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De volta ao Irã, cientista diz ter sido

torturado pela CIA

"Shahram Amiri"

Um cientista iraniano que diz ter sido sequestrado pela CIA, a agência americana de
inteligência, disse, em uma coletiva para a imprensa em Teerã, que sofreu intensa
tortura mental e física nas mãos dos americanos.

Shahram Amiri, que desembarcou no aeroporto internacional de Teerã cedo nesta


quinta-feira, negou envolvimento no programa nuclear iraniano.

Ele desapareceu há um ano e reapareceu nesta semana na embaixada do Paquistão em


Washington, onde pediu para ser repatriado.

Os americanos dizem que Amiri estava no país "por vontade própria".

Tortura Amiri foi recebido no aeroporto pelo filho pequeno e esposa, além de outros
familiares e o vice-ministro das Relações Exteriores do Irã, Hassan Qashqavi.

Mais tarde, durante a coletiva para a imprensa, ele repetiu alegações anteriores de que
foi sequestrado por agentes americanos enquanto fazia uma peregrinação na cidade de
Medina, na Arábia Saudita.

Amiri disse que durante os primeiros meses após o suposto sequestro sofreu intensa
pressão para cooperar com os interrogadores americanos. E acrescentou que agentes
israelenses estavam presentes durante os interrogatórios.

O cientista disse também que a CIA havia oferecido US$ 50 milhões para que ele
permanecesse nos Estados Unidos.

"Washington, fazendo teatro político, estava tentando anunciar para o mundo que eu
havia pedido asilo (aos Estados Unidos)", disse Amiri em declaração citada pela agência
estatal iraniana de notícias Irna.

O cientista não ofereceu evidências concretas que comprovem sua história, mas disse
que fará isso no futuro.
E negou envolvimento no programa nuclear iraniano, dizendo que é "um simples
pesquisador trabalhando para uma universidade que é aberta para todos e não há
qualquer trabalho secreto acontecendo lá", cita a Irna.

Crise Nervosa

A versão das autoridades americanas sobre o caso é de que Amiri teria desertado e teria
sido colocado sob proteção do governo.

Mais tarde, teria ficado preocupado com a família deixada no Irã , sofrido uma crise
nervosa e decidido voltar para seu país.

Falando à BBC, um representante do governo americano disse: "Ele forneceu


informações úteis aos Estados Unidos. Agora, os iranianos o têm de volta".

Mas, para o representante, os Estados Unidos teriam saído, de longe, vencedores no


caso.

O jornal americano Washington Post cita declarações de fontes não identificadas


dizendo que Amiri havia trabalhado para a CIA durante mais de um ano e que teria
recebido, em troca, US$ 5 milhões.

Histórico

Em junho último, o governo iraniano anunciou que havia entregue, às autoridades


americanas, evidências de que o cientista havia sido sequestrado.

O anúncio foi feito logo após o aparecimento de dois vídeos na internet onde o próprio
cientista explicava, em versões diferentes, como havia aparecido nos Estados Unidos.

Em uma das versões ele falava em sequestro, na outra, dizia que estava no país por
vontade própria.

O Departamento de Estado americano, por sua vez, negou repetidas vezes haver
sequestrado o cientista, mas nunca negou que Amiri estivesse nos Estados Unidos.

Na terça-feira, a secretária de Estado Hillary Clinton admitiu publicamente, pela


primeira vez, que o cientista estava de fato no país.

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