo quimica silicio-oxigeénio (—St—O—Sr—), em relacao a da ligagao quimica carbono-carbono Ce As resinas de polissiloxano podem ser modificadas, com re- lagao a parte organica, com estruturas acrilicas, epoxidicas, uretanicas ou uma combinacao destas. Em termos praticos, as tintas de acabamento a base de polissiloxano. além da excelente resisténcia a radiacao ultravioleta. apresentam as seguintes ca- racteristicas técnicas: ganicos volateis (COV, 120 a *baixo teor de compostos or :a de baixo impacto ambiental; 170 g/L), portanto uma tecnolog "livre de isocianatos; ee *permitem a obtencdo de elevadas espessuras POF ae as -*podem contribuir para a redugdo dos custos de ange Ae : devido a sua eleyada resisténcia a radiagao solar, em sper" _ Fadiagio UV. ae tivamente, elevado, pelo fp Po san unitério destas tintas ©. Logo, é sempre im- ido como base os dados atuais. ae 5 269 portante fazer uma andlise técnica e econdmica de cada situacao. ou seja, uma avaliacao da relacdo custo/beneficio. 24.4.4 Resinas/Tintas que Formam a Pelicula por Polimerizacao Térmica Neste grupo enquadram-se as resinas/tintas cuja formaciio da pelicula ocorre por meio de calor. Silicones As resinas de silicone sao polimeros formados por dtomos de silicio ligados ao oxigénio (O) e a grupos organicos (R) e pos- suem a seguinte estrutura.'!!° R R R | | : = Oreo Sime eB Be | | O O O | Pee oe R R R R pode ser um radical metil (CH,—) ou fenil (C,H,—). As resinas de silicone com radicais fenil apresentam resisténcia tér- mica superior aquelas com radicais metil.''!* As resinas com ra- dicais metil so superiores aquelas com fenil nas seguintes pro- priedades: dureza, flexibilidade, repeléncia a agua, resisténcia quimica, taxa de cura e choque térmico. Muitas vezes ha neces- sidade de se utilizar resinas que tenham ambos os grupos orga- nicos citados, para resistir a determinadas condig6es especificas. Nestes casos, as propriedades finais dos produtos irao depender da quantidade relativa de cada grupo e do grau de substitui- cfio.891112 No campo da pintura, as resinas de silicone sao bastante uti- lizadas na fabricacgao de tintas para prote¢ao anticorrosiva de estruturas metalicas sujeitas a altas temperaturas. Dependendo da(s) resina(s) utilizada(s), estas tintas sao capazes de suportar temperaturas de até 550°C. Em geral, elas sao monocomponen- tes e pigmentadas com aluminio, por ser este um dos pigmen- tos que possuem estabilidade térmica na faixa de temperatura para a qual a tinta se destina. Podem ser aplicadas diretamente sobre as superficies de ago, com grau de limpeza minimo Sa 2 1/2 (metal quase branco, Norma ISO 8501-1). A espessura por demao é da ordem de 25 um. Acima deste valor corre-se 0 rs- co de a pelicula fissurar ou trincar, em caso de choques térmi- cos. Contudo, é sempre importante consultar o fabricante da tinta para que ele indique a espessura adequada para o produto em questao. Aminicas As resinas aminicas, melanina-formaldeido e/ou ureia formaldeido $40 as mais utilizadas na fabricagao de tintas para cura em estufa. Em geral, sao empregadas em conjunto com outras resinas, como alquidicas curtas em dleos vegetais nao | secativos (coco, mamona cru ete.), acrilicas e epoxidicas, A tem- peratura de cura destas tintas na estufa pode variar, dependendo da formulacio, de 120°C a 180°C, com intervalos de tempo de 10 a 30 minutos, As peliculas destas tintas aps a cura apresen- — o 270 CAPITULO 24 tam excelentes propriedades mecanicas (dureza elevada, resis- téncia a abrasfo e ao impacto etc.).” O campo de aplicacao destas tintas é bastante amplo, As tin- tas Com resinas do tipo ep6xi-aminicas (principalmente melani- ha), apOs a cura, proporcionam revestimentos com Gtima resis- tencia quimica, boa aderéncia ao substrato e com excelentes pro- priedades mecanicas, como descrito anteriormente. As tintas com resinas acrilicas-aminicas ou alquidicas-aminicas so importan- tes na fabricacdo de esmaltes para pintura de automéveis, eletro- domeésticos etc,”” Tintas em po Apesar de a formagao da pelicula destas tintas ocorrer através de reagdes quimicas de polimerizagao térmica (por meio de calor), oO mecanismo envolvido neste processo apresenta algumas carac- teristicas diferentes daquele das tintas liquidas convencionais. As tintas em po sao fornecidas, em uma tinica embalagem, com todos os seus constituintes basicos [resina(s), pigmento(s) e aditivo(s)] na torma de po finamente dividido. As pecgas a serem revestidas, apos receberem a aplicacdo da tinta por métodos especiais, ficam apenas cobertas por uma camada uniforme de po. Neste estagio, a pelicula ainda nao esta formada e 0 pé solta-se com facilidade. Em seguida, para Os casos em que a aplicacao da tinta for feita por meio de pistola eletrostatica, as pecas sao colocadas dentro de uma es- tufa por um periodo de tempo a uma determinada temperatura. Den- tro da mesma 0 que ocorre, basicamente, ¢ a fusdo do po e, logo em seguida, as reagdes de polimerizacao térmica envolvendo a(s) resina(s) e o(s) agente(s) de cura, as quais conduzem a formagao da pelicula s6lida com as propriedades desejadas. As condigdes de cura (tempo e temperatura) para obtengao das peliculas podem variar substancialmente, principalmente em funcao da(s) resina(s) e do(s} endurecedor(es) utilizado(s) na fabricagao das tintas. As- sim, podem-se ter casos em que a cura pode ser feita a 180°C por dez minutos ou a 140°C por trinta minutos; a 210°C por cinco mi- nutos ou a 160°C por quinze minutos. Estas condigOes sao nor- malmente fornecidas pelos fabricantes das tintas, No caso de aplicacéo por meio de leito fluidizado, a pega é preaquecida e, em seguida, entra numa cabine dentro da qual 0 po de tinta encontra-se em suspensio. Assim, os processos de fusao e de polimerizacdo ocorrem diretamente na superficie do metal. De uma forma geral, as peliculas das tintas em p6, adequada- mente curadas, apresentam excelentes propriedades mecanicas, como, por exemplo, dureza elevada e boa resisténcia ao impacto e 4 abrasao, e estéticas. Com relagdo ao aspecto da protegao anticorrosiva, € importante destacar que as peliculas das tintas em po, adequadamente curadas, podem apresentar um grau de impermeabilidade muito superior ao das tintas Ifquidas conven- cionais, mesmo com espessuras mais baixas que estas tltimas. Trabalho jé realizado’ utilizando a técnica de impedancia eletroquimica mostrou, por exemplo, que um revestimento com tinta em po (poliéster-ep6xi), com espessura de = 80 pm, é ca- paz de proporcionar um desempenho superior ao de um esque- ma de pintura convencional, de protecao por barreira, com tinta de fundo ep6xi e acabamento poliuretano, com espessura total de 140 um. A seguir sao apresentadas as caracteristicas princi- pais das trés tintas em p6 mais utilizadas no Brasil. base de resinas epoxidicas — além de suas noté- priedades mecanicas, estas tintas apresentam exce- tén sia Guimica e & corrosao. Entretanto, apresen- sténcia a radiagao ultravioleta (UV). Como con- sequéncia, estas tintas quando expostas a radiacao solar apre. sentam fraca retencao de cor e de brilho ¢, além disso, hg formacdo de intenso gizamento (chalking). Portanto, sdo mais indicadas para ambientes internos, livres da incidéncia de radiagao solar.*” n * tintas a base de resinas poliéster-epOxi ( hibridas) — ie Veiculo Nae see aans Lee ee eee ee \. 