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CADASTRO TÉCNICO E

PLANEJAMENTO URBANO

Profa. Dra. Maria Cecília Bonato Brandalize


2008

A Disciplina

PROGRAMA
1. Introdução
2. Legislação Cadastral
3. Metodologia do Cadastro Técnico (CT)
4. CT Multifinalitário para Planejamento Urbano
5. Noções de Planejamento Urbano

-2-

1
4. CTM & Planejamento Urbano

4.1. CTM & Realidade Brasileira


4.2. Conceitos de Planejamento Urbano
4.3. Legislação Ambiental Urbana
4.4. Lei de Zoneamento Urbano & Uso do Solo
4.5. Produtos Cadastrais
4.6. Projeto de Loteamento Urbano

-3-

4.1. CTM & Realidade Brasileira

O planejamento no âmbito municipal visa resolver os problemas dos


munícipes em determinada época. A ordenação do espaço urbano é
necessária para eliminar as distorções do capitalismo moderno.
ê
É necessária a correção do desequilibro social brasileiro resultante da
colonização baseada na escravidão, do capitalismo tardio e do
neoliberalismo.
ê
Assim, o espaço urbano apresenta uma dinâmica populacional oriunda do
modo de produção capitalista.
Neste cenário torna-se o cadastro multifinalitário um instrumento de
gestão municipal e de tomada de consciência da problemática urbana.-4-

2
4.1. CTM & Realidade Brasileira

Evolução
ATUAL (até 2000) TENDÊNCIA
Objetivo Taxação Taxação & Serviços
Uso Impostos Impostos
Registro
Planejamento
Usuários Munícipes Cartórios
Empresas
Estatais
Órgãos Meio Ambiente
Provedores Prefeitura/Cidadão Cartórios
Empresas
Estatais
-5-

4.1. CTM & Realidade Brasileira


metodologias
AVANÇO
CADASTRO

AUMENTO
EVOLUÇÃO Município consultas
geotecnologias DE
TECNOLÓGICA FUNÇÕES

AUMENTO
DE
DEMANDA

acessos
-6-

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4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Espaço Urbano
ê
Em termos geográficos o espaço se assemelha a uma espécie de
arcabouço tridimensional que encerra os ambientes físico e humano.
O espaço é uma entidade social. Neste contexto, o espaço pode ser
dividido em urbano e rural.
No espaço rural a paisagem é mais ou menos marcada pelos elementos
do meio natural: a influência do solo, do clima, da declividade do relevo, a
presença de água e vegetação e onde a população vive dispersa em
pequenos sítios.
No espaço urbano a população se concentra em áreas totalmente
humanizadas e dedica-se às atividades industriais, comerciais e de
prestação de serviços. -7-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Origem das Cidades


ê
O surgimento dos conglomerados urbanos é um fato
histórico, geográfico e, acima de tudo, social.

Tem-se, como o seu aparecimento, o fim da pré-história, já


que no início a sociedade primitiva não desenvolveu a cidade,
mas apenas aldeias rurais (as chamadas “proto-cidades”), que
não eram fixas e mudavam de lugar com a exaustão do solo. A
pré-história compreendeu especialmente os períodos
paleolítico e mesolítico.
-8-

4
4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Origem das Cidades


ê
A princípio houve a separação entre a agricultura e o pastoreio e,
conseqüentemente, o surgimento da primeira divisão social do
trabalho, entre o agricultor e o pastor.
Nota-se portanto que a sociedade de classes precedeu a origem da
cidade.

