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Ney Dantas HISTORIA DA SINALIZACAO NAUTICA BRASILEIRA e Breves Memérias ai lel sl ts i e Rio de Janeiro FUNDAGAO DE ESTUDOS DO MAR - FEMAR 2000 Copyright c by Ney Dantas Dados Internacionais de catalogago na Publicagdo (CIP) D192 4 Dantas, Ney, 1939 - Historia da Sinalizagiio Néutica Brasileira : e Breves Memérias / Ney Dantas. - Rio de Janeiro : FEMAR, 2000. 838 p.: il ISBN 85-85966-15 -7 3 . 2. Fardis - Histéria, dos.3. Faréis - Diretoria. 4. Balizamentos. 5.Navios. 6.Faroleiros.7. Fardis - Tarifa de Utilizagao. I.Fundagio de Estudos do Mar. IL. Titulo CDD 623.8942 2000 ‘Todos os direitos para lingua portuguesa no Brasil reservada e protegidos pela Lei 5.988 de 14.12, 1974, FUNDAGAO DE ESTUDOS DO MAR Rua Margués de Olinda, 18 - Botafogo - Rio de Janciro - RJ- 22251-040 Tels: 553-1347/553-2483/553-7353 - Fax (021) 552-9894 Todos os direitos reservados ao autor em todos os demais paises de lingua portuguesa, de ‘Acordo com a Legislagdo espectfca de cada um. ‘Nenbuma parte deste livro poderd ser reproduzida ou transmitida sejam quai forem os meios empregados: eletrOnicos, mecinicos, fotogréficos, gravacdo ou quaisquer outros ‘sem permissio escrita do autor. ‘Depésito Legal na Biblioteca Nacional conforme Decreto n® 1.825 de 20 de dezembro de 1907 I Bigio, agosto 2000 - Fundagio de Estudos do Mar TImpressio : Diretoria de Hidrografia e Navegagao - DHN - Ministério da Marinha. Agosto 2000 LIVROI LIVRO II LIVRO iI LIVRO IV LIVROV LIVRO VI EP{LOGO ANEXOS INDICE GERAL dos Faréis (verde) da Repartigao de Faréis (amarelo) do Balizamento Flutuante (rosa) dos Navios (cinza) do Faroleiro (azul) da Tarifa de Utilizagiio de Faréis (areia) (azul) (amarelo) 313 425 553 655 755 801 Parte I Parte I Parte III Parte IV Parte V Parte VI Parte VII LIVRO I dos FAROIS do Comeco das Torres das Lanternas, dos Aparelhos ¢ Lentes, das Fontes de Luz e dos Combustiveis dos Faréis pitorescos do Brasil da Lista de Fardis das EstagGes-radio e Radiofardis dos Planos de Construcao de Fardis e dos Seminarios de Seguranca a Navegacao 300 PARTE I do Comeco Conceitos Prospectiva ...... r Conceitos. Os fardis sao a origem da Sinalizagao Nautica e, para escrevermos a histéria da brasileira, teremos, antes de tudo, que conhecé-los em suas partes principais, como ¢ quando surgiram, de que maneira evoluiram, e de como chegaram até nos. Farol, no verndculo portugués, descende de APOE ou gapos, pharos, farol em grego, que também deu origem a “faro" (espanhol ¢ italiano) e "phare" (francés), Na lingua inglesa, a palavra ‘pharos" foi a empregada até 1600, quando a substitufram por "lighthouse", farol. Contudo, até hoje, a palavra “pharos" consta dos dicionarios de lingua inglesa como um sinénimo de "lighthouse" Segundo D. Alan Stevenson, em "The World's Lighthouses before 1820", um farol sem luz nao nada. Por isso, todas as definigdes que se fizeram ou que se tente fazer de um farol deve, indispensavelmente, se referir & sua fonte luminosa. Uma das primeiras definig6es que se conhece para farol é a de Samuel Johnson em 1755, "uma estrutura alta, em cujo tope se mantém uma luz para orientar navios no mar", que, apesar de sua abrangéncia, ainda é valida, Entretanto, hoje eu o:definiria como “uma estrutura de forma definida e de pintura caracteristica, com uma lanterna em seu tope, capaz de abrigar um aparetho lwninoso que faga chegar a