325 Resina alquidica 0),04 5 Resina fenolica ote 397 Resina polivinil-butiral OMe Ane Poliestireno 0,1 32 ele race camada passiva sobre a superficie do metal. im pedindo a Sua pas- sagem para a forma i6nica, isto €, que sofra corrosao. Os pigmen- tos mais comuns sao 0 zarc4o, os cromatos de ZINCO € OS fosfatos de zinco. A passivacio conferida pelo cromato de zinco € atriby- fda A sua solubilidade, limitada em Agua, na qual ocorre a libera- cao de fon cromato (CrOz) que € excelente inibidor anddico, A passivacao conferida pelo zarcao deve-se as suas Caracte- risticas bdsicas ou alcalinas. Na reagdo com os Oleos vegetais (p. ex., 6leo de linhaca) ocorre a formagao de sabes metalicos que, na presenca de 4gua e oxigénio que podem penetrar pela pelicu- la de tinta, liberam inibidores de corroséo como, por exemplo, o azelato de chumbo. 24.5.3 Eletroquimico — Protecao Catdédica Sabe-se que, para proteger catodicamente um metal, a ele deve-se ligar um outro que Ihe seja anédico, sendo 0 circuito completado pela presenca do eletrélito. Como, industrialmen- te, o metal que mais se procura proteger é 0 ferro (ago), pode-se supor que tintas formuladas com altos teores de zinco, aluminio ou magnésio confiram protecdo catédica ao aco. Na pratica, en- tretanto, apenas 0 zinco se mostra adequado, quando disperso em resina, geralmente epOxi, ou em silicatos inorgdnicos ou or- ganicos. As tintas ricas em zinco sao assim chamadas devido aos ele- vados teores desse metal nas peliculas secas das mesmas. Umalto teor de zinco metalico na pelicula seca possibilita a continuida- de elétrica entre as particulas de zinco e o aco, bem como pro- porciona a protegao desejada, pois quanto maior o teor de zinco melhor a protegao anticorrosiva. Por outro lado, se a quantidade de zinco for excessiva, a tinta pode nao ter a coesio adequada. Os valores mais adequados, em funcao do tipo de resina, se situ- am entre 80-93% em peso. As tintas ricas em zinco além da pro- tegao por barreira conferem também a protegdo catédica, Admi- te-se, ainda, a formagao de sais basicos de zZinco, pouco soltiveis. como carbonato de zinco, que tendem a bloquear os poros do re- vestimento. 24.6 PROCESSOS DE PINTURA : Os Processos para a aplicacdo de uma tinta sobre uma super ficie sao basicamente quatro: imersao, aspersio por meto de pis- tola convencional ou por meio de pistola sem ar (airless spray). a trincha, a rolo, Pode-se incluir, ainda, a aplicagio eletrostatica de revestimentos a base de pés (powder oan hae 24.6.1 Imersdo Pode ser dividida em dois processos, descritos a REVESTIMENTOS NAO METALICOS ORGANICOS — imersdo simples FE o processo em que se mergulha a pega a ser revestida em um “banho” de uma tinta contida em um recipiente. Normalmente. esse recipiente possul uma regiao para recuperacao da tinta que se es- coa da pega apos sua retirada do “banho”. Tal processo oferece yma série de vantagens, Como economia, por minimizacao de per- das (upesar da evaporacao que, entretanto, s6 desperdica solven- te); facil operagao; utilizagao minima de operadores e equipamen- tos; aproveitamento de pessoal nao especializado e qualificado; a peca fica completamente recoberta, nao havendo pontos falhos sem aplicagao de tinta. As desvantage ns sao espessura regular pois, quando a pega é retirada do banho, a tinta escorre pela superficie e, consequentemente, as partes de cima sempre terao menor espes- sura que as partes de baixo; tendéncia a apresentar escorrimentos, principalmente nos pontos onde existam furos. depresses ou ressaltos na peca, prejudicando o aspecto estético: baixa espessu- ra de pelicula (salvo em