O pastor precisava dos produtos agrícolas do agricultor e este, por


sua vez, precisava dos produtos animais daquele. Esta necessidade
mútua marca o aparecimento dos postos de troca, onde pastores e
agricultores permutavam seus produtos.
-9-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Origem das Cidades


Tiro (Líbano)
A cidade de Ombos, no Egito, é
tida como a mais antiga cidade
do mundo, construída em,
aproximadamente 4.000 a.C.
Entre as cidades mais antigas
estão: Tebas, Mênfis e
Hieracompolis no Vale do Nilo;
Harapá, Moenjo-Daro e Laore na
Bacia do Indus (contemporâneas
das grandes pirâmides egípcias);
Jericó, Tiro e Jerusalém; além de
Pequim na China

-10-

5
4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Urbanismo: Ciência das Cidades

Os termos “urbanização” e “urbanismo”, com o sentido de


planejamento urbano, foram usados pela primeira vez na segunda metade
do século XIX, por Ildefonso Cerdá, em sua obra intitulada Teoria Geral
da Urbanização.
Leopoldo Mazzaroli (in: Mukai, 1988) definiu o urbanismo como:
“a ciência que se preocupa com a sistematização e desenvolvimento
da cidade, buscando determinar a melhor posição das ruas, dos
edifícios e obras públicas, de habitação privada, de modo que a
população possa gozar de uma situação sã, cômoda e estimada”.
Concepção que se restringe aos limites da cidade!!! -11-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Urbanismo: Ciência das Cidades


A partir da publicação da obra de Ebenezer Howard, intitulada Cidades
Jardins do Amanhã (1902), o urbanismo começa a abranger a cidade e
o campo, preocupando-se com algo mais que os aspectos meramente
físicos do território.
A partir daí, o urbanismo deixa de ser mera disciplina da cidade e
passa para projetos de estruturação regional e, posteriormente, os
planos nacionais de um país.
Tal concepção moderna deve-se ao reconhecimento de que a cidade não
é entidade com vida autônoma, destacada e isolada no território.
Em verdade, o urbanismo ultrapassa os limites da cidade para englobar um
território inteiro, que se influencia mutuamente, devendo, pois, ser
estudado de forma sistêmica e conjugada. -12-

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4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Urbanismo: Ciência das Cidades


Torna-se, assim, o urbanismo, em razão da escola racionalista ou funcional
representada por Le Corbusier (1975), na ciência da organização do
espaço, para além das restritas fronteiras das cidades.
Segundo Le Corbusier (1975):
“El urbanismo es la ordenación de los lugares y de los locales diversos que
deben abrigar el desarrollo de la vida material, sentimental y espiritual en
todas sus manifestaciones, individuales o colectivas. Abarca tanto los
aglomeraciones urbanas como los agrupamientos rurales. El urbanismo ya
no puede estar sometido exclusivamente a las regras de un esteticismo
gratuito.”
“El urbanismo debe velar tres funciones fundamentales: 1ª abitar; 2ª
trabajar; 3ª recrearse.” -13-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Urbanismo: Ciência das Cidades


Ainda segundo Le Corbusier (1975), os objetivos do urbanismo são:
1. A ocupação do solo;
2. A organização da circulação;
3. A legislação.

A inevitável incidência das diversas ciências no estudo e disciplina do


fenômeno urbano leva a crer que o jurista e o arquiteto, sozinhos, não
mais resolvem os problemas da cidade, porque convergem, na solução
destes problemas, conhecimentos sociológicos especializados,
geográficos, estatísticos, de engenharia sanitária, de biologia, de
medicina, e sobretudo políticos e econômicos.
-14-

7
4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Urbanismo: Ciência das Cidades


Ainda com relação ao urbanismo, deve-se especial atenção ao direito
urbanístico.
Este constitui um conjunto de preceitos ou normas das quais a
administração pública municipal se vale para a coordenação e o
ordenamento do território (urbano ou não), em nome do interesse
coletivo e dos titulares dos direitos de propriedade.
Sua formação, ainda em processo de afirmação, decorre da nova função
do Direito, que consiste em oferecer instrumentos normativos ao
poder público, a fim de que se possa, com respeito ao princípio da
legalidade, atuar no meio social e no domínio privado, para ordenar
a realidade no interesse da coletividade.
-15-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Paisagem Urbana
Constitui a roupagem com que as cidades se apresentam a seus
habitantes e visitantes.
Se revela nos elementos formais da cidade, espalhando-se nas
superfícies constituídas das edificações a dos logradouros da cidade.
Seus componentes fundamentais se exteriorizam no traçado urbano,
nas áreas verdes e outras formas de arborização, nas fachadas
arquitetônicas e no mobiliário urbano através de suas várias espécies.
ê
Diferentes Paisagens Urbanas para diferentes padrões de
Ordenamento do Território.
-16-

