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A CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS COMO INDUTORA DE POLITICAS PUBLICAS ESTRUTURANTES: O EXEMPLO DA EDUCAGAO EM DIREITOS HUMANOS -— UMA ANALISE DOS CASOS XIMENES LOPES E GOMES LUND VERSUS BRASIL — PERSPECTIVAS E DESAFIOS AO CUMPRIMENTO DAS DECISOES' PésDoutore em ireito pela Rupreche Karls Universitat Heidelberg, Aleman; Doutora em Direito pela Universdade 460 Vale do Rio dos Sinos~ Unsina: Professor e Coord enadora Adjunta do Programa de Pés Craduagao em Direito (estado e Doutorado} da Universidade de Sanca Cr do Sul - UNISC Felipe Dalenogare Alves Doutorando e Mestre em Direico pelo Programa de Pés Graluasio em Direio Mestrado e Doutorsdo) da Universidade de Sants Cor de Sul: Expecalisa em Diet Piblico pela Universidade Cindido Mendes em Gestéo Poblica Municipal pela Universidade Federalde Sanca Maria « em Educacio em Diretos Humanos pela Universidade Federal do Rio Grande Profesor no Curso de Dirito da Faculdade Antonio Meneghet RESUMO © presente trabalho expde o resultado de ‘uma pesquisa bibligrafica, concebida a partic do méodo deduavo, para fins de abordagen, fe monografice, a titulo procedimental, sobre a temitica do papel da Coxte Interamericana de Disetos Humanos (CIDH) camo indutara de palitcas publicas veltadas 4 educacio em rates humanos (EDH) 2 fim de eit a sepetiio de viclacio a esses dizatos, tendo par djetivo prinapal analisar como 2 Carte vem contribuindo para a efetivacio dessas acbes por parte do Estado Brasilero, partir do carater esruturaate de suas sentencas. No decarrer do wabalho, buscau-se 0 escaredmento de pontos impartantes que pemaam a temtica, como o seguinte problema: como a CIDH tem contribuido para a EDH no sistema brasileiro por intemédio de suas deasdes e quais as erspectivas e os desafios 20 seu cumprimento? Para tanto, foram estudados temas camo tum breve apatte teérico sobre as sentencas cestrururantes e 0s rellexos para além das partes envdliidas, 2 EDH como fama de prevencio para a mio repeticio de vidacbes a esses Giraitos € sua necessidade de efeavacio, tanto no ambiente formal quanto informal, para, 20 final, realizar-se uma andlise dos casos Ximenes Lopes e Gomes Lund e os reflexos paca a EDH. no Brasil, com as perspectivas © 08 desafios 20 cumprimento das dedisbes Palavras Gave Cave Interamericana de Diseitos Humanos, caso Ximenes Lopes v. Brasil, Caso Games Lind e outros v. Brasil; educacio em. direitos humanos; sentengas estrururances, 1. INTRODUCAO. © presente estudo ede o resultado de uma pesquisa bibliogrdfica, realizada_ com ase no méodo dedutivo (fins de abardagem) © monogrifico (fins procedimentais) sobre a temitics do pape da Corte Interamericana de Direitos Humanos ~ CIDH camo indutaca de paliticas piiblicas valtadas 3 educacio em direitos humanos - EDH a fim de ent a repeticio de vidacio a esses direitos, tendo par objetivo prindpal analisar camo 2 Carte vem contribuindo para a eetivacio dessas acbes por parte do Estado Brasileiro, 2 partir do carster estrururante de suas sentencas Absartas cam as demonstragbes de atos de lesachumanidade praticados pelos regimes totalitatios € com os ensinamentos advindos da 2* Guera Mundial, grande parte das Constituicoes contempariness incarporaram, fundamentos e principios republicanos valtados a dignidade da pessoa humana, bem como um. catdlogo de direitos fundamentais atiundo das dedaragoes e tratados intemaconais de direitos humanos, camo se constata na Constimuicio Brasileira de 1988, que preve grande parte dos diratos © garantas previstos na Convencio Americana sobre Direitos Humanos (CADH), Apreocupaciocam oestabeledmentodeum Sistema Interamericando de Direitos Humanos (GIDH), cbjetivando a protecio, promocio € espansabilizacio (com a consequenteseparacio) pda vidlacio a estes direitos, tem sido um dos rindpais cbjeuivos ¢ aomesmo tempo, desafios tanto A Comissio Interamedcaa de Direitos Humanos, quanto 3 Carte Interamericana de Direttos Humanos (CIDH) Nesse sentido, 3 CIDH tem-se utiizado de alguns mstrumentos 3 inducio de paliticas piiblicas dereparacio 3s vidlacoes e de promocio aos direitos humanos, prinapalmente valtadas 2 grupos em situacio de vulnerabilidade socal, politica e cultural, Dentre essas ferramentas, as chamadas sentencas estrururantes (semtencias estructurales), muito presentes nas jurisdicbes constitudanals dos Estados latino-americanos, vam-se constituido cwaceristica maccante nia jussprudénda da CIDH, por ultrapassar os efeitos imer partes do caso em anilise e deeminar aos Estadorpates medidas estrururantes que prote|am grupos de pessoas Dente as aches que ganham destaque, esté 0 estabeleamento de paliticas preventivas, cam 0 propésito de n3o repeticio das vidlacbes presentes nos casos em andlise E neste cntexto que surge papel relevante e indispensivel 3 educacio em direitos humanos (EDH), seia da desenvalvida em um contexo famal, sa informal, na busca do estabeleamento de uma mudings institudonal (fama de agir dos agentes do Estado) ou cultural (no seio socal de determinado pove) valtada 3 proteciopramocio desses direitos, Com este propésito, 2 EDH, valtada a determinados grupos sodais © profissionais, toma-se indispensival aio apenas 3 propria promogio desses direitos, mas para que a vidagio a grupos sodals en situacho de 288 oe vulnerabilidade nao valte a ocarer. Assim, 2 Corte Interamericana de Direitos Humanos, em duas das ancosentencas condenatérias 2013s, impos tal obrigacio, como se vera nas deasb eavalvendo os casos Ximenes Lopes versus Brasl e Games Lund e outros versus Brasl, demanstrando-se um valioso instrumento de inducio de paiticas puiblicas estrurusantes, Estabelecidos estes aspectos, a pesquisa justfica-se pela necessidade de verificar como a CIDH vem colabarando para a efetivacio de paliticas pablicas valtadas 8 EDH por parte do Estado Brasileizo, aparur do cariter estruturante de suas sentencas, focando-se no seguinte problema: como 2’ Corte Interamericana de Dietos Humanes tem contibuide para a educagio em Direitos Humanos no sistema brasileiro por intemédo de suas decisbes © quals as perspectivas © os desafios 20 seu cumprimento? ava tanto, serio abardados 08 prinapais aspectos referentes 20 tema, como um breve aparte teérico sobre 2 sentencas estruturantes © 08 reflesos para alam das partes envavidas, a educagio em direitos humanos como forma de prevencio paca a nio repeticio de vidlacoes a eases direitos e sua necessidade de efetivacio, tanto no ambiente famal quanto informal, para, a0 final, realizar-se uma andlise dos casos Ximenes Lopes e Gomes Lund e os rellexos para a EDH no Brasil, com as perspecivas e os, desafios a0 cumprimento das deaisbes. 