Sie sind auf Seite 1von 64
4 a - Estacio Disciplina: ELETROTERMOFOTOTERAPIA 5 Eletroterapia Explicada: aL) IE) Principios e Pratica Explicada 4a. Edigé0/2009 Preeti Robertson, Val i: Ward, Alex Low, John Reed, Ann Capitulos - Calor e Frio - Radiacdo Visivel Infravermelha Elsevier Médica http:/Awww.elsevier.com.br ELSEVIER ISBN 9788535231229 Calor e frio Calor e frio sa0, provavelmente, os recursos mais antigos empregados na fisioterapia; uma dessas duas formas, durante todo 0 decorrer da historia, tem sido aplicada ao corpo com o intuito de promover a cura. Este capitulo planeja associar os conceitos e fundamentos basicos desses dois fendmenos. As aplicagdes terapéuticas do calor ¢ do na superficie corporal sto consideradas nos capitulos 11 ¢ 12, ¢ as aplicagées de calor profundo sio mais exploradas nos capitulos 9, 13 els. Com esta finalidade todos os principios gerais, incluindo 0 signifi- cado de temperatura, quantidade de calor, transferéncia de calor & converses de energia, sio explicados no inicio deste capitulo. Os meca- nismos termorreguladores do corpo sao descritos e explicados de forma associada com as consequéncias fisioligicas das mudangas de tempera- tura na superficie corporal. Estes serao os moldes deste capitulo, que sera finalizado com os efeitos terapéuticos locais que ocorrem no tecido. durante 0 aquecimento, porém nao do resfriamento. Existem varias modalidades terapéuticas que podem produzir aque- cimento tecidual, porém seus efeitos podem variar dependendo da natu- reza, do volume, do local e da magnitude do tecido que sera submetido 20 aquecimento. Portanto, este capitulo focard os efeitos gerais do aquccimento tecidual localizado. As caracteristicas particulares das dife- rentes modalidades de aquecimento sio descritas no ultimo capitulo, juntamente com o resfriamento. PRINC{PIOS GERAIS Para entender 0 que ocorre durante o aquecimento da matéria é neces" sério considerarmos sua microestrutura. Sélidos s40 formados por um conjunto de &tomos ou moléculas com- pactadas em padrdes regulares ¢ com um agrapamento muito préximo, de modo que cada uma pode se movimentar somente em curtas distin- cias, Os dtomos ou moléculas vibram em torno de suas posigdes de equilibrio, ¢ isso & a energia em movimento — energia cinética — que é reconhecida como calor. Quanto mais energia é adicionada ¢ somada, © movimento aumenta ¢ usualmente {mas nao em todas as circunstin~ cias) a matéria torna-se quente, aumentando a temperatura. Nos liquidos os stomos ou moléculas tém melhor e maior amplitude de vibragao € podem superar parcialmente as forges interatémicas de seus vizinhos imediatos que os mantém em posigio. Dessa forma os 4tomos séo capazes de se movimentar € mudar seu posicionamento aleatoriamente, embora ainda mantenham suas fortes unides, como corre nos sélidos. Fsta & a capacidade de mudar as posigées que a oT aero Frequentemente ndo sio bem entendides, Un estuo da ciénca bsica sobre 0 Calor € fundamental par a compreensao ‘ie como a terapa funciona, A adicio de eveciatémica nen sempre ‘umenta a tenperatura. No porto de issolugto 0 calor 8 absorvco @ 2 ‘onergia 6 usada para comerter o solo ‘om liqui, Nesta crcunstincia especial 2 temperatura nfo aurent. Ba 0 contraste do reconhecinento resulta das adaptages des receptores sensoriis, Se a pele € subitamente aquecida ow resfida, as fires Sersoriais relevantes dsparan en alta frequencia, sinalizando a alteracdo na temperatura, nas rpidamente se adaptam o disparam em baba Frequéncias na nova temperatura, A cscala de Fahrenheit foi usada no passado, porém caiu em desuso om rmuitas partes €o mundo em meados do Healo X& Termémetros de senol no vdeo trabalham da mesma maneka que o: seus comrespondertes de merci. les io em geral mais lrges podem ser de letra mes ict pela ccloagte do Sleool, send frequentemente usados para avaiar a temperature ambiente © ie Fanelras. 