8
-17-

-18-

9
-19-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Sociologia Urbana
As transformações da cidade não constituem os resultados passivos da
“globalidade social”.
A cidade depende também das relações de imediatez, das relações diretas
entre pessoas e grupos que compõem a sociedade.
A cidade se constitui na imbricação da ordem próxima (relações dos
indivíduos em grupos) e da ordem distante (a ordem da sociedade,
regida por poderosas instituições, por um código jurídico e por uma
cultura).
Do mesmo modo que em cada momento da história um espaço é
produzido, ele próprio revela, em cada momento da história, uma
cidade e suas possibilidades.
O importante é saber que as coisas mudam e porque mudam.
-20-

10
4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Política Urbana
Visa resolver os problemas de uma sociedade em determinada área
ou espaço e numa época específica, levando-se em consideração que a
sociedade e seu espaço se transformam continuamente no tempo,
sem que seja observado, entretanto, um mínimo de sincronismo entre eles.

Assim, a necessidade do planejamento físico territorial, ou seja, a


ordenação dos espaços em que o homem exerce suas atividades, é
imperativo nos dias atuais, devendo ser também preocupação do Direito
Urbanístico.

-21-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


A Revolução Industrial, iniciada no século XVIII, originou profundas
alterações na forma de ocupação do espaço e na função da cidade.

A ocupação do espaço ocorreu de modo caótico, nos poucos espaços


que sobravam entre as fábricas e rodovias.

O nascimento da indústria originou cidades insalubres, marcadas pela


aglomeração dos pobres em áreas periféricas, em geral oriundas do
campo, sem qualquer infra-estrutura urbana.

O processo de desenvolvimento urbano do Brasil ocorreu de uma


transformação social, pós Segunda Grande Guerra Mundial, que
promoveu uma desarmonia entre os sistemas humano e natural.
-22-

11
4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


Urbanização → f (migração pela busca do emprego)
Explosão Demográfica → Década de 70
População Urbana
1960 44%
1970 56%
1980 67%
1990 75%
2000 81%

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4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


De acordo com pesquisa realizada pelo IBGE, entre os censos de 1991 e
2000 o número de favelas no Brasil aumentou em 25% e acima de
1.269 municípios declararam, em 2001, terem favelas ou outro tipo de
habitações precárias.

As favelas são formadas por populações excluídas do mercado


imobiliário legal e que busca meios alternativos de habitação.

Em geral, o local de uma favela é uma área de invasão clandestina na


periferia das grandes cidades e em regiões metropolitanas.

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4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


Segundo o IBGE, 37% dos municípios brasileiros possuem
loteamentos irregulares e seus habitantes “proprietários” não
cadastrados.

As prefeituras municipais brasileiras não possuem nem estrutura


jurídica nem legal para impedir as invasões e os loteamentos ilegais.

Aglomerado Subnormal (favelas e similares) é um conjunto constituído


de no mínimo 51 unidades habitacionais - ocupando ou tendo ocupado até
período recente, terreno de propriedade alheia (pública ou não); dispostas
de forma desordenada e densa, carentes, em sua maioria, de serviços
públicos essenciais. (IBGE)

-25-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


O padrão de urbanização imprimiu às metrópoles, ao menos duas fortes
características associadas ao modo predominante de fazer "cidade",
apresentando componentes de insustentabilidade associados aos
processos de expansão da área urbana e de transformação e
modernização dos espaços intra-urbanos, e proporcionando baixa
qualidade de vida urbana a parcelas significativas da população

Padrão de Urbanizaç
Urbanização nacional é INSUSTENTÁ
INSUSTENTÁVEL!