2. AS SENTENCAS ESTRUTURANTES E A CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS COMO INDUTORA DE POLITICAS PUBLICAS: OS REFLEXOS PARA ALEM DA REPARACAO A VIOLACAO PRESENTE NO CASO CONCRETO As sentencas estruturantes tém sido cadaver mais frequentes no contexto do constitudanslismo latino-americao. No tocante A Carte Intersmenicana de Direitos Humanos (CIDH), nio é diferente suas dedsbes, nao raras vezes, transcendem seus efeitos as partes, estendendo-se a determinados grupos de pessoas ou a toda a cdletividade do Bstadoparte Para que 0 propésito do trabalho seja atingide, com a anise dos casos em questiona liltima secio, toma-se necessiia a construcio, mesmo que a titulo de ensaio, de um aparte teérico sobre ditas sentencas, ainda pouco conhecidas, nio em virtude da falta de utlizacio ritica, es que presentes no cenatio brasilero, ‘mas em razio da pouca exploraciotecrica acerca dotema, As sentencas estruturantes, também. denominadas de macrosentencas, transparecem um esforco judiaal no senudo de dar efetividade acs camandos constitudenais, quando presentes graves viclacbes estatais, seneralizadas erecorrentes aos direitos humanos ‘ou fundamentais (OSUNA, 2015, p. 92). Sua origem remonta 3 Common Law estadunidense, com o temo structunal reform, com destaque a0 caso Brown v. Board of Eiucation® (1954), em que se enfrentou a segregacio radal ‘nas escolas, Neste case, a Suprema Corte referiu-se as structural injunctions eadccoumedidas’pararepeliruma série de situactes graves e generalizadas que afrontavam a Constituicio (especificamente a 14 Emenda}* Significa dizer que se recenhece um estado de ddidinaa estutursl do poder piblico (Poderes Peiticos) com seu dever deprotecio aos dratos fundamentais, prinapalmente frente a ausindia ou exeaicio inefidente de politicas piiblicas destinadas a sua concrenzacio Nesse cenirio, 0 juiz se habilita como © mizimo garante ¢ intéprete dos direitos previstos na Constituicio’, definindo como 0 poder ptiblico deve atuar, com vistas a garantir © seu detivo exercido, em assuntos de graves vidlactes (geralmente por negligenda estatal), expedindo, par conseguinte, determinacbes que ultrapassam os efeitos inter partes dos casos em andlise, cbjetivando-se a resclucio de um problema com feito generalizado (OSUNA, 2015, p. 93) Em outras palawras, para que se estea dante de uma vidacio estutural, tamase necessario que se esteia diante de uma cmissio (quando 0 Estado estela obrigado a agit) ou de uma ineficénda estatal (quando, anda que promova determinada acio, esta nao produza resultado necessario 4 efetivacio dos direitos fundamentais das pessoas afetadas), diante do que, apenas odettoimerpartes, nocasoconcreto fem andlise, no producira a resposta necessaia que permita remedias a vidacio e prevenir sua sepeticio (ROIAS, 2015, p. 128) ‘A pxtis da eperiinda cdambiana, levantam-se alguns tragos comuns a essas condutas do poder piiblico, tais como: viclacio massiva e generdlizada de visios datos presistes consttuccnalmente e que afetam lum significative niimero de pessoas, amissio prelongada do poder piblicono aumprimento de suas obrigacbes para a garantia desses direitos, a adocio de praticas inconstirudanais, como 4 wansferanda da tutda do dreto para o Poder Judiasrio Gudidalizacio’) para que se possa ter a sua garantis, aio adocio das medidas lepislanvas ¢ administrativas necessinias para se evtar a vidacio desses direitos, eastencia de uum problema soda, cuja reschucio (conjunta) demande ma intevencio mullusetenal, © que este problema possa acaetar um cios no Judiasnio, no momento em que ocaza uma ‘busca massiva (com um grande niimero de acoes indwiduais) pela eavacio judicial desse diseto (OSUNA, 2015, pp. 112-113) Emsacio disso, épossive identificar, nessas sentencas, algumas medidas caractersticas’, camo determinacbes espeaticas quando poder puiblicoeste)a destandodecunaprirtuma dbigacto pontual e concets; ordans para que de atue, dentro dos limites discacnsios legalmente canferidos, sendo que, neste caso, nio ha uma determinagio cam um contelido preaso, mas © estabeleamento de um marco, uma espéce de mddura, dentro da qual deve ccarer 0 cumprimanto, indusive com afixacto de pracos, ¢, am caso de cmaissbes contumazes, quando ccumpra de forma inefidente ou incompleta suas cbrigacbes, daxando 0 dato sen protecio, determinagoes en um nivel mais avancado, impendo solucoes conaetas, adentrando na sua magem de diseidonaiedade, em busca da conaenzacio do direito (FERRAND, 2015, 122) Ccaxe que as sentengas com cater esrutuante mio tén-se restingido so 3s jusisdigbes construcenais, aparecendo, ‘também, no Sistema Interamericano de Diseitos Humanos (SIDH), sendouma facemareantenas deasdes da Corte Interamencana de Direitos Humanos (CIDH)', 2 exemplo das deasbes objeto de analisena tiluma secio deste trabalho, ‘A cppaddade de gust ¢ influmaar os Bsrados demoarsticos por meio da apreciacio oe 289 de casos concretos, seja na campanbilizacio da jurisprudénca dos tibunaismacionais, tentando se estabdecer o aleance desses disditos, seia na inducio de pditicas piblicas, tem sido nio apenas um dos fins do SIDH, mas também um_ de seus prindpais desafios (ABRAMOVICH, 2008, p. 17) Para atingir esse propésite, tanto a Canissio Interamericana de Direitos Humanos quanto a Cate Intermeicma de Direitos Humanos tam analisado mio apenas 0 caso concrete, mas também o conte sodal ¢ insticudanal (estrutural) em que esse surgiu adguisiu sentido