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D. Teresa era filha ilegítima de Afonso VI de Leão e Castela que governou o Condado Portucalense após a morte de seu marido D. Henrique. Governou de forma autónoma, mas entrou em conflito com sua irmã D. Urraca pelo poder. Após a morte de D. Urraca, seu filho Afonso Henriques declarou independência de Teresa na Batalha de São Mamede em 1128, pondo fim ao seu governo.
D. Teresa era filha ilegítima de Afonso VI de Leão e Castela que governou o Condado Portucalense após a morte de seu marido D. Henrique. Governou de forma autónoma, mas entrou em conflito com sua irmã D. Urraca pelo poder. Após a morte de D. Urraca, seu filho Afonso Henriques declarou independência de Teresa na Batalha de São Mamede em 1128, pondo fim ao seu governo.
D. Teresa era filha ilegítima de Afonso VI de Leão e Castela que governou o Condado Portucalense após a morte de seu marido D. Henrique. Governou de forma autónoma, mas entrou em conflito com sua irmã D. Urraca pelo poder. Após a morte de D. Urraca, seu filho Afonso Henriques declarou independência de Teresa na Batalha de São Mamede em 1128, pondo fim ao seu governo.
D. Teresa era filha ilegtima de Afonso VI de Leo e Castela e de
Ximena Nunes. Pensa-se que ter nascido entre 1078 e 1079. Foi criada junto com a irm Elvira. Casou-se por volta do ano de 1095 com D. Henrique, quarto filho do duque da Borgonha, recebendo este o condado portucalense como dote e feudo. A partir desta data Teresa surge ao lado do marido nos documentos que este confirma com Afonso VI. Nos primeiros anos de casados os dois viveram na corte leonesa, embora confirmassem diplomas relativos s terras portuguesas. Os seus colaboradores foram aumentando e aos poucos foram-se aproximando de vrias instituies religiosas, com vista a obter o seu apoio no plano poltico. Nos primeiros quatro anos de casamento nasceram trs filhas: Urraca, Sancha e Teresa. Afonso Henriques nasceu mais tarde, em 1109, quase pela mesma altura em que morreu Afonso VI. Teresa e Henrique pretendiam a autonomia do condado em relao ao pai/sogro, especialmente quando este escolheu para sua sucessora D. Urraca, nica filha legtima, com a condio desta se casar com Afonso de Arago.
Os condes continuaram a recompensar generosamente todos os que os
apoiavam e a outorgar cartas de foral a povoaes estrategicamente localizadas, ficando estas ligadas por laos de vassalagem. No segundo semestre de 1110 os documentos da chancelaria so unicamente assinados por Teresa, uma vez que D. Henrique estava na guerra, tentando esta sempre exercer um controlo especial sobre a S de Braga. O reinado de Urraca foi conturbado e conflituoso, de desentendimento total entre esta e o novo marido, dando origem a um verdadeiro cenrio de guerra civil entre os nobres leoneses, castelhanos, aragoneses e galegos. Na tentativa de obter concesses de ambos os lados, D. Henrique no se comprometeu com nenhum interveniente, comeou por se aliar ao rei de Arago, mas posteriormente aliou-se cunhada. Em Setembro de 1111 Afonso Raimundes foi coroado rei da Galiza, o que inclua o Condado Portucalense. Teresa, demonstrando o quanto estava convencida da legitimidade dos seus direitos a parte da herana do pai, continuou a pressionar a im a dividir o reino. D. Teresa queria reter Zamora, Salamanca, vila e a provncia da Estremadura, na posse do seu marido. morte do conde, em 1112, D. Teresa ficou a governar o condado. A Galiza era dominada pelo arcebispo Diego Gelmrez de Compostela e pelo tutor de Afonso Raimundes, Pedro Froilaz de Trava, rodeado de uma importante nobreza. A rainha D. Urraca, tentou no perder autoridade e fez aliana ora com uns, ora com outros. Os bares portucalenses queriam a completa autonomia do condado em relao Galiza, os magnatas Galegos, pelo contrrio, queriam a sua reunificao. Duas mulheres passaram ento a partilhar o poder e dividiram entre si territrios com uma desenvoltura e ambio que se acreditava no ser possvel ao sexo feminino. Relao pautada pela ambio e