-26-

13
4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


Em apenas quatro décadas (1950 a 1990) formaram-se 13 cidades com
mais de um milhão de habitantes e em todas elas a expansão da
área urbana assumiu características semelhantes, isto é, não resultou
de determinações ou projetos articulados, mas, ao contrário,
prevaleceu a difusão do padrão periférico, condutor da urbanização do
território metropolitano, perpetuando, assim, o loteamento ilegal, a
habitação autoconstruída e conjuntos habitacionais populares
distantes da produção pública.

-27-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


A significativa concentração da pobreza nas metrópoles brasileiras tem
como expressão um espaço dual:

De um lado, a cidade formal, que concentra os investimentos públicos e,


de outro, o seu contraponto absoluto, a cidade informal, relegada dos
benefícios equivalentes e que cresce exponencialmente na ilegalidade
urbana que a constitui, exacerbando as diferenças sócio-ambientais.

A precariedade e a ilegalidade são seus componentes genéticos e


contribuem para a formação de espaços urbanos totalmente desprovidos
de atributos de urbanidade.

-28-

14
4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


A expressão Cidade Clandestina ou Cidade Irregular define a forma
abusiva do crescimento urbano sem controle, próprio da cidade industrial
metropolitana, compreendendo os bairros relegados pela ação pública, a
cidade dos pobres e dos excluídos, a cidade sem infra-estrutura e serviços
suficientes, a cidade ilegal, ainda que legítima.

Já na década de 30, na metrópole de São Paulo, havia a menção à


existência de uma cidade clandestina, termo utilizado para designar os
espaços da cidade onde predominava o fenômeno da abertura de
loteamentos sem licenças, registros ou alvarás fornecidos pela prefeitura e
que, eventualmente, também apresentavam problemas fundiários, isto
é, de titulação da propriedade.
-29-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


A análise das práticas urbanísticas que consolidaram a cidade clandestina
ou irregular revela, como recorrente, a relação permissiva entre poder
público e loteadores, permeada pela tolerância à irregularidade e à
clandestinidade.

A reprodução e a permanência desse padrão de urbanização apontam para


a incapacidade recorrente do Estado em controlar e fiscalizar o
uso e a ocupação do solo e atuar como controlador efetivo,
financiador ou provedor de moradia para as populações com menos
recursos.

-30-

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4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


A evolução desse processo resultou no agravamento de práticas
ambientais predatórias, gerando erosões do solo, enchentes,
desabamentos, desmatamentos e poluição dos mananciais de
abastecimento e do ar, que afetam o conjunto urbano e em especial as
áreas ocupadas pela população de baixa renda.

Os problemas ambientais urbanos dizem respeito tanto aos processos


de construção da cidade e, portanto, às diferentes opções políticas e
econômicas que influenciam as configurações do espaço, quanto às
condições de vida urbana e aos aspectos culturais que formam os
modos de vida e as relações interclasses.

-31-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


Nas parcelas da cidade produzidas informalmente, onde predominam
os assentamentos populares e a ocupação desordenada, a
combinação dos processos de construção do espaço com as condições
precárias de vida urbana gera problemas socioambientais e situações de
risco que afetam tanto o espaço físico quanto a saúde pública. São eles:
1) Desastres provocados por erosão, enchentes, deslizamentos;
destruição indiscriminada de florestas e áreas protegidas;
contaminação do lençol freático ou das represas de abastecimento de
água.
2) Epidemias e doenças provocadas por umidade e falta de
ventilação nas moradias improvisadas, ou por esgoto e águas servidas
que correm a céu aberto, falta de água potável, entre outros. -32-

16
4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


As questões ambientais urbanas adquiriram visibilidade no decorrer
das décadas de 80 e 90, impulsionadas pelos fóruns internacionais
promovidos pelas Nações Unidas.