Esta atuagho pode ser vista em. das momentos, sendo, o primeiro, rlacdanado 0s regimes malitares e a0 texrarismo de Estado, com a execucio e desapareamento farcado de determinadaspessoas cu srupodepessoas, emum. ccontesto de vidlacbes massivas e sistemiticas de direitoshumanos, j4, osegundo, rdaccnado com, a disciminagio e violenaa contra decerminados grupos sodais em situacio de vulnerabilidade’ (ABRAMOVICH, 2008, p. 17) Rojas (2015, p. 129), em caminho semdhante, apanta que em todos os casos de viclagbes estrunurais apredados pela CIDH esta presenteumasituaciodedsciminaciosistémica © que estas vidacdes nio necessariamente guardam relacio a0 que os individuos fazem ou deixam de fazer, mas a0 fato de pertencerem a lum grupo que safre exdusio e marginalizacio social, econémtea, paitica ou cultural. Por conseguinte, as demandas estruturais envdvendo a busca de igualdade entre determinados grupos de pessoas tém oaupado espaco na agenda do SIDH, o qual tem buscado © estabeleamento de uma ‘tlobalizacio’ de prnapios © padres 3s namas sobre datos humanos, ainda que econte imimeras dficuldades frente a diversidade cultural e demowratica dos Estadospates da Convencio Americana sobre Direitos Humanos (ABRAMOVICH, 2008, p. 12). Dente os instrumentos _unlizados prindpalmente pela CIDH para a sdidificacio deses estdndares em matéria de diets humanos esta a reinterpretagio das cbrigacdes gerais assumidas pdos signatirios da CADH Para tanto, a Carte tem estabeeado, quando da apreaacio de casos concetos, que cabe 205, Estados um conjuntodeprovidenaias estruturais, constituidas basicamente por medidas de acdes 290 see afmmativas, medidas de diigéncia © medidas especiais (ROTAS, 2018, p. 131) ‘As primetsas referem-se as agoes do Estado no sentido de promover medidas que busquem amaterializacio da igualdade entre grupos que, par sazbes histericas e culeurais, encontramse em stuacio de marginalidade e vulnerabiidade, 25 segundas condizem anecessidade deum dever de prorecio'pramocio 208 dieitos desses grupos em situacio de nisco, sendo que estas medidas texnam-seselevantes pata aprevencio defururas vidlagoes. As teroaras referem-se 2 problemas especiicos, identificados e individualizados, jos destinatirios, a quem caberd uma medida pontual e efica: (de cariter estite), pertenoam a luma caledvidade (ROTAS, 2015, p’ 131). Indusa nessas medidas, 2 capaddade em influence na anentacko geral de algumas paliticaspuiblicas enoseup:ocessodefoemulacio, implementacio, avaliacio e fiscalizacto tem sido caracceistea marcante do Sistema Interzmescaio de Diaitos Humanos Nada bscante, essas aches positivas sio determinadas sp6s um exime, caso 2 caso, dos paccoes jurdicos, das poiticas escatais implementadas cu dafalta destas (ABRAMOVICH, 2008, p. 13). Estas obrigacées sio vatiaveis, geralmente emstitundo na. alteracio de politics ja eastentes, em tefamas lepisativas, na implementagio de processor patidpatives que resultem na faamulacio de novas paliticas piiblicas, além da revisio de determinados padroes compartamentais de oertas instituicbes do Estado que promoveram as vidlacoes!* (ABRAMOCICH, 2009, p. 13). Frente a essas viclagbes, a Corte dedara a respansdbilidade internacional do Estado-parte e impoe a cbrigacio de reparar. Esta, por sua ver, tem apresentado um exvater bindsio, consaicuido em medidas dereparacio individual (cestituicio, compensacio e satisfacio) emedidas destinadas modifica as causas estruturais quepemiitiram, as viclacbes (obrigacio dendorepeticio) (ROJAS, 2015, p. 135). E nesta segunda face da cbrigacio de reparacio que reside o came do presente wabalho a instituicio de pditicas publicas voltadas 3 educacio em direitos humanos camo ponapal feramenta preventiva, objetvando a modificacio dos padroes insutudanais © caleurais, tanto em um ambiente formal quanto informal, que, inevitavelmente, poders evitar 2 repetigio das vidlactes 20s direitos umanos, (que sera objeto da seco a seguir 3. A EDUCACAO) =EM__ DIREITOS HUMANOS: A NECESSIDADE DE EFETIVAGAO, TANTO NO AMBIENTE FORMAL QUANTO INFORMAL, COMO FERRAMENTA ESSENGAL DE PREVENCAO A_ REPETICAO. DE VIOLAGOES AOS DIREITOS HUMANOS Denada adianta haver diseitos catalogados ao sistema namative (sia nacenal, sea regional), se nio howver a diciaa no seu respeitolconcrenzagio. E neste conteo que surge pape relevante eindispensavel 3 educacio para os direitos umanos, sea da desenvalvida @m um contexto formal, seja informal. Ainda que se recanheca tratar de um processo diffal fe complexo, quise beirando a um sho, nao se pode deixar de acredicar que € uma utopia que se realiza na propria tentativa de reali: Ia" (GORCZEVSKI, TAUCHEN, 2008, p. 73), ‘como ensina Mandela" Ninguém nasce odiando cutra pessoa pda cor de sua pee, por sua arigem ou par sua rdigiio Para odiar, as pessoas preasam, aprender, e, se das podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pas o amor chega smiais naturalmente a0 coragio humane do que 0 seu oposta* Pode-se dizer que ofoco da educaciopara os hreitos humanos esta na “aspiracio de proteger a dignidade humana de todas as pessoas (MOREIRA, GOMES, 2013,p. 44). E Yaiar uma cultura preventiva, fundamental para erradicar a vidlacio dos mesmos” (GORCZEVSKI, 2008, p.221), a qual nio, necessariamente, deve partie de ama para baixo, mas pode, deforma detiva, ter infdo de baixo para dma, as que estes direitos s6 serao praticados quando realmente focem canheados e percebidos (GORCZEVSKI, KONRAD, 2013, p. 73). Enfim, a educagio para os datos humanos tem como fim precipuo a prevenc: das vidlacées a estes diseitos, inoztivando atiudes e inidativas calcadas na tolerinaa, na sdlidariedade e no respeito (GORCZEVSKI, 2009, p. 221), podendo ser definida como um. ‘canjunto de atividades de educacio, capadtacio ¢ difusio de informacbes veltadas a estabelecer uma cultura universal dos direitos humanos" e desespato a dignidade humana, propiiando 20 hhomem o apanigio de atuar como partiapante efecvo da construcio da propria histéria da Jnumanidade ‘A impatinda da educacio pa os dixeitos humanos é destaque em disposiivos