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1) A democracia grega antiga se desenvolveu na ágora, onde os cidadãos se reuniam para debater e tomar decisões de forma igualitária.
2) Sócrates acreditava que a política deve ser orientada racionalmente com base em normas éticas, não apenas nas contradições políticas.
3) As democracias contemporâneas garantem a igualdade e a liberdade dos cidadãos, mas grupos sociais continuaram lutando por mais direitos.
1) A democracia grega antiga se desenvolveu na ágora, onde os cidadãos se reuniam para debater e tomar decisões de forma igualitária.
2) Sócrates acreditava que a política deve ser orientada racionalmente com base em normas éticas, não apenas nas contradições políticas.
3) As democracias contemporâneas garantem a igualdade e a liberdade dos cidadãos, mas grupos sociais continuaram lutando por mais direitos.
1) A democracia grega antiga se desenvolveu na ágora, onde os cidadãos se reuniam para debater e tomar decisões de forma igualitária.
2) Sócrates acreditava que a política deve ser orientada racionalmente com base em normas éticas, não apenas nas contradições políticas.
3) As democracias contemporâneas garantem a igualdade e a liberdade dos cidadãos, mas grupos sociais continuaram lutando por mais direitos.
A gora e a assemblia: igualdade nas leis e no direito palavra
A palavra democracia significa governo do povo ou governo dos cidados.
Hoje, semanticamente, tal termo entendido como o conjunto de regras que consentem a mais ampla e segura participao da maior parte dos cidados, em forma direta ou indireta, nas decises que interessam a toda coletividade. A democracia surgiu na grecia antiga, particularmente em Atenas, estando paralelamente atrelada Cidadania. Esta cidadania, entretanto, no contemplava todas as pessoas que pertenciam quela cidade-estado, deixando de fora a maioria populacional (mulheres, estrangeiros e escravos) em favor de uma minoria de naturalidade ateniense e nascida de atenienses. Dessa forma, os direitos polticos inerentes a democracia eram limitados uma parcela cidad que participava diretamente das decises da cidade. A gora era uma grande praa aberta utilizada para diversas funes, tais como: religiosas, competies esportivas, assembleias, mercado, debate filosfico, exerccio da cidadania e festivas. Esse espao, por sua vez, era o principal stio de encontro da populao, o centro da cidade, circundado por edifcios pblicos e monumentos que valorizavam a circulao e a presena de pessoas. Essa grande praa era o espao fixo para receber os cidados, que saiam de suas casas (oikos) para fazer trocas comerciais e deliberar coletivamente os rumos da cidade. Neste sentido poltico da gora, os gregos vo considerar brbaros aqueles povos que no se organizavam atravs de um espao semelhante e que tinham como forma de governo a monarquia, portanto, a deciso no passava por um debate coletivo, e sim pela vontade de um s. Dessa forma, percebe-se a importncia desse espao para o exerccio da cidadania e prtica da democracia direta dos atenienses, respeitando trs valores: igualdade, liberdade e participao. As leis e os cargos pblicos eram exercidos dentro da gora e por meio das assemblias eram tomadas as decises de maneira que cada cidado possuia o mesmo peso decisrio que os demais, independente de sua condio social. A escolha dos polticos era feita por sorteio para que cada um pudesse ser alternadamente governante e governado. A democracia ateniense estava, dessa maneira, no centro de todas as grandes realizaes desse perodo. O poder era exercido por Conselhos e Magistrados eleitos anualmente, diretamente ou por sorteio. O poder mais alto era a Assembleia popular, organizada por meio de votaes realizadas com o erguimento das mos, logicamente destinado queles que tinham a habilidade e a oralidade bem desenvoltas, como no caso especfico dos Euptridas (os bem nascidos), a classe dos aristocratas que tinham acesso ao conhecimento. Os georgi (pequenos