0 Bewertungen0% fanden dieses Dokument nützlich (0 Abstimmungen)
66 Ansichten4 Seiten
O documentário analisa as situações de duas comunidades carentes no Brasil que lutam pelo direito à moradia e alimentação adequada. As comunidades utilizaram rodas de conversa para discutir seus direitos, empoderar-se e pressionar o poder público por melhorias. Isso levou os moradores a se verem como sujeitos capazes de cobrar seus direitos.
O documentário analisa as situações de duas comunidades carentes no Brasil que lutam pelo direito à moradia e alimentação adequada. As comunidades utilizaram rodas de conversa para discutir seus direitos, empoderar-se e pressionar o poder público por melhorias. Isso levou os moradores a se verem como sujeitos capazes de cobrar seus direitos.
O documentário analisa as situações de duas comunidades carentes no Brasil que lutam pelo direito à moradia e alimentação adequada. As comunidades utilizaram rodas de conversa para discutir seus direitos, empoderar-se e pressionar o poder público por melhorias. Isso levou os moradores a se verem como sujeitos capazes de cobrar seus direitos.
Anlise das situaes-problemas enfrentadas pelas comunidades do
documentrio Perai, nosso direito!.
O documentrio Perai, nosso direito! retrata a realidade de dois locais e
proporciona situaes e processos de subjetivao para os moradores e para quem conhece a histria. Sobre os locais retratados, ambos no so reconhecidos ou no iniciaram sendo reconhecidos judicialmente e so frutos de ocupao devido falta de recursos para as famlias que l residem. A Vila Santo Afonso uma comunidade que surgiu em uma rea de ocupao, em 2001, em Teresina, capital do Piau. A populao da Vila oscilante e em dezembro de 2006 foram contabilizadas 288 famlias. Ao longo dos anos, a comunidade resistiu aos inmeros mandados judiciais de despejo, executados de forma violenta, e permaneceram na rea, conquistando recentemente o direito definitivo de residir na localidade. De acordo com a pesquisa realizada pela Abrandh em 2005, em parceria com outras instituies do estado do Piau, verificou-se que o nmero de famlias da Vila em situao de insegurana alimentar grave era de 54,34%. Comparando com a mdia de insegurana alimentar grave encontrada no Brasil (6,50%), o resultado alarmante.
A comunidade de Sururu de Capote situa-se em uma rea de preservao de
mangue s margens da Lagoa Munda, no A comunidade, mesmo estabelecida na rea h quase 20 anos, nunca foi reconhecida oficialmente. Sua existncia foi negada pelo governo, no houve qualquer melhoramento de infraestrutura urbana, de acesso a servios pblicos bsicos e a programas sociais. O nome da comunidade uma referncia ao sururu, um molusco tpico de Alagoas. O sururu a principal fonte de renda dos moradores da comunidade, que pescam, tratam e vendem o molusco para elaborao de pratos tradicionais nos restaurantes da rea turstica de Macei. Os moradores da comunidade Sururu de Capote vivem em estado de extrema pobreza: moram em barracos construdos com materiais como lonas, plsticos, madeira e papelo e esto em situao de completo abandono por parte do poder pblico, especialmente em relao aos direitos moradia e alimentao adequada. Aps assistir o documentrio Perai, nosso direito! e com a leitura dos textos propostos identificou-se uma metodologia participativa com processos de reflexo, sensibilizao, sistematizao e operacionalizao, provenientes de uma roda de conversa. A roda de conversa, vista no documentrio como um uma estratgia poltica libertadora, que favorece a emancipao humana, poltica e social de coletivos historicamente excludos possibilita tambm encontros dialgicos, criando alternativas de produo e resignificao de sentido de saberes e experincias compartilhados. De acordo com Mllo et al. (2007), as rodas de conversa priorizam discusses em torno de uma temtica (selecionada de acordo com os objetivos da pesquisa) e, no processo dialgico, as pessoas podem apresentar suas elaboraes, mesmo contraditrias, sendo que cada pessoa instiga a outra a falar, sendo possvel se posicionar e ouvir o posicionamento do outro. Ao mesmo tempo em que as pessoas falam suas histrias, buscam compreend-las por meio do exerccio de pensar compartilhado, o qual possibilita a significao dos acontecimentos. No documentrio, tal prtica proposta visto que havia ali uma necessidade de produo de conhecimento sobre os problemas que afetavam as comunidades expostas. Conhecimento de direitos bsicos e de como se poderia a partir