intenadanals, como na Dedaracio Universal dos Disetes do Homem, a qua denca que este tem dirato a uma educacio “oneatada no sentido do pleno desenvalvimento da personalidade humana e do fortaleamento do respaito pelos direitos humanos e pelas uberdades fundamentais™, na Carta da Gxganizacio dos Estados Americanos, 2 qual reve que ‘a educacio dos pavos deve anentar- sepaca ajustica, aliberdade ea paz" eno Paco Intemacianal sobre Dizettos Ecandanicos, Sodals eCuleurais,o qual impde quea “educacio deverd visar aopleno deseavelvimento da personalidade Jnumana e do sentido da sua dignidade ereforear © sespeito pdos direitos do homem e das Iiberdades fundamentais"™. Na estera do que spontam Garcersii ¢ Martin (1015, p. 46), 2 educacio passou a ser objeto de atencio da comunidade intemnaccnal 0 que se tem visto € que, “nos ilumos anos, uum incentive aimero de textos intemnacanals sobre os mais vatiados temas facem referencia ddreta 3 educacio, amutos dos quais degen-na camo a mais dicx forma deimplementacio do pacruadé No Brasil, em consoninda cam os spositvos imtenadanais, 0 tema gaahau ateacio specifica em 2007, no Plano Nacional de Educacio em Dieter’ Humanos, 0 qual enfatiza que “2 educacio em direitos humancs, aolongo de todo o processo de redemocratizacio fe de ortaleimento do regime democritico, tem ‘buscado contribuir para daxsustentacio is acées de promocio, protegio e defesa dos direitos Inumanos, ¢ de reparacio das vidacées!™” etem camo cbjeavo difundir a cultura dos direitos Jnumanos no pais. Nessesentido, oquese alms cam oplanoé ‘acfeavaciods demoaaca, dodeseavdvimento, dajustica socal ea censtruciodeuma autusa de pix’, levando-se ema consideracto “a constricio de uma sodedade baseada a promocio da igualdade de cparunidades e da equidade, no sespato a diveridade ena cansdidacio de uma cultura democritica e aidada" (SILVA, 2008, p. 138). © objetivo, entretanto, 86 ser aleangado por intamédio “da educacio e aprendizagem para os direitos humanos, quepodera ser formal, infamal e n3ofomal" (MOREIRA, GOMES, 2013, p. 45). Assim, ela podera se desenvalver no apenas nos bancos escolares, mas também los movimentos sodais, nas organizacoes nio Zovernamentais, nas assodiacbes, 0s sindlcxtos, ns igrejas, nos dubes, dentre outros, podendo ser construida e famentada no couidiano sodal (GORCZEVSKI, TAUCHEN, 2008, p. 73). E unanime e pacifico oreconheamento da necessidade de implementar-se uma educacio dreacnada 20 conhedmentorespeito/exerado dos diseitos humanos (GORCZEVSKI, 2008, p. 224). Isso porque A compremsio dos prindpics e procedimentos de direitos humanos habilita as pessoas a partiapar nas deasoes deteminantes para as suas vidas, funciona na resdlucio de conflitos emanutenciodapa: segundoos diitos humanos, © € uma estratéria vidvel para um desenvalvimento humano, sodal ¢ econémico centradona pessoa A educacio para os direitos humanos (EDH) e a sua aprendizagem tem de ser assumidas por todos os atares e interessados, pda sodedade avil, bem como pelos gavernos fe pélas empresas tansnaconais. Auavés da aprendizagem dos direitos humanos, uma verdadeira ‘cultura de dizeitos humanos" pode ser desenvalvida, baseada no respaito, protecio, satisfacio, cumprimento e prética dos datos hhumanos (MOREIRA, GOMES, 2013, p. 45). Os valores petrificados pelo Constituinte como Diseitos Fundamentals constituen-se em. gprantias minimas para uma easténdia humana com dignidade Sio para todos e nao podem ser afrontados, mitigados ou esqueaidos par aqueles a quem naolhes convém, Significa dizer que se parte da premissa que todos os seres humanos sio iguals por natwera ¢, por conseguinte, possuem os mesmos direitos. Essa concepeio esti rdadonada 3 nocio de dignidade humana, valor absduto que este ser possui, sendo os direitos humanos, essenciais no apenas 3 manutencio da vida, mas desta com dignidade (SILVA, 2009, pp. 136-137). Destarte, nao restam dividas de que a educacio em direitos humanos € “uma importante ferramenta pata a prevencio das 292 see viclagbes dos direitos humancs, famentando 3 condita © atinudes baseadas na tderana, ha sdidariedade © no respato’, o que ciard soaedades ande 2 protecio’ dos. dees hnumanos seja compreendida por rodos - © responsabilidade de todos" (ESCOBERO, 1995, (sa) Dito de outro modo, é necessirio que se edugue a soaedade brasileira para que est tenha fm mente que “orespeto aor diretoslnumanos fsté indssoaavdmente unido 3 demoaaca porque respetar 0s direitos do homer significa espe sa berdade de epiniaa, de assoaacio, denuanifescacio eodas as demaisliberdades que scmente a democraaa permite’ (CORCZEVSK MARTIN 2011, p. 80) alem de que esterespeito *essencal para oprogressoeodesenvelvimento soa e econmico” (RAYO, 2004, p. 17) Sabese, enttetanto, que para formar cidadios compramendes @ eigsjados 30 respeico dos diratos humanos, hi a imperiosa hecessidade de um campromecimento da sodedade como um todo, de fama que cada tum adiita sua pareda de respensabilidade S30 or esses fundamentos que a educacio paca os Giratos hnumanos necessitam da partiapacio efeava de todos 08 segmentos secais ‘A educigio como vemos se mantém estrdtamente unida 3 forma de organicar pensar a soaedade E impensive, partanto, tuma educaciosem valores, desvinculada deuma dimensio utépica. Educacio, éica e plitica sho varices ds construcio utépica da paz que necessita de uma cultura de direitos humanos baseads nto em qualquer po de demoasaa (cepresentativs, avancada, etd, mas sim na democraca pariapativa na pespecava de um tenovado humanismo Democaca que tem camo prinapal procagonista a cidadania que pamtiapa na elaboracio, splicagio e pramocio de um conjunto de valores (RAYO, 2004, pp. 174-175) Camo impoe s Dedaragio Universal dos Direitos do Homem, }4 em seu preambulo, E necessino que “cada indviduo e cada cxgi0 da soaedide se esforce, através do ensino © da educagio, por promova 0 respato a esses dhratos e hiberdades™® Tss0 € possive, as que “a educacio em Direitos Finmanos compas processos sodalizadores de uma Cultura em Diretos Humanos, qe a disseminem nas relacoes epraticas