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prestgio, absorvente e dominadora. Rio Branco tudo queria ver e fazia muita coisa, ele
mesmo. Se bem que os papis continuassem tendo na secretaria seu curso normal de
informao, era positivo que as novas prticas quebravam a normalidade do funcionamento
anterior. Cabo Frio se ressentiu disso. Sobretudo, o gabinete de Petroplis causava-lhe
irritao. Muita coisa a se decidia sem que ele fosse ouvido. As papeletas, quando no
eram executadas l mesmo, vinham para serem executadas na secretaria, j com o despacho
definitivo. O gabinete de Petrpolis era uma outra secretaria de Estado. O diretor-geral
sentia sua autoridade diminuda e se retraa.
J Lus Gurgel do Amaral, em seu livro de memrias intitulado O meu velho Itamarati,
afirma que o principal ponto de tenso existente entre os dois diplomatas residiu no fato de
que Cabo Frio controlava o horrio de entrada e sada dos funcionrios da Secretaria de
Estado das Relaes Exteriores, o que no se coadunava com as tendncias de Rio Branco,
cujo horrio de trabalho era bastante flexvel, na medida em que adentrava noites e
madrugadas. No entanto, a relao entre ambos foi sempre respeitosa. O baro do Rio
Branco, inclusive, afirmou em documento divulgado por Lus Viana Filho reconhecer a
importncia de Cabo Frio para a chancelaria brasileira e ter reverncia pelo secretrio, o
qual conhecera ainda pequeno na casa de seu pai, o visconde do Rio Branco.
Entre suas obras, destacam-se os seguintes trabalhos diplomticos, que se encontram
reunidos no Acervo do Arquivo Histrico do Itamarati: Reclamaes anglo-brasileiras
(1880); Navegao da lagoa Mirim e do rio Jaguaro (1889); Limites entre os Estado
Unidos do Brasil e a Repblica Argentina. Questo submetida ao arbitramento do
presidente dos Estados-Unidos da Amrica. A seu respeito existe tambm a obra intitulada
Traos biogrficos do visconde de Cabo Frio (1903), de autoria de Jos Antnio
dEspinheiro.
Cristina Luna
FONTES: