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RESUMO
Especial atenção, com vistas a prevenir os diversos tipos de contaminações, devem
merecer as captações de águas subterrâneas, desde a fase de projeto, passando pela execução
e manutenção, principalmente quando destinadas ao envase como Águas Minerais ou Potáveis
de Mesa ou utilização em estâncias hidrominerais.
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1. INTRODUÇÃO
A utilização de águas subterrâneas no atendimento das necessidades de consumo
humano apresenta, a priori , em relação ao suprimento a partir de mananciais superficiais, a
vantagem de dispensar ou, pelo menos, simplificar os tratamentos de adeqüação ao consumo, isto
porque, na maioria dos casos, as águas subterrâneas, em seu estado natural, apresentam
condições sanitárias satisfatórias para o consumo humano.
Por outro lado, captações mal concebidas ou construídas, quer sejam fontes ou poços,
podem ser causas de contaminação direta das águas subterrâneas a partir de águas superficiais,
o que, no caso de poços, ocorreria através do espaço anelar entre o revestimento e as paredes do
mesmo, ou por águas impróprias de outros aqüíferos, o que se daria através de ruptura do
revestimento.
2. TIPOS DE CAPTAÇÃO
2.1. Captação por Fonte
Fonte, surgência ou nascente é definida como um ponto ou zona da superfície do
terreno em que, de modo natural, flui na superfície uma quantidade apreciável de água,
procedente de um aqüífero.
Muitos pesquisadores (Bryan, 1919; Meinzer, 1942; Health e Trainer, 1968; Tolman,
1973, entre outros) sugeriram várias classificações para fontes, estabelecendo alguma correlação
característica. Por exemplo: quanto à geologia, quanto à vazão, quanto às características
químicas da água, etc.
No Brasil, em se tratando das Fontes de Água Mineral, com base no Art. 36 do Código
de Águas Minerais, as fontes poderão ser classificadas:
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§ 1 – quanto aos gases:
I -Fontes radioativas:
III - Fontes mesotermais, quando sua temperatura estiver compreendida entre 33" e
36" C;
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Têm-se, como exemplo, duas fontes, que afloram no contato das formações Exu
(arenitos) e Santana (calcários, argilas, gipsita...), denominadas Fonte João Coelho e Fonte Bom
Jesus; estão localizadas no balneário de Caldas, município de Barbalha, Estado do Ceará.
“A Fonte João Coelho apresenta, em média, uma vazão inferior (cerca de 70% da
descarga da Fonte Bom Jesus) e parece ser mais sensível às variações das precipitações,
embora as duas sejam vizinhas e separadas por uma distância de apenas 2 metros”.
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Em janeiro de 1991, a vazão medida da Fonte Bom Jesus foi da ordem de 125 m /h,
3
enquanto a Fonte João Coelho foi de 58 m /h.
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Ressalte-se, no entanto, que esses dados podem sofrer alterações após concluída a
construção da captação em sua forma definitiva. Na fase rudimentar, não se recomenda a análise
microbiológica da água, indispensável, porém, após construída, limpa e desinfectada a captação.
Para que uma fonte seja bem captada, as principais precauções devem ser: evitar em
suas imediações a influência das águas superficiais, comumente contaminadas por matéria
orgânica animal, e proceder a remoção do horizonte de solo orgânico, geralmente com pequenas
espessuras e composto por areia, silte e argila em diferentes proporções, mas sempre contendo
quantidade apreciável de matéria orgânica decomposta (vide fotos 1, 2).
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aço inoxidável, ou outro material que não altere as qualidades naturais da água, mas que seja
aprovado pelo D.N.P.M.
É aconselhável portanto, que a caixa seja construída em aço inoxidável AISI 304 ou
316 com acabamento sanitário e possua uma tampa em vidro transparente que permita a
inspeção de todos os pontos internamente. Essa tampa deverá ser instalada em esquadrias de
alumínio anodizado, ou aço inoxidável, e caixilhos revestidos com borracha atóxica, para completa
vedação sob pressão (vide fotos 3, 6, 7 e 8). Deverá ter ainda, além da tubulação de produção,
um extravasor, dotado de válvula de pé e protegido por tela milimétrica, e tubulação com registro,
no nível mais inferior para fins de limpeza.
No início da tubulação de produção, o mais próximo da caixa, deverá ser instalada uma
torneira para a coleta de amostras d’água.
Quando na fonte houver bomba de recalque da água, esta, juntamente com o quadro
de energia elétrica, deverão ser instalados fora do ambiente da caixa e separados daquele por
uma parede divisória. O mesmo cuidado, construindo-se um corredor para inspeção (vide fotos 7,
9,10 e 11).
As fotos a seguir, gentilmente cedidas pela Industrial Várzea Alegre de Águas Minerais
Ltda (Água Mineral Lustral), referem-se à captação de uma fonte de fratura, denominada Marina 1,
localizada no município de Barra de Guabiraba – PE.
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É condição fundamental que o técnico responsável pela execução do poço tenha bom
conhecimento da hidrogeologia da área e fique atento aos seguintes aspectos:
• Localização do Poço
− Em locais passíveis de inundação, o poço deve ser locado na cota mais alta
possível. Vide fotos 13 e 14.
