Os artigos 4 e 6, do ato Institucional N 5 vieram dar ao governo os
elementos necessrios para impedir que uma minoria ativista e espria
revivesse o quadro anterior 1964, de to sombria lembrana. O artigo 4 permite a suspenso dos direitos polticos e a cassao de mandatos eletivos. O artigo 6 permite igualmente, suspender as garantias de vitaliciedade, inamovibilidade, estabilidade e exerccio de funes por prazo certo. A utilizao de tais instrumentos, por parte do governo, far-se criteriosamente, visando aos elevados propsitos da Revoluo de Maro de 1964 de que o povo brasileiro participou pleno de esperanas. Ainda que medidas enrgicas devam ser tomadas o primado da justia nortear as aes governamentais. Nada tm a teme aqueles que nada devem. Uma revoluo, para se tornar um movimento profundo e irreversvel, precisa ser autntica, isto , corresponder realidade nacional e aos legtimos anseios da populao. O povo brasileiro, por sua constituio tnica, sua tradio, ordeiro e progressista. No sanguinrio, ama a liberdade, sua tendncia democrtica. Todo regime, que se v impossibilitado de garantir a ordem e consequentemente a tranquilidade ao seu povo, precisa estruturar-se para com seguir aquele objetivo, pea bsica no processo de desenvolvimento. A liberdade no pode ser usada para uma minoria inquietar a maioria. Por isso a quase unamidade do povo brasileiro, do povo trabalhado povo que vive nos campos e nas cidades, dos homens e mulheres que labutam nas fazendas, nas fbricas, nas oficinas, nas casas de comrcio, nas reparties pblicas, das mos que lidam no lar, dos jovens que estudam nas universidades ou nas escolas, dos professores que ensinam e dos cientistas que pesquisam, compreende, aceita, acata, e aplaude o Ato Institucional N5. Ele restabelece a ordem e garante a tranquilidade. Os inconformados so os profissionais da desordem. Protestam os que nada produzem e vivem de fomentar a agitao. Quando eles se calam, o povo se pronuncia em manifestaes de aplauso. Aplaude trabalhando, dedicando se com entusiasmo e confiana e trabalho. Os agitadores dizem falar em nome do povo. Jamais foram por ele seguidos ou ouvidos. Sempre eu o povo se pronuncia. O faz deles discordando, colocando-se ao lado dos que restabelecem a ordem e garantem a tranquilidade. (pg 7 27 de janeiro 1969)