Das mudanças verificadas na política dos assentamentos humanos,


entre a conferência de Vancouver 1976 (Habitat I) e a de Istambul
1996 (Habitat II), destaca-se a importância reservada às cidades e
metrópoles no contexto das nações e na aplicação do conceito de
sustentabilidade, bem como a revisão da crença de que o Estado,
através da produção em grande escala de moradias em conjuntos
habitacionais, poderia produzir domicílios para os pobres nas cidades na
quantidade necessária.
-33-

4.2. Conceitos de Planejamento Urbano

Aspectos da Urbanização no Brasil


A conferência do Rio de Janeiro, em 1992, denominada ECO92 (United
Nations Conference on Environment and Development), centrada nos
problemas do meio ambiente e desenvolvimento, concluiu que 3/4
do crescimento da população urbana mundial, na última década do século
XX, será absorvido por cidades do Terceiro Mundo, e colocou em
evidência as questões da pobreza urbana e do custo econômico e
social da degradação ambiental urbana.

Os compromissos assumidos pelos governos, entre os quais o


governo brasileiro, com a implementação das agendas mencionadas no
evento apontam para a importância do papel sinalizador de uma
política urbana federal que apóie as ações locais nos estados,
metrópoles e municípios da federação. -34-

17
4.3. Legislação Ambiental Urbana

No âmbito da Gestão Ambiental Urbana, as leis federais que


disciplinam a proteção e o uso do meio ambiente que interessam
diretamente aos planejadores e desenhistas urbanos são:
Código Florestal (Lei 4771/65)
Lei de Parcelamento Territorial Urbano (Lei 6766/79)
Lei da Política Nacional do Meio Ambiente - PNMA (Lei 6938/81)
Lei da Política Nacional dos Recursos Hídricos - PNRH (Lei 9433/97)
Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação - SNUC (Lei
9985/2000); e
Estatuto das Cidades (Lei 10257/01).
Contudo, todas estas leis estão hierarquicamente disciplinadas pela
Constituição Federal (CF), tomada como base e soberana em relação a
todas as demais. -35-

4.4. Lei de Zoneamento Urbano e Uso do Solo

Conforme a área que se pretende gerir, há vários tipos de zoneamento que


podem ser combinados de acordo com as necessidades práticas e as
exigências legais.
Santos (2004, p.18) define o zoneamento na legislação ambiental como: “... um
instrumento de gestão do território, elaborado por técnicos e cientistas
especializados, provenientes do Estado ou de organizações da sociedade civil, sob a
coordenação do mesmo Estado na figura dos órgãos responsáveis pela gestão do
território e dos recursos naturais”.
Assim, o zoneamento tem como função definir os usos possíveis de zonas
territoriais específicas nas esferas urbanas, rurais e especialmente protegidas do
ponto de vista ambiental, artístico, cultural e paisagístico a partir de critérios
técnicos e legais e da participação ativa e organizada da comunidade que
habita o espaço a que ele se destina. Portanto, é um instrumento norteador
para o plano de uso do espaço.
-36-

18
4.4. Lei de Zoneamento Urbano e Uso do Solo

No âmbito da gestão ambiental urbana deve-se atentar para três tipos


de zoneamentos: urbano (incluindo o industrial), ambiental ou
ecológico-econômico e hídrico (diagnóstico do regime hídrico das
bacias).

