Sie sind auf Seite 1von 3

Produto Orgânico: Bom para você, Bom para o planeta

Mauro F C Lins (mauro@dr-organico.com)


06/2010

Palavras-chaves: Agricultura Orgânica, Brasil, substâncias tóxicas, saúde, doenças, natureza

---------------------------------

Os orgânicos estão por aí. No início, a cultura do consumo de produtos orgânicos no Brasil era vista como
atitude de um grupo muito restrito de “descolados” e de “bichos – grilo”. Parecia mais um modismo
restrito a grupos de consumidores muito específicos e provavelmente algo passageiro. Hoje em dia, os
orgânicos encontram alicerces robustos dentro da comunidade científica a até mesmo de orgãos como,
por exemplo, a Comissão Européia através de sua campanha “Agricultura Orgânica – Boa Para a
Natureza, Boa Para Você”1.

As vantagens dos orgânicos podem ser agrupadas em três características principais: Orgânicos são mais
nutritivos, orgânicos não contém substâncias tóxicas para nossa saúde (mais saudáveis) e orgânicos são
melhores para o planeta.

1. Mais nutritivos. Em 2007, cientistas da Universidade da California–Davis constataram que


tomates de cultivos orgânico possuiam quase o dobro de um importantíssimo antioxidante, a
quercetina2. Cientistas espanhóis em 2008 documentaram que laranjas de cultivo orgânico
apresentavam maior riqueza de minerais, de antioxidantes e possuíam melhor qualidade
sensorial. Os níveis de carotenóides, substâncias reconhecidamente saudáveis, foram 40%
maiores em laranjas orgânicas. O estudo foi publicado no importante Journal of the Science of
Food and Agriculture3. Pesquisadores do Ministério da Agricultura dos E.U.A (USDA), em estudo
publicado em 2009 no Journal of Agricultural and Food Chemistry4, concluiram que “é tentador
especular que, com a agricultura moderna, nós estamos limitando, pelo menos de alguma forma,
a produção de compostos promotores de saúde em nossas dietas, que poderiam estar presentes
em níveis mais elevados em alimentos de cultivo orgânico ou em alimentos produzidos antes das
técnicas de controle de pragas da agricultura moderna”. Durante o Simpósio “Living Soil, Food
Quality and the Future of Food” (Solo Vivo, Qualidade Alimentar e o Futuro dos Alimentos),
apresentado no encontro anual da American Association for the Advancement of Science – AAAS
(Associação Americana para o Avanço da Ciência) em Fevereiro de 2009, pesquisadores da
Washington State University, da University of California-Davis e do The Land Institute, baseados
em estudos realizados durante os últimos 10 anos, incluindo também outros centros de pesquisa,
concluíram e publicaram que5:

- Tomates de cultivo orgânico apresentam níveis significativamente mais elevados de


sólidos solúveis e de moléculas naturais chamadas de metabólitos secundários,
incluindo os flavonóides, licopeno e vitamina C.

- Estudos de 27 canteiros de espinafre orgânico demonstram níveis significativamente


mais elevados de flavonóides e de vitamina C e níveis mais reduzidos de nitratos. Os
nitratos nos alimentos são considerados prejudiciais à saúde humana, pois formam

Rede Verde Conservation Network Inc. BN: 845495613NP0001


York street, 8 - 1st floor Moncton, NB E1C2X9 Canada
URL : www.rede-verde.org Email: info@rede-verde.org
compostos carcinogênicos (nitrosaminas) no trato gastrointestinal e podem converter
a hemoglobina a uma forma incapaz de transportar oxigênio no sangue.

Fundada em 1848, a AAAS é a maior sociedade científica do mundo e publica o famoso periódico
Science, a revista científica mais lida no mundo, atingindo 10 milhões de leitores.

Recentemente, a “Agence Française de Sécurité Sanitaire des Aliments” (Agência Francesa de


Segurança Sanitária dos Alimentos), publicou um estudo destacando a superioridade nutricional
dos orgânicos6. O autor do estudo, Prof. Denis Lairon da Universidade de Aix-Marseille, também
enfatizou a segurança dos orgânicos, concluindo que 94-100% dos orgânicos não continham
resíduos de pesticidas e apresentavam 50% menos nitratos, compostos que vários cientistas
consideram capazes de provocar câncer.

2. Menos química (Mais Saúde). Além de conter mais nutrientes, os orgânicos são a alternativa
para não entrar em contato com substâncias químicas (os agrotóxicos) cujos efeitos sobre nossa
saúde começam a ser questionados, para os ainda em uso, enquanto não há duvidas sobre os
malefícios dos vários outros que já se encontram banidos. Estudos associam exposição aos
agrotóxicos com vários tipos de condições e doenças, indo desde alguns tipos de câncer, como
por exemplo, o de próstata7, tumor do cérebro em crianças8, hipertensão durante a gestação9,
problemas mentais em crianças10 até a ocorência de obesidade11,12. Crianças expostas a
pesticidas na vida uterina apresentam três vezes mais probabilidade de serem obesas aos 6 anos
de vida13. Embora muitos dos estudos tenham origem fora do Brasil, devemos lembrar que o
Brasil é hoje o maior consumidor mundial de agrotóxicos (Fonte. ANVISA)14.