casos especiais) ete. Pintura eletroforética E 0 processo em que se mantém o mesmo principio da imer- sao simples. As tintas usadas possuem, porém, uma formulacao especial, que permite sua polarizagao. Usando esta propriedade, a peca é ligada a retificadores e estabelece-se, entre a peca e a tinta onde ela esta mergulhada, uma diferen¢a de potencial, de modo a que a tinta seja atrafda pela peca (que, obviamente, tem de ser metalica). Dessa forma, toda a pega fica recoberta com uma camada uniforme e aderente de tinta, com espessura na faixa 20- 40 um. O excesso de tinta, nao aderida, é removido por posterior lavagem, apds 0 que a peca é introduzida em estufa para que a pelicula venha a se formar por ativacao térmica. Tanto para a imersao simples quanto para a eletroforética, deve-se manter o banho em constante agitacao, para que os soli- dos (principalmente pigmentos) fiquem em suspensao. Daf a necessidade de tais tintas possuirem baixo teor de pigmentagao, para que a suspensao seja facilitada. A imersdo é usada tanto em pequenas pegas como ate em carrocerias de autom6veis. A pintura eletroforética esta sendo aplicada principalmente na industria automobilistica. 24.6.2 Aspersao Eo processo em que se usa 0 auxilio de equipamentos espe- ciais e ar comprimido para forgar a tinta a passar por finos orifi- cios, onde se encontra um forte jato de ar. Chocando-se com o filete de tinta, o ar atomiza as particulas que sao, entao, langadas sobre a superficie que se deseja revestir. Neste processo obtém- se peliculas com 6timo aspecto estético, exigindo porém aplica- dores treinados. A aplicagdo por aspersao é€ particularmente re- comendada para locais onde nao haja ventos, pois isto acarreta grandes perdas de tinta. E também recomendada para grandes “uperficies planas. A viscosidade da tinta, medida em Copo Ford n° 4. a 25°C, deve estar situada na faixa 20-30 segundos (20- 30"" FC4), A aplicacdo por meio de pistola (aspersao) pode ser leita por quatro processes principais: simples, a quente, sem are eletrostatico, Na aspersio simples. a tinta é aplicada apenas Com 0 Uso dos “qiipamentos convencionais, descritos adiante. Na aspersao a quente, a tinta é aquecida. antes de sua a: * eee é asin produtos com ae viscosida- da aspersiio. Apesar de bastante simples, 0 bom uso di _depende do conhecimento de pegpenos “segred - x a“ a parte superior iio sendo usa, aces ‘ ta pe rth TINTAS E POLIMEROS 273 de, que possam fornecer peliculas mats espessas, devido ao fato de ser a viscosidade uma varidvel inversamente proporcional a temperatura (salvo casos especificos). Dessa forma, obtém-sé uma tinta com viscosidade conveniente para aplicacdo, sem ne- cessidade de diluicao. Na aspersao sem ar (airless) ou com pistola de alta pressao ou hidraulica, o processo de atomizacao das particulas é diferen- te. Em vez de usar um jato de ar para esta finalidade, o filete de tinta é impulsionado para fora do equipamento com uma veloci- dade extremamente grande, conseguindo-se isto com pressoes elevadas de impulsionamento (cerca de 30 MPa ou 300 kg/cm’). Ao sair do equipamento impulsionador, o filete de tinta sofre uma expansio brusca que ocasiona a pulverizagao da tinta, sendo entao langada sobre a peca a ser revestida. A quantidade de tinta lan- cada é extremamente grande, aumentando a velocidade de tra- She Além disso, a viscosidade nao precisa estar na faixa 20- 30'' FC4, podendo-se aplicar até produtos pastosos. Este processo é particularmente vantajoso para ser usado em superficies pla- nas e de grandes dimens6es, como na pintura de grandes tanques e na indtistria naval. O custo do equipamento é bastante elevado, em comparacao