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histrico, colocado e diferenciado dentro da clas-

se dos relatos. Demonstrou como a escritura da


histria, que supe a ordem cronolgica, o fecha-
mento do texto e o recheio dos interstcios, inver-
te o procedimento da investigao, que parte do
presente, que poderia no ter fim e que se con-
fronta sem cessar com as lacunas da documen-
tao. Demonstrou tambm que, diferentemente
de outros relatos, a escritura da histria est des-
dobrada, folheada, fragmentada: coloca-se como
historiogrfico o discurso que compreende seu
outro a crnica, o arquivo, o documento , quer
dizer, aquilo que se organiza folheado, do qual
uma metade, contnua, se apoia sobre outra, dis-
seminada, e assim se d o poder de dizer o que a
outra significa sem a saber. Pelas citaes, pelas
referncias, pelas notas e por todo o aparelho de
remetimentos pertinentes a uma linguagem pri-
meira, o discurso se estabelece como saber do ou-
tro (de Certeau, 1975, p. 111). A histria como
escritura desdobrada tem, ento, a tripla tarefa de
convocar o passado, que j no est num discurso
no presente; mostrar as competncias do histo-
riador, dono das fontes; e convencer o leitor: Sob
esse aspecto, a estrutura desdobrada do discurso
funciona maneira de uma maquinaria que extrai
da citao uma verossimilhana do relato e uma
validade do saber. Ela produz credibilidade (de
Certeau, 1975, p. 111).
Isso significa, ento, que no h a mais que um
teatro da erudio que de modo algum d hist-
ria a possibilidade de produzir um conhecimento
adequado do passado? No era essa a posio de
Michel de Certeau que, em um livro dedicado a

A histria, entre relato e conhecimento 15

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