− O local do poço deve ter uma área livre (raio mínimo de 10 metros), disponível para
constuir a área de proteção à captação (área murada ou cercada com tela de
o
malha resistente), conforme determina o item 4.3.5 da Portaria N 222, de 28/07/97
do D.N.P.M./M.M.E..
Este perfil é muito importante para o projeto construtivo do poço, como também para o
conhecimento da geologia da área. O mesmo é elaborado a partir das amostras coletadas por
ocasião da perfuração do poço. O intervalo da amostragem é função da precisão desejada, no
entanto, é comum a amostragem a cada três metros. Nem sempre as amostras coletadas
permitem a confecção fidedigna do perfil litológico do poço, pelos seguintes motivos:
− A “lavagem” da lama para coleta da amostra deve ser feita por uma pessoa com
habilidade e experiência. A “lavagem” excessiva pode retirar a fração argilosa. Já o
resíduo de lama em excesso pode mascarar a amostra.
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− No caso de “perda de circulação”, a adição de material na lama pode contaminar
as amostras.
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• Diâmetro de Perfuração
Sendo assim, no que concerne à cimentação, quanto mais espesso for o cilindro
anelar, formado entre a parede do poço e o diâmetro externo do revestimento, certamente mais
seguro o isolamento. Vale salientar que outros fatores como o tipo de material a ser empregado no
espaço anelar, bem como a forma de preenchimento, etc., são importantes e serão tratados mais
adiante.
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9 - 14 4
15 - 20 5
21 - 30 8
(Adaptado de Hidrogeologia – Conceitos e Aplicações, 1997)
Obs: A espessura mínima deve ser medida com base no diâmetro
externo da bolsa do revestimento.
DP = 1,5 x DEB + 50 mm
Onde: DP = diâmetro de perfuração em mm
DEB = diâmetro externo da bolsa em mm
• Revestimento
4.2.3 Concluídos todos os serviços no poço, deverá ser construída uma laje de
concreto, fundida no local, envolvendo o tubo de revestimento. Esta laje deverá ter declividade do
2
centro para a borda, espessura mínima de 20cm e área não inferior a 3,0 m . A coluna de tubos de
revestimento deve ficar no mínimo 0,50m acima da laje de proteção.
No caso (c), tem-se um poço em atividade, que possui filtros no aqüífero inferior com
água potável. Neste poço, também com problema no revestimento, a água drena do aqüífero
superior por meio do revestimento. Logo, a água bombeada é a mistura das águas dos dois
aqüíferos, portanto, no mínimo, produzindo água de qualidade inferior comparada com a água do
aqüífero inferior. Por outro lado, quando o poço cessa o bombeamento, a cimentação deficiente
permitirá a contaminação. De forma semelhante, ocorre no caso (b).Na figura (2), tem-se dois
aquíferos: O primeiro com água contaminada e o segundo com água potável. O gradiente
hidráulico, entre eles, é vertical ascendente. No caso (a) tem-se um poço abandonado ou
paralizado, que possui a coluna de filtros no aquifero inferior com água de boa qualidade (potável).
Neste poço, com problema nos
revestimentos, a água de boa
qualidade ascende por meio do
revestimento e chega até o
aquifero superior, contaminado.
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• Cimentação
d) Separar aqüíferos.
Situações particulares podem exigir a adição de areia ou outro material volumoso, para
permitir que a pasta obstrua abertura maiores sem perda excessiva de fluido.
A mistura, cimento e água, para uma adequada e rápida homogeinização, sempre deve
ser processada de maneira mecânica (bentoneira).
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Pode-se adicionar bentonita até 2,5 kg por saco de cimento e passar a dosagem para
29 litros de água para cada saco de cimento de 50 kg. O tempo de pega não pode ser inferior a 48
horas, sendo recomendado 72 horas.
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o
Potáveis de Mesa”, constante na Portaria N 222, de 28/07/1997, aborda com detalhes este
assunto nos seguintes itens:
4.3.2 No caso de captação por poço, a laje de concreto deverá dispor de abertura
adequada, ou conter um teto escamoteável, para facilitar a manutenção e reparos que o poço
venha a necessitar.
4.3.6 A área deverá ser gramada ou calçada, possuir adequado sistema de drenagem
das águas pluviais e ser mantida em boas condições de limpeza, a fim de não comprometer a
integridade do produto da captação.
4.3.8 Após a construção da Casa de Proteção à captação, deverá ser efetuada uma
limpeza e desinfecção completa. Em seguida, realizar uma análise química e microbiológica da
água, para comprovação da potabilidade.
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3. CONTROLE DE QUALIDADE
O número mínimo de amostras e freqüência mínima de amostragem para
determinação das características microbiológicas e físico-químicas nas captações (poço e fonte),
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com base na resolução - RDC N 54, de 15 de junho de 2000 – A.N.V.S/M.S. Ministério da Saúde,
são:
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Tabela 1
Local de coleta Número mínimo Análises a serem realizadas
Tabela 2
Local de coleta Número mínimo Análises a serem realizadas
4. BIBLIOGRAFIA
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