aos convencionais, e exige maiores cuidados de seguran¢a, pois se trabalha com pressdes elevadas. Na aspersao eletrostatica, estabelece-se, entre a tinta e a pega, uma ddp, que faz com que as particulas do revestimento sejam atraidas para a superficie, permitindo um melhor aproveitamen- to da tinta e completo revestimento da pega. Os equipamentos usados para 0 processo de aspersao, de um modo geral, sAo os seguintes: ¢ pistola — é uma ferramenta usinada e que se divide em corpo, gatilho e cabecote. O cabecote, por sua vez, contém a capa de ar, que é a responsavel pela pulverizagao da tinta; 0 bico de flui- do, que dirige o filete de tinta em diregao ao jato de ar de ato- mizac¢ao; e a agulha, que é o elemento de vedacao. O gatilho possui duas = POSE de acionamento, sendo uma para abrir o jato de ar e a outra para abrir o filete de tnta: * compressor — fornece 0 ar necessario 4 impulsao do filete de linta e também a sua pulverizagao, quando for o caso; ° mangueiras — usadas para conduzir a tinta e 0 ar de seus reserva- t6rios para a pistola. As mangueiras de tinta devem possuir reves- timento interno resistente aos solyentes, para evitar nao sO sua deterioragao prematura, como também o entupimento da pistola; * reservatorios — sao tanques pressurizados, Ou canecas, que con- tém a tinta a ser aplicada. 24.6.3 Trincha Em equipamentos industriais de médio porte e¢ situados ao ar livre, O uso de trincha é bastante generalizado, devido a nao exi- géncia de grande preparo profissional por parte do aplicador, como €o caso da aplicagao a pistola. Além disso, é um método de apli- — cacao bastante eficiente na pintura de tubulagdes de span di- dmetro em locais sujeitos a muito vento, para cordGes de solda, cantos Vivos, arestas, bem como para ambientes com pouca ven- -tilagdio. Como desvantagem, apresenta baixo rendimento. Oaca- bamento obtido tem aspecto grosseiro, nao servindo para servi- gos que exijam grandes efeitos estéticos. A pelicula obt ia OO zoavelmente espessa, sendo o rendimento bem mai meee q nt 2 Pe 274 = CAPITULO 24 pequenas) ¢ estraga prematuramente a trincha: a transferéncia da tinta para a superficie deve ser feita por pequenas passadas por areas ainda nao pintadas, apds o que se alastra o material. Apos 0 uso, as cerdas devem ser limpas com solvente ade- quado, secas e guardadas envoltas em papel impermedvel ou plastico, 24.6.4 Rolo Para superficies planas e de dreas relativamente grandes, 0 rolo e recomendado, pois apresenta bom rendimento. O acabamento obtido € pior que o da aspersiio e melhor que o da trincha. A desvantagem deste método € a dificuldade de se controlar a es- pessura da pelicula. Em geral, nao se consegue obter em uma demao espessuras elevadas como is vezes se deseja. 24.6.5 Revestimentos a Base de Pés (Powder Coating) O principio basico é formular uma tinta na forma de um po seco: a pelicula é formada pela fusdo da resina. Da mesma for- ma que as tintas convencionais, podem apresentar-se de duas formas: nao conversivel (termoplastica) e conversivel (termoes- tavel). Os pés termoplasticos sao produzidos principalmente pela industria de plasticos, ao passo que os mais recentes pos termoes- taveis sdo produzidos pela indtistria de tintas. Os pds termoplasticos sao 4 base de poli (cloreto de vinila) (PVC), polietileno, acetato, butirato de celulose e poliamidas. Os pos sao obtidos dispersando-se os pigmentos no polimero, mo- endo em seguida e peneirando. A maioria dos pés termoestaveis sao baseados em resina ep6xi e poliéster e sao também de composic4o mais complexa, pois de- vem ter incorporado um agente endurecedor apropriado. Prepa- ra~se misturando os componentes