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O documento trata de uma ação de divórcio e usucapião familiar. O autor pede o divórcio da ré e a usucapião do imóvel onde reside com os filhos há mais de 2 anos desde que a ré abandonou o lar conjugal. O autor alega ter arcado sozinho com todas as despesas do imóvel e da criação dos filhos nesse período.
O documento trata de uma ação de divórcio e usucapião familiar. O autor pede o divórcio da ré e a usucapião do imóvel onde reside com os filhos há mais de 2 anos desde que a ré abandonou o lar conjugal. O autor alega ter arcado sozinho com todas as despesas do imóvel e da criação dos filhos nesse período.
O documento trata de uma ação de divórcio e usucapião familiar. O autor pede o divórcio da ré e a usucapião do imóvel onde reside com os filhos há mais de 2 anos desde que a ré abandonou o lar conjugal. O autor alega ter arcado sozinho com todas as despesas do imóvel e da criação dos filhos nesse período.
Usucapio Familiar Petio conforme regramento do Novo CPC.
EXCELENTSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A)
JUIZ (A) DE DIREITO DE UMA DAS VARAS DA FAMLIA DA COMARCA DE ____. FULANO DE TAL, brasileiro, casado, servidor municipal, inscrito no RG n _______, SSP/UF, inscrito no CPF/MF n __________, residente e domiciliado na Av. _________, n ___, nesta cidade de __________ - UF, neste ato representado por seu advogado in fine assinado, conforme documento de procurao em anexo, vem, respeitosamente, a presena de Vossa Excelncia, com fulcro nos art. 226, 6 da CF (com a redao dada pela EC/66), art. 1.240-A e 1.578, 2 e 3, ambos do Cdigo Civil, propor a presente AO DE DIVRCIO C/C PEDIDO DE USUCAPIO ESPECIAL POR ABANDONO DO LAR Em face de SICRANA DE TAL, brasileira, casada, inscrita no RG n __________, SSP/UF, CPF n ___________, servidora pblica federal, residente na Rua __________, n ___, Bairro __________, domiciliado na cidade de ___________ - UF, com fulcro nos fundamentos fticos e jurdicos adiante elucidados. I DA JUSTIA GRATUITA Inicialmente, cumpre informar que o Autor servidor pblico municipal, exercendo atualmente a funo de porteiro e que, atualmente, no possui condies financeiras para arcar com as custas necessrias para tramitao do processo, sem que isso atinja diretamente o seu prprio sustento e dos seus familiares, de forma que requer a concesso do benefcio da Justia Gratuita, conforme dispe a Lei n 7.510/86, c/c o artigo 98 do CPC (Lei n 13.105/2015), bem como pelo que preceitua o art. 5, LXXIV da Constituio Federal, requerendo, desde j, a sua concesso. II - DA AUDINCIA CONCILIATRIA Quanto audincia de conciliao prevista no CPC, art. 319, inc. VII, o promovente opta pela no realizao de audincia conciliatria, razo pela qual requer a citao da Promovida, conforme preceitua o CPC, art. 247, caput, para comparecer audincia designada para essa finalidade CPC, art. 334, caput c/c 5. III - DOS FATOS O Autor e Ru, na data de __/__/_____, contraram matrimnio, adotando o Regime de Separao Total de Bens, conforme se depreende da Certido de Casamento anexa (Doc. __). Na constncia do casamento, tiveram dois filhos, e, JUNIOR e FILHO, logo, o casal, em conjunto, adquiriram o imvel objeto deste deslinde, para criao do filhos que acabaram de conceber. Em __/__/____, por motivos pessoais, cujo relato no interessa ao feito, a Requerida ABANDONOU O LAR CONJUGAL, deixando o Requerente na posse do nico imvel conquistado pelos litigantes, criando e educando os dois filhos, tendo recebido pequenas ajudas da demandada com alimentao para os filhos. Importante ressaltar que, durante o todo o tempo transcorrido, o Requerente permaneceu residindo com os filhos no imvel citado e arcando com todas as despesas de manuteno deste, IPTU, gua, luz, gs, internet, manuteno no imvel, e despesas extras com instalao de meios de segurana no prprio imvel, sem que houvesse, sequer, qualquer ajuda ou investimento do requerido. Diga-se de passagem, Excelncia, o casal ficou separado de fato por mais de 6 (seis) anos, e que a Requerida aps se abandonar o lar, ainda mantm conta de gua e internet do referido imvel em seu nome, como meio de fazer crer que ali ainda reside. Assim, por mais de 3 (trs) anos, de forma mansa, pacfica e ininterrupta, com nimo de dono, sem interrupo e/ou oposio do Requerido ou de terceiro, o Requerente ocupa o imvel em tela, fazendo jus usucapio pleiteada. Eis, portanto o caso sub judice. IV - DOS