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nessas trs modalidades de experenciar o sofrimento psquico o que est em jogo, apesar
de suas diferenas, um mesmo tipo de reao diante da excitao pulsional em que
predomina o impulso e a ao, em detrimento da mediao das palavras e do
pensamento, que pressupe certo nvel de elaborao psquica.
Com efeito, somos lembrados que h um grupo de indivduos que constrangem o
foco psicanaltico dirigido para os problemas simblicos, que seria aquele responsvel
pela construo do mtodo psicanaltico da associao livre e da interpretao, voltado
1 Freud (1895|1894|b) descreve as neuroses atuais diferenciando-as das psiconeuroses de
defesa, supondo que nas primeiras a falta de um correspondente psquico para a excitao
provoca a angstia e seus correlatos corporais. Deste modo, enquanto nas neuroses atuais o fator
econmico da pulso no percorre o trajeto do corpo ao psiquismo, permanecendo, pois, na
esfera somtica; nas psiconeuroses o fator econmico ingressa no registro psquico, viabilizando
a descarga pulsional por meio das mediaes exercidas pela simbolizao.
de Gilberto Gil que, com toda a sua genialidade e linguagem potica, imprime a funo
metafrica transferencial da palavra que o analista faz uso, em determinado momento,
para instaurar o afeto na linguagem. Entendemos que no fluir da situao clnica o
analista testemunha justamente a emergncia da palavra, palavra esta que no se fecha,
mas que se abre para o no-dito.
Uma lata existe para conter algo
Mas quando o poeta diz: "Lata"
Pode estar querendo dizer o incontvel
Uma meta existe para ser um alvo
Mas quando o poeta diz: "Meta"
Pode estar querendo dizer o inatingvel
Por isso, no se meta a exigir do poeta
Que determine o contedo em sua lata
Na lata do poeta tudonada cabe
Pois ao poeta cabe fazer
Com que na lata venha caber
O incabvel
Deixe a meta do poeta, no discuta
Deixe a sua meta fora da disputa
Meta dentro e fora, lata absoluta
Deixe-a simplesmente metfora
REFERNCIAS
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