10, CALOR E FRIO fluidez dos liquidos permite. As moléculas tém maior velocidade média, ¢ isso é mensurado com 0 aumento da temperatura. Nos gases os étomos so amplamente espagados © movimentam-se aleatoriamente enquanto percorrem grandes distincias. A adigao de calor aumenta a rapidez dos movimentos das moléculas; dessa forma a energia dos movimentos (cinética) esta aumentada ¢ ha também um aumento de temperatura. A média de separagio dos étomos aumenta de forma associada com a expansio da matéria. Expansio com aumento de temperatura € muito evidente em gases, mas menos Sbrio em liquidos € sélidos, onde o vinculo entre as moléculas as mantém juntas e limita a expansio. Temperatura e termémetros A temperatura & a medida da quantidade de calor. Humanos avaliam esses niveis através de receptores de temperatura especiais que se encon- tram na pele. O julgamento feito pelo sistema nervoso central nao é absoluto; ao contrério, € uma comparagio entre as temperaturas da pele. Se 2 mao direita esta imersa na 4gua quente ea esquerda na gua fria ¢ as duas sao entdo colocadas em agua moma, esta parece fria para a mao direita e quente para a mao esquerda. Este é um exemplo da caracteristica geral da percepgo do sistema nervoso que tende a reco- nhecer ¢ considerar esses contrastes. Para medir a temperatura observam-se dois pontos fixos, 0 ponto em que o gelo esta se derretendo ¢ o ponto em que a égua est em ebuligao, € as regides entre estes pontos sio divididas em 100 partes, chamadas ‘graus. Tal como uma escala, 0°C € 0 ponto de congelamento da gua © 100°C é 0 ponto de ebulicio, como € conhecido na escala Celsius, abreviado como °C. Como a temperatura & decorrente da energia cinética dos étomos € moléculas, ndo hé um limite superior, mas existe um limite inferior definido onde no ocorre mais movimento entre eles. Esse ponto é conhecido como zero absoluto, ¢ equivale ao valor de -273,2°C. Em muitas pesquisas cientifcas a escala légica mais utilizada 6 a de Kelvins € a unidade de temperatura do SI (Sistema Internacional). Na escala Kelvin o zero absoluto é considerado 0 K, ¢ utiliza os mesmo graus da escala Celsius, de modo que 0 ponto de congelamento de agua passa a ser 273 K, € 0 ponto de ebuligio, 373 K. O tecmémetro é um instramento que mensura a temperatura, podendo utilizar algumas mudangas fisicas que se correlacionam com 0 aqueci- mento € 0 resfriamento. Para muitos, o mais familiar é 0 termOmetro de vidro com meretirio. Este dispositivo depende da expansio do mer- ‘aiirio, que é muito grande quando o vidro e © proprio merciirio sio aquecidos. O crescimento do merciirio no recipiente aquecido © a expansio ocorrem visivelmente devido a fina linha de merctrio que 6 forcada dentro do estreito tubo de vidro. O tipico termémetro clinic com uma escala de 30-45°C sofre uma constrigio no tubo de vidro capilar, que possui um bloqueio para o filete de merctrio, evitando que este retorne para a origem do recipiente quando ocorre resfriamento. Esta caracteristica permite uma leitura precisa da maxima temperatura atingida, O cilindro de vidro atua como uma lente de aumento para melhor visualizagao do filete de merctirio. Esses termémetros podem ser extremamente precisos; quando novos, a grande maioria é calibrada dentro de 0,1°C (Cetas, 1982) PRINCEPIOS GERAIS Alguns termdmetros amplamente usados (o termémetro bimetal de tiras) dependem das diferengas de expansao de dois tipos de metais quando estes s40 aquecidos. Tais dispositivos sio fortes, mas frequen- temente imprecisos e normalmente usados como termostatos para ligar ou desligar o interraptor que determina a temperatura. Este tipo de sistema € feito para controlar a temperatura doméstica do aquecimento da agua, temperatura dos quartos, cobertores elétricos, almofadas de aquecimento elétrico e nos banhos de cera de parafina usados em cli- nicas, como em muitas outras situagdes. (Outros termometros usam efeitos diferentes. No termistor, que é um semicondutor, a resisténcia elétrica diminui com o aumento da tempe- ratura. Eles podem ser manufaturados em tamanho bem pequeno — ‘uma gota de estanho no final de dois cabos finos — e sao relativamente precisos. Por essas razdes eles so usados como sondas termais (inser das usando agulhas hipodérmicas descartaveis) paca testar a tempera- tura em tecidos profundos. Fotodiodos infravermelhos sio