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O QUE FALAR?
Passei a semana pensando no que falar hoje pra vocês. Conversei um monte de gente, preocupado. Minha primeira vez dando
aula (o dia inteiro), não posso decepcionar!
Pra ser bem sincero, durante o pouco tempo que me tornei publicitário, aprendi que não gosto de propaganda. Não gosto de
outdoors, não gosto de spots de rádio, jingles, não gosto de televisão. E nem assisto muito televisão.
Pois é! Eu brigo com todo mundo lá na agência. Não quero fazer propaganda!
Eu não gosto!
Odeio quando estou assistindo o jogo do São Paulo e aparece aquela vinheta:
Como já disse, acredito que as marcas tem que fazer parte da vida das pessoas, e não ser interrupção. A propaganda está
banalizada, a televisão virou uma bagunça!
Lembrem-se: Comunicação lida com pessoas, não gado, nem números.
E as marcas que estiverem atentas a isso, vão fazer a diferença daqui pra frente.
ENTÃO, SEM PROPAGANDA.
Quando comecei a ver na internet esse negro, descolado, esportista, tentando ser presidente dos EUA. Achei estranho. Pensei
comigo: esse cara só pode estar doidão? Presidente negro, nos EUA? Só pode estar maluco.
Mal sabia eu que ele queimaria minha língua - e de mais um monte de gente - daquele dia em diante. E mal sabia eu que ele
escreveria um dos maiores cases de comunicação da história da humanidade.
Mal sabia eu que me daria tapas na cara e me ensinaria como se deve falar das marcas daqui pra frente. É, não sei se ele
realmente vai mudar as coisas. Mas pra mim, ele já mudou muito as coisas.
Obama não fez jinglezinhos. Não precisou ficar gritando no ouvido dos outros para acreditarem nele. Ele foi sincero, deu
esperança para as pessoas, foi influente, fez elas acreditarem naquilo que ele estava, e está propondo. Isso aí?
Mas o ponto não é esse. O ponto não é vender. O ponto é envolver. Conquistar um seguidor. Um fã. Alguém que fale de você.
Alguém que comente essa inovação. Mais importante que vender um jingle, ou comercial de 30” é se tornar assunto. Obama foi
assunto no mundo todo por causa desse video.
Não vendia, né chefe?
A equipe de Obama criou esse site, divulgou na imprensa e as pessoas criaram tudo isso pra ele. Essas imagens dele, esse visual
moderno, esses design, muito disso não foi coisa dele. As pessoas criaram pra ele. Pode ter sido eu, ou você aí.
Além disso, Obama apareceu em videogames, espalhou igual uma correnteza na internet, durante o tempo das eleições só se
falava dele. Não tinha como não ganhar!
Obama mudou as coisas.
VAMOS FALAR DE MÚSICA?
Eu já. heheh E é uma porcaria! Quem antes comprava CD, agora ouve em mp3 players...
...iPods, ou no próprio computador.
A Mallu é um primeiro caso, de algo que já aconteceu nos EUA com uma banda chamada Artic Monkeys. Ela é um fenômeno da
internet que se tornou celebridade nacional!
Vamos ver um pouco de TV? Acho mais legal vocês verem ela mesma falando disso.
Com 15 anos, no Altas Horas. Imperdível!
MALLU NO ALTAS HORAS
COM 15 ANOS
Alguém já tinha visto algo assim na TV? Uma garota de 15 anos, vinda da internet, totalmente introvertida, com carisma claro,
mas sem jeito nenhum pras câmeras, agora, imaginem ela no Faustão!
Onde foi que a Mallu realmente mudou com relação ao mercado da música?
Primeiro, ela não tem gravadora. E por que? Por que tudo isso?
Distribuição de CDs não funciona mais, a pirataria é grande. E pela internet economiza-se muito!
Ah, eles vendem LP também. Para os saudosistas. ;)
FUTURO DA MÚSICA
Como vocês acham que vai ser daqui pra frente? Umas coisas são certas:
- As lojas realmente sumirão do mapa - viram a Bom Livro Mega Store como ficou?
- Cada música terá mais valor que um álbum inteiro: no tempo dos iPods, o cara vai ter que caprichar mais em cada música, não
adianta vir com só 2 hits no álbum. Daí que o CD não vai vender mesmo!
FUTURO DA MÚSICA
- Os artistas viverão de shows. Essa será a maior mudança. Não tem como viver mais das grandes gravadoras, isso está
acabando.
TV!
Um apresentador, com uma idéia em um formato bacana de programa, junta uma galera que vivia nas noites paulistas de São
Paulo fazendo piadas estilo Stand Up. Uma galera que na TV não existia, mas na internet já era sucesso, por causa dos seus
videos no Youtube. Rafinha Bastos, Danilo Gentili, Marco Luque, enfim.. um ótimo programa para as noites de segunda!
Agora o fato que quero chegar é em torno do apresentador, Marcelo Tas.
Ele é o cara mais popular do Twitter. Alguém aí conhece Twitter?
Essa é a Rede Social do momento. Talvez aqui em Maringá ainda não esteja bombando, mas muita gente do país inteiro já
aderiram a ele. Vamos ler o que é o Twitter?
Twitter é fácil, gostoso de usar, é legal interagir com as pessoas, ter seguidores, saber que está te lendo. É uma evolução do
blog, de um jeito mais simples, prático, funcional, social, interativo, enfim... vamos ver? (mostrar imagens do meu twitter)
Aí em cima vocês podem ver quantas pessoas eu sigo, ou seja, quando uma dessas 333 pessoas publicarem algo, eu leio. E
esses 605 pessoas me seguem, e recebem tudo que atualizo.
É bem simples, legal e eu recomendo...
O que tem de interessante no twitter do Marcelo Tas?
Ele é o mais seguido do Brasil. O mais interessante, relevante, o mais influente de todos os twitteiros brasileiros. Muita gente lê
o que ele escreve. Mais de 40 mil pessoas. E olhem lá do lado. Patrocinadores.
Ao invés gastar dinheiro com outdoor, ao invés de gastar dinheiro com produção de um filme pra colocá-lo no horário mais caro
da televisão e torcer para que as pessoas leiam ele. A Telefônica inovou. Buscou seu nicho, observou a tendência, viu que tinha
muito potencial de consumidores lá e resolveu patrocinar o mais importante dos twitteiros.
Gente, isso deu um converseiro na internet. No meio dos blogueiros, publicitários, twiteiros e afim. Acharam um fim comercial
para o twitter! Mas tinha um problema, se começa a ‘fazer propaganda’ no Twitter, o cara simplesmente para de te seguir. Já fiz
muito isso! E se para de seguir, não recebe mais aquilo que vc escreve.
Aí que tá, Marcelo Tas faz 2 posts por dia sobre um assunto que pedem, sem interromper o lazer das pessoas. Ele passa a
mensagem. Quem quiser ler, lê. Estão chamando isso de ‘venda de opinião’. Está acontecendo nos blogs também. Blogueiros
influentes estão recebendo kit de produtos pra falar bem deles.
Ele viralizou né. Por vários motivos - a morte desse ator, ações na internet - o filme trazia uma interpretação diferente do
coringa, os muitos trailers que soltaram na internet, os downloads do filme gravado de dentro do cinema para baixar em blogs,
fotos que espalharam, pegadinhas do coringa, enfim...
O mais importante do que fazer alguma coisa, é saber falar dela. Estamos tentando aprender a fazer as coisas desse jeito.
Estou falando de Batman - The Dark Knight porque esse filme deu um show de pré-divulgação, e pelo menos no meu caso, o
filme também foi um show. Vamos ver um dos trailer dele?
TRAILER DO FILME
Batmam viralizou muito! E o que significa isso? Caiu na boca do povo. Foi assunto de muitas conversas. Em todos os públicos. E
quando o Ledger morreu então? Não que isso foi feito de propósito, e nem que usaram isso pra impulsionar o filme - porque
isso já acontecia naturalmente. Tiveram que mudar todos os cartazes, a divulgação passou a ser feita em cima da figura do
Coringa.