3. Melhores para o planeta. O uso inadequado da terra (desmatamento) e o uso de fertilizantes


químicos são também grandes responsáveis pelo aquecimento global. As emissões provenientes
das práticas agrícolas convencionais superam as emissões de carbono de todos os carros,
caminhões, trens e aviões do mundo.
Se os 3,5 bilhões de acres cultiváveis do mundo fossem tranformados em cultivos orgânicos
agora, teríamos controle (redução) de 40% das emissões de carbono do mundo. Isso seria
conseguido através do sequestro de carbono no solo, redução do desmatamento e redução da
emissão de gases associados ao uso de fertilizantes. Esses dados constam no capítulo 3 “ Farming
and Land Use to Cool the Planet” (Agricultura e Uso da Terra para Resfriar o Planeta) do relatório
State of the World (Estado do Mundo), publicado pelo WorldWatch Institute em 200915.

Portanto, o consumo de produtos orgânicos possui hoje argumentos sólidos e científicos que justificam
plenamente o investimento nessa modalidade de cultivo e de vida. O Brasil pode e deve ser o grande
fornecedor de alimentos para o mundo, um mundo que cada vez mais vai dificultar a entrada de
produtos com resíduos de agrotóxicos. A agricultura orgânica é capaz de alimentar o mundo, ao contrário
do que sempre foi dito, raciocínio corroborado pelas Nações Unidas ao afirmar que a agricultura orgânica
pode alimentar o mundo com impacto ambiental menor16,17.

Referências:

1. http://ec.europa.eu/agriculture/organic/home_pt.

Rede Verde Conservation Network Inc. BN: 845495613NP0001


York street, 8 - 1st floor Moncton, NB E1C2X9 Canada
URL : www.rede-verde.org Email: info@rede-verde.org
2. Ten-year comparison of the influence of organic and conventional crop management practices on the
content of flavonoids in tomatoes. Mitchel AE et al, J Agric Food Chem. 2007, 55(15):6154-9.

3. Effects of agricultural practices on instrumental colour, mineral content, carotenoid composition, and
sensory quality of mandarin orange juice, cv. Hernandina. Beltran-Gonzales et al, J Sci of Food and
Agriculture, 2008, 88(10):1731 – 1738.

4. Phytoalexin-Enriched Functional Foods, Boue et al, J. Agric. Food Chem., 2009, 57 (7): 2614–2622.

5. http://www.aes.ucdavis.edu/NewsEvents/web-news/2009/2/how-organic-and-conventional-farming-practices-
impact-crop-nutrients-1.

6. Nutritional quality and safety of organic food. A review. Lairon, Denis. http://www.agronomy-
journal.org/index.php?option=article&access=doi&doi=10.1051/agro/2009019.

7. The growing incidence of prostate cancer in the French Caribbean islands, Martinique and Guadeloupe:
A possible causal role of pesticides. Belpomme et al, International Journal of Oncology, 2009 (35): 433.

8. Parental Exposure to Pesticides and Childhood Brain Cancer: U.S. Atlantic Coast Childhood Brain
Cancer Study, Shim, Y. K. et al; Environ Health Perspect 117:1002–1006 (2009).

9. Pesticide Exposure and Hypertensive Disorders During Pregnancy, Saldana, T.M et al, Environ Health
Perspect, 2009, (117):1393–1396.

10. Potential developmental neurotoxicity of pesticides used in Europe, Bjørling-Poulsen, M; Andersen, HR


& Grandjean, P. - Environmental Health 2008, (7):50.

11. Transgenerational inheritance of environmental obesogens - Porta, M.; Duk-Hee, L.; Puigdomènech,
E. Occupational and Environmental Medicine 2009, (66):141-142.

12. Maternal levels of dichlorodiphenyl-dichloroethylene (DDE) may increase weight and body mass index
in adult female offspring - Karmaus, W et al, Mudd, J Zhang, Occupational and Environmental Medicine
2009, (66):143-149.

13. Exposure to hexachlorobenzene during pregnancy increases the risk of overweight in children aged 6
years, Smink, A. et al, Acta Pædiatrica, 2008, 97(10):1465 – 1469.

14. Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (PARA) – ANVISA.

15. www.worldwatch.org.

16. United Nations Food and Agriculture Organization, Organic Agriculture and Food Security, May 2007.

17. UNCTAD, UNEP, Organic Agriculture and Food Security in Africa, Oct. 2008.

Rede Verde Conservation Network Inc. BN: 845495613NP0001


York street, 8 - 1st floor Moncton, NB E1C2X9 Canada
URL : www.rede-verde.org Email: info@rede-verde.org

Das könnte Ihnen auch gefallen