Zoneamento Urbano: tem como finalidade estipular regras quanto à


ordenação do espaço territorial urbano incluindo o zoneamento
industrial, priorizando a segurança sanitária de suas populações
(como os planos higienistas após a Revolução Industrial), mas que hoje
podem ser utilizados para disciplinar outras atuações humanas no
desenvolvimento urbano. Uma vez mapeado o zoneamento urbano este
integrará o Plano de Uso que por sua vez reproduz as
potencialidades e restrições ao uso de ocupação do solo e não se
vincula necessariamente aos condicionantes ambientais do território. -37-

4.4. Lei de Zoneamento Urbano e Uso do Solo

No âmbito da gestão ambiental urbana deve-se atentar para três tipos


de zoneamentos: urbano (incluindo o industrial), ambiental ou
ecológico-econômico e hídrico (diagnóstico do regime hídrico das
bacias).

Zoneamento Ambiental ou Ecológico-Econômico: tem como objetivo


orientar as políticas públicas para a execução das diretrizes
constitucionais no que tange o desenvolvimento sócio-econômico-
ambiental. Divide o território em zonas de acordo com a necessidade
de proteção, conservação e recuperação dos recursos naturais e do
desenvolvimento sustentável.
Unidade de Conservação, Área de Proteção Ambiental, Corredor Ecológico,
Zona de Amortecimento, entre outras.
-38-

19
4.4. Lei de Zoneamento Urbano e Uso do Solo

No âmbito da gestão ambiental urbana deve-se atentar para três tipos


de zoneamentos: urbano (incluindo o industrial), ambiental ou
ecológico-econômico e hídrico (diagnóstico do regime hídrico das
bacias).

Zoneamento Hídrico: trata de um espaço ainda pouco utilizado pelos


arquitetos e urbanistas que é a unidade hidrográfica. Este zoneamento
ou diagnóstico do regime hídrico será integrado ao Plano de Bacia e
gerido pelo Comitê de Bacia Hidrográfica.
A Lei N° 9433/97 institui a Política Nacional dos Recursos Hídricos e traz princípios que
devem nortear a atuação dos entes da Federação em termos de recursos hídricos tais como: o
da adoção da bacia hidrográfica como unidade de planejamento com o Plano
Diretor de Recursos Hídricos; o dos usos múltiplos da água, segundo o qual põe todas as
categorias que usam água em igualdade de acesso; o reconhecimento do valor econômico da
água; e o da gestão descentralizada e participativa. -39-

4.4. Lei de Zoneamento Urbano e Uso do Solo

Legislação do Município de Curitiba


Lei N° 9800/2000: Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo no
Município de Curitiba

Anexos
Lei N° 9801/2000: Instrumentos de Política Urbana no Município de
Curitiba
Lei N° 9802/2000: Institui incentivos para a implantação de Programas
Habitacionais de Interesse Social
Lei N° 9803/2000: Transferência de Potencial Construtivo
Lei N° 9804/2000: Cria o Sistema de Unidades de Conservação do
Município de Curitiba e estabelece critérios e procedimentos para
implantação de novas Unidades de Conservação -40-

20
4.4. Lei de Zoneamento Urbano e Uso do Solo

Legislação do Município de Curitiba


Lei N° 9800/2000: Zoneamento, Uso e Ocupação do Solo no
Município de Curitiba

Anexos
Lei N° 9805/2000: Cria o Setor Especial do Anel de Conservação
Sanitário Ambiental e dá outras providências
Lei N° 9806/2000: Institui o Código Florestal do Município de Curitiba,
e dá outras providências
Decreto N° 183/2000: Regulamenta o Art. 34 e seguintes, todos
componentes do Capítulo IV – Da Classificação dos Usos,
Usos da Lei nº
9.800/00, define, relaciona os usos do solo e dá outras providências
-41-

Zoneamento 2000

-42-

21
Zoneamento Sistema Viário -43-

4.5. Produtos Cadastrais

Exemplo de Produtos Gerados para Curitiba


Cadastro das Áreas Verde
Cadastro da Rede Integrada de Transporte
Cadastro dos Conjuntos Habitacionais
Cadastro dos Loteamentos
Cadastro das Ocupações Irregulares
Cadastro da Rede de Saneamento
Cadastro das Unidades de Conservação
Entre muitos outros...
-44-

