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O drama burguês surgiu como uma forma de representar a classe burguesa, em contraste com as tragédias clássicas que representavam a nobreza. Embora considerado dramaticamente frágil por se apoiar em questões materiais ao invés de éticas, o drama burguês enriqueceu ao assumir o indivíduo como produto do meio externo. A ascensão da burguesia dificultava um desfecho trágico no sentido tradicional, mas a diversidade dentro da própria classe levou a questionamentos sobre a traição de
Originalbeschreibung:
Resumo Do Texto as Origens Do Drama Doméstico, para trabalho da ETUFBA.
O drama burguês surgiu como uma forma de representar a classe burguesa, em contraste com as tragédias clássicas que representavam a nobreza. Embora considerado dramaticamente frágil por se apoiar em questões materiais ao invés de éticas, o drama burguês enriqueceu ao assumir o indivíduo como produto do meio externo. A ascensão da burguesia dificultava um desfecho trágico no sentido tradicional, mas a diversidade dentro da própria classe levou a questionamentos sobre a traição de
O drama burguês surgiu como uma forma de representar a classe burguesa, em contraste com as tragédias clássicas que representavam a nobreza. Embora considerado dramaticamente frágil por se apoiar em questões materiais ao invés de éticas, o drama burguês enriqueceu ao assumir o indivíduo como produto do meio externo. A ascensão da burguesia dificultava um desfecho trágico no sentido tradicional, mas a diversidade dentro da própria classe levou a questionamentos sobre a traição de
Resumo do texto As Origens do Drama Domstico, presente
no texto Histria Social da Arte
Salvador 2016
Resumo do texto As Origens do Drama Domstico, presente
no texto Histria Social da Arte O drama burgus se contrape s tragdias clssicas, medida que no mais se atm s questes morais da nobreza, mas sim aos enfrentamentos do cotidiano da burguesia. Tal proposio surge da necessidade dessa classe em ver-se representada na sociedade, assim como e por conseqncia na manifestao artstica. Trata-se, portanto, de um movimento com profundos enraizamentos poltico-sociais, e manifestados no discurso cnico de forma direta e clara, como nunca antes. Por um lado o drama proposto considerado dramaturgicamente frgil, pois se apia na oposio das escolhas do mundo material e absorve as questes externas ao indivduo como elementos que desencadeiam o final trgico. Dessa forma, se ope lgica preponderante da crtica teatral at o sculo XVIII que considerava a grandiosidade da decadncia do protagonista diretamente proporcional posio que este ocupava na ordem social, assim como a qualidade da obra era associada inevitabilidade dos fatos. Por outro lado, so justamente essas supostas fragilidades que enriquecem o contedo das peas burguesas. Esse tipo de drama assume o indivduo para alm das questes morais interiores, mas como produto do meio exterior, cujas dicotomias so tambm de ordem prtica. Dito isso, podem ser traados outros pontos opositores ao respeito do drama burgus. Ao passo que os heris propostos ganham liberdade nas decises que o encaminham para o desfecho da histria, privam-no, no entanto, da responsabilidade pelos seus atos: visto que as suas aes so influenciadas pelo contexto externo. Dissolve-se em questes de psicologia o que antes era associado puramente tica e a moralidade. Outro elemento de divergncia em relao tragdia clssica refere-se ao contexto histrico do movimento: a representao de uma classe em ascenso. Os perodos mais significativos para os conflitos trgicos so aqueles em que o grupo representado perde bruscamente poder e influncia diante de mudanas sociais. No momento factual ligado ao movimento, a sociedade burguesa ia contramo dessa lgica em triunfante crescimento. O otimismo de uma classe que tem confiana no seu direito ao triunfo dificulta o desfecho trgico, no sentido tradicional. Mesmo no declnio, a adversidade proposta ressoa como sacrifcio para a vitria final, e no como um sinal do fim dos tempos. Em contraposio a esse argumento, a sociedade burguesa era formada por elementos muito diversos, e abrangia indivduos com posies muito diversas. A intelectualidade avana, portanto, para uma conscincia superburguesa a respeito de uma traio da classe social para com os seus ideais originais, o que gera, em muitas direes, um questionamento a respeito
do real e duradouro direito desta camada ao triunfo. Em muitas obras do
perodo, as reflexes pr-burguesas, burguesas e superburguesas se defrontam, resultando em uma posio que talvez contraste com o prprio movimento do grupo social a obra dramatrgica se perde entre os ideais progressistas e reacionrios. Ou seja, a literatura que se apresenta inicialmente como uma arma social de uma categoria, converte-se em instrumento de desprestgio e alienao da prpria.