CONFRONTANTES - AO NORTE (frente) na mesma Rua, fica situada a residncia de _______, endereo:____ - AO SUL (fundos) com o Lote ___, situado na Rua por trs do imvel, fica situada a residncia de __________, endereo_______ - A LESTE (lado direito) casa de esquina, na mesma Rua do imvel, fica situada a residncia de ___________, endereo ______; - A OESTE (lado esquerdo) na mesma Rua, fica situada a residncia de ________. Endereo: _______ Todos residentes acima delineados, declaram, que esto em total disposio para comparecer a juzo para comprovar todos os fatos por eles conhecidos em audincia instrutria. V DO DIVRCIO No que tange ao pedido de divrcio, no caso em tela, nada mais do que uma formalidade, visto que o casal j se encontra separado de fato h mais de 10 (dez) anos, motivo pelo qual, o pedido encontra total respaldo conforme ao Art. 226 6 da Carta Magna, tratando: O casamento civil pode ser dissolvido pelo divrcio. No mesmo nterim, o Cdigo Civil assim assevera: Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: IV - pelo divrcio. Ademais, ante o fato do Requerente e a Requerida se encontram separados de fatos por todo esse tempo, em virtude dos fatos acima relatados, torna-se impossvel uma reconciliao. VI DA USUCAPIO FAMILIAR Conforme j todo o exposto, o Requerente cumpriu as condies legalmente previstas para consumao da usucapio, uma vez que o imvel em questo tem rea inferior a 250 m e sua posse soma tempo superior a 05 (cinco) anos, conforme preceitua o Art. 1240 do Cdigo Civil, vejamos: Art. 1.240. Aquele que possuir, como sua, rea urbana de at duzentos e cinquenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua famlia, adquirir-lhe- o domnio, desde que no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural. 1o O ttulo de domnio e a concesso de uso sero conferidos ao homem ou mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. Nesta senda, visando trazer estabilidade social e especial proteo famlia, bem como antecipar os problemas que viro com o desenvolvimento do mercado imobilirio, a Lei n 12.424/2011 (que tutelou questes relativas ao plano Minha Casa, Minha Vida), introduziu o artigo 1.240- A do Cdigo Civil que expressamente prev: Art. 1.240-A - Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposio, posse direta, com exclusividade, sobre imvel urbano de at 250m (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cnjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, utilizando-o para sua moradia ou de sua famlia, adquirir- lhe- o domnio integral, desde que, no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural. Ou seja, Excelncia, este prazo o aplicvel ao caso, visto ser norma reguladora nova e que traz maior eficcia na segurana jurdica no que diz respeito ao Direito da pessoa que possui o imvel no perodo estabelecido no suscitado artigo. Oportuno ressaltar comentrio emitido em relao ao citado artigo: Criou o legislador uma nova e controversa modalidade de usucapio, denominada familiar, entre ex-cnjuges e ex- companheiros, com o reduzidssimo prazo de dois anos. Cuida-se de instituto novo. O prazo aquisitivo bienal somente pode ser contado a partir da vigncia da lei (16.06.2011), sob pena de incidir em carter retroativo e colher de surpresa o ex-cnjuge ou ex- companheiro que ir perder a sua parte ideal sobre o imvel comum. Aplica-se o entendimento pacificado do STF, ao examinar situao jurdica semelhante (novo usucapio especial urbano, com reduo de prazo, na CF de 1988), no sentido de que, por se tratar de instituto novo, no se computa o prazo anterior lei (RTJ 165/348, 165/371, 166/237 e 175/352, entre outros. (Cdigo Civil Comentado, Coordenador Ministro Cezar Peluso, 6 edio, Barueri, SP: Manole, 2012, p. 1.234) Em manifestao a respeito do tema, Jos Fernando Simo aduz que: O imvel pode pertencer ao casal em condomnio ou comunho. Se o casal for casado pelo regime da separao total de bens e ambos adquiriram o bem, no h comunho, mas sim condomnio e o bem poder ser usucapido. Tambm, se o marido ou a mulher, companheiro ou companheira, cujo regime seja o da comunho parcial de bens compra um imvel aps o casamento ou incio da unio, este bem ser comum (comunho do aquesto) e poder ser usucapido por um deles. [...] A partcula ex significa que a unio estvel ou o casamento acabaram de fato ou de direito. A extino de direito significa que houve sentena ou escritura pblica reconhecendo o fim da unio estvel (ao declaratria