de ento promover aes efetivas a fim de modificar a atual realidade. Num local onde a carncia de moradia, a fome e a falta de informao de como se possa mudar isso so unnimes, a roda de conversa veio como uma forma de possibilitar alm de tudo que aquelas pessoas se escutassem e compartilhassem as demandas. H um entendimento da parte de quem prope a interveno que a demanda antecessora a fome e os problemas de moradia seria a falta de conhecimento dos direitos bsicos, dos direitos humanos e de como a situao em que eles se encontram ferem esses direitos. Segundo Vigna (2009), alimentar-se adequadamente um direito humano. O direito a alimentao adequada compreendido como um direito humano fundamental e universal, previsto no regime internacional de direitos humanos. Este direito supe o acesso econmico e fsico, de forma continuada, com qualidade e quantidade, a uma alimentao adequada. Levando em considerao um processo de subjetivao onde dentro de um grupo se prope, segundo Barros (2007), uma ateno voltada paras as mltiplas ressonncias que se pode desindividualizar os sujeitos participantes da ao, porm, aproveitando da indivudualizao de suas falas, tornar cada um deles criador, cada um ressoa no outro, emitindo ondas, provocando movimentos desterritorializantes (Barros, 2007). Segundo Deleuze (1972), preciso pegar coisas para extrair delas as visibilidades e tal conceito fica bem visvel no documentrio quando h falas em que pessoas dizem estar na situao atual pelos pais, por exemplo, no saberem seus direitos e de seus filhos e tal falta de visibilidade de conceitos, tal falta de conhecimento do que lhe direito fora perpetuado na famlia fazendo com que a situao se manifeste novamente. Partindo para a prtica da roda de conversa foi proposto processos em que se fosse possvel chegar a uma soluo para o problema atual: a fome e a alimentao adequada. Percebe-se todo o processo de sensiblizao na roda quando os atores falam de suas prprias experincias e vivencias de modo a chegarem at ali. Foucault dizia que liberdade existe quando se pode rejeitar um modo de subjetivao em que se foi construdo para se construir outro, afirmando essas diferenas. Neste caso, dentro da roda de conversa foi possvel identificar processos que, modificados trouxe a liberdade de pensar que ali no era o fim e que sim, poderiam fazer mudana mesmo estando naquele ambiente. Na vila Santo Afonso, aps esse processo foi possvel perceber e ainda compartilhar sua experincia de luta a partir do momento que se viram como sujeitos de direito capazes de ir atrs de melhorias para seu ambiente de moradia. A parti disso mobilizou-se os moradores e sistematizou-se processos com o fim de se alcanar os objetivos. As pessoas comearam a ir na prefeitura e em rgos competentes insistindo e exigindo melhorias. A partir de ento problematizando com exposio das leis a questo da alimentao adequada e de como ela antes de mais nada uma questo ambiental tanto quando a moradia pois tambm precisa respeitar diversos aspectos oriundos da cultura daquele local. Outras pessoas como advogados, nutricionistas etc tambm falam no documentrio sobre alimentao e penalizao da m distribuio dessa alimentao onde a partir do momento que se sabe disso, entende-se como crime o no fornecimento dessa populao podendo assim transformar a populao num mecanismo de cobrana de algo que para benefcio deles mesmos. As pessoas no tem s o direito ao direito, tem direito de reclamar esse direito quando esse direito no atendido, fala retirada do documentrio onde exemplifica bem toda a situao de apropriao dos direitos e empoderamento ao qual fora submetida essas comunidades. E finalizando com a fala de um dos moradores, o empoderamento que ficou foi justamente o saber que so sujeitos de direito, que podem sim cobrar seus direitos frente ao poder pblico independente da quantidade de nos que se escute. A roda de conversas foi importante para que uma comunidade converse com a outra e passe as informaes que foram transformadoras e encorajadoras para o empoderamento de toda uma comunidade. Referncias: BARROS, Regina Benevides de. Entrada grupal: uma escolha tico-esttico-poltica. In BARROS, Regina Benevides de. Grupo: a afirmao de um simulacro. Porto Alegre: Sulina Editora da UFRGS, 2007. p. 313-333
MLLO, R. P. et al. Construcionismo, prticas discursivas e possibilidades de pesquisa.
Psicologia e Sociedade, v.19, n.3, p. 26-32, 2007.
VIGNA, Edlcio. Direito Humano Alimentao Adequada e o Oramento Pblico. In