sodais, nosentido de capactat os sufetos (indvaduas e coleaves) pata a defesa fe promocio desta cultura" (SILVEIRA et al 2007, p. 245) Disnte disso, alguns contetidos essenciais deverao ser abardados, prinapalmente no tocante as discriminacdes e videnaas de qualquer natureca (fica, cadal, sexual, genera, sdligioss, sodal, dente autras). Nao se pode deixar de abordar também, na esteira de Rubio (2007 apd GORCZEVSKI, 200%, pp. 225- 227), temas como a demoaada, 2 cultura da paz, 2 sclidariedade e cooperacio, 2 diversidade e muluculeuralismo, a semalidade e 0 genera, (© consumo responsive e 0 meio ambiente, temas que devem ser abordados de forma interdiscplinar, ou seja, no em uma disdplina espeafica, mas assoaados a todas as cutras, os quails deverio conter um canteiido que encontre (© equilfbrio entre um “puramente de direitos humanos (mais universal) e um de direitos de ‘adadania (mais local)" (GORCZEVSKI, 2008, p.227). Ha de se dizer, porém, que a educacio am direitos humanos 26 serd implementada se houverem paliticas publicas valtadas a sua insercio Neste panto, cbjeivando-se a protecio dos draitos humanos, a Corte Interamericana de Dieitos Humanos (CIDH) demansta-se importante instrumento na inducio de tais ‘medidas, por ocasiao de suas deaisbes nos casos envelvendo vidacbes a esses dicettos, a exemplo dos casos Kimenes Lopes e Games Lund, como serd visto a seguir. 4. A CORTE INTERAMERICANA E A EDUCAGAOEM DIREITOS HUMANOS COMO FORMA DE PREVENCAO A REPETICAO DAS VIOLACOES: OS CASOS XIMENES LOPES E GOMES LUND E OUTROS VERSUS BRASIL — PERSPECTIVAS E DESAFIOS AO CUMPRIMENTO DAS DECSOES A. educacio para os direitos humsnos, voltada a determinados grupos soaais ¢ profissionais tomase indispensivel para a prépria premocio destes direitos Assim, ‘mesmo que de forma timida (em duas das aco sentencas), a Carte lntersmericana de Direitos Humanos, ex suas deasdes condenatérias 20 Brasil, tem imposto tal obrigacio, como se veri nas deasbes envalvendo os cases Kimenes Lopes versus Brasil e Gomes Lund e outros versus Brasil (© caso Ximenes Lopes versus Brasil constitul-se na primeira condenacio brasileira na Carte Interamericana de Direitos Humanos, cocatrida no ano de 2005. © episédio envavia vidlacio de diseitos humanos (integridade fisica, vida, garantias judidiais e protecio judidal), por ‘ocasiao da pritica de maus tratos e a marte do dadio Damio Ximenes Lopes, ocomida em. (04 de outubro de 1999, no interier da Casa de Repouso Guararapes, sediada no muniapio de Sobral, nointeniar do Estado do Ceara, A vitima, portadara de necessidade especial mental, fo. submenda A intemagio na cefenda dinica privada, 2 qual operava no ambito do Sistema Unico de Sade (SUS). A intanacio durou ‘és dias, findada pela morte do padente, apés comprovadas agressbesfisicas e psiclégicas Frente 3 comprovacio de tais fatos, agravados pda investigacio do Estado Brasileiro carregada de irregularidades, 2 CIDH condenou © Brasil mio apenas pea ineidénca na prevencio desse upo de incidente (diante do precisio sistema de atendimento mental), mas ‘também pela permissio 3 vidlacio do direito & vida e 3 integridade pessoal da vitima (artigos 4° e 5° da Convencio Americana sobre Diseitos Humanos - CADH) e par ter descumprido 0 seu dever de investigar, idennificar e sanconar responsaveis pelos atos cometidos, vidando as garantias judiaais, 2 protecio judiaal e a Gbrigacio de respeitar os direitos (artigos 8°, 25 16, respectivamente, da CADH) A dedisio, frente As deficéncias estruturais do Betado brasileiro, enfatizou 2 enginda de atencio especial 4s pessoas portadaras de necessidade especal mental, em vireude de sua vulnerabilidade Reconeoeu que 20 Estado compete uma obrigacio maior que 3 simples abstengio de vidlar direitos, pais se espera que este adote medidas positvas que busquen compensix 23 necessidades paticulares de procecio que os sujeitos nessas condictes possuem (CIDH, 100s) Considerou que avulnerabilidadeintrinseca dos partadores de necessidade espeaal mental toma-of suscetivels a tratamentos abusivos quando submenidos 3 intemacio, recaindo sobre © Estado o dever de assegurar_atendimento médico eficaz a essas pessoas. Tal obrigacio implica em garantir “acesso a servicos de satide basicos; Apromocio da satidemental, aprestacio + 293 de servicos dessa natureza que sejam o menos restritivo possivel, e 3 prevencio das deficénaias mentais" (CIDH, 2006) No que tange a0 caso espedfico, a Corte compreenden que as péssimas candicbes de fundionamento da Casa de Repouso Guararapes - tanto no que diz respeito 3 sua sede quanto a0 atendimento - se mostravam distantes dos padroes considerados adequados 3 prestacio de tratamento de satide digno, Nao cbstante, a desidia na investigaciopor parte das autonidades estatals, por nao spurar imediatamente os fatos, nao realizar opatuna preservacio e caleta de provas - sequer inspedonar o local dos aconteamentos ou ainda possibilitar a reconstituicio dos mesmos, sesulcou na condenacio brasileisa (CIDH, 2005) Diante disso, a CIDH axpés que, emzelacio as pessoas partadoras de mecessidade espedal ‘mental, o Estado tem obrigacio em garantir os direitos 3 vida e 3 integridade fisica, sendo que desses derivam deveres espediais de protecio & prevencio, os quais sio concebidos para 0 cas0 em comento pelo dever de cudar e regular, independentemente de se o tratamento ocarrer em nstinuigaopuiblica ou privada (CIDH, 2006). © primeiro diz respeito 3 posicio espedal de garantia que o Estado assume em face das pessoas que se encentram scb sua guarda cu auidado, possuindo 2 cbrigacio positiva de propaconx as condiches estrururais necessivias para o desenvalvimento de uma vida digna, competindolhe a adocio de medidas disponivais enecessivias no sentido deimpedis a deteriaracio da condicio do padente e camizae sua satide (CIDH, 2006). © segundo consiste no dever de regular € fiscalizar 0 atendimento as pessoas partadoras denecessidade especial mental, o qual, deacardo com o enfatizadopela Carte, compere a0 Estado, ‘mesmo que as instituicbes que prestem 0 servico seam privadas, partiapantes