diodos cujas propriedades de conducio mudam quando sio expostos 3 radiagio infravermelha. Eles so usados em termémetros digitais modernos onde sua velocidade, facilidade de uso, nao-invasividade e segaranca os fazem mais populares para 0 uso clinico do que os termémetros de merctiio ou alcool. Quantidade de calor Se uma chaleira de Agua fervente é despejada em um recipiente com Agua moma, a agua do recipiente poderd tomnarse mais quente, porém nao to quente quanto a agua da chaleira. Quando uma pequena quanti- dade de Agua 6 adicionada, ela carrega uma pequena quantidade de calor ue, junto de grandes volumes, gera um pequeno aumento na tempera- tura. Para descrever a quantidade de calor usava-se antigamente uma unidade chamada de caloria, representando a quantidade de calor neces séria para aumentar a temperatura de 1 g de agua em 1°C; mas como essa é uma medida de energia, sio usadas atualmente as unidades do SI (0 joule, abreviado J). Capacidade de calor ‘A mesma quantidade de energia térmica aplicada em materiais diferen- tes pode produzir aumentos diferentes na temperatura. Por exemplo, 10 KJ de energia térmica aplicados a 1 kg de ferro podem aumentar a sua temperatura em 22°C. A mesma quantidade de energia aplicada a 1 kg, de 4gua pode causar aumento de temperacura de apenas 2,4°. A agua necessita de muito mais calor do que o ferro, A capacidade térmica € definida como a quantidade de calor necesséria para aumentar a tem- peratura de 1 kg de material em 1° (Celsius ou Kelvin) Isto é usado pata classificar 0 “calor especifico” da substancia. A agua tem uma capacidade de calor muito maior do que a de outros materiais comuns (Tabela 10.1), tanto que se necessita de muito mais energia térmica para aumentar a temperatura da dgua e, por outro lado, 2 gua quente armazena muito mais calor por unidade de massa. A capacidade térmica dos humanos esté préxima de 3,6 kIK"kg* (Sekins ¢ Emery, 1982), 0 que nao é surpreendente, pois somos feitos de 70% de gua. Para aumentar em 2°C a temperatura do corpo de Nota: termdmetios diitais ribo 380 mais precios e fdedianos que termometrs de vero com mertrio ‘rginalmente desenvolvdas ha 300 anos (C4tas, 1982). Em dietticos a quilocaloia @ sind bastante ussds e econeamente chard do Cloris (com a letra € matéscula); equiva 2 418 1, |i pose eR er er ene Capacidade térmica (Kk) Aga 48 a an ‘Aluminio a0 otre oo Merci os Video 07 era de porafine cere de 2,7 Berracha 20 Todo © corpo humane 36 Pele 38 Sortua 23 Misco 33 sco us “Toto 0 sangue 36 Dados de Sekine © Emery (2982). ‘uma mulher com 50 kg necessita-se de 360 kJ de energia (50 X 3,6 x 2). Observe que isso seria adicionado & energia continuamente gerada no corpo. De fato, mesmo em repouso o metabolismo basal causa emissio de calor, A adigao de calor Quando 0 calor ¢ adicionado & matéria cle pode causar expansio (um aumento no volume ou, se 0 volume for restrito, um aumento na press), podendo mudar o estado fisico da matéria, por dissolugdo ou evapo ago, causando redugao na temperatura do material ou alguma dessas, ‘combinagées. Quando a Agua ferve, seu estado muda para gasoso, A cenergia térmica € usada na separa¢ao de moléculas, rompendo as forcas deatracio e alterando o estado de liquido para gasoso, sem que a energia ‘cinética aumentes portanto, ndo hé aumento da temperatura durante 0 processo. Exatamente a mesma coisa ocorre quando a forma sélida, isto 6, 0 gelo, se derrete e quando alguma outra substancia é evaporada on dissolvida. Nos sélidos, 05 atomos so mais estritamente confinados pelos 4tomos vizinhos; assim, a adigio de calor aumenta vigorosamente a oscilagio de cada étomo, aumentando a média de separagao de outros dtomos ¢, portanto, dilatando todo 0 material, Quando a energia térmica, € adicionada ela nao somente aumenta o movimento cinético das moléculas, aumentando assim a temperatura, mas também aumenta as energias intramoleculares ¢ intra-atémicas. Liquidos possuem mais espagos entre suas moléculas do que os sélidos, ‘mas muito menos espago do que os gases. Quase todas as formas liqui- das sio, portanto, menos densas do que as formas sdlidas. A agua € excepcional, pois suas moléculas tornam-se muito mais unidas, redu- zindo seus espagos, quando esti em torno de 4*C do que quando o sélido cristalino, o gelo, é formado; desta forma o gelo flutua sobre a gua. Aumentando a energia das microestruturas da matéria pode-se ‘gerar muitos outros efeitos, notados pela aceleracio das reagdes qui micas (lei de Van't Hoff), ¢ ocorre a produgio de radiacao cletromag- nética, descrita no capitulo 14. A viscosidade dos fluidos 6 reduzida, j4 que o aumento do movimento molecular diminui a atraco de coesio. PRINCEPIOS GERAIS Resumo 0 aquecimento da matéria pode gera: diatagio ‘© mudanas no seu estado: sOlidos se dissolvem, Uiquidos evaporam ‘© uma velocidade eumentada das reagées quimicas "© producao de radiagao eletromagnética (© redugéo da viscosidade dos fuidos. Conversées de energia calor, a energia da microestrutura da matéria, pode ser convertido em outras formas de energia, porém no com 100% de eficiéncia. Do ‘mesmo modo, se uma forma de energia é convertida em outra, como 4 quimica em mecanica, sempre alguma parte é convertida em calor no material, de modo que essas conversoes nunca podem ser 100% cficientes. Obviamente, a lei geral de conservagio de energia — a energia nao pode ser criada nem destruida — é mantida como verda- deira para a energia total trocada. Como toda energia acaba termi- nando como calor na estrutura da matéria, 0 calor € as veres descrito como a forma basica de energia, mas ele ¢ simplesmente a tendéncia para a aleatoriedade. Transferéncia de calor Condugdo — Um método de teansferir calor de um local para outro € pelo movimento cinético entre os étomos ¢ moléculas, bem descrito como “itomos acotovelando-se entre si”. A isso se denomina condugao, € pode ser facilmente demonstrado, especialmente em metais; se a ponta de uma barra de metal € aquecida, a outra se tornara mais quente com © tempo. (Este conceito é familiar para muitos de nés, quando deixa- mos colheres € garfos de metal dentro de uma panela que esté sendo uusada para cozinhat Metais sio bons condutores de calor, enquanto os liquidos e os gases so muito menos efetivos. Observe que, se dois materiais diferentes sio colocados em contato, o calor pode ser transferido de um material para © outro do mesmo modo, com as moléculas do material mais quente se agitando e assim fornecendo energia cinética ao material mais frio. © fluxo de calor através da matéria varia com a natureza do material, © € chamado de condutividade térmica. Convecgdo — Um segundo modo de transferir energia térmica 6 por meio da quantidade de movimento das prdptias moléculas que esto se movendo. Quando atomos ou moléculas mais quentes se movem de um lugar para outro, como pode facilmente ocorrer com liquidos & gases, considera-se que a energia térmica esta sendo movida por con- vecs4o, O movimento dos liquidos pode ser ocasionado pelo seu bom- beamento —a distribuigio de calor ao redor docorpo humano origina-se do sangue aquecido sendo transportado pelo coragio — ou pelo fato de o liquido ou gés aquecido, por ser menos denso, tender a flucuar sobre um Iiquido mais fio. Isto € chamado de convecgao térmica & familiar em muitas situagdes, desde o ato de fazer uma marmelada até a meteorologia. O mesmo ocorre no resfriamento. Um fluxo de ar Pu Conducdo & uma conseauéncieineitivel do movimento molecular e atémico ne mmcroestrutra de cualaver material € Seria de se esperar que 0 “chocue” fosse mals efetvo ma transmissio de ererga 0 5 noléculs fossam mais unas, como em geal ecoce ne cso doe slides. ‘A evaporacao de noléanas de 44s para longe a superice, semalhante a que come na transpiragio, ¢ ua forma paticular ds convegic. A radiacio eletomagnética se propaga através do vacuo do espaco exterior Dorgue o calor @ transferido sem enum fntervencto da mara: por 1560 calor do Sol pode ser transite ara a superficie da Tera. 10, CALOR E FRIO resfriado sobre a superficie do corpo pode ser usado para reduzir a temperatura de um paciente. Radiagio — O terceito modo pelo qual a energia téemica pode ser trans- ferida a radiacto, Essa é realmente a conversio de energia térmica