interesse poltico, pela unio de interesses umas vezes, mas na maior
parte pelo afastamento e confronto. D. Teresa prosseguiu a sua poltica de captao de territrios, outorgando bens e privilgios a pessoas influentes das suas terras. At 1121, D. Teresa satisfez as pretenses dos bares portucalenses e manteve-se sozinha. Nos dezasseis anos que acompanhou o governo do marido adquiriu experincia e astcia. Entregou o infante herdeiro criao da famlia Riba Douro, como era costume na poca, e dedicou-se ao governo. Os documentos passaram a ter a sua assinatura enquanto filha do "grande rei e imperador" Afonso VI. Enquanto Teresa governava as suas terras em paz, continuava a guerra civil entre a irm e o cunhado, na Galiza. D. Teresa comeou ento uma complexa poltica de alianas com o objectivo de reforar a sua posio perante a irm. Foi num dos confrontos armados contra a irm que Teresa iniciou o seu relacionamento com a famlia Trava. Ferno Peres e Bermudo vieram posteriormente auxiliar a condessa na defesa da cidade de Coimbra contra os almorvidas. A vitria contra os muulmanos e os importantes apoios obtidos, nomeadamente, uma carta do papa Pascoal II dirigida "rainha Teresa", tero talvez contribudo para que, a partir de Maio de 1117, passasse a assinar os documentos com o ttulo de rainha. D. Urraca no aceitou este novo ttulo da irm, porque s ela era rainha, e tambm porque a aliana que fizera com o filho no estava a correr muito bem. Em Junho de 1118, Urraca nomeia Paio Mendes para novo arcebispo de Braga.
Em Novembro Teresa apoiou a confirmao do sobrinho de dois
homens, numa cidade pertencente a Urraca, O papa Calisto II, cunhado de Urraca, elevou Compostela a arcebispado, em detrimento de Braga. Em 1120/21, D. Urraca e Gelmrez invadiram o Condado Portucalense, obrigando D. Teresa a refugiar-se no Castelo de Lanhoso, 10 quilmetros a norte de Braga, mais tarde esta fez uma doao igreja daquele local. Alguns historiadores consideram que foi por esta altura que os bares portucalenses se comearam a afastar, pois a condessa tinha-se apoderado de territrio fora da sua jurisdio e tinha-se oposto mo armada aos reis de Leo e Castela, a quem devia prestar vassalagem, incorrendo no crime de felonia e deitando a perder os direitos senhoriais de Portugal. Quanto aos Trava, Teresa teria conforto em ter o apoio desta poderosa famlia, especialmente quando a sua autoridade era posta em causa. Ambas as partes ambicionavam chegar ao governo de uma Galiza unida e independente de Leo e Castela Os Trava eram assim elevados ao nvel da filha do poderoso Afonso VI e Teresa ganharia com esta unio mais poder e autoridade. Surge em primeiro lugar a sua ligao (no se sabe se casamento) a Bermudo Peres de Trava e em 1121 surge em documentos ligada ao irmo, Ferno Peres de Trava. A pouco e pouco, a nobreza de Entre Douro e Minho foi-se afastando da condessa O primeiro grupo saiu a partir de 1122, dois anos aps a entrada de Ferno Peres na corte. Trs anos depois houve mais deseres, o que levou ao isolamento de D. Teresa e dos Trava. No se sabe exatamente o porqu deste descontentamento, mas pensase poder ter sido pelos poderes dados por D. Teresa ao conde de
Trava ou porque o mesmo excluiu estes senhores da chefia no combate