ou nio do Sistema Unico de Satide, conforme o caso da Casa de Repauso Guararapes (CIDH, 2005) © caso Ximenes Lopes fai emblemitico para a apredacio dos deveres de protecio do Estado frente aos patadares de defidénaa fe, consequentemente, de autsas pessoas em. semahante estado de vulnerabilidade, por imper uma série de medidas estruturantes, Desse modo, constata-se que a protecio idealizada pela Carte referca 0 entendimento de que a0 Estado no cabe 0 papel de espectador das relacdes 2 see sodais, e sim de guardiao dos direitos humanos ¢ fundamentals, independentemente de se 0 servigo de satide esteja sendo prestado par si, diretamente, ou por instituicbes privadas. A Cate entende assim, que “a respansdbilidade estatal também pode ser gerada por ator de particulares em prinaipio nao atribuivels a0 Estado’, decarendo das ‘obrigacbes erga omnes que tém os Estados de respeitar ¢ garantir as narmas de procecio e de assegurar a eecividade dos direitos, projetando seus efeitos para além da reacio entre seus agentes easpessoas submetidas a sua urisdicio Em segundo aspecto, significa que o Fstado tem a cbrigacio postiva “de adotar as medidas necessirias para assegurar a efetva protecio dos direitos humanos nas relacoes interindividuais" (CIDE, 2006). Diante disso, nio s6 reconhecen tal dever aos direitos humanos previstos na CADH como também impos, na parte rescluava da sentenga, além da condenacio econémica (de cariter individual), o dever do Estado em deseavalver uma série de medidas estruturantes (de cacéter cclenvo e socal), camo um programa de formacio e capactagio para os profissionais de satide, expedalmente as pessoas vinculadas a0 atendimento de satide mental, tanto de instituigoes puiblicas quanto privadas, noincuito de agregar acs mesmos a formacio de prinaipios de regendia no trato das pessoas partadaras de deficenda mental, detzminando aimplantagio de uma palities publica 20 Bstado brasilexo Enguanto 3 dentinda wamitwva na Comissio Interamericana de Direitos humanos, fai sancionada a Le n° 10.216, deo de abail de 2001, que, embera disponha “sobre a protecio & (0s direitos das pessoas portadaras de transtamos mentais e redireaona o moddo assistencal em satide mental", silencia quanto 3 famacio © capactacio espedifica acs profissionais envalvides. No que tange & capaditagio formacio, oucos instrumentos estruturais foram cxiados, como a Rede de Atencio Psicossodal para pessoas com sofrimento ou transtamo mental e cam necessidades decarrentes do uso de crack, dlcod © outras drogas, no imbito do SUS, pela Portaria n® 3.088, de 23 de decembro de 2011, do Ministéio da Saiide que dente seus cbjetivos especficos, no Art. 4°, inaso V, prevé 2 obrigateriedade do Estado “promover mecanismes de farmacio permanente 208 profissionais de saiide’ atendimento especial Observa-se que o detivo cumprimento da detaminacio exarada pda CIDH, no que tinge A formacio e capadtacio dos profissionais atuantes em satide mental nio tem sido promovida de farma efica, a0 menos por intermédio de pdliticas puiblicas valtadas 2 fomacio e cipactacio dos prcfissionais envalvidos no trato das pessoas em situacio de vulnerabilidade pelo seu estado de satidemental A segunda dedsio a ser analisada corresponde 3 proferida no Caso Games Lund fe outros versus Bras. © caso versou scbre a vidlacio dos direitos humanos de integrantes do Partido Comunista do Brasil e de camponeses na Guerrilla do Araguaia, ocorrida nas décadas de 1960 e 1970, durante 0 periodo do rerime saulitar Enfrentada a controvérsia sobre a competnaa ds Corte Interamericana para julgar 0 caso, ocorrido antes da submissio do Brasil a sua jurisdigio contendosa, a CIDH. manifestou-se acerca dos fatos e amissdes do Estado condizentes a falta de investigacio, julgamento e punicio dos respansiveis pelos desaparecimentos forcados © execucio earsjudical, a inelicéca dos meios processuais 2 abtencio de infarmacbes sobre os fates, as estrighes 20 direito de acesso 3 infarmacio| € 0 sofrimento dos familiares (CIDH, 2010). ACIDHrespensabilizau o Bstadobrasilero pao desaparecmento forcado de sessenta e duas pessoas ¢ pela vidlacio dos direitos 20s, reconhedmentos da persnalidade jusidica, 3 vida, 3 integridade pessoal e 3 liberdade pessoal (estabeleddos nos Arts. 3, 4, 5 € 7), € pda inobservanda da dbrigacio do Bstado em respeitar os direitos eliberdades recenhedidos na Convencio Americana sebre Direitos Humanos (Act. 1.1) (CIDH, 2010) Dentreascondenacbes, lém daindenizacio pelos danos materiais e imateniais, determincu- se a0 Estado brasileiro uma s&ie de medidas estruturantes, dentre as quais a diminacio de todos os dbices juridicos 3 informacio, a verdade @ & justiga, a conducio de uma investigacio penal eficaz, objeivando o esdarecmento © a corespendente responsabilizacio penal dos responsives; 2 publicicio da sentenca, ea sealizacio de um ato piblico ofiaal de reconheamento da responsabilidade internacional (CIDH, 2010). no que condiz a esse Além disso, o Estado deve pramover 0 atendimento médica, psiquidtrico e psicdégico gratuito as viumas que necessitarem, envidando todos os esfercos para localizar o paradeiro dis pessoas micrtas © desaparecdas, dindo continuidade 3 busca, sistematizagio publicagio dos dados referentes a Guamilha As vidlagoes 20s diseitos humanos ocarridas no periodo do regime militar, ciando uma "Camissio da Verdade’, davendo, ainda, ‘upificar no crdenamento intemo o cime de desapareamento farcado de pessoas (CIDH, 2010) Ponto relevante 3 pesquisa fl a determinacio estruturante para que o Estado brasileiro implemente, em um prazo racoave, um programa pemanente ¢ obrigatério de educicio em draitos humans, na famagio dos membros das Forgas Armadas, en todos (05 niveis hierarquicos, como forma de evitar a repeticio de tais vidlagbes (CIDH, 2010). Tal qual 0 caso Ximenes Lopes, enquanto a deniinaa contra o Estado brasileiro tramutava na Camissio Intexmeicana de Diretos Humanos, o Brasil inseriu, dentre os abjetivos da Estrategia Naconal de'defesa, estabeleada pelo Deceto n® 6.703, de 18 de decembro de 2008, a