em radiagio cletromagnética. As radiag5es mais familiares sao as infra~ vermelhas, as visiveis e as radiagoes de micro-ondas, que podem gerar © aquecimento quando so absorvidas. A quantidade de radiagio pro- duzida depende da temperatura do objeto; ela € proporcional & quarta poténcia da temperatura Kelvin. O comprimento de onda também depende da temperatura, de modo que emissdes de ondas cada vez. mais curtas sfo liberadas com temperaturas mais altas. Embora a transmissio de calor seja comumente descrita em termos de condusio, sobretudo cm sélidos, conveceao nos liquidos ¢ radiaca € preciso compreender que em muitas situacées da vida real os tes, modos operam como cadeias complexas de trocas de calor. Por exemplo, radiadores de aquecimento central so aquecidos por égua quente bombeada através deles (conveccéo forcada), e eles aquecem 0 ar em ‘contato com sua superficie (condugio), que sobe (convecgio térmica) para aquecer a sala. O radiador também emite radiagdes infraverme- has que slo absorvidas pelos outros objetos e pessoas na sala, cau- sando um aquecimento adicional. Obviamente a contribuicio da radiagdo e da convecgao aumenta com a elevagio da temperatura, mas enguanto a convecgio aumenta de forma aproximadamente linear, a radiagio aumenta exponencialmente; portanto, com temperaturas baixas predomina a transferéncia de energia por conveccio. Embora perceptivelmente um pouco diferente, o frio € estritamente relacionado com 0 calor. O frio é a auséncia de calor, e é reconhecido quando a energia térmica é transferida para longe do corpo. Resumo 0 calor pode ser transFerido por: © condugao ‘© convecrdo — de modo forgado ou témico © raiagio. Termografia “Termografia 6 a representacio visual da temperatura de areas muito amplas do corpo, reproduzidas forografando-se a superficie com 0 uso de um sistema detector sensivel ao infravermelho, A imagem pode ser processada para produzir um mapa com contornos coloridos de acordo com as diferentes temperaturas da superficie a ser investigada. Essa técnica é usada na detec¢io de reas subjacentes de inflamagio ¢ mudangas na circulagio sanguinea. Podem ser usadas cmeras especiais de video de infravermelho de modo similac, promovendo monitora- ‘mento continuo em tempo real. INECAWISMOS DE REGULAGAO TERMICA MECANISMOS DE REGULACAO TERMICA Temperatura corporal Humanos so homeotérmicos em relagio sua temperatura central. Isto 6, a temperatura das estruturas c dos éredos localizados profun- damente € mantida em niveis relativos e constantes. Isto as vezes pode ser prejudicial para as regides periféricas, como os dedos das mos & dos pés. Temperaturas da pele ¢ tecido subcutaneo, especificamente em egies periféricas, so muito mais varidveis. Em geral, hd uma variacio circadiana de cerca de 1°C na temperatura central, scado mais baixa no inicio da manha € mais alta no final da tarde ¢ inicio da noite (Hardy, 1982). Outras variagtes ciclicas também ocorrem, como nos ciclos ovulatorios. A maioria das pessoas tem temperatura central em tomo de 36,8°C, mas existem variagGes individuais, e as criancas tendem a ter cemperaturas ligeiramente elevadas. O exercicio vigoroso eleva temporariamente a temperatura central acima desse limite. Manutencao da homeotermia ‘A temperatura central depende de um equilibrio entre perdas € ganhos decalor. As principaiscausas estdo identificadas na Tabela 10.2. Embora ‘ocorram todos 08 efeitos observados na tabela, o principal ganho de calor deve-se 20 metabolismo, que aumenta fortemente durante 0 exer cicio vigoroso: cerca de 75% da energia aplicada para a contracio muscular aparece como calor. Com temperaturas ambientes moderadas a radiagao é responsavel por cerca de 60% da perda de calor (Hubbard ¢ Mechan, 1987), A medida que a temperatura externa aumenta, apro- ximando-se da temperatura da superficie do corpo, a efetividade da radiagio ¢ da condusio toma-se cada vez menor. Se a temperatura exterior esté acima da temperatura corporal, o corpo ganha ainda mais calor pela radiago dos arredores. Nestas circunstancias a perda de calor deve-se intciramente & evaporagao do suor da pele. Este € um método muito eficiente de perda de calor, j4 que a evaporacao de cada grama de suor com a temperatura corporal leva em toro de 2,5 kJ de energia térmica, Em condigoes apropriadas, um homem pode perder 1 kg de suor Cousas de ganho de ea de calor Metaboli basal Radiagio pare 0 ambiente etabaiemo da centage muscular _—_CandugSo para cbjetot mat fine Netaboem de eutrestecdos elim do CondugSo para o a, continuamente basal, pe, a dgestio renovida por conveccio ‘Absorao de reciaco do ambiente Eraporaczo da Squa pela pele — “wansprado Insensivel” — vapor afastado pla convecr20 Conducdo de cbjetos mais quentes Eraporardo de suor — vapor de gua ‘cxrogado pola comveccio nalagio de ar cuente — conveegao forgata Excrgio do urina, foxes ¢ outros Fidos ‘As temperatures oral auricular, que séo onvenientemence mensuradas, aproximam-se da temperatura central real, as sto mais varbvels |i BOE OR EEE Figura 10.1 Ieotéricoe corpéreot ‘utrando'a conetSnca da temperatura central (tonco e cabega) em anbientez ‘ris e aqucidos, por hora, obtendo assim uma taxa de resfriamento préxima de 700 W {2.300 J X 1.000 973.600 s = 64,4 Ws Holwille Silvester, 1973). 'A diferenca entre a temperatura central e a temperatura da superfi- «cic corporal, normalmente mais baixa, € critica no controle da perda de calor do corpo. A razao é que a taxa pela qual o calor pode ser perdido da superficie corporal depende da diferenga de temperatura entre a superficie ¢ o ambiente. Uma grande diferenca de temperatura pode ser mantida entre a parte central e a exterior do corpo devido @ baixa ‘condutividade térmica dos tecidos, especialmente do tecido adiposo. O fluxo de calor dos tecidos profundos para a pele deve-se em grande parte ao fro sangufneo — convecc2o forcada. Desta forma o calor 6 transmitido pela barreira térmica fornecida pela gordura subcutinea. Este conceito de um gradiente de temperatura entre 0 centro e a super- ficie pode ser expresso esquematicamente pelas linhas isorérmicas mas- tradas na Figura 10.1 ¢ pelos gradientes de temperatura dos tecidos mostrados na Figura 12.1. Ocorrem variagoes na temperatura da pele de diferentes dreas do corpo. A pele da testa, em geral, tem uma ten peratura mais alta, e partir dai tende a ocorrer uma queda progressiva de temperatura em dirego A periferia, de modo que no nivel dos arte- Ihos a temperatura da pele pode ser igual & temperatura ambiente. Quando o corpo é exposto ao frio, a perda de calor pode ser limitada ¢ controlada pela vasoconstricéo, que promove boa reduclo da circu- lagdo sanguinea para as extremidades ¢ a pele do tronco, permitindo assim que a temperatura da pele e do tecido subcutaneo diminua. Por outro lado, se 0 corpo rerém muito calor, a vasodilatagio dos vasos da pele aumenta bastante o fluxo sanguineo e, portanto, a temperatura da pele. As linhas isotérmicas ficam entdo proximas da superficie, mos- trando que ha agora pouca diferenga entre a temperatura da superficie ea central (Figura 10.1). ‘A camada mais espessa de gordura subcutinea em mulheres propor ciona a elas um melhor controle térmico do gue © dos homens. Em uma baixa temperatura ambiente sua pele fica mais fria, mas torna-se NECANISMOS DE REGULAGAO TERMICA mais aquecida em ambicates mais quentes (Hardy, 1982). Desta forma a temperatura interna do corpo € menos afetada por mudangas na temperatura dos ambientes, enquanto a temperatura da pele é muito mais facilmente afetada. Contudo, a sudorese comeca mais cedo e tende a ser mais extensa nos homens. Isto € compativel com a redugio da defesa por tecidos adiposos e presenga do controle dos mecanismos Troca de calor contracorrente ‘A troca de calor contracorrente é outro aspecto da regulagao térmica do corpo, O calor pode ser trocado entre o sangue arterial aquecido, que se move do centro do corpo para a periferie, ¢ o sangue venoso mais, frio, que retoma das extremidades. Se as artérias ¢ veias ficam perto umas das outras, como nos membros, onde veias satélites estdo situadas uma de cada lado de uma artéria média, 0 calor pode passar da artéria ‘mais quente para a veia mais fria. Como o sangue arterial perde