ao islo retirando-lhes consequentemente as vantagens materiais e simblicas. Os nobres portucalenses deveriam assim sentir-se preteridos em favor dos galegos e assim acharam que a nica soluo era apoiarem os direitos de chefia do condado do nico filho varo do conde D. Henrique, o jovem Afonso. Urraca morre em 1126 e Teresa invade os lugares limtrofes da Galiza, submetendo-os violentamente ao seu poder. Assinou ento um acordo de paz com Afonso VII de Leo e Castela, no qual o sobrinho lhe concedeu o ttulo de Regina Portugalinsium, em troca do reconhecimento da sua coroao. Embora admitindo a paz, Teresa fez presumir que no reconhecia a autoridade do novo rei da Galiza, aproveitando um conflito entre este monarca e Arago, Teresa passou as suas tropas para norte do Minho para defender os seus domnios na Galiza. Recusou vassalagem ao sobrinho, o que levou este, em 1127, a fazer o conhecido cerco a Guimares, culminando na vassalagem de Afonso Henriques. Mas a paz voltou, pois em 1127, Teresa e Ferno foram assistir ao casamento de Afonso VII com Berengria de Barcelona. E em 1128 confirmou um documento do sobrinho. D. Teresa ter tentado obter o apoio de Afonso VII contra os nobres portucalenses, mas este no ter aceite, pois a condessa pretendia o governo da Galiza, que lhe pertencia, enquanto Afonso Henriques j lhe tinha prestado vassalagem. A 24 de Julho de 1128, deu-se a j sobejamente conhecida batalha de S. Mamede, onde D. Afonso Henriques, encorajado pelos nobres portucalenses, retirou o poder do condado das mos da me.
D. Teresa v-se assim obrigada a desistir do sonho de governar um
reino unido que englobasse a Galiza e Portugal e abandona o condado, junto com Ferno Peres e as duas filhas pequenas de ambos, Sancha e Teresa Fernandes, passando a viver em Lmia na Galiza. Ter falecido dois anos aps a batalha, em 1130. Documentos (confirmaes de doaes) provam que Afonso Henriques se ter reconciliado com o conde de Trava ainda antes da morte da condessa. D. Teresa encontra-se sepultada na S de Braga, junto do conde D. Henrique. D. Teresa geralmente considerada negativamente pela cronstica e geralmente vista como a mulher que preteriu o filho em favor do amante. No entanto no nos podemos esquecer que na sua maioria, as crnicas medievais so propositadamente desfavorveis s mulheres, especialmente s que ousavam exercer o poder poltico que, se considerava na altura ser apenas destinado aos homens. As crnicas so tambm na sua maioria escritas por clrigos, que tinham uma sobejamente conhecida averso ao sexo feminino, fonte de todo o pecado, ora Teresa ousou at enfrentar o Arcebispo Gelmrez! A imagem negativa de Teresa foi sobretudo concebida j no sculo XIII, sobretudo com a Lenda de Egas Moniz, texto que enaltecia a proteo dada ao infante pela nobreza portucalense opondo-a me tirana que mal o assistiu nos primeiros anos de vida. Assim, de condessa corajosa que assumiu, morte do marido, a chefia do condado, Teresa passou a me desnaturada que queria roubar ao prprio filho a herana paterna! E tudo isto apenas pelas suas relaes com os Trava. Assim, o poder de uma mulher e me ser domesticado e substitudo pela virilidade da dinastia afonsina. D. Teresa e D. Urraca lutaram at ao fim pelo poder, que foi tambm a causa da sua rivalidade. Eram orgulhosas, ambiciosas, inteligentes e astutas e foram, aps as mortes dos respetivos maridos capazes que governar, o que s aos homens competia. Desafiaram convenes e
puseram em causa esteretipos de comportamento da mulher
medieval. Foram por isso grandes mulheres e a sua memria merece ser restaurada. E ousamos relembrar, que, Afonso Henriques no saiu apenas ao pai quando quis tomar para si o poder do condado, o sangue fervoroso de D. Teresa tambm lhe corria nas veias! Bibliografia: Oliveira, Ana Rodrigues de Rainhas Medievais de Portugal, Esfera dos Livros, 2010.