diretriz de que “as instituicoes de ensino das ts Forcas amplizcionos seus curriculos de formaciomailitar disaplinasrelativas anogoes de Direito Consticuconal e de Direitos Humanos, indispensiveis pata consdlidar 2 idenuificac das Faxcas Armadas com 0 povo brasileiro’ Por conseguinte, apenas em maiode2012, 0 ‘Ministério da Defesa constitulu, por intermédio da Partarian® 1.550, um grupo de trabalho com co cbjetivo de analisar epropar oaperteicoamento di legislacio muita e de defesa, introduzindo cau amplisndo a tematica afeta 4 procecio dos direitos humanos Neste mesmo ano, conforme informacbes dliciais, 0 Exéato brasileiro estabeleceu um “Programa de Direitos Humanos no Periodo de Adestramento de Garantia da Le e da Ordem = PAB GLO, a ser desenvalvido em todas as cxganizacoes militares distribuidas no teritéio nadanal (BRASIL, 2012). No final do ano seguinte, segundo infaamagdes do Ministério da Defesa, “cerca de 100 militares © avis partiaparam do Curso Expedito de Direitos Humanos e Direito Internadonal Humanitio ministrado per meio de palestras de professeres universitarios oe 25 ¢ espedialistas no assunto’. Este curso teve 0 cbjenvo de wear instrutores de instituicbes educicanais das Fargas Amadas (Exerato, ‘MarinhaeAercnautica), paraministrarinstrucbes sdbse dizeitos humanos (DEFESANET, 2013), Observarse que as medidas estruturantes adotadas peo estado brasileiro ange-se 3 insergio de uma disdplina valtada aos Direitos Humanos, fazendo cam que apenas o decurso do tempo demanstre a eicida das paliticas piiblicas implementadas, onunds da deasio da Corte Interamericana de Disetos Humanos no caso Gomes Lund e outros v- Brasil, camo forma preventiva de nio vidlacio dos direitos humanes. 5. CONCLUSAO Como visto, as sentencas estruturantes, com efeitos além das partes envalvidas no caso concreto, tém sido caracteristica contemporinea no apenas nas jurisdicbes consuruaanais Iatino-americanas, como também na Carte Interamericana de Diseitos Humanos, sevindo de prinapal ferramenta para reparar (e prevents) viclagbes massivas a grupos de pessoas em siruacio de vulnerabilidade soaal, palitica ou cultural Com 2 sujeicio do Brasil 8 Convencio Americana sobre os Diseitos Humanos (Paco de San Jose da Costa Rica) e o reconheamento da competinaa da Carte Interamericana de Direitos Humanos para julgar vidlagbes do Estado (compreendidas 2s aches comissivas € cmissivas), o Brasil fot demandado comoéu em. alguns processos na Carte, dentre os quals os casos Ximenes Lopes e Gomes Lund. Estes casos, em especial, foram os tintcos com reflesor intemos (oi deveriam te) em matéia de paliticas publicas valtadas 4 296 see educagio em direitos humanos para mudancas institudonals (agentes de sade — publica e privada ~ e mulitares das forcas amadas). No primero caso, a Carte determinou que 0 Estado brasileiro implementasse um programa de feemacio e capadtacio 208 profissionais eavalvides com a saiide mental, de fama a revinir que fatos como a morte videnta de Dami3o Ximenes Lopes, ocarrida no interier de uma casa derepauso, no viesse a ocarrer NocasoGomes Lund, a Carte deteminou a insercio de uma frmacio em diseitos humanos na grade curicular de todos os membros (induindo-se todos os postos e graduacbes) das Foreas Armadas, como forma de evitar que episédios como os ocarrides na *Guerrilha do Araguala" niomais se repitam, Dene os resultados encantrades, verificou-se que, na pritica, a conseaucio das determinacoes estruturantes da Corte pauco teflenizam em medidas valtadas 3 educagio em diratos humanos no ambiente dinico (caso Ximenes Lopes). No ambiente militar (caso Games Lund), houve a insercao de uma diretsiz votada aos direitos humanos na Estratépia Nadonal deDefesa eainserciodeuma disaplina de direitos humanos na formacio dos militares, ficando, todavia, a eficiaa de tas medidas vinculada a0 deaurso do tempo, justamente para venificar que os exxos cometides no passado nto venham novamente a ocatter. Por deadeixo, ha de se dizer que, para a educagio em direitos humanos, as dedsoes da Cate Interamencana damonstram-se importante instrumento de inducio de paliticas, piiblicas, muito emboranio seja pratica comum, como forma preventiva de vidlagoes aos disetos humanos, a exemplodos demais casos, nos quais a Carte dessou de decerminae tais medidas REFERENCAS ABRAMOVICH, Victor Delaoviclacioneem asivas alos patranee estructurales: nuevos enfoques y clisicas tensiones en el sistem ainteramericmo de derechos hum anos In Revita Internacional de Derecho: Humanos.v 6.1. 11, 2008 ALVES, Felipe Dalenogare| MEOTTI, Francie Freitas, DIREITOS FUNDAMENTAIS E DEMOCRACIA NO ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO: a educarto para oo Diseitos Humaos camo contrapanto a atuacio da jusisdicio conctitucional na tutela dos dizeitos contram sjoritirioe. In GORCZEVSKI, Clovie (Org). Direitos Hummes & Paticpacio Politica v 5. Porto Alegre: Imprenaa Livre, 2014. BRASIL. Lei 10.216, de 6 de absil de 2001. 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Americana’ (financiado peloFINEP), vinculado a0 PPCD da UNISC, rede de peaquisa que integra investigadores de diferentes paises e instituigbes, equetem por cbjetoom speamento da atacio da Corte Interam erieana de Diceitoe Humaoe e dos Tibunaie Constitucionaie no tocaate a garmtia e sedlicacio dos direitos fandamentaie, Ojulgado foi a consclidagio de cinco casos que foram apreciados conjuntamente pela Suprema Corte (Brown v. Board of Edheation of Topeka Bigge v. Elliot; Davie v. Board of Education of Prince Edward County, Bailing v. Sharpe € Gebhare Ethel) 3. Dentre elas, a ordam para que oo Tabunais doo Estados, com a maxima urgincia determinascem a2 medidas necesoiriae © adequadas para a implementacio de planoe A amped a cegregacio racial nao eocalas piblicas © extrato da decioio pode ver visto em: . Aceooo em: 30 mac 2016. 