É, eles aproveitaram isso um pouco sim. Mas também tem sua explicação, a atuação de Ledger foi tão boa, que lhe rendeu um
Oscar. O primeiro Oscar na história para uma pessoa que faleceu.
Usaram as mais diversas mídias possíveis, com um show na internet de mensagens espalhadas, blogs feitos para apoiar a
campanha de Harvey Dent, montar sua foto com o sorriso do Coringa (eu fiz isso, e usei ela no meu twitter, orkut, msn um bom
tempo, todo mundo perguntava). O filme usou as pessoas para se promover, usou o boca-a-boca. Como eu disse antes: foi
assunto. - Vamos assistir um video case da campanha? Acho que ela vai explicar melhor.
VIDEO CASE DA CAMPANHA
DE DIVULGAÇÃO DO BATMAN
AGORA VAMOS
FALAR DE FUTEBOL?
A Apple se tornou referência nesse segmento. É uma empresa fantástica, que fabrica e vende produtos impressionantes. As
ideias que saem de lá são as mais desejadas no mundo. E esse grande salto começou com uma ideia: o iPod.
Vocês já pegaram um desses na mão?
Quem já pegou sabe, a experiência que se tem com esse produto na primeira vez é algo indescritível. Ele é diferente de tudo. É
mais legal, fácil de mexer, gostoso de navegar.
Steve Jobs reinventou a roda. Reinventou o Mp3. E ganhou rios de dinheiro com isso. O iPod é o produto mais vendido no
mundo. O mais cultuado. O mais interessante. O mais falado, usado, tirado foto. Todos adoram o iPod!
Esse é o atual xodó de Jobs. O iPhone.
Assim como ele reinventou a roda, criando o iPod aqui ele reinventou o telefone, tirou os botões, criou o touch screen, fez uma
das suas fantásticas apresentações. Jobs arrebentou. Fique esperando 6 meses até ele começar a vender. Foi sacanagem, mas
vale a pena.
Além dele, tem o iTunes Store. Outra ideia genial de Jobs.
Esse programa é perfeito. Tem tudo. Oferece uma navegabilidade ótima para organizar suas músicas, videos, podcasts. Faz a
sincronização com seu iPod, iPhone. Compra músicas, filmes, seriados, aplicativos - e a preços acessíveis. Está tudo lá.
Sem botões, sem telas, sem nada. Sabe como você controla? Pelo fone e ouvindo o nome da música na hora da escola.
É diferente e empolgante.
A Apple é uma empresa fantástica.
Steve Jobs é um cara de vanguarda. Um visionário. Ele está a frente de todo mundo. Tudo isso que mostrei antes veio depois
dele. Ele está sempre antecipando os anseios das pessoas, as necessidades, ele alimenta desejos e faz dos seus consumidores.
devetos. Fez da Apple uma verdadeira religião. E quem usa faz questão de cultuar seus produtos, porque eles realmente
correspondem à expectativa.
Nem vou falar produto inovador por produto inovador da Apple, senão vou ficar o resto do dia falando só deles. Eles fazem
muita pesquisa, tem uma técnica apurada e um controle de qualidade fora do comum para os seus produtos. A premissa lá é
não errar.
Vamos assistir agora a um discurso dele, como paraninfo dos formando de Standford. No ano de 2007.
É muito interessante.
Então é isso gente, final do primeiro tempo.
Pra fechar nosso assunto, quero dizer o seguinte. Jobs, Obama, Mallu, Radiohead, o filme do Batman, não precisam pedir pra eu
falar deles. Não precisam colocar um outdoor na frente da minha casa pra eu vê-los, nem colocar um comercial de 30” na hora
do jogo do São Paulo pra eu segui-los. Eles tem algo que as marcas precisam. São interessantes, são assunto na vida das
pessoas e daqueles que influenciam.
Algumas marcas aprenderam já como fazer isso. E é disso que vamos falar mais pra frente.