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Ricardo Watanabe
Com efeito, a distino entre a pessoa jurdica e a pessoa dos scios, contida no
art. 20 do Cdigo Civil, deve ser relativizada. Quando a pessoa jurdica constituda
no sentido de fugir de s suas finalidades, em fraude lei ou em prejuzo de terceiros,
com base no art. 50 do mesmo diploma legal, deve ser desconsiderada a personalidade
da sociedade de modo que os atos praticados em nome desta sejam diretamente
atrelados aos seus scios.
que, muito embora a pessoa jurdica no se confunda com a pessoa fsica dos
scios, no se pode admitir que estes se valham daquela para se esquivar da
responsabilidade por ato ilcito (praticado em nome da sociedade). Havendo fraude ou
abuso de direito daquele que se esconde atrs da pessoa jurdica, a desconsiderao o
remdio necessrio.
Sobre tal instituto - que se aplica para todos os ramos do direito - faz-se
necessrio citar o posicionamento de RUBENS REQUIO:
(...)
Ou seja, na medida em que a pessoa jurdica sirva de meio para proteger fraudes
praticadas por seus scios, rompe-se a separao de personalidade destes, bem como a
separao do patrimnio para buscar o patrimnio particular destes, visando proteger
os direitos dos credores da sociedade.
(...)
No por outra razo, o princpio da legalidade tem sido tratado numa concepo
moderna, que no exige to somente a literalidade formal, mas a anlise sistemtica do
ordenamento jurdico vigente.
(...)
Obviamente, que, em tal caso, devem ser assegurados o devido processo legal, o
contraditrio e a mais ampla defesa ao envolvido, dando-lhe ainda a oportunidade de
se socorrer do Poder Judicirio para defesa dos seus direitos.
Com efeito, no caso das licitaes, havendo inequvoca inteno de fraudar a lei,
parece perfeitamente plausvel a desconsiderao da personalidade jurdica da empresa
licitante para que tambm sejam extendidas as sanes aos scios, de modo que
respondam solidariamente pela leso patrimonial e sejam punidos conforme prev a
lei.