a frio: resina, endurecedor, pig- mentos, cargas, materiais auxiliares e, aquecendo-se a composi- ¢ao, faz-se a cura avangar ao estagio seguinte e joga-se em ban- dejas. Ao esfriar, a composicao solidifica e esta pronta para ser moida e peneirada. O p6 obtido tem uma vida util que pode va- riar de trés a seis meses. Esses tipos de revestimentos podem ser aplicados pelos se- guintes métodos: * Leito fluidizado (fluidised bed) — consiste, em termos simples, numa caixa com fundo falso poroso, através do qual é insufla- do ar 4 pressao constante. A fungdao do ar é manter 0 pé6 em suspensao, de forma que um objeto aquecido, quando mergu- lhado no pé, seja devidamente recoberto. * Pistola eletrostdtica —- consiste em passat 0 po através de uma pistola especial que na sua safda forma um campo magnético, © qual carrega as particulas negativamente de forma que estas, quando orientadas em diregdo a um objeto ligado a terra, co- -brem-no totalmente. Apresenta a vantagem de nao se precisar - aquecer previamente 0 objeto, bastando colocd-lo em estufa para que a pelicula seja formada. , | -24.7 ESQUEMAS DE PINTURA aitid-se. squema de pintura ao conjunto de operagées rea- aplicagdo de um revestimento a base de tintas. Com- aro € © condicionamento da superficie e a aplica- te dita, ‘bem a uma superficie, deve-se aplicd-la_ ‘7as sobre a lilliima, como ferrugem ou _ outros 6xidos, sais soltiveis, poeira, Gleos € graxas, FEstos de pin. tura desagregados ou em desagregagao, umidade, produtos qyj. micos, carepa de laminagao etc. : Evidentemente, no caso geral, os equipamentos que Vv40 ger pintados possuem uma ou mais dessas impurezas, o que é preju- dicial 4 aderéncia da tinta e, com o tempo, provocara a fatha do revestimento. E 6bvio, entdo, que a remogao dessas impurezas tem de ser efetuada antes da pintura. Cita-se a aplicagao de tin- tas sobre camadas oxidadas, tendo como condi¢ao que a ferry. gem seja limpa, compacta e aderente a superficie metalica,'* Tintas convertedoras de ferrugem sao as que podem ser aplicadas sobre superficies oxidadas, isto é, com ferrugem, Fe, ou FeOQOH, compacta e aderida 4 superficie do ago. Geralmente elas contém em sua formulacéo compostos como tanino, Ou act- do oxdlico, capazes de reagir com 0 6xido de ferro, complexando- o e tendo aderéncia ao substrato. Essas tintas tem sido indicadas para Os casos em que um tratamento de superficie eficiente (p, ex., jateamento abrasivo) nao possa ser em pregado. Entretanto, diversos trabalhos realizados a respeito destes produtos apresen- taram resultados insatisfatorios.'”'* Logo, ao se utilizar um pro- duto desta linha, é importante verificar previamente o desempe- nho do mesmo. Miranda’ vem desenvolvendo tintas anticorrosivas a base de resina ep6xi pigmentada com Fe,O, e com ferrugem produ- zida no proprio meio em que a tinta sera usada, isto é, o pig- mento é idéntico ao produto de corrosao que se forma natural- mente num determinado ambiente. Uma tinta formulada segun- do esse principio, quando aplicada, evitaria as eventuais dife- rencas de potenciais que ocorreriam entre o ferro oxidado e a pelicula de tinta, minimizando ou até mesmo suprimindo o de- senvolvimento de corrosao filiforme sob a pelicula.”