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Presente:
Representante do Ministério Público Especial
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
RELATÓRIO
Ato contínuo, em 19 de março de 2010, o Dr. Paulo Esdras Marques Ramos, advogado,
encaminhou recurso de revisão. A peça processual está encartada às fls. 333/354, onde o
patrono juntou documentos e atacou as irregularidades que fundamentaram a decisão
vergastada. Entretanto, regularmente intimados para apresentarem o devido instrumento
procuratório concernente à petição, fls. 356/357, o ex-Presidente da Edilidade, Sr. Elias
Gomes de Lima, e o citado causídico deixaram o prazo transcorrer sem qualquer
manifestação.
É o relatório.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
PROPOSTA DE DECISÃO
In limine, evidencia-se que a primeira peça recursal apresentada, fls. 297/322, foi
encaminhada pelo ex-Chefe do Legislativo Mirim de Nova Floresta/PB, Sr. Elias Gomes de
Lima, atendendo, portanto, ao pressuposto processual da legitimidade. No entanto, o
postulante deixou de nominar o recurso, com vistas ao seu enquadramento nos tipos
possíveis previstos no art. 31 da LOTCE/PB, quais sejam:
I – apelação;
II - reconsideração;
IV - revisão.
Ademais, convém observar que o dispositivo da decisão guerreada foi publicado no Diário
Oficial do Estado – DOE de 15 de setembro de 2009 e que o dies a quo é o primeiro dia útil
seguinte ao da divulgação do aresto, ou seja, o dia 16 de setembro. Assim, o pedido
inominado é intempestivo para seguir como recurso de reconsideração, tendo em vista que o
dies ad quem foi o dia 30 de setembro e a peça em questão foi protocolizada nesta Corte
apenas em 12 de novembro de 2009, ou seja, com 43 (quarenta e três) dias de atraso.
TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO
Portanto, como dito, a petição não pode ser conhecida como reconsideração, ex vi do
disposto no art. 178 do Regimento Interno desta Corte – RITCE/PB, verbatim:
Por sua vez, o recurso de revisão interposto pelo Dr. Paulo Esdras Marques Ramos,
advogado, fls. 333/354, também não deve ser conhecido por este eg. Tribunal, tendo em
vista a ausência, nos autos, do devido instrumento de mandato, outorgando poderes ao
ilustre causídico para demandar em nome do Sr. Elias Gomes de Lima. Com efeito, referida
irregularidade vai de encontro ao estabelecido no art. 94 do Regimento Interno do
TCE/PB – RITCE/PB, ao disciplinado no art. 5º da Lei Nacional n.º 8.906/94, e, notadamente,
ao preconizado no art. 210 do RITCE/PB, c/c o art. 37 do Código de Processo Civil – CPC,
verbo ad verbum:
Destarte, é importante salientar que as normas processuais seguem regras rígidas de ordem
pública, sendo, portanto, impositivas, cogentes, imperativas, ou seja, não admitem qualquer
tipo de criação extra legem. Dignos de referência são os ensinamentos dos festejados
doutrinadores Luiz Rodrigues Wambier, Flávio Renato Correia de Almeida e Eduardo
Talamini, in Curso Avançado de Processo Civil: Teoria Geral do Processo e Processo de
Conhecimento, 5. ed. rev., atual. e ampl. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2002, vol. 1,
p. 57, senão vejamos:
É a proposta.