um navegante no mar uma luz ritmica que 0 oriente, dentro do alcance desejado, nas condicdes meteoroldgicas reinantes". A IALA, Associagéio Internacional de Sinalizagéo Nautica, o define, em seu Diciondrio de termos técnicos, Se¢ao 2, item 2-5-005, como: "o conjunto compasto dle um aparetho luminoso e seu suporte, ¢ suas estruturas auxiliares, capaz de projetar wma luz com determinada caracteristica ¢ de assinalar uma posigdo geogrdfica conhecida a fim de auxiliar a navegagéiio". Infere-se dai que um farol deve ser basicamente composto de um aparelho luminoso (com suas partes auxiliares) e de uma torre que o sustente. © aparelho luminoso, por sua vez, para fins hist6ricos e de estudo, pode e deve ser subdividido nas seguintes partes: fonte luminosa, sistema ético (espelhos e/ou lentes), aparelno produtor de fases, e lanterna (invdlucro protetor contra as intempéries).. Com o correr dos anos, as novas descobertas, o aperfeigoamento da técnica, a evolugao industrial © a conseqilente redugao do tamanho fisico dessas partes, algumas delas foram absorvidas por outras ou simplesmente desapareceram, como veremos. Além dessa andlise fisica de seus componentes, os fardis de ‘outrora, como também os de hoje, ndo prescindiam de uma ou de duas fontes de energia: uma, um combustivel qualquer, capaz de alimentar sua fonte luminosa; e outra, capaz de fazer girar 0 aparelho produtor de fases, antigamente de dimensdes gigantescas. Cada um desses componentes caracteristicos de um farol tem sua propria histéria e percorreram uma evolugao a parte. A nossa histéria ndo foge a regra. Se as torres dos faréis so 0 seu corpo, os aparelhos luminosos so a sua vida, ¢ 08 faroleiros, sua alma Origem. Imagina-se que os primeiros @ varios povos litoraneos, por necessidade ou curiosidade, se fizeram ao mar, afastando-se cada vez mais de seus *portos' de partida. Durante o dia, orientavam-se por marcas conspicuas do litoral; mas e a noite, como regressariam? Entao, alguém de terra, quem sabe seus familiares, acendiam fogueiras sobre montes de pedras ou elevavam fogaréus em braseiros com qualquer artefato possivel. A medida que esses primitivos navegantes se encorajaram e ‘aram a contornar 0 litoral circunvizinho, em viagens mais longas, outros sinais eram que ser acendidos, da forma a mais rudimentar ao alcance humano da época. ‘Apesar das maiores atengao e importancia sempre dadas as edificagdes, nesta da historia, elas nao teriam serventia se no fossem encimadas por uma fonte inosa, adequadamente protegida contra os ventos e as intempéries, por uma ema. Com o correr dos séculos, a lantema viria a merecer igual atencao Spensada as torres dos fardis, por ter de abrigar, além da fonte luminosa, os tarelhos refletores ou refratores da luz, mecanismos de rotago e outros acessérios. 4s, 6 oportuna uma ligeira digressao sobre 0 significado de “lanterna", para nés, Bssa época. Lanterna tao somente o dispositive, guarnecido ou nao por caixilhos de ‘erial transparente, que encimava o-corpo dos faréis, com o propésito de proteger, 0 jd dissemos, a fonte de luz € outros aparelhos afins, que com 0 tempo surgiram. Existem registros documentais, imagens, descriges, inscrigdes, moedas @ os, que comprovam a existéncia de pelo menos 200 fardis na Antigiidade, entre BO A.C. e 300 D.C., e de no minimo outros 30 erigidos dentro dos limites do Império ano, durante seu esplendor. ‘© mais famoso