? Podem ser aplicadas em superficies nao jateadas, e nelas pode-se aplicar tinta de acabamento. A aplicagao de uma pintura, em geral, é feita na sequéncia: * inspegdo prévia das condigées gerais da superficie: * limpeza da superficie metdlica: * aplicagao da tinta de fundo ou primer — as tintas de fundo sio aplicadas em uma ou mais demos e sao responsdveis pela pro- tegdo anticorrosiva e aderéncia do esquema de pintura ao subs- trato; * tinta intermediaria ou tie-coat — auxiliam na protecao aumen- tando a espessura e podem melhorar, também, a aderéncia da tinta de acabamento: * aplicagao da tinta de acabamento — as tintas de acabamento sao aplicadas em uma ou mais deméos, A tinta de acabamento funciona como uma primeira barreira entre o eletrdlito e a tinta de fundo, sendo, portanto, conveniente que as peliculas de tais tintas sejam bastante impermedveis, aig Um contraste de cores entre as demaos é desejavel para faci- litar a inspecao. Para que a pelicula de tinta cumpra a sua finalidade de prote- Gao anticorrosiva. deve apresentar uma espessura minima, ¢, de acordo com resultados experimentais com alguns esquemas de pintura, so recomendaveis as espessuras de peliculas; -*atmostera altamente agressiva 000.000.0000 > 250 am * imersdo permanente (em dgua salgada) «0. > 300 am : superticies aquecidas ...., “ suaiealn aise pee ak ae : | e ; | ; 0 an ae + atmosfera com agressividade média #P4 544 we vis wae Peake cp lve os Bows na Pete e he kh AEM ew ernie pie cme ae et ei uta deal nial tig io ee Sar ek i REVESTIMENTOS NAO METALICOS ORGANICOS — 24.7.1 Selecao de Esquemas de Pintura A selecdo de um esquema de pintura nao é uma tarefa facil, pois existem varios fatores a considerar para se obter uma pintu- ra técnica e economicamente satisfatoria. Para isso, é importan- te que os engenheiros ou técnicos responsaveis por esta tarefa tenham o conhecimento adequado das caracteristicas técnicas das tintas, bem como as informacoes a respeito das condigédes de tra- balho da estrutura ou equipamento a ser revestido. Neste senti- do, dentre os fatores basicos que norteiam a especificacao de um esquema de pintura, é possivel destacar: * as condi¢des prévias em que se encontra o equipamento ou a estrutura, verificando-se, por exemplo, se todas as dreas sao pla- nas, se €xistem regioes sujeitas a estagnagao de Agua, se as sol- das estao bem acabadas e se existem cantos vivos etc.: as condigdes de exposigao — é importante saber se o equipa- mento ou a estrutura ira trabalhar em condic6es de imersdo, en- terrada ou exposta a atmosfera, devendo-se levar em conside- ragdo ainda o tipo de atmosfera (marinha, industrial, urbana ou rural) € as condig6es operacionais, se sujeitas 4 temperatura ele- vada, abrasao etc.; *o upo de substrato a ser revestido — 0 tipo de substrato (p. ex., ago-carbono ou aco galvanizado) é importante para se especifi- car a preparacao da superficie e a selecado das tintas do esquema; * a facilidade de manutengdo —- em equipamentos que, por ou- tras razOes, sofrerao manutencgao constante, pode-se optar por um esquema mais econdmico, mas, caso contrario, deve-se optar por um esquema de alto desempenho; * finalidade da pintura —- é importante saber se é para fins de protegao anticorrosiva, sinalizacao, estética etc. A titulo ilus- trativo, uma pintura de sinalizagao deve ser feita com tintas que tenham boa retencao de cor quando expostas ao intemperismo natural, em especial a radiacao solar. Como se pode observar, os fatores a serem considerados sao muitos. Atualmente existem tintas capazes de atender a maioria das condi¢des encontradas no dia a dia. Da mesma forma, com elas pode ser especificada uma variedade muito grande de esque- mas de pintura. A titulo apenas ilustrativo, como orientagao, se- rao dados alguns exemplos de esquemas de pintura que podem ser adotados, sem que isto signifique, entretanto, que sejam os tinicos e que n4o possam ser modificados. Para constante atuali- zacio, recomenda-se consultar fabricantes qualificados de tintas que informem sobre novos produtos. Para que o esquema de pintura