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Este documento discute as diferenças entre solos florestais e solos agrícolas no contexto brasileiro. Solos florestais têm propriedades específicas como a manta orgânica e um microclima diferente que afeta a temperatura e umidade do solo. Existem dois enfoques para estudar solos florestais: ecológico, para entender processos naturais, e tecnológico, para maximizar produção em florestas plantadas de forma sustentável.
Originalbeschreibung:
Quando se trata do estudo de solos florestais é comum questionar-se sobre que diferenças existem entre solos florestais e solos agrícolas. A despeito de as bases serem as mesmas, há propriedades específicas, tais como a própria cobertura vegetal, a manta orgânica, que se deposita sobre o solo, e o processo de ciclagem de nutrientes que criam um microclima especial nos solos florestais e os diferenciam dos solos agrícolas.
Este documento discute as diferenças entre solos florestais e solos agrícolas no contexto brasileiro. Solos florestais têm propriedades específicas como a manta orgânica e um microclima diferente que afeta a temperatura e umidade do solo. Existem dois enfoques para estudar solos florestais: ecológico, para entender processos naturais, e tecnológico, para maximizar produção em florestas plantadas de forma sustentável.
Este documento discute as diferenças entre solos florestais e solos agrícolas no contexto brasileiro. Solos florestais têm propriedades específicas como a manta orgânica e um microclima diferente que afeta a temperatura e umidade do solo. Existem dois enfoques para estudar solos florestais: ecológico, para entender processos naturais, e tecnológico, para maximizar produção em florestas plantadas de forma sustentável.
Engenheiro Florestal Prof. Dr. Departamento de Solos UFV Publicado na Rev. Folha Florestal. Jan/Fev, 1993
Quando se trata do estudo de solos florestais
comum questionar-se sobre que diferenas existem entre solos florestais e solos agrcolas. A despeito de as bases serem as mesmas, h propriedades especficas, tais como a prpria cobertura vegetal, a manta orgnica, que se deposita sobre o solo, e o processo de ciclagem de nutrientes que criam um microclima especial nos solos florestais e os diferenciam dos solos agrcolas. Este microclima se caracteriza por temperatura do solo mais estvel, isto , a amplitude de variao anual menor visto que no h incidncia direta da radiao solar sobre o solo, o regime hdrico diferente, por um lado, em geral, pela maior taxa de infiltrao da gua e, por outro, pelo papel da manta orgnica na reduo da taxa de evaporao da gua do solo. A manta orgnica representa um ambiente muito favorvel a ao da mesofauna e da microbiota que dela obtm energia para suas atividades. Os produtos gerados da ao desses microrganismos podem causar modificaes de caractersticas do solo , particularmente da camada mais superficial que est em contato direto com a manta orgnica. No Brasil, o conceito popular de solos de floresta (de mata) que eles so ricos, produtivos, visto que no passado, ao se substituir a mata por uma cultura agrcola, a produo obtida era sempre elevada. Este tipo de manejo ainda muito utilizado, principalmente na regio Amaznica, no processo denominado shifting cultivation, em que, do ponto de vista nutricional, a vegetao natural serve para, parcialmente, recompor a fertilidade da camada superficial do solo, via ciclagem de nutrientes. Entretanto em outras regies, onde praticamente no existem florestas naturais, o uso intensivo do solo causou reduo no capital de nutrientes do sistema, com conseqente decrscimo do nvel de fertilidade. Atualmente para as condies brasileiras, dois conceitos podem ser adotados para solos florestais; um, com enfoque ecolgico e outro com enfoque tecnolgico. No enfoque ecolgico, o solo um dos componentes do ecossistema natural e o seu estudo visa ao entendimento de processos e de propriedades da maneira como elas ocorrem em florestas nativas, sem a interferncia do homem. Nesse sentido, o solo influencia e controla, em parte, os vrios fluxos de energia do ecossistema, envolvendo o ciclo hidrolgico, o ciclo de nutrientes minerais e o ciclo do carbono. Estes ciclos sero
tanto mais ricos e equilibrados quanto mais diverso
for o ecossistema. Nessa viso, ecossistemas florestais brasileiros, como a Floresta Atlntica (os resduos ainda existentes), Floresta Amaznica, nas suas variaes e, mesmo, a vegetao de cerrado, merecem estudos detalhados sobre a relao soloplanta-gua-outros organismos. Sob o ponto de vista tecnolgico, o solo considerado como um fator de produo que deve ser manejado no sentido de maximizar a produo florestal. Este , portanto, o caso de solos sob florestas plantadas. Contudo, importante ressaltar que o conjunto de tcnicas de manejo adotadas, deve ser tal que este recurso o solo, no seja dilapidado, mas que haja a preocupao com a manuteno da capacidade produtiva do solo. Esta a razo pela qual vrias empresas florestais tm dado grande nfase Nutrio e Solos Florestais. Assim, alm de se responsabilizar pelos aspectos operacionais, o tcnico encarregado por esta rea deve desenvolver e adaptar tecnologia de classificao de stios quanto capacidade produtiva, de preparo de solo e de plantio, de conservao do solo e da gua, de adubao mineral, de seleo de gentipos eficientes nutricionalmente, de enriquecimento da microbiota do solo, etc. O conjunto de tecnologias adotado deve ser eficiente em termos operacionais e de produtividade florestal e, ao mesmo tempo, ser ambientalmente conservativo. Estes requisitos tecnolgicos exigem um bom conhecimento tcnico cientfico do Engenheiro responsvel pelo setor nas reas de solos, nutrio, fisiologias, gentica e ecologia, dentre outras. Outros casos especiais de manejo de solo esto surgindo com o estabelecimento de reas de recreao, de reservas naturais, de bacias para a produo de gua, etc. Assim, as tcnicas de manejo tm que levar em conta outras caractersticas e parmetros que exigiro do Engenheiro Florestal, alm das bases de conhecimentos em solos, a contemplao de aspectos especficos ligados ao objetivo em questo. Em suma, em se tratando do uso e do manejo de recursos florestais, o solo a base, no s no sentido literal, sobre a qual deve se apoiar a maioria das decises.