calor 4 medida que passa para a periferia ¢ 0 sangue venoso ganha calor quando se move no sentido central, o gradiente de calor entre elas permanece muito parecido; portanto, a troca de calor continua através da extensio dos vasos. O valor deste arranjo é que 0 calor central do corpo no sangue arterial 6 conservado nas partes centrais, sendo usado para aquecer 0 sangue venoso que chega em vez. de aquecer os membros, que sio man- tidos com uma temperatura mais baixa do que o centro. Termorreceptores cutaneos s receptores da pele sinalizam as mudangas de temperatura; alguns so receptores de calor, mas a maioria é de recepcores de frio. Recep- tores de calor e frio, nas mudangas de temperatura, respondem com disparos répidos quando sio inicialmente estimulados, em seguida tornam-se lentos quando esta mudanga de temperatura € mantida. Em outras palavras, este & um ajuste sensorial rapido para a nova tempe- ratura. [sso ocorre dentro do “toleravel”, isto é temperatura “sem dano fisiolégico” — variando de 15° a 45°C (Figura 10.2). Fora dessa glial g Frequecn do dopo ereco (een otitis) ‘Apesar de esta mecanismo contricorente tat grande importants ‘em alguns animais, sua efetv¥dode ros hhumanos 6 euestionivel. Estina-se ue or econonizado varie de (ary, 1982). Figura 10.2 Resposta des receptors térmicos na pele em diferentes temperatuas. 20. CALOR E FRIO faixa ocorrem danos fisioldgicos, ¢ terminagées nervosas ndo-especifi- cas de dor (fibras C; grapo IV amielinicas) sao ativadas, principalmente como resultado do actimulo de metabélitos ou moléculas liberadas devido a quebra celular. Dessa forma, abaixo de 15°C uma profunda sensagio dolorosa se instala, sensagao esta similar a uma lesao grave devido aos padrdes de ativacio das fibras C serem parecidos. A dor por altas temperaturas é subjetivamente diferente porque diferentes padres de ativagao sao envolvidos, embora muitas das fibras dolorosas envol- vidas sejam as mesmas que respondem ao frio excremo. A percepcao térmica, portanto, envolve a interpretagao pelo sistema nervoso central dos impulsos de frio, calor e receptores de dor. ‘Termorreceptores cutaneos possuem dois papéis: «© sinalizar a sensagio de temperatura, que é a percepsio consciente da pele sendo aquecida ou resfriada — isso requer a medida da mudanca de temperatura © contribuir para o controle da temperatura do corpo, que é incons- ciente — isso requer a medida da temperatura absoluta da pele. A percepcao da sensa¢o térmica é também influenciada pelo tamanho da érea estimulada e, também importante, pela velocidade da mudanga do estimulo. disparo contfnuo dos receptores mostrado na Figura 10.2 depende da temperatura absoluta da pele, como esta sendo mostrado, porém quando a pele ¢ subitamente aquecida ocorre uma redugo abrupta na atividade dos recepcores de frio e um aumento correspondente na fre~ quéncia de disparo dos receptores de calor. Ambas as frequéncias retornam lentamente & frequéncia apropriada para a nova temperatura absoluta da pele. Desta forma, a informagao proveniente desses recep- tores 6 usada para perceber a temperatura da pele e as mudangas de temperatura, assim como contribuir para uma regulacio subcons- ciente da temperatura (Fischer ¢ Solomon, 1965). A percepsto da alteragao de temperatura na pele é extraordinariamente sensivel. Com temperaturas da pele por volta de 30°C, até mudangas pequenas de 41°C podem ser identificadas em algumas condigées. Em temperaturas de pele mais frias ou mais quentes, e quando a mudanga é lenta, sao neces- sérias mudangas maiores de 5° ow 10°C antes que seja percebida a mudanga de temperatura. (O método usual de teste da sensibilidade térmica se dé pela aplicacio de tubos de teste cheios de égua quente ou fria, cerca de 10°C acima € abaixo da temperatura da pele, respectivamente, devendo portanto permirir a identificacio facil das temperaturas, a menos que haja um deficit sensorial significativo (ver detalhes adiante). [As sensagoes associadas com diferentes temperatura de superficie so mostradas na Tabela 10.3, mas é preciso compreender que essa é uma questo muito subjetiva, REGULACAO TERMICA Hi duas facetas na regulacio térmica humana: © fisiolégica, controlada pelo hipotélamo, que é tembém sensivel & temperatura do sangue — isso envolve controle metabilico, vaso- motor e sudoriparo © comportamental, controlado pelos centros superiores ¢ envolvido com respostas de aversio. REGULAGAO TERMICA perce: eee ‘Temperatura Temperatura (°C) __‘Temperaturas da superficie da pele atten ‘Sensagao subjetiva —_Efeitos roi | 2 a cpanel 8 6 tt Behe uate 3 Gu ree 3) rm eto z taj 28 Fo igen de conone’ | Claw = ‘termal, 6 1D te te 3 bor 2 Reguiagso s Dano tecidual, aaa 3 Controle metabélico Quando © corpo est perdendo muito calor, alguma restauragao pode ser feita aumentando a atividade metabélica. A forma mais evidente que se observa 6 o tremor, em que contragdes musculares irregulares so provocadas pela estimulacio do sistema nervoso simpatico. Curtos periodos de tremor podem produzir um aquecimento muito bom, mas para varias horas de exposigao ao frio pode somente duplicar o meta- bolismo médio de repouso (Hardy, 1982) tecido adiposo marrom é um tecido gorduroso com mais vascu- laridade do que o usual, o que o faz parecer marrom. £ encontrado em ' locais no tronco, proximo ao coragio e rins e entre as escépulas. © metabolismo gorduroso pode ocorrer localmente no tecido, libe- rando energia inteiramente como calor. Em repouso, a maior parte do calor (cerca de 70%) € produzida nas visceras do tronco ¢ no cérebro. Durante a atividade, a maior parte do calor (cerca de 90%} & produzida pelos misculos, Esse calor & transfe- ido principalmente pela pele, via corrente sanguinea, que leva essa grande quantidade de calor produzido para proximo da superficie © para as extremidades (Hardy, 1982). O aumento do fluxo sanguineo necessério para manter a oxigenacio e a nutrico para sustentar uma contragao muscular continua serve para dissipar para o resto do corpo © calor dos masculos que estao trabalhando. Controle vasomotor © fluxo sanguineo na pele possui papel nutricional ¢ atua como um sistema de transferéncia de calor. As arterfolas alimentam as alyas capilares na derme, formando papilas que drenam através de vénulas até uma rede de pequenas veias. Plexos venosos um pouco mais largos localizam-se mais profundamente: ao ser movido por eles, o sangue transfere o calor para a pele subjacente (Figura 10.3). Na maior parte da superficie da pele, 0 fluxo sanguineo é regulado pelo limen da arte- rola que fica sob controle do sistema nervoso simpético. Na pele das x} ‘Apeser de 0 metabolism do tecido ‘atiposo maron ser importante en babes rect-nasccos, seu valor para 05 autos 6 incerto. le 6 estinulado pela Uiberagio co adronatna, ays Figura 10.3 Seccio através da pee e do ‘cdo subcutineo para fustar 0 aranjo vascular, 20. CALOR E FRIO os, pés, orelhas, labios e algumas superficies membranosas de mucosas esto presentes anastomoses arteriovenosas entre 2s arterioles © os grandes plexos venosos. Estas «ao reguladas por impulsos vasoconstri- tores provenicntes do sistema nervoso simpatico, de modo que quando so fechadas em condigdes frias o fiuxo de sangue nas veias 6 reduzido para quase nada, mas o fluxo de sangue nutritivo através das papilas € mantido, Na dilatacéo eles permitem um grande fluxo de sangue venoso através dos plexos, causando um aumento acentuado na temperatura da pele e, portanto, perda de calor da superficie. Em repouso, a pele contém cerca de 20 vezes mais sangue do que seria necessario para a nutrigio, apenas. Sob condigdes de frio 0 fluxo de sangue para cada 100 g de pele pode ser reduzido para apenas 1 mL/min, enquanto em condigdes de calor pode aumentar para 150 mL/min (Hubbard e Mechan, 1987) Sudorese Como mostrado anteriormente, a evaporacio de agua da superficie da pele € uma forma muito eficiente de perder calor; na verdade este € 0 Ainico meio de perder calor quando a temperatura ambiente é a mesma ow ainda maior que a temperatura da pele. Nio € dificil entender por ue tanta enerzia (2,5 kl/g) é usada, jd que a energia causa um aumento no movimento das moléculas de agua, dando a elas diferentes energias

Das könnte Ihnen auch gefallen