Tenho-a fresquinha na memria De como eu fiz um amigo.
E na bola grande do meio
Trs seixos redondos colou Parecendo um casaco cheio Dos botes que encontrou.
Era um dia frio e cinzento
Que estava para chegar No tinha chuva nem vento S nuvens que vinham do mar.
E um velho chapu com pala
Que tinha sido do seu av Na bola de cima entala E o boneco com cabea ficou.
Estava tudo muito sossegado
No cho s um barulhinho leve Aos poucos viu-se por todo o lado Carem farrapinhos de neve.
E uma cenoura comprida
Serviu para fazer o nariz E os olhos ganharam vida Como o menino quis.
E tudo ficou branquinho,
As rvores, campos e casas E at mesmo um passarinho De branco lhe ficaram as asas.
Depois para terminar
Arranjou um pau curvado Para ter boca e falar O boneco assim criado.
Estava tudo assim to lindo
Quando uma porta se abriu Era um menino sorrindo Quando tudo branco viu.
E no final deste dia cristalino
Uma amizade nasceu Entre o alegre menino E o boneco que sou eu.
Saiu para o seu quintal
Uma grande bola de neve fez A seguir fez outra igual Enquanto contava at dez.
Eduardo Mesquita Sonhos e magias
Com botas quentinhas nos ps
Brincava com tanto afinco Que uma bola mais pequena fez Enquanto contava at cinco. As duas bolas grandes juntou Sobrepostas com mestria Desta vez at trinta contou Pelo esforo que fazia. No topo ps a mais pequena E recuou um pouco a olhar E com uma calma serena Olhou o cho a pensar.