22
-45-

-46-

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-47-

-48-

24
4.6. Projeto de Loteamento Urbano

A atual estrutura fundiária urbana é decorrente dos loteamentos


implantados sem aprovação oficial.
37% dos municípios brasileiros possuem loteamentos irregulares.
Para a incorporação da cidade informal é necessária a montagem
de novas estruturas especiais, paralelas às existentes.
existentes
A regularização da titulação dos lotes depende da regularização
urbanística do empreendimento que, por sua vez, depende de
negociações com o loteador omisso e assim por diante, em uma
cadeia de situações que precisam ser identificadas caso a caso.
A solução individual é fundamental para o encaminhamento da
regularização fundiária e administrativa, mas insuficiente para a
solução dos problemas urbanísticos do loteamento e suas áreas
vizinhas, o que constitui um dilema a ser equacionado. -49-

4.6. Projeto de Loteamento Urbano

Características Fundamentais

Todo e qualquer projeto de loteamento,


loteamento em maior ou menor grau,
altera e agride o ecossistema natural.
natural
O novo sistema ecológico criado poderá ou não ser estável ou
instável, econômico ou anti-econômico, agradável ou
desagradável, dependendo do critério adotado pelo urbanista.
Os ecossistemas naturais menos alterados por um projeto de
loteamento são, geralmente, os mais agradáveis,
agradáveis estáveis e
econômicos.
econômicos

-50-

25
4.6. Projeto de Loteamento Urbano

Compreende
Conhecimento 3D da área sobre a qual será realizado o
empreendimento → Levantamento Topográfico
Marcação da gleba e divisão das quadras e lotes → Forma
Preservação de Áreas:
Áreas ambientais; escoamento da água
superficial; encostas com d > 45º; dunas, restingas e mangues…
Consideração da declividade e vegetação e de sua relação com a
ventilação e a insolação
Consideração da declividade com o escoamento das águas pluviais
Consideração da declividade com a circulação de pedestres →
projeto de rampas com baixo, médio e alto atrito
-51-

4.6. Projeto de Loteamento Urbano

Compreende
Consideração da declividade com relação ao posicionamento e à
forma das quadras e ruas → ruas diagonais às curvas de nível
Definição da malha urbana e combinaç
combinação de traç
traçados:
ados ortogonal,
não ortogonal, triangular, espinha de peixe, em T, de traçado
aberto, etc.
Definição das áreas destinadas a equipamentos urbanos:
urbanos praças,
parques, arborização urbana, saneamento básico, iluminação, etc.
Definição da tipologia das vias veiculares: calçada, faixa de
veículo, ciclovia, estacionamento, canteiros, faixa de ônibus, baia
de ônibus, curvatura das vias, raio de curvatura dos
entroncamentos, largura das vias, etc.
-52-

26
4.6. Projeto de Loteamento Urbano

Compreende
Definição do pavimento das vias:
vias betuminoso, bloco de concreto,
concreto in loco, paralelepípedo, pedra, tijolo cerâmico, junta
aberta, etc.
Definição dos sistema pluviais:
pluviais meio-fio, sarjeta, sarjetões, bocas-
de-lobo, condutos de ligação, caixas de ligação, poços de visitas,
galerias, canalização a céu aberto, bacias de estocagem, etc.
Definição da escala:
escala vertical e horizontal, cidade, bairro,
logradouro, objetos, etc.
Definição dos símbolos cartográficos mais adequados à
representação dos projetos de loteamento.

-53-

4.6. Projeto de Loteamento Urbano

Bibliografia Recomendada

Loteamentos Urbanos.
Urbanos Juan Luis Mascaró. Porto Alegre, 2005.

Topografia Aplicada à Medição, Divisão e Demarcação.


Demarcação José Anibal
Comastri e Joel Gripp Junior. UFV, 2002.

-54-

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