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Angela Schinkovicz
Vanessa Caster Taubinger
Pedagogia
Universidade Estadual do Centro Oeste – Unicentro
Introdução
A história da informática educativa no Brasil teve início na década de 70, cujo
objetivo era construir uma base para garantir que as atividades de informática se
desenvolvessem plenamente e consequentemente beneficiassem o desenvolvimento social,
político, tecnológico e econômico. Isso se deve ao pleno desenvolvimento das indústrias para
a qual era necessário a formação de uma mão-de-obra qualificada para dar continuidade ao
crescimento econômico. As instituições escolares também começaram a ter um papel
importante nesse processo. “Adequar a escola a este novo modelo tinha como justificativa a
compreensão de que a escola poderia dar a sua contribuição ao modelo econômico em curso,
por meio da formação de uma mão-de-obra qualificada e ao mesmo tempo ser um agente de
equalização social por intermédio de uma melhor distribuição de renda” (OLIVEIRA, 1997,
P.10)
Nesse sentido, esse trabalho pretende apontar os principais eventos que
proporcionaram o surgimento e a evolução da informatização da sociedade destacando como
esse processo ocorreu na educação no Brasil.
...importância de que as atividades de informática na educação fossem balizadas por valores culturais,
sócio-políticos e pedagógicos da realidade brasileira, bem como a necessidade do prevalecimento da
questão pedagógica sobre as questões tecnológicas no planejamento de ações, o computador foi
reconhecido com um meio de ampliação das funções do professor e jamais como forma de substituí-lo.
(...) surgiu a primeira idéia de implantação de projetos-piloto em universidades, cujas investigações
ocorreriam em caráter experimental e deveriam servir de subsídios à uma futura Política Nacional de
Informatização da Educação. (...) projeto EDUCOM, teve suas origens a partir desse fórum.
(MORAES, 1997, P. 3)
Para melhor reforçar as ações na área e coletar novos subsídios para os projetos-piloto,
o MEC, a SEI e o CNPq, promoveram em agosto de 1982, na Universidade Federal da Bahia,
o II Seminário Nacional de Informática na Educação com recomendações importantes:
...a necessidade de que a presença do computador na escola fosse marcada como um recurso auxiliar
ao processo educacional e jamais como um fim de si mesmo. (...) recomendou-se ainda que suas
aplicações não deveriam se restringir ao 2º Grau (...) acentuando a necessidade do caráter
interdisciplinar que deveria existir nas equipes dos centros-pilotos... (MORAES, 1997, P. 3)
Para pôr em prática a proposta, foi sugerida a criação de uma Comissão Oficial e uma
Comissão Executiva, formadas por representantes da SEI, CNPq e FINEP, que seriam
orientadas pelo MEC. E em janeiro de 1983 foi criada a Comissão Especial nº 11/83, que
tinha a função básica de orientar a utilização das tecnologias no ensino-aprendizagem e
acompanhar o seu desenvolvimento geral.
Em março de 1983, foi apresentado o Projeto EDUCOM (Educação com
Computadores). “...que consistia em uma primeira ação oficial, concreta, de levar
computadores às escolas públicas brasileiras (...) Seu objetivo principal foi estimular o
desenvolvimento da pesquisa multidisciplinar voltada para a aplicação das tecnologias de
informática no processo ensino-aprendizagem.” (OLIVEIRA, 1997, P.34)
No ano seguinte, em 3 de outubro de 1984, 5 universidades firmaram convênio com o
MEC (Universidades Federais do Rio Grande do Sul, Pernambuco, Minas Gerais, Rio de
Janeiro e Estadual de Campinas) para sediar os centros pilotos, onde seriam desenvolvidas
pesquisas na área, e esses centros também ficariam responsáveis por disseminar o uso da
informática na educação.
Em fevereiro de 1986, após a criação do Comitê Assessor de Informática na Educação
– CAIE/MEC, iniciou-se uma nova fase. Em abril do mesmo ano, o Comitê recomendou o
Programa de Ação Imediata em Informática na Educação de 1º e 2º graus, objetivando:
Gerar subsídios que contribuíssem para o estabelecimento de uma Política Nacional de Informática na
Educação de 1º e 2º graus; Desenvolver uma infra-estrutura de suporte junto às secretarias de educação;
Estimular e disseminar as aplicações da utilização da Informática Educativa junto aos sistemas estaduais
e municipais de ensino; Estimular a capacitação de recursos humanos para o trabalho com Informática
Educativa; Avaliar a validade racional e econômica da Informática Educativa, de acordo com os
objetivos da educação brasileira. (OLIVEIRA, 1997, P.43)
Conclusões
Apesar das várias dificuldades encontradas no decorrer da realização dos projetos, os
dados demonstram que muita coisa foi concretizada no país. As pesquisas realizadas pelo
projeto EDUCOM foram de vital importância, permitindo assim o surgimento do projeto
FORMAR e possibilitando a implantação de vários CIEds, sub centros e laboratórios
existentes atualmente no país. Toda essa contribuição do passado é que possibilitam hoje um
novo projeto, ainda em desenvolvimento, o PROINFO, que possui metas ambiciosas, desde
1997.
Com esse trabalho pudemos perceber como é recente a utilização da informática como
ferramenta na educação, e da importância que essa utilização teve e tem para o
desenvolvimento do nosso país. Por isso, é necessário desenvolver e investir cada vez mais
em projetos para informatizar a nossa sociedade, disponibilizando essa ferramenta de estudo,
de trabalho não apenas para as classes dominantes, mas sim para todos.
Referências
MEC/SEED/PROINFO. História da Informática Educativa no Brasil. Online. Disponível em
http://edutec.net/Texto/Alia/PROINFO/edprlist.htm<>. Acessado em 06 abr. 2010.
MORAES, Maria Candida. Informática Educativa no Brasil: uma história vivida, algumas
lições aprendidas. Online. Disponível em
<http://edutec.net/Textos/Alia/MISC/edmcand1.htm>. Acessado em 16 mar. 2010.
OLIVEIRA, Ramon de. Informática Educativa: dos planos e discursos à sala de aula.
Campinas, SP: Papirus, 1997.