e 0 que melhor se conhece dessa época, considerado, de fato, 10 © primeiro farol da Histéria, foi o construido na ilha de Pharos, a oeste da rada da baia de Alexandria, nos limites do delta do rio Nilo, e que Ihe deu o nome, ros de Alexandria’. Sua torre de pedra, calcula-se, com cerca de 149 metros de fura, tinha a forma quadrangular na base, com 33 metros de lado, octogonal na intermedidria e circular na superior. Sua fogueira podia ser avistada a 29 milhas, ticas. Essa, em resumo, 6 a descrigao que nos deixou 0 gedgrafo Edrisi, que o siiou em 1150, antes de sua destruigao por um terremoto em 1200. As figuras que Je se conhecem dessa monumental obra, mandada construir por Ptolomeu |, no ulo III A.C., € considerada uma das Sete Maravilhas do Mundo, nos mostram sua a troncénica apés sua reconstrugo, como as exibidas nas figuras 1 e 2. Podem ter existido outras estruturas, nessa mesma época, e julgadas como , mas que nao gozam do reconhecimento dos farologistas. ‘O mais famoso farol depois do de Alexandria foi o farol de Ostia (figuras 3 e 4), porto Roma e centro de negécios, apesar de ter apenas 1/4 de sua altura, Foi terminado pelo serador Claudio, em 50 D.C., e omou um dos mais belos ancoradouros construidos elos engenheiros romanos, até ser destruido por um maremoto. © gedgrafo Strabo descreve, em 20 A.C., um farol em Caepio, na Espanha, cessor do atual farol Chipiona, construfdo sobre uma rocha isolada, para proteger = navios das pedras e baixos fundos da boca do rio Guadalquivir. ‘O desenvolvimento das viagens por mar durante a expansao do Império Romano ‘com que surgissem uma quantidade de portos nas costas européia e africana do editerraneo e, reconhecidamente, tivessem sido construidos cerca de 30 faréis, entre ‘Mar Negro e 0 Atlantico, até 400 D.C., antes do declinio do Império Romano. Em 40 D.C., o Imperador Caligula atravessou a Géllia (atual Franca) & frente de seu ito e chegou ao Estreito de Dover-Calais, onde, no Continente, construiu uma torre a servir de auxilio aos seus navios que se dirigiam a Bretanha (hoje Inglaterra), no local se supunha estar o farol de Boulogne (figura 5); @ a cerca de.20 milhas, do outro lado S Estreito, construiu pelo menos duas outras torres para 0 mesmo fim, em Dover, uma Gs quais ainda hoje existe, semidestruida, como mostrado na fotografia da figura 6. Diz-se em 800 D.C., 0 Imperador Carlos Magno ordenou um reparo na torre do farol de pulogne, mandada consttuir por Caligula e que, certamente, antes de 1600, j4 possuia a fonte luminosa. Essa torre desmoronou em 29 de junho de 1644. 5 Figura 4 - Farol de Alexandria, no Egito, como descrito em 1165 D.C., do livro PHAROS de Kenneth Sutton-Jones, Figura 2 - Farol de Alexandria, no Egito, como teria sido antes de sua destruig&o no século XIll, do livro PHAROS de Kenneth Sutton-Jones. it Camillo Manfredini e Antonio Walter Pescara. Manfredini @ Antonio Walter Pescara, Figura 3 - Porto e farol de Ostia, na Itlia, do livro IL LIBRO DEI FARI ITALIANI de Figura 4 - Farol de Ostla, na Italia, do liveo IL LIBRO DEI FARI ITALIANI de Camillo \ Figura 5 - Farol de Boulogne, na Fanca, antes de sua destruigéo em 1640, do livro publicado por Les Travaux Public de la France. PHARES ET BALISES, Figura 6 - Farol de Dover, no sul da Inglaterra, no ano de 90 D.C., da publicago | BULLETIN DE L’AISM NP 11/1966. 8

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