Sie sind auf Seite 1von 3

Ódio a Obama

Quando Obama foi eleito em 2009, o mundo inteiro celebrou. Sendo o


primeiro negro eleito nos Estados Unidos, sua eleição trouxe uma mensagem
poderosa de mudança de comportamento e esperança.

Este ano, Obama recebeu o Prêmio Nobel da Paz, e agora faz parte de
uma lista respeitável de nomes como Nelson Mandela, Dalai Lama e Madre
Teresa de Calcutá.

Mas nem tudo são flores para Obama. O recebimento do Prêmio Nobel
da Paz, por exemplo, foi muito criticado. Para os conservadores americanos,
Obama não podia ter recebido esse prêmio já que não havia feito nada que
indicasse o merecimento de tão distinta honraria.

A verdade é que este país é dividido entre aqueles que admiram e


confiam no talendo e capacidade de Obama, e aqueles que o odeiam.

Alguns americanos, por exemplo, argumentam que Obama não nasceu


nos Estados Unidos, e que portanto, não é americano. Para eles, Obama
nasceu no Quénia ou talvez na Indonésia. De acordo com a constituição
americana, não sendo americano, ele não poderia ser presidente.

Há também aqueles que acham que Obama é socialista ou comunista, e


que quer transformar os Estados Unidos em uma “Venezuela” ou algo pior.

O empenho de Obama para implantar um sistema de saúde pública, por


exemplo, tem gerado muita polêmica. Nos Estados Unidos não existe um
sistema público de saúde. Os cidadãos americanos têm de aderir a planos
privados. Enquanto muitos veem a criação do sistema como uma forma de
ajudar os mais de 40 milhões de americanos que não têm plano privado por não
poder pagar, uma parte da comunidade americana pensa que isso é uma forma
de socialismo e de intervenção do estado na vida privado do cidadão, idéias que
não são bem vindas por aqui.

O ódio à Obama chega a ser tão forte que se concretiza em ameaças de


morte. Ameaçar presidentes americanos não é novidade. A diferença agora é na
quantidade. Desde que tomou posse, as ameaças à vida de Obama já
aumentaram 400 por cento em relação as ameaças recebidas pelo ex-
presidente Bush. Uma média de 30 ameaças por dia.

Tem também aqueles que criticam Obama por achar que ele não é forte e
duro o suficiente para lidar com o terrorismo. Para esses americanos, manter o
país seguro e livre de ataques terroristas vêm em primeiro lugar. Eles
argumentam que a guerra ao terrorismo continua e que Obama deveria
continuar o combate ao terrorismo aos moldes do governo Bush.

Com certeza Obama sabia que seu trajeto na presidência não seria fácil,
principalmente, acredito, por ser negro. Afinal, o preconceito racial ainda vigora
por aqui.

Lembram-se do chamado Ku Klux Klan ou KKK? São organizações


racistas americanas que pregam a supremacia branca. Eles torturaram e
mataram milhares de negros americanos, simplesmente pelo ódio à raça negra.
E como um preconceito vem sempre acompanhado de outros, eles também são
contra imigrantes, judeus e minorias, assim como se opõem a Igreja Católica e
aos sindicatos. Estes grupos são protestante e dizem seguir a Bíblia. Eles ainda
existem aqui no país. Seus websites nos mostram como estes grupos são bem
organizados.

O motivo do ódio desses americanos à Obama muitas vezes não é muito


claro para mim. Mais do que baseado em fatos concretos, esse ódio parece
passar pelo viés da ideologia e do partidarismo, como também pela questão
racial. É! A coisa não tá fácil para Obama!

Denise Maria Osborne é mestranda em Lingüística Aplicada na Columbia


University (Nova York) e professora de português como língua estrangeira.
dmdcame@yahoo.com

Artigo originalmente publicado pelo Jornal Clarim (Minas Gerais, Brasil):

Osborne, D. (2010, February 19). Ódio a Obama. Clarim, Ano 14, n. 706, p. A2.

Das könnte Ihnen auch gefallen