tenha o desempenho espera- do, sao titeis as seguintes recomendagoes: * evitar cantos vivos, usando cantos arredondados; * evitar areas de estagnagdo de dgua e prover adequada drenagem, * evitar acomulo de umidade ou meio corrosivo nas proximida- des de juntas; -* evitar frestas. ou reduzi-las ao minimo possfivel, principalmen- te onde ocorrer meio aquoso ou marinho; * providenciar vedacao de frestas, usando de preferéncia vedan- le com elasticidade; * vedar regides de contato das partes inferiores das colunas com suas bases, usando vedante ou tinta de alta espessura como al- _catro de hutha-epoxi; dadas e componentes monoliticos se possivel: — pa _ ae tintas as me. gasses ntimero de srethigee a ao minimo. necessario, preferin- TINTAS EPOLIMEROS 27% * observar penetragdo completa nas soldas para evitar porosida- de e frestas: * usar soldas continuas: ¢ evitar soldas com bols6es que nao sao acessiveis para limpeza, sendo essencial a limpeza dessas regides para eliminar fluxo e respingos de solda; * evilar ligacdes tempordarias, ou elimind-las apds 0 uso, e proce- der retoques no revestimento afetado; * minimizar dreas sujeitas a respingos de meios corrosivos e A deposigao e retengao de residuos sélidos, principalmente se hi- groscopicos: *evilar pares galvanicos e, se necessdrio, usar isolantes como hypalon, neoprene, teflon ou celeron entre os materiais metali- cos constituintes dos pares galvanicos: * evilar espacamentos estreitos entre estruturas como, por exem- plo, estruturas geminadas, tipo H, que nao permitem acesso para manutencao; * projetar as estruturas de maneira a facilitar o acesso para lim- peza e aplicacao do revestimento protetor nas estruturas novas e retoques e repintura nas estruturas em uso; * manter inspegdes periddicas com frequéncia, dependendo da agressividade do meio ambiente, normalmente de seis em seis meses, procurando corrigir as falhas usando 0 esquema de pin- tura inicial, a nao ser que oO mesmo n4o tenha mostrado bom desempenho, obrigando a substituigao do mesmo. Atmosferas rural e urbana As atmosferas rurais sao de baixa agressividade, enquanto as urbanas podem variar de baixa a média agressividade e sdo pre- dominantes nos grandes centros populacionais. Em ambas as atmosferas, os esquemas de pintura alquidicos proporcionam bom desempenho do ponto de vista técnico e econdmico, Dependen- do das condi¢des de exposicao e de trabalho, outros esquemas mais resistentes poderao ser especificados. Por esta razao, serao apresentadas a seguir duas alternativas de esquemas de pintura. A alternativa 2 é para os casos em que as estruturas ou equipa- mentos possuam regides de estagnacao de 4gua ou que estejam sujeitos a esforg¢os mecanicos. — Alternativa 1 * preparacgao da superficie — desengorduramento ¢ jateamento abrasivo até o grau de limpeza minimo Sa 2 1/2 (metal qua- se branco):; * tinta de fundo — duas demaos de tinta alquidica longa em 6leo, pigmentada com 6xido de ferro e fosfato de zinco, com espessura seca de 35 jum por demao; * tinta de acabamento — duas demaos de tinta de acabamen-- to alquidica média longa em Gleo, na cor desejada, com es- pessura seca de 30 zm por demao. Caso a cor nao seja um requisito da pintura, podem-se aplicar, como alternativa, duas demaos de tinta de aluminio fendélica, com espessura seca minima de 25 yum por demao. Nota: A tinta de aluminio fendlica confere melhores | roprie- dades anticorrosivas ao esquema de pintura do que as oe alquidicas com outros tipos de pigmentos nao lamelares.O aluminio por ter estrutura lamelar confere maior t bilidade ao revestimento, os Alternative 2

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