proprietrios) e os Thetas (artesos e marginalizados) podiam participar das decises, mas muitas vezes eram manipulados. A poltica na Grcia Antiga era inseparvel das reflexes filosficas. Compreendemos melhor a construo e a evoluo da maneira do homem compreender e questionar o mundo ao analisar as relaes histricas que os gregos legtimos construam na Polis, nas diversas discusses na gora. A prpria gora passa por reflexes e debates. Aristteles defendia que houvesse uma especializao das goras, cada uma com uma funo prpria: uma para as discusses polticas, outra para os negcios e outra para a prtica do esporte e lazer. uma viso de mundo deste filsofo, preocupado com a qualidade de cada ser, a classificao das coisas e com a hierarquia das coisas e dos seres. J Plato, defendia que no se recebesse comerciantes estrangeiros na gora, mas sim fora da cidade, para evitar os riscos e influncias de pensamentos e prticas brbaras vindas do exterior. Scrates foi, sem rival, o catalisador da mudana que colocou o homem no centro da investigao filosfica, Conhece-te a ti mesmo, dissera o Orculo de Delfos, e Scrates apropriou-se dessa mxima, multiplicando-a numa srie de ideias. Ele acreditava que a alma humana a sede de sua faculdade racional, o fator essencial que distingue o homem dos animais. Mas a alma possui tambm um elemento irracional e, para o homem, o grande problema tornar-se verdadeiramente humano, isto , permitir que o elemento racional domine e controle o outro, pois nada disso tem sentido com o isolamento. A sabedoria e a bondade s so verdadeiramente possveis onde existe uma relao, por um lado, entre o homem e o homem e, por outro, entre o homem e o eterno. Da o fato de o amor, a amizade, a piedade, a imortalidade e, sobretudo, a justia, se encontrarem entre os temas relevantes dos dilogos de Scrates. A grande contribuio de Scrates no est na discusso poltica e suas contradies, nem na ideia de que a poltica e a justia devem estar ligadas, mas sim no modo radical e sistemtico de anlise dos problemas e na perseverante insistncia de que a poltica (e todo o comportamento) tem de ser orientada racionalmente e julgada por normas ticas absolutas.
Democracia direta: formas contmporneas possveis de participao da
sociedade civil Aps sculos de ausncia por conta do predomnio do sistema oligrquico/monrquico no perodo medieval, a democracia retorna ao cenrio poltico europeu na modernidade, por volta do sculo XVII. A retomada da reflexo poltica ocorre no contexto da crise do sistema feudal e do crescimento da classe burguesa, voltada para o comrcio, que reivindica a participao no poder poltico. durante o perodo iluminista, no entanto, que a democracia, o principal pilar do Estado Republicano, volta a ser defendida de modo mais significativo como o melhor sistema de governo possvel. Jean-Jacques Rousseau, Voltaire, John Locke e Montesquieu so tericos de grande importncia para justificar e legitimar a existncia do Estado, a distribuio do poder para os cidados e a organizao da Repblica em trs poderes que se complementam e, ao mesmo tempo, se limitam: os poderes Executivo, Legislativo e Judicirio. Os tericos do iluminismo representam os interesses da classe burguesa de se emancipar, ao mesmo tempo em que criticam o poder centralizado nas mos do monarca absolutista. Nessa lgica, o povo passa a ser o soberano monarca, e o poltico eleito pelo povo assume a funo de representante da vontade popular. O sistema republicano democrtico se consolida com as Revolues Burguesas, especialmente a Revoluo Americana e a Revoluo Francesa, ambas no sculo XVIII, e amadurece ao longo da consolidao do sistema capitalista no decorrer do sculo XIX. Esse Estado Moderno que emerge das teorias iluministas ampara-se em dois grandes pilares: a igualdade e a liberdade, ambos voltados para os cidados na forma de direitos assegurados pelo prprio Estado. Porm, esse amadurecimento no foi um processo imediato: os direitos que vo sendo gradativamente concedidos aos