de extino da unio estvel), ou sentena ou escritura pblica de divrcio ou separao de direito, bem como liminar em medida cautelar de separao de corpos. A extino de fato significa fim da comunho de vidas entre cnjuges e companheiros que no se valeram de meios judiciais ou extrajudiciais para reconhecer que a conjugalidade. a simples sada do lar conjugal. A separao de fato, portanto, permite o incio da contagem do prazo da usucapio familiar, desde que caracterizado o abandono. A separao de fato tem sido admitida como motivo para que se reconhea o fim da sociedade conjugal e do regime de bens. Neste sentido decidiu o STJ que: 1. O cnjuge que se encontra separado de fato no faz jus ao recebimento de quaisquer bens havidos pelo outro por herana transmitida aps deciso liminar de separao de corpos. 2. Na data em que se concede a separao de corpos, desfazem-se os deveres conjugais, bem como o regime matrimonial de bens; e a essa data retroagem os efeitos da sentena de separao judicial ou divrcio. (REsp 1065209/SP, Rel. Ministro JOO OTVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 08/06/2010, DJe 16/06/2010) (Grifo nosso). Neste sentido, h julgado da 3 Vara de Famlia de Belo Horizonte, conforme notcia extrada do Tribunal de Justia de Minas Gerais, que destaca o seguinte, vejamos sua ntegra: Juiz garante usucapio conjugal - 22.09.2011 Uma mulher divorciada ganhou na Justia o direito ao domnio total e exclusivo de um imvel registrado em nome dela e do ex-marido, que se encontra em local incerto e no sabido. A deciso do juiz Geraldo Claret de Arantes, em cooperao na 3 Vara de Famlia de Belo Horizonte, tomou como base a Lei 12.424/2011, que regulamenta o programa Minha Casa Minha Vida e inseriu no Cdigo Civil a previso daquilo que se convencionou chamar de Usucapio familiar, Usucapio conjugal Ou, ainda, Usucapio pr-moradia. Com a deciso, a mulher est livre para dar o destino que achar conveniente ao imvel, que era registrado em nome do ex-casal. Esse novo dispositivo inserido no Cdigo Civil prev A declarao de domnio pleno de imvel ao cnjuge que exercer, por dois anos ininterruptamente e sem oposio, posse direta, com exclusividade, sobre imvel urbano de at 250m cuja propriedade divida com ex-cnjuge ou ex- companheiro que abandonou o lar. Foram juntados ao processo documentos que provaram o antigo casamento, o divrcio e o registro do imvel em nome do ex-casal. A localizao, o tamanho e o tempo de uso da casa pela mulher tambm foram observados pelo magistrado. No pedido liminar Justia, a mulher comprovou ser portadora de doena grave, necessitando imediatamente do pleno domnio da casa onde vive para resolver questes pendentes. A no localizao do ex-marido, comprovada nos autos, impedia qualquer negociao que envolvesse o imvel. Em seu despacho, o juiz determinou a expedio de mandado de averbao, que dever ser encaminhado ao cartrio de registro de imveis, para que seja modificado o registro do imvel. Notcia divulgada no site do Tribunal de Justia de Minas Gerais, Disponvel em http://www.tjmg.jus.br/portal/imprensa/noticias/juiz- garante-usucapiao-conjugal-1.htm#.UT46YTfT308 ; Acesso em 11 de Maro de 2013). Configura-se, portanto, a mesma inteireza no caso sob judice, visto que o requerente possui todos os pressupostos para aquisio do imvel atravs da usucapio familiar. VI - DOS PEDIDOS Por derradeiro, diante de tudo o que foi explanado, e do que se provar no curso da instruo da lide, requer seja de chofre recebido o presente feito, determinando-se: a) a citao da Requerida, para que da ao tome conhecimento e, querendo, apresente resposta, sob pena de revelia e confisso ficta;
b) a citao dos confrontantes e de eventuais interessados para
demonstrarem a veracidade dos fatos elencados nesta exordial;
c) a intimao, por carta registrada, dos representantes da
Fazenda Pblica da Unio, Estado e Municpio para que manifestem seu interesse na causa;
d) a interveno do Ilustre representante do Ministrio
Pblico;
f) a total PROCEDNCIA da ao para que, ao final, seja
reconhecido o domnio do Requerente sob o imvel em questo, determinando a expedio do competente mandado de registro e suas devidas anotaes legais, concebendo ao requerente a propriedade do imvel em questo.
Protesta por todos os meios de provas em Direito aplicveis.
Dar-se causa a importncia de R$ 100.000,00 (cem mil reais) para meros fins fiscais. Nestes termos, Pede deferimento. ____________, ___ de __________ de ____.