4. A sespeito, para fine de aprofindamento do tema, ver. JOBIM, Marco Félix. Brown v Board of Education: a arigiem das medidas estruturantes, In Revisea Brasileiza de Estudos Constituciona’s v7. n, 18. Belo Horizonte Farum, 2013 5. Axeopeito, vero que dencminamos de ativiamo conecetizadar in LEAL, Méenia Clarissa ennis ALVES, Felipe Dalenogare Judcidlizacio & AdvismoJudidal: O Supremo Tribunal Federal etre a interpretario e a intervencio ma ecfera de atuacio dos dem ais Podereo. Rio de Janeiro: Lumen Jusis, 2015, 6. Pode-se dicer que se trata de umajudicializacio vinda “de cimaparabaizo’, cam atransfermcia voluntiria do Poder Piblico (uma cmissio em eu dever de agi ex officio) para oJudciéio, a fim de que aquele atue apenas por determinacio deste, Com i800, 0 Poder Piblico prolonga a concretizagio do diceito e ada a execusio da medida para um futuro incerto, geralmente apo uma decisio judicial, ja prejudicada por perda do objeto, 2 exemple do femecimento de determinado medcamento vital, quando, até ser promovido o cumprimento da sentenca, o ‘paciente podera ter chegado a bite, Tomacce importante dizer que estas medidas podem aparecer de forma cumulativa alcemada ou até complementares e que mio necessariamente catalogam um sol taxativo ‘catacteristico de tae decades, E possive identficar um consideravel mimero de decisdes em que a CIDH nao oe ateve apenas ao caso conereto, mas ectenden efeitos ‘para que oe obtivesse tima atuagio preventiva fe corretiva a fim de que tais violagbes mio voltassem 2 ocorrer: “a) Indigenas: Mayagna Awas Tigni (2001), Yatama vs Nicaragua (2005), Comunidad Indigena Yale Axa (2005) +y Sauboyamazavs Paraguay (2006), Saramaka vs Surinam (2007), Sarayaka vi Ecuador (2012), Nerin Catriman y otros vs Chile (2014): 5) Muezes Penal Miguel Castro Castro vs Peni (2006), Gonzaler y otras ("Campo Algodoners’) vs México (2009), Feminde- (Ortega (2010) y Rosendo Canti’ vs México (2010), Veliz Franco y otros vs Guatemala (2014): c) Nisovas’ ‘Nuios de la Calle (illagrén Morales y otros) vs, Guatemala (2001), “Instituto de Reedneacién del Mencr’ vs Paraguay (2004), Nisias Yem y Bosico vs Repiblica Dominicana (2005), Mendoca y otros vi Argentina (2013). d) Privados de Ebertad: “Inetituto de Reeducacion del Menor vvs Paraguay (2004), Mentero Arnguren y otros (Retin de Catia) vs. Vene-ucla {2006}, ‘yotravs Eeuador (2011), Pacheco Teruel y otros vs Honduras (2012). e) Migrantes: Vélez Looe vs Pmama (2010), Nadege Domema y otros ve Repibliea Dominiema (2012), Pereonas dominicanas y haitiaas expuleadas v2 Repiblica Dominica (2014). f) Desplazados “Masacre de Mapiripan” vs. Colombia (2005), “Masaere de PuebloBello’ ve. Colombia (2005). Comunidades Afzodeocendientes Desplacadae de la Cuenca dsl Rio Cacarica (Operacion Cénesid vs. Colombia (2013). g) Onentacién sexual: Atala Riffo y Niiao vs Chile (2012)” (gafou-se). (ROJAS, 2015, p. 129) Observa-se que ambos os casos cbjeto de auilise no presente trabalho se coadunam a ‘bservacio de Abram ovich (2009): GomesLund ¢e cutros 1: Brasil cam 0 primeiro (execucio ¢ desaparecimento de pessoas); Ximenes Lopes v. Brasil cam o segundo (grupos em situacio de svulnerabilidade) oe 209 10. Quanto a ecta dicetri=, tomas nitida, nos dois casos em alice no presente trabalho, a determinacio de medidas para alteracio nos padres de conditas de dais grupos institucionais agentes das Foreas Armadas e agentes de sade publica e pivada LLL Parte dos concsitor acerea da echeasito paca os dcitos humamos foram trabalhados, qriginamente, no contesto da tutela doo direitos contramsjeritarion, in _ ALVES, Felipe Dalenogare, MEOTTI, Francie Freitas DIREITOS FUNDAMENTAIS E DEMOCRACIA NO ESTADO DEMOCRATICO DE DIREITO: a educacéo para os Diveitos Hummes como connaponto @ atuacéo da jsisdi¢do constitucional na tutela dos diveitos contramujerianios. In GORCZEVSKI, Clovie (Org. Direitos Hummes & Partidpacio Politiea v5. Porto Alegre: Imprenoa Livre, 2014, p. 453-485 e in LEAL, Menia Clarissa Hennig, ALVES FelipeDalenogare Anecessiria compatibiizacéo do dizeito a informacéo cos Gueitos de pervondidade e @ Ggmdade humana © papel da educacio para os disitos humaos A camunicagio social em wm contexto poe ADFF n° 1S0DF In SARLET, Ingo Wolfgane: MARTOS, José Antonio Montilla RUARO, Regina Linden (Orge). Acesso & Informacio como dreitofundam ental e dever estat. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2015. p. 133. 152 12.Fsta citacto é célebre de Nelom Mandela, cextraida de: GORCZEVSKI, 2009, p. 220, 13.A_propésito, vero inteiro tear em: ORGANIZACAO DAS NACOES UNIDAS. Plan de accién ~ Programa Mundial para 1a Educacién em derecho: hunamo: ~ Primera Eeapa. Nova Yerk: ONU, 2005. p. L ILA propésite, ver 9 inteiro ORGANIZACAO DAS NACOES UNIDAS. Declaragdo Universal dos Dizeitos do Homem, p. 12. Disponivel em: Acesso em 17 Rov 13. 300 see 16. a 18, Is, vero intero teor em: DOS. _ESTADOS AMERICANOS. Carta da Oxganizacdo dos Estados Amricanos. Dispanivel em: Acesso am 17 nov 13 A_ propésito, ver 0 inteiro tear em ORGANIZACAO DAS NACOES UNIDAS Pacto Internacional dos Direitos Eeenémicos, Sodiaise Culturais p.6. Disponivel em: . Aceaso em: 17 nov 13. A propésito, ver o inteiro tear em: BRASIL Flamo Nacional de Edicagio em Direitos Humanos p26. Dispanivd em: ‘Acesso em: 17 nor 13, ‘A propésito ver: Declaracto Universal dos Direitos do Hamam, ja ctada Parte da anilise da desisio da Corte no ca2o ‘Ximenes Lopec v- Brasil, exprecca nesta cecio, foi apresentadano trabalho “A cespancabilidade estatal « 00 deveres de protecio prevencio no caso Ximenes Lopes versus Braal”’, apresentado por Femando Reberto Schnorr Alves e Felipe Dalmogare Alves na I Jomada Intemnacional © Il Mostra de Peomica de Jusisdicio Constitucional - Observatério da Jusisdicio Constitucional Latino-Americma ‘Smita Cruz do Sal: UNISC, 2014 e publicada no artigo LEAL, Mania Clariosa Hennig, ALVES, Felipe Dalenogare. O dever de protesio (Schut-pficht) dos dicitos fandamentais e mua utlicacio pela Corte Interamericana de Direitos Humaios como fundamento para a condmacio brasileira no cazo Ximees Lopes vy Braall. In Revista da Faculdade de Dizeito da Universidade Agosinho Neto — edicio eopecial em hamanagem a0 Professor Adérito Correia, Lmands: UAN, 2015.

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