cidados e a prpria expanso da noo de cidadania so fruto de intensas lutas por parte de vrios segmentos da sociedade civil, como os trabalhadores e as mulheres, que passaram a reivindicar maior participao no poder poltico democrtico. Ao longo do sculo XX, as democracias contemporneas vivenciaram conflitos internos ligados s lutas e aos movimentos sociais. Estes passaram a ansiar por novos direitos ou a lutar pela consolidao de direitos j garantidos pelo Estado, mas pouco materializados, sendo especialmente protagonizados por minorias polticas e sociais. No Dicionrio da Poltica, de Norberto Bobbio, o verbete Democracia comporta o seguinte comentrio do filsofo italiano: Na teoria contempornea da Democracia confluem trs grandes tradies do pensamento poltico: A) a teoria clssica, divulgada como teoria aristotlica, das trs formas de Governo, segundo o qual a Democracia, como Governo do povo, de todos os cidados, ou seja, de todos os aqueles que gozam dos direitos de cidadania, se distingue da monarquia, como Governo de um s, e da aristocracia, como governo de poucos; B) a teoria medieval, de origem romana, apoiada na soberania popular, na base da qual h a contraposio de uma concepo ascendente a uma concepo descendente da soberania conforme o poder supremo deriva do povo e se torna representativo ou deriva do prncipe e se transmite por delegao do superior para o inferior; C) a teoria moderna, conhecida como teoria de Maquiavel, nascida com o Estado Moderno na forma de grandes monarquias, segundo as quais as formas histricas de Governo so essencialmente duas: a monarquia e a repblica, e a antiga Democracia nada mais que uma forma de repblica (a outra a aristocracia) onde se origina o intercambio caracterstico do perodo pr- revolucionrio entre ideais democrticos e ideais republicanos e o Governo genuinamente popular chamado, em vez de Democracia, de Repblica.
Ainda nesse verbete, Bobbio acrescenta um conjunto de caractersticas que
definiriam um regime democrtico contemporneo: 1. O rgo poltico mximo, a quem assinalada a funo legislativa, deve ser composto de membros direta ou indiretamente eleitos pelo povo, em eleies de primeiro ou segundo grau; 2. Junto ao supremo rgo legislativo dever haver outras instituies com dirigentes eleitos, como os rgos da administrao local ou o chefe do Estado (tal como acontece nas Repblicas); 3. Todos os cidados que tenham atingido a maioridade, sem distino de raa, de religio, de censo e possivelmente de sexo, devem ser eleitores; 4. Todos os cidados devem ter voto igual; 5. Todos os eleitores devem ser livres em votar segundo a prpria opinio formada o mais livremente possvel, isto , numa disputa livre de partidos polticos que lutam pela formao de uma representao nacional; 6. Devem ser livres tambm no sentido em que devem ser postos em condio de ter reais alternativas (o que exclui como democrtica qualquer eleio de lista nica ou bloqueada); 7. Tanto para as eleies dos representantes como para as decises do rgo poltico supremo vale o princpio da maioria numrica, se bem que podem ser estabelecidas vrias formas de maiorias segundo critrios de oportunidade no definidos de uma vez para sempre; 8. Nenhuma deciso tomada por maioria deve limitar os direitos da minoria, de um modo especial o direito tornar-se maioria, em paridade de condies; 9. O rgo do Governo deve gozar de confiana do Parlamento ou do chefe do poder executivo, por sua vez, eleito pelo povo. Apesar de haverem tais princpios a serem seguidos, existem diferentes nveis de maturidade da democracia com base na verificao dos elementos presentes ou ausentes em cada nao particular, ainda que de forma inexata ou aproximada. Mas, no seguindo nenhuma dessas caractersticas, o Estado no pode ser considerado democrtico.
Democracia, Direitos Fundamentais, Paradigmas: Justiça, Segurança e Liberdade : Democracia – história do constitucionalismo e formação do Estado – Estado de Direito Democrático – Estado Social – Direitos Fundamentais